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Óvnis no Brasil: o que foi a Operação Prato, investigação da ditadura sobre fenômenos ufológicos:smile slots
"Infelizmente, todos os militares que participaram da Operação Prato já morreram. O último, aliás, foi o capitão Hollanda", lamenta o jornalista e ufólogo Ademar José Gevaerd, editor da revista UFO. "A Aeronáutica afirma que todas as informações relativas à Operação Prato já foram disponibilizadas, mas não acredito nisso", afirma.
Em agostosmile slots1997, Gevaerd recebeu um telefonema do capitão Hollanda, querendo agendar uma entrevista. Na mesma hora, ele e o coeditor da revista, Marco Antônio Petit, viajaram até Cabo Frio, na região dos Lagos fluminense.
Em casa, o coronel reformado contou detalhes da operação. Voltou a relatar os seus muitos avistamentos, admitiu que teve medosmile slotsser abduzido e revelou que a investigação foi amplamente documentada. Sósmile slotsfotografias havia maissmile slots500. Isso sem falar das 16 horassmile slotsfilmagens (nos formatos Super-8 e Super-16) esmile slotsum calhamaçosmile slots2 mil páginassmile slotsrelatórios.
"Aquele monstro azul, embora tivesse um brilho muito forte, podia ser olhado diretamente sem que ardessem as vistas", declarou à revista UFO.
Dois meses depoissmile slotsconceder a bombástica entrevista, o coronel Hollanda tirou a própria vida, enforcando-se no quartosmile slotscasa com a corda do roupão. Houve quem especulasse que ele teria sido assassinado por revelar informações sigilosas e colocar a segurança nacionalsmile slotsrisco. Ou, ainda, quem assegurasse que Hollanda não morreu: apenas mudousmile slotsidentidade e deixou o país.
Gevaerd rebate essas versões. "Não acreditosmile slotsqueimasmile slotsarquivo ou teoria da conspiração. Ele já havia tentado o suicídio antes", diz.
'Raios luminosos'
Por essas e outras razões, a Operação Prato continua a ser apontada por ufólogos do Brasil inteiro como um dos mais intrigantes casossmile slotsavistamentosmile slotsovnis já registrados no país. Os primeiros relatos começaram a surgirsmile slotssetembrosmile slots1977.
Os habitantessmile slotsColares, Mosqueiro e Ananindeua, entre outros povoadossmile slotsBelém, garantem ter sido atacados por "raios luminosos" vindos do céu.
"Dois orifícios paralelos, como se agulhas tivessem penetrado a pele das pessoas", descreveu a psiquiatra Wellaide Cecim Carvalho, então diretora da Unidadesmile slotsSaúdesmile slotsColares, vilasmile slotspescadores a 96 km da capital, à equipe do programa Linha Direta - Mistério, exibidosmile slots25smile slotsagostosmile slots2005.
Segundo relatos da médica, os pacientes davam entrada no postosmile slotssaúde com sintomassmile slotsanemia, tontura e febre e, ainda, marcassmile slotsqueimadurasmile slotsprimeiro grau pelo corpo. Logo, o fenômeno foi apelido pelos ribeirinhossmile slots"chupa-chupa" ou "luz vampira".
"Nunca me esqueci do pânico estampado no rosto das pessoas que diziam ter sofrido ataques por luzes que desciam dos céus e extraíam sangues delas", recorda o jornalista Carlos Mendes. Escalado para cobrir o caso pelo jornal O Estado do Pará, calcula ter entrevistado 80 testemunhas.
Tomados pelo pavor, os moradores da região se uniram para afugentar os invasores. Não passava pela cabeça deles que o intruso pudesse sersmile slotsoutro planeta. A hipótese mais provável era obra do demônio ou castigo divino.
À noite, famílias inteiras acendiam fogueiras, batiam latas e soltavam fogossmile slotsartifício. Outras, mais religiosas, rezavam o terço. Outras, ainda, empunhavam paus, pedras e espingardas. Diante do desespero da população, o prefeito pediu socorro às Forças Armadas.
Foi quando o coronel Camilo Ferrazsmile slotsBarros, chefe da 2ª Seção do Comar 1, convocou o capitão Hollanda, então comandante do Para-Sar, um esquadrãosmile slotselite da Força Aérea Brasileira (FAB) que realizava operaçõessmile slotsbusca e salvamento, para chefiar a missão.
'Castigo divino' x 'ação comunista'
Durante quatro meses, Hollanda e seus homens permaneceram no litoral do Pará, munidossmile slotsbinóculos, câmeras fotográficas e máquinas filmadoras, entre outras engenhocas. De dia, entrevistavam as vítimas dos ataques e as testemunhas dos avistamentos. À noite, se revezavam para monitorar o céu.
