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Temer deixa G20 sem ter realizado nenhum encontro fechado com outro líder:cbet quizlet
Antecessoracbet quizletTemer, a ex-presidente Dilma Rousseff manteve agendas bilaterais nas cinco cúpulas do G20 das quais participou, ocasiõescbet quizletque se reuniu com líderescbet quizletpaíses como Alemanha, Índia, China, Rússia, Canadá, Espanha, Argentina, Itália, Turquia, entre outros.
Levantamento realizado pela BBC Brasil a partircbet quizletregistros do Palácio do Planalto indica que, desde 2009, um presidente brasileiro não passava pelo G20 sem realizar reuniões bilaterais.
Naquele ano, o encontrocbet quizletPittsburgh, nos Estados Unidos, foi realizadocbet quizletsetembro, logo após a Assembleia Geral da ONU,cbet quizletNova York, onde o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia realizado encontros com líderescbet quizletcinco países (Espanha, Nova Zelândia, Ucrânia, Hungria e Irã).
O próprio Temer realizou no encontro do G20cbet quizlet2016, na China, quatro reuniões bilaterais, com líderescbet quizletJapão, Itália, Espanha e Arábia Saudita. Na ocasião, ele havia acabadocbet quizletser confirmado no cargo, após a condenaçãocbet quizletDilma no processocbet quizletimpeachment.
Dessa vez, ele próprio enfrenta uma grave crise política e chegou a anunciar que não iria ao G20 - mas recuou e acabou confirmandocbet quizletpresença na segunda-feira, poucos dias antes do início do evento, na última sexta-feira.
Decisãocbet quizletcima da hora
Analistas ouvidos pela BBC Brasil entendem que esse foi o principal motivo que impediu a programaçãocbet quizletreuniões bilaterais. Um almoço que ocorreria com a chanceler Angela Merkelcbet quizletBerlim antes da cúpula acabou desmarcado.
"Entendo que a decisãocbet quizletvir aqui foi feitacbet quizletcima da hora. Claramente, dada a situação política do Brasil nesse momento, ele sente muita pressão para lidar comcbet quizletagenda doméstica. Então, não acredito que seja um reflexocbet quizletoutros chefescbet quizletgoverno (tentando evitar Temer)", disse à BBC Brasil Thomas Bernes, do Centro Internacional para a Inovação na Governança, que estava presente na cúpula como integrante do T20, uma agremiaçãocbet quizletthink tanks (instituiçõescbet quizletpesquisas) sobre o G20.
"Essas agendas (bilaterais) são organizadas cedo. Cada líder tem muito pouco tempo, e esses são encontros críticos para os países. É burocrático marcar, então, tentar organizar algo no último minuto é muito difícil. Você acaba tentando pegar alguém no café ou nos drinks depois da orquestra (os líderes assistiram a um concerto na sexta)", observou.
Foi o que aconteceu com Temer. Nos intervalos das reuniões do G20, ele teve conversas rápidas,cbet quizletalguns minutos, com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente americano, Donald Trump.
Essas conversas são diferentescbet quizletencontros reservados, marcados previamente, que permite uma discussão mais consistente e indica mais compromisso dos países com a agendacbet quizletdiscussão.
Além disso, Temer também se reuniu com Macri e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, compromisso que já estava previamente previsto na agenda do presidente argentino. O encontro serviu para conversas sobre as negociações, que já se arrastam há algum tempo, para um acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.
'Êxito'
Questionada sobre a faltacbet quizletreuniões bilaterais, a Secretariacbet quizletComunicação da Presidência citou as conversas informais e esse encontro para avaliar a viagem como muito "exitosa".
Destacou também que Merkel o convidou para retornar à Alemanha - os dois ainda não tiveram qualquer encontro bilateral. Em pouco maiscbet quizletum anocbet quizletgoverno, Temer e Merkel nem mesmo trocaram um telefonema. A alemã encontrou Dilma anualmente durante o governo da petista.
O professorcbet quizletrelações internacionais da FGV Oliver Stuenkel também considera que Temer haver chegado a anunciar que não iria ao G20 foi o principal motivo da ausênciacbet quizletencontros bilaterais.
Ele considera, porém, que diante da grave crise política que o governo atravessa, reuniões desse tipo não teriam gerado tantos benefícios ao país. Segundo ele, os sinaiscbet quizletque aumentou o riscocbet quizletquedacbet quizletTemer atrapalham o diálogocbet quizletlongo prazo com outros países.
"Na negociaçãocbet quizletpolítica externa,cbet quizletcredibilidade depende dacbet quizletcapacidadecbet quizletassegurar que vocêcbet quizletfato estará lá para implementar o que está propondo. Além disso, o Brasil não tem muita capacidadecbet quizletprestar atenção nessas questões internacionais agora. Esse governo dedica 80% do seu tempo paracbet quizletprópria sobrevivência", afirmou.
Importância dos encontros
Segundo Stuenkel, encontros bilaterais são importantes para estabelecer um contato mais direto com os outros líderes, o que pode ser útilcbet quizletmomentoscbet quizletcrise, na negociação para que o país ocupe cargos importantescbet quizletorganismos multilaterais e até mesmo para construir uma narrativa positiva sobre o país para atraçãocbet quizletinvestimentos.
"A relação pessoal é fundamental para o casocbet quizletsurgir um problema específico. Por exemplo, um tema relevante para o Brasil discutir nesse momento é a Venezuela. Seria importante Temer saber o quecbet quizletfato o Trump está pensando sobre essa crise", observou.
Temer ainda não teve um encontro oficial com Trump - o americano já se reuniu com outros líderes latinos como os presidentescbet quizletPeru, Argentina e Colômbia. No G20, teve uma reunião bilateral com o presidente mexicano Enrique Peña Nieto.
Alguns analistas, porém, consideram que a baixa popularidadecbet quizletTemer e as denúncias que ele enfrenta tendem a reduzir o interessecbet quizletoutros líderescbet quizletmanter encontros com ele. "Poucos participantes do G20 veriam muito valorcbet quizletse encontrar com Temer", acredita o especialistacbet quizletAmérica Latina e presidente emérito do centrocbet quizletpesquisas Inter-American Dialogue, Peter Hakim.
"A crisecbet quizletgoverno, os retrocessos econômicos e os escândaloscbet quizletcorrupção fizeram com que a maioria dos principais países do mundo e agências internacionais se tornasse cautelosa sobre manter relações próximas com o Brasil", destaca.
'Eleição para recuperar brilho'
Para Thomas Bernes, o Brasil está apagado agora, mas pode recuperar o brilho após a eleiçãocbet quizletum novo presidente.
"Foi o caso do Canadá, após a eleiçãocbet quizletJustin Trudeau, e da França agora, com Macron. Eles foram grandes ativos na melhora da imagem dos dois países. Então, sim, penso que um líder fresco pode trazer uma uma mensagem muito positiva nova e fortalecer a voz do país nas discussões internacionais", notou.
Segundo ele, o Brasil não é o único a ter perdido brilho internacionalmente.
"O Brasil era muito ativo nas discussões e liderava várias delas. Isso está fazendo falta, é triste. Mas o Brasil não é o único (a ter perdido prestígio). O Reino Unido, que tradicionalmente tem sido um líder, está quase invisível aqui", acrescentou.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, perdeu força após o fraco resultado alcançado nas últimas eleições parlamentares e tem a missãocbet quizletconduzir a difícil saída do Reino Unido da União Europeia..
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