Choro, Deus e desculpas: defesa e acusaçãosporting championsDilma fazem seus últimos discursos no Senado:sporting champions

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Legenda da foto, Eduardo Cardozo e Janaina Paschoal fizeram seus últimos discursos no processosporting championsimpeachmentsporting championsDilma

sporting champions Terminou no início da tarde desta terça-feira a última apresentação da defesa e da acusaçãosporting championsDilma Rousseff durante o julgamento do processosporting championsimpeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado.

A manhã começou com o discurso do advogadosporting championsacusação Miguel Reale Junior. Para ele, a presidente teve "irresponsabilidade larga" e deve ser punida.

Em seguida, a advogadasporting championsacusação e autora do processosporting championsimpeachmentsporting championsjulgamento, Janaina Paschoal, chorou durante seu discurso e afirmou que fez o pedidosporting championsimpeachment "também pensando nos netos dela (Dilma)".

Antessporting championsencerrar seu discurso, Paschoal ainda fez um pedidosporting championsdesculpas a Dilma Rousseff e disse que "foi Deus que fez com que, ao mesmo tempo, várias pessoas percebessem o que estava acontecendo no país".

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Legenda da foto, Janaina Paschoal chora, falasporting championsDeus e pede desculpassporting championsdiscursosporting championsacusação contra Dilma

"Muito embora eu esteja convictasporting championsque estou agindo certo, reconheço que minhas atitudes podem gerar sofrimento. Mesmo estando certa eu peço desculpas à senhora presidente da República Não por ter feito o que era devido, porque eu não poderia me omitir diantesporting championstudo disso. (Mas) porque sei que a situação que ela está vivendo não é fácil (...) e lhe causei sofrimento. Fiz isso pensando também nos netos dela."

Para Paschoal, a defesa "não tem argumentação para fazer frente" à acusação, e por isso insiste na tesesporting championsque, no caso das "pedaladas", não se tratavasporting championsoperaçõessporting championscrédito.

'Penasporting championsmorte política'

Já o advogadosporting championsdefesasporting championsDilma e ex-ministro da Justiçasporting championsseu governo, José Eduardo Cardozo, fez o seu discurso no início da tarde, repetindo a tesesporting championsque não haveria dolo nas operaçõessporting championsque a presidente afastada é acusada.

Cardozo pediu aos senadores que "não aceitem que nosso país sofra um golpe parlamentar" e que "Dilma não sofra a penasporting championsmorte política". Assim como Paschoal, ele também citou Deussporting championsseu discurso.

"Peço a Deus que, se Dilma for condenada, um novo ministro da Justiça tenha a dignidadesporting championspedir desculpas a ela. Que a história absolva Dilma Rousseff se vossas excelências quiserem condená-la. Mas, se quiserem fazer justiça aos que sofreram violênciasporting championsEstado, julguem pela justiça. Não aceitem que nosso país sofra um golpe parlamentar. Para que Dilma não sofra a penasporting championsmorte política", disse Cardozo.

Ele prosseguiu dizendo que "podem acusar Dilmasporting championster se equivocado", mas que seu afastamento "atinge a honrasporting championsuma mulher digna", que "incomodou as elites" e que está sendo alvejada também por seu gênero.

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Legenda da foto, Cardozo pediu para que os senadores não aceitem que Dilma sofra um "golpe parlamentar"

"Mulheres quando são corretas e íntegras, são duras. Mulheres, quando se equiparamsporting championssuas disputas com os homens, são autoritárias", criticou

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, fez um intervalosporting championsuma hora para almoço. Em seguida, os senadores começaram a discursar.

A previsão do ministro do STF ésporting championsque a votação nominal dos senadores, que vai decidir se Dilma será afastada definitivamente do cargo ou voltará para o governo, só ocorrerá na quarta-feira.

'Populismo' e 'farsa'

O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator do processo que tramitou na comissão especial do impeachment no Senado, foi um dos primeiros a discursar.

Ele repetiu a conclusãosporting championsseu relatório,sporting championsque houve crimesporting championsresponsabilidade fiscal por partesporting championsDilma, argumentando que decretos suplementares só poderiam ter ocorrido com autorização do Congresso e sem prejudicar a meta fiscal.

Foi rebatido por Jorge Viana (PT-AC), que negou a responsabilidadesporting championsDilma e disse que ela apresentou os argumentos disso diante dos senadores na véspera.

Pouco depois, o senador Alvaro Dias (PV-PR) reiterou que há "pressuposto político e jurídico" e "crimesporting championsresponsabilidade" para justificar o impeachment.

