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Os brasileiros que superaram o 'ensino massificador e chato' e viraram campeões da matemática:maquinas caca niqueis
Nesse nível, espera-se que os jovens interpretem e reconheçam situações "em contextos que não exigem mais do que uma inferência direta", ou extraiam informações relevantesmaquinas caca niqueisuma única fonte e utilizem modos simplesmaquinas caca niqueisrepresentação. A maioria dos alunos brasileiros não consegue fazer isso.
O nível 2,maquinas caca niqueisuma escala que vai até o 6, é o patamar que a OCDE considera necessário para que os jovens possam exercer plenamentemaquinas caca niqueiscidadania.
A nota média dos brasileirosmaquinas caca niqueismatemática no PISA 2015 foimaquinas caca niqueis377 pontos, significativamente inferior à média da OCDE (490), que reúne as economias mais desenvolvidas do mundo. E, embora a nota na área tenha subido 21 pontosmaquinas caca niqueis2003 a 2015, caiu 11 pontos no intervalo entre os dois últimos exames (2012-2015). No ranking geral do PISA, o Brasil ficoumaquinas caca niqueis63º lugar entre 70 países participantes.
Ex-noviça
Nota ruimmaquinas caca niqueismatemática nunca fez parte da vidamaquinas caca niqueisLucy Pereira, alunamaquinas caca niqueisuma escola da zona ruralmaquinas caca niqueisBom Jesus do Itabapoana, no noroeste fluminense. A jovem pensavamaquinas caca niqueisser freira e ficou dos 16 aos 24 anos como noviça numa instituição voltada para a caridade. Depois que desistiu da vida religiosa, recomeçou os estudos no 6º ano do ensino fundamental.
Um dia disseram que havia uma prova nova, a Olimpíada Brasileiramaquinas caca niqueisMatemáticamaquinas caca niqueisEscolas Públicas (OBMEP), e ela resolveu fazer. Ganhou medalhamaquinas caca niqueisouro.
Depois disso vieram mais duas pratas e outro ouro, e Lucy entrou para o programamaquinas caca niqueisiniciação científica oferecido aos medalhistas pelo Ministériomaquinas caca niqueisCiência e Tecnologia por intermédio do Impa (Institutomaquinas caca niqueisMatemática Pura e Aplicada), centromaquinas caca niqueisexcelênciamaquinas caca niqueispesquisas e pós-graduação no setor. O Impa é um dos organizadores da Olimpíada Brasileiramaquinas caca niqueisMatemática (OBM) e realiza também a OBMEP.
Lucy terminou o ensino fundamentalmaquinas caca niqueis2016. Aos 31 anos, começou neste ano o ensino médio no IFF (Instituto Federal Fluminense), onde faz curso técnicomaquinas caca niqueisagropecuária. Seus pais, um motoristamaquinas caca niqueistransporte escolar e uma merendeira, têm dez vacas, e ela quer ajudar a família a gerir o pequeno rebanho. Mas seu sonho mesmo é fazer Engenharia Civil.
"Quando saí do convento, estava depressiva e voltar a estudar já adulta parecia difícil. A matemática me mostrou um rumo. Podem achar que passei da idade, mas dá tempo ainda", afirma.
Problema crônico
O diretor do Impa, Marcelo Viana, diz que, apesar dos avanços nos últimos anos, históriasmaquinas caca niqueissucesso na matemática ainda convivem com o problema crônico do ensino da disciplina. Na avaliação dele, a formação do professor é deficiente, tantomaquinas caca niqueistermosmaquinas caca niqueisconteúdo comomaquinas caca niqueismétodomaquinas caca niqueisensino.
Além disso, afirma, a escola pública brasileira tem problemas que vão da infraestrutura (faltamaquinas caca niqueisprofessor e biblioteca) aos baixos salários dos docentes, e isso se reflete no desempenho dos alunos.
Viana critica especialmente o que chamamaquinas caca niqueis"ensino massificador e chato", baseado apenas na memorizaçãomaquinas caca niqueisfórmulas e na imposiçãomaquinas caca niqueisconteúdo - "justamente o que a matemática não é".
Crianças pequenas costumam ter interesse pelos números, que, para eles, ainda incluem brincadeirasmaquinas caca niqueiscontagem e medição. É a época dos problemas sobre figurinhas, pontosmaquinas caca niqueisjogosmaquinas caca niqueisfutebol e divisãomaquinas caca niqueisbalas. Viana situa na virada para oos anos finais do ensino fundamental, a partir do 6º ano, o momentomaquinas caca niqueisque a matéria se torna bicho-papão para criançasmaquinas caca niqueis11, 12 anosmaquinas caca niqueisidade.
"Tudo vai ficando mais abstrato, como um jogo arbitráriomaquinas caca niqueisque ninguém entende por que menos com menos dá mais, mas tem que colocar isso na prova. Cabe ao professor mostrar que a matemática ainda pode ser relacionada a coisas concretas", avalia. Para tentar conquistar mais crianças, o Impa estuda começar os campeonatos já no ensino fundamental I (do primeiro ao quinto ano) e não mais, como hoje, apenas a partir do 6º.
O Brasil também celebramaquinas caca niqueis2017 e 2018 o Biênio Internacional da Matemática e sediará eventos como a Olimpíada Internacionalmaquinas caca niqueisMatemática, neste ano, e o Congresso Internacionalmaquinas caca niqueisMatemáticosmaquinas caca niqueis2018. Outros eventos já começam a acontecer, como o Festivalmaquinas caca niqueisMatemática no Rio (27 a 30maquinas caca niqueisabril), com palestras e atividades voltadas para crianças, jovens e adultosmaquinas caca niqueisvárias idades.
