Apesarbonus aposta ganharenovação, cortes preocupam supervisão do Mais Médicos:bonus aposta ganha
No iníciobonus aposta ganhaagosto, coordenadores do programabonus aposta ganhauniversidades federaisbonus aposta ganhatodo o país receberam um e-mail do MEC anunciando ajustes no programa.
Entre eles estava a determinaçãobonus aposta ganhaque cada supervisor passara a ser responsável por 10 médicos. Até então, a média erabonus aposta ganhatornobonus aposta ganha8 médicos para cada supervisor.
Apesarbonus aposta ganhaaparentemente pequena, na prática a mudança significa que alguns supervisores serão desligados do programa e os que restarem ficarão, segundo eles, sobrecarregados, tendo que orientar um número maiorbonus aposta ganhamédicos.
"Para nós é difícil porque os municípios são muito distantes uns dos outros e as estradas são muito complicadas e perigosas aqui. Não estamos conseguindo dar conta", disse à BBC Brasil a médica sanitarista Maria do Socorro Bastos, tutora do Mais Médicos na UFPA (Universidade Federal do Pará).
Segundo ela, os supervisores são essenciais não apenas para orientar os estrangeirosbonus aposta ganhaquestões culturais, mas também para discutir com eles as necessidadesbonus aposta ganhacada município, sem "política partidária".
"Os supervisores discutem os indicadoresbonus aposta ganhasaúde da cidade com os médicos, coisa que os gestores da cidade não faziam. Se no município há muita gravidez na adolescência, por exemplo, eles fazem um projeto voltado para isso, com a ajuda do supervisor", explica.
Área descoberta
Em nota à BBC Brasil, o MEC afirmou que os cortes ocorreram para responder à diminuição no númerobonus aposta ganhaprofissionais do programa, que caiubonus aposta ganha18 mil para 14 mil, por conta da desistênciabonus aposta ganhaalguns profissionais e da destinaçãobonus aposta ganhaalgumas vagas do Mais Médicos para o Provab (Programabonus aposta ganhaProvisãobonus aposta ganhaMédicos), que é supervisionado apenas pelo Ministério da Saúde.
Os tutores dizem, no entanto, que o ministério pareceu não considerar que 2 mil novos médicos entraram no Mais Médicos para preencher as vagas ociosas e já estão chegando a municípiosbonus aposta ganhatodo o país - a reposição foi anunciada pelo governo aindabonus aposta ganhaagosto.
Com isso, o MEC teria cercabonus aposta ganha16 mil profissionais para supervisionar. Questionado sobre esses números, o ministério afirmou que os ajustes das universidades devem ser feitos gradualmente até dezembro, "inclusivebonus aposta ganhavirtude das previstas reposiçõesbonus aposta ganhamédicos".
O MEC disse ainda que,bonus aposta ganhaacordo com levantamento feitobonus aposta ganhasetembro, 99,6% dos médicos participantes do Mais Médicos receberam visitasbonus aposta ganhasupervisão.
"Nunca precisamos cortar supervisores. Tivemos um número baixobonus aposta ganhamédicos apenas por um mês, enquanto saíram alguns e chegaram os novos. Explicamos isso ao MEC, mas a decisão não mudou", diz a tutora do programa na UFPA.
De acordo com ela, ao menos uma área do Estado já tem médicos sem supervisãobonus aposta ganharazão da nova diretriz.
"Tivemos que fazer uma conta. Deixamos descobertos os cinco médicos cubanosbonus aposta ganhauma parte da ilha do Marajó. É um lugarbonus aposta ganhadifícil acesso e o supervisor morava lá. O trabalho dele era muito bom, mas tivemos que cortar alguém", lamenta.
'Fragilidade'
De destino incerto no início do governo Temer, o Mais Médicos foi renovado oficialmente na semana passada. De acordo com o Ministério da Saúde, ele foi prorrogado por mais três anos - incluindo o convênio que permite a entradabonus aposta ganhamédicos cubanos no país, umbonus aposta ganhaseus pontos mais controversos.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que "os significativos resultados gerados pela atuação dos profissionais justificam a prorrogação do tempobonus aposta ganhaatuação".
Mas os tutores do programa nas universidades federais afirmam que a supervisão que fazem dos profissionais é uma das responsáveis por estes resultados.
"Quando o Mais Médicos foi criado,bonus aposta ganha2013, a principal crítica da categoria médica dizia que o programa não erabonus aposta ganhaformação e, por conta disso, significava usobonus aposta ganhamãobonus aposta ganhaobra com vínculo precário. A supervisão foi uma resposta a essa crítica", disse à BBC Brasil Igor Chaves, tutor do Mais Médicos na UFSC (Universidade Federalbonus aposta ganhaSanta Catarina).
Ele teme agora que a sobrecarga dos supervisores possa baixar a qualidade do servico, especialmentebonus aposta ganhalocais onde as longas distâncias dificultam as visitas aos médicos.
