'Ninguém tem 64 cabeças no currículo': secretário reconhece 'fracasso'jogo slotsgestãojogo slotscadeias no Amazonas:jogo slots

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Legenda da foto, Visão por meiojogo slotsburacojogo slotsbalajogo slotssala da direção do Compaj,jogo slotsManaus; situação no sistema ainda éjogo slots'caos', diz secretário

Na virada do ano, o complexo prisional foi palcojogo slotsuma rebelião que terminou com 56 mortos, dezenasjogo slotsfugas e armas apreendidas,jogo slotsuma disputa entre detentos ligados às facções criminosas Família do Norte (FDN) e Primeiro Comando da Capital (PCC). Outras duas unidades tiveram oito mortes.

O secretário diz que a presençajogo slotsarmasjogo slotsfogo dentro dos presídios do Estado é uma realidade, como foi evidenciado na maior chacina no sistema prisional brasileiro desde o Carandiru,jogo slots1992.

"Os presos têm rivalidade na rua e ela continua aqui (na cadeia). Eles precisam ter defesa, então colocam armas para dentro. E temjogo slotstodos os presídios. No Amazonas temjogo slotstodos", afirma ele, que classifica seu trabalho como "muito ingrato".

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Legenda da foto, Pedro Florêncio fala a presosjogo slotscentrojogo slotsdetenção provisóriajogo slotsaula inauguraljogo slotscurso técnicojogo slotsnovembrojogo slots2015; gestão baseadajogo slotsdiálogo 'fracassou', afirma secretário

"Toda semana entrojogo slotspresídio para procurar objeto proibido. O que tenho dito é que ele (armamento) não entra voando. Ou entra na mãojogo slotsvisita oujogo slotsfuncionário. Como fiz para mudar isso? Pedi raio-X, raquete (detectoresjogo slotsmetais) e aumento da fiscalização."

Florêncio afirma fazer o possível para evitar a entradajogo slotsarmasjogo slotsfogo nas unidades, mas diz esbarrar na "natureza corrupta" do homem, sugerindo irregularidades no próprio sistema que gerencia.

"O problema é que no meio desse caminho tem uma coisa chamada ser humano, que por natureza é corrupto. As pessoas encarregadasjogo slotsfiscalizar direito não o fazem. A apreensãojogo slotsarmasjogo slotsfogo é mínima, só achamos se o preso denuncia. A capacidade que eles têmjogo slotsesconder é absurda", afirmou.

O governo do Amazonas aposta na gestão privadajogo slotspresídios, modelo que entroujogo slotsxeque na atual crise - apenasjogo slots2016, repassou cercajogo slotsR$ 300 milhões à empresa responsável pela administração do Compaj e outras cinco unidades prisionais.

O secretário afirma que ainda há armasjogo slotsfogo dentro do Compaj, e que nem uma vistoria do Exército com detectoresjogo slotsmetais conseguiu identificá-las - por isso recomendou que a comissão da sociedade civil que esteve no complexo na terça-feira não entrasse na unidade masculina.

Gestão

Ex-policial federal, Florêncio enumera medidas que diz ter tomado para facilitar o diálogo com os presos, como mais tempo para visitas, liberaçãojogo slotsvisitas aos feriados e assistência a famíliasjogo slotsdetentos. Mas se diz desapontado pelos resultados.

"Nenhum outro secretário, o mais corrupto ou o mais opressor, tem no currículo 64 cabeças separadasjogo slotscorpo. Ainda dessa forma, o resultado foi esse."

O secretário diz combater o usojogo slotsviolência pelo Estado contra presos. Afirma que o Estado deve administrar detentos com o mesmo esforço que teve para prendê-los, mas admite que essa visão é "utópica".

"Isso é utopia. Falo para continuar acreditando, mas isso é fracassado. Fiz o que nunca ninguém fez aqui e olhe o resultado", afirma.

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Legenda da foto, Detentos na cadeia pública Raimundo Vidal Pessoa, reativada após massacrejogo slotsoutra unidade; presos estão 'aterrorizados', diz Pedro Florêncio

Diante do saldojogo slotsrebeliões e mortes, Florêncio afirma ser impossível controlar uma "multidãojogo slots1,2 mil homens"jogo slotsum eventual novo motim.

Superlotado, o Compaj abrigava 1.224 presos, quase o triplojogo slotssua capacidade,jogo slots454 detentos.

"Eu tenho menosjogo slotsmeia dúziajogo slotspoliciais aqui e os agentes não têm como conter uma massa dessa. Os caras batem o pé e eles (agentes) correm. E tem que correr mesmo para preservar a vida e não ficarjogo slotsrefém. Não há mecanismosjogo slotssegurar uma massa", afirmou.

O secretário aponta fracassos na gestão e ausênciajogo slotsrecursos para enfrentar a crise, e se mostra resignado ao afirmar que as mortes ocorreram "porque eles iam fazer independentejogo slotsqualquer coisa". As mortes, afirmam especialistas e autoridadesjogo slotssegurança, estão ligadas a um conflito nacional entre as facções Comando Vermelho (associada à Familia do Norte) e PCC.

A única solução para minimizar a crise, diz Florêncio, é estabelecer o diálogo nas unidades para que os internos aprendam a cumprir ordens e ter disciplina. "Porque se tivessem aprendido isso, não estariam aqui dentro."

Detentos 'aterrorizados'

O secretário afirmou que os presos levados para a cadeia pública Raimundo Vidal Pessoa, reativada após a rebelião no Compaj, estão "aterrorizados".

As condições do local, visitado pela BBC Brasil, são precárias: há paredes mofadas e cheirojogo slotsfezes por todo o ambiente. Internos relataram que chegam a tomar água do vaso sanitário. E no último domingo (8) quatro detentos foram mortosjogo slotsum confronto entre presos.

O presídio, que Florêncio descreve como "calabouço", havia sido desativadojogo slotsoutubrojogo slots2016, mas foi reaberto para abrigar presos ligados ao PCC, alvo na rebelião no Compaj.

"Eu fiz um esforço para desativar a Vidal porque aquele lugar é absolutamente impróprio para encarcerar gente. Mas a gente teve que fazer isso (reabri-lo) porque eles iam matar mesmo", afirmou.

Ele diz que os internos da cadeia estão "aterrorizados". "Imagine o estadojogo slotschoque. Essas pessoas estavam amarradas no Compaj quando viram seus companheiros terem as pernas, cabeças e coração arrancados. Aí, chegam na Vidal e viram com outros. Agora, todo mundo é ameaça para elas."