O círculo ocultosport bet mobileamigos que foi pivô da prisãosport bet mobileCabral:sport bet mobile

A partir desta petição, os juízes no Rio esport bet mobileCuritiba determinaram uma megaoperação que envolveu oito pedidossport bet mobileprisão preventiva, doissport bet mobileprisão temporária, 38 mandadossport bet mobilebusca e apreensão e 14sport bet mobilecondução coercitiva.

Para a acusação, evidências coletadas na quebrasport bet mobilesigilosport bet mobiletelefones, emails e contas bancárias revelariam pagamentosport bet mobiledespesassport bet mobileCabral e seus familiares - que vãosport bet mobilevestidossport bet mobilefesta a contassport bet mobilegás, alémsport bet mobileequipamentos para fazendas e blindagemsport bet mobilecarros, entre outros serviços.

Procurados pela BBC Brasil durante todo o dia por telefone e email, os escritóriossport bet mobileCabral e seus advogados não responderam aos chamados até a conclusão desta reportagem.

Em nota enviada ao jornal O Globo, assessores do peemedebista disseram que "a família do ex-governador jamais pautou suas relações pessoais nem tampouco a convivência emsport bet mobileresidência pelos cargos ocupados por seus amigos."

Confira, a seguir, como o círculo íntimo do ex-governador do Riosport bet mobileJaneiro,sport bet mobileacordo com as investigações da Lava Jato, teria se beneficiado por desvios milionários no Estado - que hoje amarga a pior crise financeirasport bet mobilesua história recente.

Familiares e códigos secretos

Um dos trechos mais intrigantes da petição da Procuradoria revela e-mails e fotossport bet mobilepapéis rabiscados por Luiz Carlos Bezerra com frases incompreensíveis, repletassport bet mobilenúmeros e códigos.

Conhecido como "Bettegão", Bezerra é amigo pessoalsport bet mobileCabral e foi assessorsport bet mobileorçamento da Assembleia Legislativa do Riosport bet mobileJaneiro exatamente no períodosport bet mobileque o peemedebista governou o Estado.

Assim como o ex-governador, ele teve mandadosport bet mobileprisão preventiva cumprido nesta quinta-feira.

"10 ou 11, passar Mimi's House 10 us magal e 2 zidane mansur"; "18 tocha para Maria 5a feira 23 tocha para piscina 50 sony 100 Mimi 60 Sonia falar com Maga cartao us 9. 31 covit, diegues e Maria... saldo ficará 163", dizem algumas das mensagens interceptadas pela Lava Jato.

Por meio da quebrasport bet mobilesigilossport bet mobilemilharessport bet mobiletelefonemas e mensagens eletrônicas, a força-tarefa tenta montar o quebra-cabeça por trás destes e-mails.

Segundo o Ministério Público Federal, eles revelariam uma "distribuiçãosport bet mobiledinheiro entre participantes da organização criminosasport bet mobileforma também codificada".

A maioria dos códigos identificados pelos procuradores seriam na verdade apelidos atribuídos a familiares e amigos do ex-governador.

"Covitch" seria Maurício Cabral, irmãosport bet mobileSergio Cabral. "Susi" seria a ex-esposa do ex-governador, Susana Neves Cabral. Já "Dri" ou "Adri", a atual mulher do político, Adriana Ancelmo. "Ramos", a alcunhasport bet mobilePedro Ramos, assessor pessoal do peemedebista.

A lista inclui até a mãesport bet mobileCabral, Magaly Cabral, vulga "Magal", que teria recebido US$ 10 milsport bet mobiledinheiro, alémsport bet mobileter as despesassport bet mobileum "cartãosport bet mobilecréditosport bet mobiledólares" pagas por um dos investigados. Já a ex-esposa Susana teria recebido 10 mil euros.

As menções a familiares incluem ainda uma tia (alvosport bet mobileum depósitosport bet mobileR$ 6 milsport bet mobiledinheiro) e o filhosport bet mobileCabral e Adriana Anselmo - R$ 1.070 teriam sido pagossport bet mobilecachorros-quentes na festasport bet mobileaniversário do menino.

Para o juiz Marcelo da Costa Bretas, um dos responsáveis pela investigação, as citações levantam a "suspeitasport bet mobileque se tratemsport bet mobilerepasses ilícitossport bet mobilevalores a títulosport bet mobiledistribuiçãosport bet mobilepropinas entre membrossport bet mobileorganização criminosa, invariavelmentesport bet mobilebenefício do investigado Sérgio Cabral e seus familiares".

'Amigossport bet mobileinfância'

"Lembra desta, meu irmão?... Estar com você é sempre lembrar coisas boas!", diz o mesmo Luiz Carlos Bezerra,sport bet mobileoutra trocasport bet mobileemails.

A lembrança traz uma fotosport bet mobileuma reportagem do jornal O Globo,sport bet mobile1996, que fala sobre a relação próxima dos dois e chama Bezerrasport bet mobile"amigosport bet mobileinfância"sport bet mobileCabral.

Em uma fotografia reproduzida na petição, eles aparecem juntos na Europa, com suas respectivas mulheres, ao ladosport bet mobileFernando Cavendish, dono da construtora Delta, presosport bet mobilejulho pela Lava Jato.