"Todos profissionais experientes qualificados para fazer a supervisão trabalham com outras coisas. Para visitar percorrer mais municípios, precisaríamosbonus aposta ganhapessoas que só trabalhassem para o Mais Médicos ou tivessem três dias por semana livres. Vai ser difícil", afirma.
E a principal preocupação, diz Chaves, não são os estrangeiros, e, sim, os brasileiros recém-formados.
"Acho que isso aumenta a probabilidadebonus aposta ganhahaver falhas médicas, erros médicos e crise com as equipes porque são profissionais imaturos, que podem ter mais dificuldade com a realidade", diz.
"Muitos desses jovens estão estudando parabonus aposta ganhaprovabonus aposta ganharesidência e não querem ficar na atenção básica. Pode ser que voltem a fazer acordosbonus aposta ganhaque não cumpram a carga horária, para terem tempobonus aposta ganhafazer cursinho. Isso acontecia bastante, mas estávamos conseguindo diminuir."
Já Para Paulo Fontão, médico e tutor do programa na Casabonus aposta ganhaSaúde Santa Marcelina,bonus aposta ganhaSão Paulo, os ajustes são compreensíveis no momentobonus aposta ganhaque o programa completa três anos.
"Não está confortável como era antes, mas entendo que deva existir um controle dos gastos. Sabemos que havia abusos; o númerobonus aposta ganhamédicos no programa vem diminuindo e havia supervisores com muito poucos médicos."
"Há pressão sobre a equipe do ministério para fazer esses ajustes também. Esperamos que, passado o momentobonus aposta ganhatensão política, o diálogo com o MEC fique melhor."
Flexibilidade
A maior parte dos tutores menciona negociações com o MEC para diminuir ou escapar dos cortes. Nem todos conseguiram, até o momento, flexibilizar a exigência da pasta.
No Riobonus aposta ganhaJaneiro, no entanto, os reajustes não foram exigidos, segundo Luis Claudiobonus aposta ganhaCarvalho, o tutor responsável pelo programa na UFRJ.
"Nós recebemos o e-mail que anunciava os ajustes, mas depois nada específico sobre quantos cortes teríamos que fazer. Acho que o Riobonus aposta ganhaJaneiro está sendo preservado", disse à BBC Brasil.
"Conversei com o MEC e nos foi dito que poderíamos continuar a ter entre sete e 10 médicos por supervisor, como temos atualmente."
Questionado pela BBC Brasil sobre por que o Riobonus aposta ganhaJaneiro não precisoubonus aposta ganhacortes - mesmo tendo um território menor do que obonus aposta ganhaoutros Estados - e sobre se a regra também será flexibilizada para os outros, o ministério afirmou que "algumas instituições foram solicitadas a reduzir seus quadros, outras a ampliá-los e outras, a manter o quadro atual, visto que já estavam adequadas às normativas do programa".
A reportagem entrevistou tutoresbonus aposta ganhaPará, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso, Riobonus aposta ganhaJaneiro e Santa Catarina. Em todos foram pedidos cortes. Apenas no caso do Riobonus aposta ganhaJaneiro, até o fechamento desta reportagem, teria havido a possibilidadebonus aposta ganhamanter o númerobonus aposta ganhasupervisores como está.
O comunicado original do MEC às universidades, ao qual a BBC Brasil teve acesso, não falava sobre uma flexibilização da médiabonus aposta ganhadez médicos por supervisor.
Na noitebonus aposta ganhaterça-feira, o MEC enviou uma listabonus aposta ganha12 instituiçõesbonus aposta ganha10 Estados que teriam sido autorizados a aumentar seu quadrobonus aposta ganhasupervisores. Nove delas negaram que tenham recebido essa solicitação do Ministério até o momento e quase todas tiveram que fazer cortes. A BBC Brasil não conseguiu contato com quatro instituições até o fechamento desta reportagem.
"Eu cortei um supervisor e estou tentando reorganizar os que ficaram, mas agora recebi mais sete médicos e não sei o que fazer. Pergunto ao MEC e eles não me dão respostas. Dá impressãobonus aposta ganhaque as pessoas estão querendo boicotar o programa, porque está difícil trabalhar", disse à BBC Brasil a médica Estanislaa Ortiz, tutora do programa na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).
Na Bahia, o pedidobonus aposta ganhacortesbonus aposta ganhaquatro supervisores ainda não foi atendido pelos tutores do programa - e talvez não seja.
"Recebemos os e-mails sobre o ajuste, masbonus aposta ganhaconversas com o MEC nos foi dito que haverá flexibilidade. Temos uma relação muito boa com o ministério e nossas necessidades sempre foram consideradas", disse o tutor Ângelo Castro Lima.
"Estamos fazendo um estudo para verificar se os ajustes são pertinentes ou não e vamos apresentá-lo ao MEC. Não existe nenhuma situaçãobonus aposta ganhadesconforto."