'Mantemos compromisso com Michel Temer', diz líder do PSDB sobre caso Geddel:mais apostas

Aécio Neves e Antônio Imbassahy

Crédito, Agência Brasil

Legenda da foto, Imbassahy (à dir.) nega que PSDB queira conquistar podermais apostasmeio à crise

"O encontro já estava marcado, não tem a ver com Geddel", afirmou Imbassahy.

Auxiliares do partido, entretanto, afirmam que o pedidomais apostasdemissão do ex-ministro, acusado pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero,mais apostaspressioná-lo para liberar uma obramais apostasque tem interesse pessoal, "inevitavelmente" será pauta do almoço.

"Digamos que agora eles terão mais um assunto pra discutir", diz um deles, reservadamente.

O propósito inicial do almoço era aproveitar um encontro nacionalmais apostasprefeitos tucanos,mais apostasBrasília, para "revelar ao presidente a força nacional do partido", que elegeu 803 prefeitos na última eleição.

Geddel Vieira

Crédito, Agência Brasil

Legenda da foto, Geddel Vieira se demitiu após as acusaçõesmais apostasMarcelo Calero

'Excelente conteúdo'

Depoismais apostasCalero, Romero Jucá (Planejamento), Henrique Alves (Turismo), Fábio Osório (AGU) e Fabiano Silveira (Transparência), Geddel é o sexto ministro a deixar o governo Temermais apostassete meses.

A situação dele se complicou quando o ex-ministro da Cultura prestou depoimento à Polícia Federal dizendo que foi pressionado para liberar a construçãomais apostasum prédio embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Geddel assume que comprou uma unidade no prédio, mas nega pressão.

O próprio presidente da República, segundo Calero, teria intervindo a favormais apostasGeddel, "enquadrando" o ex-ministro da Cultura a resolver o impasse.

Na avaliaçãomais apostasImbassahy, o ministro recém-afastado "fez uma cartamais apostasdemissãomais apostasexcelente conteúdo".

No texto, dirigido ao "fraterno amigo Michel Temer", Geddel afirma que as críticas se "avolumaram" e pede desculpas pela "dimensão" alcançada pelo caso.

"Sigo como ardoroso torcedor do nosso governo, capitaneado por um presidente sério, ético e afável no trato com todos", prossegue Geddel.

Para o líder tucano, Temer agiu bem ao não afastar Geddel assim que as denúncias vieram à tona.

"O presidente tem experiência suficiente e conhece bem os seus amigos. Certamente soube avaliar o quadro da situação e tomou a melhor decisão."

Marcelo Calero e Michel Temer se abraçam durante posse do primeiro como ministro da Cultura

Crédito, Beto Barata/PR

Legenda da foto, Marcelo Calero se tornou alvomais apostascríticas dos tucanos

O ex-ministro Calero,mais apostasoutro lado, é alvomais apostasdeclarações públicasmais apostasdesconfiança das principais lideranças do PSDB.

"Se ele realmente gravou o presidente, é uma coisa condenável. Merece uma investigação e também ser submetido às consequências legais", avalia Imbassahy.

Aécio e Alckmin

Mais cedo, Aécio Neves adotou tom similar.

"Não acho adequado, não acho compreensível que um ministromais apostasEstado entre com um gravador para gravar uma conversa com o presidente da república. Não me parece algo ético", afirmou o líder.

O senador tucano prosseguiu,mais apostasdefesa do presidente peemedebista. "Na minha avaliação, do PSDB, nemmais apostaslonge esse episódio atinge o senhor presidente Michel Temer."

A afirmação contraria especulações sobre uma eventual pressãomais apostastucanos sobre Temer, que depende do apoio do partido para manter maioria no Congresso.

Na última segunda-feira, três dias antes da demissão, líderes tucanos emais apostasoutros 12 partidos escreveram uma cartamais apostasapoio irrestrito a Geddel.

Fernando Henrique Cardoso foi mais comedido. "(Temer) É o que temos", disse na saída do encontromais apostasprefeitos na Câmara. "Não adianta fazer muita especulação."

Para Geraldo Alckmin, "substituiçãomais apostascargomais apostasconfiança é normal".

"(Temer) conta integralmente (com o PSDB) nas medidas todasmais apostasinteresse do povo brasileiro."