"A Operação Prato foi a maior missão militar para investigar ovnissmile slotsque se tem notícia no mundo", classifica Gevaerd. Thiago Luiz Ticchetti, presidente da Comissão Brasileirasmile slotsUfólogos (CBU), concorda: "O que mais me impressiona é o fatosmile slotstermos investigado algo tão incrível e, ainda hoje, não sermos capazessmile slotsexplicar o que aconteceu."
A equipe chefiada pelo capitão Hollanda contava, entre outros, com o 1º tenente médico Pedro Ernesto Póvoa. No dia 26smile slotsoutubrosmile slots1977, o psiquiatra foi a um vilarejo chamado Santo Antôniosmile slotsUbintuba, no municípiosmile slotsVigia, ouvir relatossmile slotsavistamentos e ataquessmile slotsluzes insólitas.
Na horasmile slotsredigir seu relatório, o psiquiatra deu o veredicto: "Histeria coletiva".
"Depois que os fatos ganharam as manchetes dos jornais, militares da Aeronáutica tentaram controlar a imprensa. Diziam que nós, repórteres, estávamos agindo com sensacionalismo e que as notícias publicadas só serviam para causar pânico", afirma o jornalista Carlos Mendes.
A certa altura da operação, agentes do antigo Serviço Nacionalsmile slotsInformações (SNI) foram chamados para ajudar nas investigações.
Jorge Bessa era um dos oficiais do SNI deslocados para Belém. Em seu primeiro dia na Ilha do Mosqueiro, a 80 km da capital, avistou, por volta das 8h da noite, um objeto luminoso.
"Ele piscou três vezes, realizou pequenas manobras e,smile slotsseguida, desapareceusmile slotsgrande velocidade. Não deixou dúvidassmile slotsque obedecia a um comando inteligente", relata Bessa, que narrou suas aventuras no livro Discos Voadores na Amazônia, lançado no ano passado. "O fenômeno era visível a todos. Bastava olhar para o céu", diz.
Acervo
Quarenta anos depois, ufólogos ainda tentam ter acesso ao material coletado durante a Operação Prato. "Onde estão as fotos que o capitão Hollanda esmile slotsequipe tiraram? E as filmagens? Que fim levou esse material?", indaga Thiago Luiz Ticchetti, da CBU.
Por intermédiosmile slotssua assessoriasmile slotsimprensa, a Aeronáutica informou que todo o material disponível sobre ovnis já foi encaminhado ao Arquivo Nacional. E mais: não dispõesmile slotsprofissionais especializados para realizar investigações científicas ou emitir parecer a respeito deste tiposmile slotsfenômeno aéreo.
Mas nem sempre foi assim. Entre 1969 e 1972, a Aeronáutica chegou a ter um órgão específico para tratar do assunto. Até ser extinto pelo governo militar, o Sistemasmile slotsInvestigaçãosmile slotsObjetos Aéreos Não Identificados apurou maissmile slots70 casossmile slotsavistamentossmile slotsdiscos voadores.
Hoje, o acervo sobre ovnis é um dos mais visitados do Arquivo Nacional. Só nos últimos 30 dias, foram quase 12 mil acessos. Do totalsmile slots753 relatórios disponibilizados, material que abrange um períodosmile slots63 anos (1952-2015), apenas seis dizem respeito à Operação Prato. Vãosmile slots2smile slotssetembrosmile slots1977 a 28smile slotsnovembrosmile slots1978 e englobam 15 municípios do interior do Pará.
"O material disponível para consulta pública é apenas a ponta do iceberg", afirma o ufólogo Edison Boaventura Júnior, presidente do Grupo Ufológico do Guarujá (GUG).
Segundo Gevaerd, a filha do brigadeiro Protásio, uma pedagoga aposentada, é uma das poucas felizardas que tiveram acesso às filmagens ultrassecretas. "Entre outros fatos aterradores, ela cita a nave-mãe pairando sobre o rio Amazonas", alega.
Outra cena impressionante, aponta Edison, é a que revela um ovni submergindo nas águas do rio Tapajóssmile slotsplena luz do dia. A filmagem, segundo o ufólogo, teria sido feita pelo sargento João Flávio Costa, o braço-direito do capitão Hollanda.
"A única certeza que tenho é que estamos diantesmile slotsum dos maiores enigmas da ufologia. E mais: os avistamentos não acabaram", diz Edison, alegando que "40 anos depois, discos voadores continuam aparecendo naquela região".
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