Como um serviçosites de apostas roletaemissãosites de apostas roletadocumentos tem ajudado milharessites de apostas roletapessoas a encontrarem o pai:sites de apostas roleta
A proposta é encontrar progenitores - desaparecidos ou não - para que eles registrem seus filhos na certidãosites de apostas roletanascimento. Na maioria dos casos, é o pai quem não realiza esse procedimento, deixando nos documentos da criança apenas o nome da mãe.
A demanda é grande. Segundo a Associação dos Registradoressites de apostas roletaPessoas Naturaissites de apostas roletaSão Paulo (Arpen-SP), cercasites de apostas roleta32 mil crianças foram registradas apenas com o nome da mãe neste ano no Estado. A Secretaria da Educação aponta que 182 mil alunos da rede estadual estão nessa situação - 5% dos 3,7 milhõessites de apostas roletaestudantes.
Ser reconhecido oficialmente pelo pai permite que a criança tenha benefíciosites de apostas roletapensão alimentícia, por exemplo.
Para o promotor Maximiliano Führer, que criou o projetosites de apostas roletaparceria com o Poupatempo, os benefícios do serviço superam a questão financeira, já que a falta do nome paterno cria uma sériesites de apostas roletasituações constrangedoras. "Você precisa colocar o nome do pai (na ficha) quando entra na escola, na faculdade, quando tira um documento, uma certidão", diz elesites de apostas roletaseu escritório tomado por plantas,sites de apostas roletaSão Bernardo do Campo.
"A gente vive vários personagens na vida, todos os dias. De jornalista, promotor, marido, esposa, consumidor. Massites de apostas roletatodos os personagens, a pessoa carrega o pesosites de apostas roletanão ter o pai. É uma história que ficasites de apostas roletabranco", afirma Maximiliano.
Pai anônimo
Quem procura o serviço precisa ao menos conhecer o nome completo do pai para que o Ministério Público consiga encontrá-lo por meiosites de apostas roletabancossites de apostas roletadados oficiais. Em casosites de apostas roletanomes que têm muitos homônimos, ajuda saber quem é a avó ou até o localsites de apostas roletatrabalhosites de apostas roletaque o pai trabalhousites de apostas roletaalgum período da vida.
No casosites de apostas roletaFabiana, a informaçãosites de apostas roletaque seu pai estava no nortesites de apostas roletaMinas Gerais ajudou na investigação. Sua mãe, Auzira, contou que, nos anos 1980, seu então parceiro queria voltar com a família para a roça mineira. Auzira, já estabelecidasites de apostas roletaSão Paulo, recusou-se a regressar ao Estado natal. O casal se separou e Fabiana nunca mais viu o pai.
Apenas depois da adolescência, ela começou a pensar na falta que ele fazia e a querer conhecê-lo. "A gente se acostuma com a ausência, né?", diz.
Em julho, sete meses depois do início da investigação, o Ministério Público finalmente encontrou o pai delasites de apostas roletauma área rural da cidadesites de apostas roletaPorteirinha, no nortesites de apostas roletaMinas. Ele a reconheceu.
"Você passa a vida toda achando que não foi aceita. Mas, quando recebe a certidãosites de apostas roletanascimento nova, percebe que tinha um montesites de apostas roletacoisa bagunçada dentrosites de apostas roletavocê", diz.
Pai famoso
Coordenadorasites de apostas roletaatendimento do Poupatempo, Zulene Chagas,sites de apostas roleta47 anos, afirma que muitos dos que procuram pelo pai chegam emocionados à mesasites de apostas roletaatendimento. "Às vezes, é um assunto que estava num baú há muito tempo. A gente aconselha: 'olha, toma uma água e vê se é isso mesmo que você quer'", explica.
Sua colega, a atendente Andréa Araújo,sites de apostas roleta41 anos, conta que meses atrás um adolescente discutiu com a mãe porque ela não queria que ele procurasse o pai - foi preciso chamar um segurança do Poupatempo para conter os ânimos.
"Outra vez apareceu uma mulhersites de apostas roletauns 55 anos. Ela trazia uma foto do Roberto Carlos e dizia que era filha dele", conta Andréa, rindo. "A mãe dessa mulher contou para ela, antessites de apostas roletamorrer, que havia conhecido o Roberto Carlos nos tempossites de apostas roletavedete. Fiz meu trabalho e encaminhei o processo", diz a atendente.
Andréa não sabe o que aconteceu depois, mas até agora não se tem notíciasites de apostas roletaque o cantor tenha reconhecido outra filha.
Pai por presunção
Por telefone, a donasites de apostas roletacasa Jéssica (nome fictício),sites de apostas roleta21 anos, conta que recorreu ao Poupatempo para que seu filhosites de apostas roletaseis meses tivesse o nome do pai. "Meu ex-namorado disse que eu podia ter me relacionado com outras pessoas, que ele não tinha certeza (da paternidade)", conta ela.
