Temer é 'ótimo' para todos: 'quem bate, ganha aplausos, quem defende, leva dinheiro', diz consultorgloboesporte com spfccrises:globoesporte com spfc
Nas vésperas da votação, o governo liberou centenasgloboesporte com spfcmilhõesgloboesporte com spfcreaisgloboesporte com spfcemendas parlamentares e, com outras ações, atendeu interessesgloboesporte com spfcgrupos específicos, como deputados ligados ao agronegócio (facilitação para pagamentogloboesporte com spfcdívidasgloboesporte com spfcprodutores) egloboesporte com spfcEstados mineradores (aumento dos royaltiesgloboesporte com spfcempresasgloboesporte com spfcmineração). Ambos os grupos deram forte contribuição para enterrar a denúncia.
Mas Temer hoje não oferece vantagens apenas para seus aliados. Seus adversários políticos também ganham com a continuidade do governo, garante Rosa: "Quem bate ganha, quem defende leva. Quem bate ganha voto, ganha aplauso, ganha visibilidade, ganhar credibilidade. E quem defende leva recursos, leva vantagens, leva dinheiro. Então, ele é ótimo porque atende os dois lados".
Já a sortegloboesporte com spfcTemer, acredita o consultor, é a ausênciagloboesporte com spfcprovas "arrebatadoras" e a possibilidadegloboesporte com spfcrivalizar com outro "vilão", no caso o delator Joesley Batista, dono da JBS, que,globoesporte com spfctrocagloboesporte com spfcliberdade, o acusa dos crimesgloboesporte com spfccorrupção passiva e obstrução da Justiça. É uma situação muito mais "fácil", avalia, que a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo contraponto hoje é o juiz "herói" Sergio Moro.
"Se você entender que tudo isso é um drama, com papéisgloboesporte com spfcvilão e herói, Lula tem um contraponto muito difícil. Agora Temer, quando polariza com Joesley, réu confesso que recebeu uma vantagem judicial muito fora do padrão dos outros empresários, tem um contraponto muito melhor", analisa.
"Ali, Temer tomou uma decisão fundamental,globoesporte com spfcqualquer batalhagloboesporte com spfcrelações públicas e política,globoesporte com spfcdecidir quem é o adversário, porque não é a luta do bem contra o mal, podia ser do mal contra o mal, do mal maior contra o mal menor, mas não do bem contra o malgloboesporte com spfcmaneira tão absoluta", observa.
O outro contrapontogloboesporte com spfcTemer no "drama" da JBS - cuja delação trouxe gravação comprometedoragloboesporte com spfcconversa do presidente com Batista, alémgloboesporte com spfcimagensgloboesporte com spfcseu ex-assessor especial Rocha Loures recebendo propinagloboesporte com spfcR$ 500 milgloboesporte com spfcuma mala - é o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
É mais um elemento que ajuda o presidente no Congresso, ressalta Rosa, já que dezenasgloboesporte com spfcparlamentares estão sob investigação da PGR. "Quando ele polariza com o Janot, no tribunal que o julga (a Câmara) está dizendo assim: 'você vai votargloboesporte com spfcmim ou no Janot?' Ele foi hábil e teve sorte porque não apareceram ainda provas arrebatadoras", afirma.
Reequilíbriogloboesporte com spfcPoderes
Nagloboesporte com spfcvisão, o Ministério Público tem sido "hiper demandado" e isso gerou "uma hipertrofia" da instituição, negativa para a democracia.
"Se até o mandato do Presidente da República pode variar sob qualquer pretexto, a qualquer hora, nós estamos cruzando a linha do precipício. Daígloboesporte com spfcdiante é a lei da selva, ninguém sabe o que vem. Então, há instintogloboesporte com spfcautopreservação também (dos parlamentares)", ressalta.
Para o consultor, a vitória na Câmara contra a denúnciagloboesporte com spfcJanot representa um "reequilíbrio entre os poderes muito positivo", a partir da articulação entre Executivo e Legislativo.