Vencer as dificuldades
A engenheira Alessandra Yoko Portella,maquinas caca niqueis25 anos, foi palestrante do festival. Contou como, pequenininha, tirou uma nota ruim e precisoumaquinas caca niqueisuma professora particular. Depois disso, o desafiomaquinas caca niqueisvencer as dificuldades acabou se transformandomaquinas caca niqueisprazer, medalhas e carreira.
Como aluna do Colégio Pedro 2º, foi medalhista da OBMEP e entrou para o programamaquinas caca niqueisiniciação científica, completandomaquinas caca niqueisformação com aulas extrasmaquinas caca niqueismatemática. Passou para Engenhariamaquinas caca niqueisControle e Automação na UFRJ, concluiu parte do curso numa universidade americana e hoje trabalha numa empresamaquinas caca niqueisengenharia e softwares.
"Na engenharia, a gente aplica matemática ao cotidiano, e tento mostrar isso aos jovens."
Entre as históriasmaquinas caca niqueissucesso e o fracasso dos estudantes que, ao contráriomaquinas caca niqueisAlessandra, desistemmaquinas caca niqueisentender a matéria depoismaquinas caca niqueisuma nota ruim, o diretor do Impa destaca a genialidade individual - "Neymar é Neymar, Artur Avila é Artur Avila". Diz, porém, que a escola temmaquinas caca niqueisidentificar talentos no conjunto dos alunos e criar oportunidades para eles, sem abandonar os demais estudantes.
Desde criança
Como Neymar, Artur Avila,maquinas caca niqueis37 anos, começou cedo. "Desde criança gostavamaquinas caca niqueisnúmeros grandes, tentava entender a multiplicação muito antesmaquinas caca niqueiso assunto ser faladomaquinas caca niqueissalamaquinas caca niqueisaula", conta o matemático à BBC Brasil. Ex-aluno do São Bento e do Santo Agostinho, escolas particulares tradicionais do Rio, tinha 13 anos quando ganhou a primeira medalhamaquinas caca niqueisbronze na OBMmaquinas caca niqueis1992.
Seguiu colecionando medalhas no Brasil e,maquinas caca niqueis1995, foi ouro na Olimpíada Internacionalmaquinas caca niqueisMatemática. Ao final do ensino médio, entrou direto no mestrado do Impa, com 16 anos. Fez a graduaçãomaquinas caca niqueisparalelo, por exigência da legislação brasileira, e o doutorado. Em 2014, com 35 anos, recebeu a medalha Fields. Hoje se divide entre pesquisas no Impa e no CNRS (Centro Nacionalmaquinas caca niqueisPesquisas Científicas), na França.
Avila afirma que também na França é questionado sobre as dificuldades do conjunto dos alunos com a disciplina, apesar da existênciamaquinas caca niqueiscentrosmaquinas caca niqueisexcelência. A quem gosta, diz que é preciso estudar sempre e, muitas vezes, sozinho. Ao mesmo tempo, incentiva ele, se tratamaquinas caca niqueisuma ciência democrática, que absorve estudiososmaquinas caca niqueisperfis diferentes, dos extrovertidos aos caladões: "A matemática aceita todo mundo".
Graças ao professor
No mundo da matemática, há lugarmaquinas caca niqueishonra para Cocal dos Alves, município piauiense com 5,7 mil habitantes. No ranking do IDH (Índicemaquinas caca niqueisDesenvolvimento Humano) dos 5.565 municípios brasileiros, Cocal está na 5.535ª posição. Os indicadoresmaquinas caca niqueisrenda, educação e expectativamaquinas caca niqueisvida na cidade melhoraram muito nos últimos anos, mas o IDH ainda é considerado muito baixomaquinas caca niqueisCocal. De lá saiu Sandoel Vieira,maquinas caca niqueis23 anos, doutorando no Impa.
Alunomaquinas caca niqueisescola pública e vindomaquinas caca niqueisuma família muito humilde - seu pai é autônomo e não sabe ler,maquinas caca niqueismãe sabe apenas escrever o nome -, Sandoel disse quemaquinas caca niqueisvida começou a mudar graças ao professormaquinas caca niqueismatemática Antônio Amaral, na Escola Estadual Augustinho Brandão.
"A matéria, até então, era igual a qualquer outra", lembra. Foi Amaral que, com o apoio da direção da escola, começou a preparar os alunos para as OBMEPs, e as medalhas foram chegando.
Só Sandoel ganhou cinco delas, trêsmaquinas caca niqueisouro e duasmaquinas caca niqueisbronze.
Ele foi alunomaquinas caca niqueisAmaral a partir do sétimo ano, numa escola municipal, e depois na Augustinho Brandão. A ideia se espalhou pela rede públicamaquinas caca niqueisCocal, e o município virou um fornecedormaquinas caca niqueismedalhistas emaquinas caca niqueisbons alunos. Vários, como Sandoel, se tornaram os primeirosmaquinas caca niqueissuas famílias a cursar o ensino superior. O rapaz se graduoumaquinas caca niqueismatemática, fez mestrado e emendou o doutorado no Impa.
Sandoel diz que não saberia como seriamaquinas caca niqueisvida sem a matemática. Seus conselhos a quem gosta dos números são estudar sempre e aproveitar as oportunidades.
Os planos para o futuro incluem o pós-doutorado, um pouco maismaquinas caca niqueisestudo e a volta para o Piauí para tentar ser professor: "Quero devolver à sociedade um pouco do que recebi".
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