Quando o Ministério Público o procurou, o rapaz mudousites de apostas roletaideia e registou o menino. "Acho que ele precisava sósites de apostas roletauma prensa", diz a jovem.
O pai pode reconhecer a criança espontaneamente quando é contatado pelo Ministério Público. Em caso contrário, cria-se um processo judicial e um examesites de apostas roletaDNA pode ser solicitado como último recurso. Quem se recusa a realizar o teste é considerado pai por presunção.
Na história do Direito, as leis dificultavam que filhos frutossites de apostas roletarelações extraconjugais fossem reconhecidos - na França, por exemplo, Napoleão chegou a proibir que investigaçõessites de apostas roletapaternidade fossem realizadas.
No Brasil, apenassites de apostas roleta1992 uma lei permitiu que filhos nessas condições pudessem ser registrados no nome do pai da mesma forma que os "filhos legítimos" - hoje, não há mais diferença entre um bebê nascido dentro do matrimônio e outrosites de apostas roletacaso extraconjugal, por exemplo.
'Ser o que não fui'
O ar-condicionado do Poupatempo Itaquera funciona perfeitamente, mas a testa do vigilante Cristiano Gonzaga pinga suor. Dois dias antes, um homem e um garotosites de apostas roleta12 anos apareceram emsites de apostas roletacasa,sites de apostas roletaGuaianases. O vigilante conta o que o homem falou: "Cristiano, esse aqui é o seu filho, e eu sou o tio dele. Nossa família quer que você o reconheça e faça o registro".
Há 12 anos, o vigilante teve um caso com uma garota do bairro. Na época, a jovem engravidou e disse que o filho era dele. "Ela não provou que a criança era minha, como vou abraçar sem provas? A gente não tinha nada sério, quem me garante que ela não ficava com outros caras?", diz ele, hoje com 31 anos.
O bebê foi criado sem a figura paterna. História parecida à do próprio vigilante, cujo pai foi assassinado quando ele tinha dois anos. "Minha mãe foi mãe e pai", diz.
Cristiano procurou o Poupatempo para descobrir se o menino que apareceu emsites de apostas roletaporta é seu filho. "Sobrou para mim o problema, não desejo isso para ninguém."
No órgão, o vigilante pediu um examesites de apostas roletaDNA - deve receber a resultado nos próximos meses. "Eu disse para a criança que, se eu for o pai, vou tentar recuperar o tempo perdido. Ser o que eu não fui. Mas, se der negativo, falei que podemos virar amigos".
'Faltasites de apostas roletadinheiro'
O promotor Maximiliano Führer, que atua na área da Famíliasites de apostas roletaSão Bernardo do Campo, teve a ideia do projeto depoissites de apostas roletaperceber que boa parte dos casos que chegavam a ele eramsites de apostas roletareconhecimentosites de apostas roletapaternidade. "Em 2005, pedi um levantamento para a prefeiturasites de apostas roletaSão Bernando, pensando que eram 200 crianças nessa situação", conta.
"Mas os dados chegaram e, apenas nas escolas da cidade, eram 10 mil crianças sem o nome do pai."
No Poupatempo, o programa começousites de apostas roletanovembrosites de apostas roleta2016 e já atendeu maissites de apostas roleta4 mil pessoas. Na semana passada, ele ganhou menção honrosa no Innovare, prêmiosites de apostas roletapráticas inovadoras na Justiça.
Maximiliano explica que,sites de apostas roletaboa parte das histórias, os homens alegam não ter dinheiro para registrar o filho - alguns cartórios cobram por essa alteração no documento. "É um motivo irrelevante. Esse registro deveria ser gratuito", explica o promotor.
Maximiliano costumava entregar as novas certidõessites de apostas roletanascimento para os filhos que participaram do projeto. "Mas pareisites de apostas roletafazer isso, porque me emocionava sempre. E não tem como trabalhar desse jeito, não é?", diz.
"Talvez diga 'eu te amo'"
Caminhando pela avenida Paulista, a auxiliar administrativa Fabiana Carvalho lembra uma história que seu pai contou: na roçasites de apostas roletaMinas, ele se escondia para ver uma fotografia da filha. "Meu avô achava que os filhos tinham que embranquecer a família e não ter bebês negros como eu", diz, limpando as lágrimas que caem por trássites de apostas roletaóculos.
Em abril, ela vai a Minas Gerais para reencontrar o pai depoissites de apostas roleta33 anos. "Não sei bem o que dizer para ele. Não tenho mágoas, talvez diga 'eu te amo'. Fico imaginando a gente dentrosites de apostas roletaum carro, andando pelo nortesites de apostas roletaMinas. Mas também não sei, não o conheço bem, vai que ele só gostasites de apostas roletaandarsites de apostas roletajumento?"