Segundo o Ministério Público Federal, Bezerra é apontado pela PF como "operador financeirosport bet mobileSérgio Cabral, tendo como função a contabilidade informal da organização criminosa por ele chefiada e a distribuição do dinheiro entre os seus membros e seus parentes".

Outros emails e ligações interceptados pelos procuradores revelam o que parece ser uma relação íntima entre Bezerra e a família Cabral.

Para falar com a atual mulher do ex-governador, Adriana Ancelmo, ele usava o apelido "Lindona".

'Homem da mala'

Entre os códigossport bet mobileBezerra também aparece "Mimi", codinome, segundo a força-tarefa, do consultor Carlos Miranda, um dos presos pela Polícia Federal.

Miranda é apontado pelos procuradores, citando delações premiadassport bet mobileexecutivos das empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia, como o "homem da mala" do ex-governador - a pessoa que recebia os valores das propinas pagas por empreiteiras.

De acordo com a Procuradoria, ele teria começado a carreira como "funcionário público comissionado" por indicação políticasport bet mobileCabral e, desde então, seria seu amigo pessoal.

Massport bet mobile2007, quando Cabral foi eleito governador do Rio, Miranda abriusport bet mobileprópria empresasport bet mobileconsultoria, que teve "uma inusitada e rápida ascendência financeira".

Segundo os procuradores, a empresa teve apenas um empregado fixo durante seus primeiros anos, mas imediatamente depoissport bet mobilecriada passou a receber pagamentossport bet mobilemilharessport bet mobilereais. Em 2013, chegou a faturar maissport bet mobileR$ 2 milhões.

Assim que Cabral encerrou seu mandato, no entanto, o faturamento da empresasport bet mobileMiranda caiu para R$ 7 mil. Logosport bet mobileseguida, ele encerrou o negócio e passou a atuar como fazendeiro no interior do Estado.

'Caixinha'

A mais flagrante das trocassport bet mobileemails destacadas pelo Ministério Público Federal como indíciosport bet mobilepropina chama-se, oportunamente, "Caixinha".

Ela partiusport bet mobileHudson Braga, ex-secretáriosport bet mobileobrassport bet mobileSérgio Cabral e coordenadorsport bet mobilecampanhasport bet mobileseu sucessor, Luiz Fernando Pezão (PMDB), ao governo do Estado.

Braga também foi alvosport bet mobileprisão preventiva ao ladosport bet mobileCabral na operação desta quinta-feira.

"O prazo dos senhores esgotou hoje e nenhumsport bet mobilevocês dois me trouxeram (sic) nada!!!!", exclama o ex-secretário,sport bet mobileemail destinado a José Orlando Rabelo, citado por dois executivos da Carioca Engenharia como outro dos encarregados a repassar valoressport bet mobilepropina.

"É lamentável eu ficar cobrando!!!", prossegue o ex-secretáriosport bet mobileobras. "Gostariasport bet mobileinverter essa lógica!!!".

Braga então faz um ultimato: "Não estou conseguindo mais ficar cobrando, minha pressão não está ajudando!!! Foi a minha última cobrança!!".

A mensagem é respondida no dia seguinte por José Orlando: "Secretário, falo na segunda pessoalmente com você sobre este item."

Preso nesta quinta-feira, Hudson Braga era, segundo os procuradores, o principal responsável pela cobrança da chamada "taxasport bet mobileoxigênio" - que corresponderia a 1% dos contratos com as empreiteiras e iria para a Secretariasport bet mobileObras do Estado.

Roupas, gás, empresas

Alvosport bet mobileum mandadosport bet mobilecondução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento) da PF, a mulhersport bet mobileCabral supostamente teve contassport bet mobilegás, vestidossport bet mobilefesta e outros benssport bet mobileluxo pagos pelos amigos do marido - apontados pelos procuradores como operadores do esquema.

A maior parte dos pagamentos foi feitosport bet mobiledinheiro vivo, segundo as apurações.

Para o juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância,sport bet mobileCuritiba, "causa certa estranheza, por exemplo, a frequênciasport bet mobileaquisições vultosassport bet mobilebens móveissport bet mobileespécie, como as feitas por Adriana Ancelmo, esposa do então Governador, v.g.,sport bet mobilemóveis com pagamentosport bet mobileR$ 33.602,43sport bet mobileespéciesport bet mobile05/2014, ousport bet mobiledois mini bugs com pagamentosport bet mobileR$ 25.000,00sport bet mobileespéciesport bet mobile08/2015, ousport bet mobileequipamentos gastronômicos com pagamentosport bet mobileR$ 72.009,31sport bet mobileespéciesport bet mobile03/2012".

O trecho destacado é parte do despacho assinado pelo juiz nesta 37ª fase da operação.

A investigação também levanta suspeita sobre o que chamasport bet mobile"crescimento vertiginoso" do escritóriosport bet mobileadvocacia da ex-primeira-dama durante os mandatossport bet mobileseu marido no Rio.

No faturamento do escritório, estão pagamentossport bet mobileempresas responsáveis por serviços públicos no Estado durante o governosport bet mobileCabral, como a Metrô Rio, a Oi/Telemar, a Light e a CEG.

Além delas, aparecem nomessport bet mobileoutras empresas suspeitassport bet mobileterem realizado lavagemsport bet mobiledinheiro no esquemasport bet mobilepropina envolvendo Cabral e seus amigos.