"Com esse afã do Ministério Públicogloboesporte com spfcdecidir derrubar um presidentegloboesporte com spfctrês meses, nós estaríamos resvalando numa imprevisibilidade institucional que eu acho extremamente regressiva. Então, a vitória política dele (Temer) é muito mais importante do que ele. Ela mostra que as instituições brasileiras conseguem se equilibrar mesmogloboesporte com spfcmomentosgloboesporte com spfcextremo estresse como nós estamos vivendo".
Crítico do troca-troca presidencial, Rosa considera que o impeachmentgloboesporte com spfcDilma Rousseff foi "golpe", "um escândalo", mas defende agora que Temer conclua seu mandato. E ainda vê vantagem no que muitos classificam como algo antidemocrático e autoritário: que o presidente impopular, "um cão sarnento", "faça as reformas que ninguém quer fazer para não perder votos".
'Belíssima biografia'
Enquanto Temer se livrava da denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na mesma noite Rosa lançava seu último livro, Entre a glória e a vergonha, ao lado do plenário, no Salão Nobre da Câmara. O local e data foram escolhidosgloboesporte com spfcpropósito para coincidir com o dia Dgloboesporte com spfcTemer.
A obra conta um pouco dagloboesporte com spfcvidagloboesporte com spfcconsultorgloboesporte com spfccrises, reunindo causos curiosos ou momento íntimosgloboesporte com spfcfragilidadegloboesporte com spfcpessoas importantes como o senador Renan Calheiros (PMDB), o escritor Paulo Coelho, o marqueteiro Duda Mendonça, o cantor Roberto Carlos, o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e o empresário Abílio Diniz. Em vinte anos, Rosa atendeu grandes empresas por muito dinheiro, e outros clientes, como políticos,globoesporte com spfcgraça, acumulando créditos para favores futuros.
Em meio ao caos da votação da denúncia, passaram pelo lançamento Calheiros, hoje seu amigo, o senador José Serra (PSDB), os ministros Gilberto Kassab (Comunicações) e Mendonça Filho (Educação), além do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que, aliás, já leu o livro.
Quem também já conferiu a obra foi Temer. "Me enviou um telegrama: 'belíssima biografia'", contou.
A decisãogloboesporte com spfcescrever o livrogloboesporte com spfcmemórias veiogloboesporte com spfcum momentogloboesporte com spfccrise do próprio autor, que foi alvo da operação Acrônimo da Polícia Federalgloboesporte com spfc2015, por ter contratado anos antes a empresagloboesporte com spfcCarolina Oliveira, assessoragloboesporte com spfcimprensa hoje mulhergloboesporte com spfcFernando Pimentel (PT), governadorgloboesporte com spfcMinas Gerais.
A suspeita é que os contratos tivessem relações com transações irregulares entre empresas e o BNDES. Rosa diz que apenas subcontratou Oliveira para atender algunsgloboesporte com spfcseus clientes e que todos os serviços e pagamentos estão comprovados.
Como a partir daí teve que quebrar o sigilogloboesporte com spfcsua operações, decidiu escrever o livro para explicar seu trabalho.
Suas críticas ao Ministério Público, afirma, nada tem a ver com o fatogloboesporte com spfcter sido "vítimagloboesporte com spfcuma bala perdida" da operação, o que, segundo ele, acabou lhe trazendo um rico aprendizado ao viver na pele o que muitosgloboesporte com spfcseus clientes passaram.
"Não falo isso porque tenho raiva do que aconteceu comigo, pelo contrário, o que aconteceu comigo foi dolorosíssimo, mas foi transformador", garante.
"Entendo como coisa do destino, acidentegloboesporte com spfctrabalho. Vivigloboesporte com spfcum ambiente perigoso a vida inteira, assim como um funcionário que trabalha na redegloboesporte com spfcenergia elétrica. Fazia parte do meu risco, do meu negócio, mas na hora que você toma o choque, evidentemente você desmaia ou morre."