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) disse durante seu discurso que se a gestão Dilma tivesse continuidade, "chegaríamos à mesma situação que a Venezuela, onde vivemsporting championscondições subumanas, porque implantaram o populismo."

Para a senadora do PT (RN) Fátima Bezerra, o conjunto da obra não poderia servirsporting championspretexto para o afastamentosporting championsDilma. "Não farei parte dessa farsa", disse.

O senador Dário Berger (PMDB-SC) afirmou: "Estamos diantesporting championsfatos graves, relevantes com consequências imprevisíveis, este julgamento não é confortável para ninguem", disse o senador.

Remédio constitucional

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Legenda da foto, Senador Fernando Collor (PTC-AL) aproveitou seu discurso para retomar a históriasporting championsseu próprio impeachment

O 16º a discursar, o senador Fernando Collor (PTC-AL) aproveitou seu discurso para retomar a históriasporting championsseu próprio impeachment,sporting champions1992. "Condenaram-me politicamentesporting championsmeio a tramas e ardissporting championsuma aliançasporting championsvários vértices", disse ele, complementando que "foi simulada uma crise política esporting championsgovernabilidade".

Collor complementou que hoje a situação é completamente diversa. Segundo ele, o impeachment "é um remédio constitucionalsporting championsurgência no presidencialismo, quando o governo, alémsporting championscometer crimesporting championsresponsabilidade, perde as rédeas do comando político". O senador afirmou ainda que "o governo afastado transformousporting championsgestãosporting championsuma tragédia anunciada."

Ele finalizou citando dois documentos divulgados na épocasporting championsseu impeachment - um assinado por MST, CUT e UNE e o segundo, pela OAB, que falava que o país não vivia o climasporting championsgolpe, "mas que o povo desejava descência e firmeza no trato da coisa pública".

Em seguida, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) usou partesporting championsseu tempo para reforçar o que qualificou como misogenia no julgamentosporting championsDilma, afirmando que há "sentimentos machistas não suficientemet domados"sporting championsrelação a uma presidente que é mulher "e mulher sem marido". E questionou: "Não teria sido diferente o comportamento da maioria sesporting championsvezsporting championsuma presidenta estivéssemos julgando um presidente?" "Eles querem mandar a mulhersporting championsvolta pra casa,sporting championspreferência para a cozinha."

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse que o julgamento é um erro crasso, "desses que nos cobrarão um preço alto e amargo, agora e por muitos anos ainda por vir".

'Inversãosporting championsvalores'

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Legenda da foto, Aécio Neves (PSDB-MG) criticou Dilma e elogiou Janaína Paschoal

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou a defesa do governo durante o julgamento dizendo estar "testemunhando uma absoluta inversãosporting championsvalores". "(Dilma) não teve coragemsporting championsassumir seus erros e acusa a oposiçãosporting championsdesestabilizar seu governo. Eles atacam a imprensa, mas nada falará mais alto do que os autos que estamos julgando hoje."

Aécio elogiou a advogada Janaína Paschoal, que, segundo ele, foi alvosporting championsuma campanha para "desqualificá-la". "O Brasil reverenciará vossa excelência por muitos anos por permitir ao país ter uma nova chance."

Derrotado pela presidente afastada nas últimas eleições, o senador também negou a acusaçãosporting championsque se recuse a aceitar esse fato. "Ao contrário do que dizem, aceitei o resultado, mas não as ilegalidades."

"É horasporting championsolhar pra frente, pensar no dia seguinte. O Brasil precisasporting championsreformas estruturantes que exigirão coragem do próximo governo."

Líder do partido Rede Sustentabilidade no Senado, Randolfe Rodrigues (AP) criticou o governo Dilma, disse que o PT cometeu erros, mas que isto não pode fazer com que "se condene uma inocente".

Assim, declarou ser contra o impeachment, manifestando uma posição distinta do principal nomesporting championssua legenda, a ex-senadora Marina Silva, que já disse publicamente acreditar que Dilma cometeu um crimesporting championsresponsabilidade.

Rodrigues ainda fez duras críticas ao presidente interino Michel Temer, que,sporting championsacordo com ele, "conspirou nos bastidores, nos porões, para ascender ilegitimamente ao cargo".

Finalizou declarando que não entregará o governo "para que ele implante um programasporting championsretrocessos sociais" e "não existem atalhos como este que o PMDB quer percorrer."

'Farsa' e 'desmandos'

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Legenda da foto, Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que processosporting championsimpeachment é 'tribunalsporting championsexceção'

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) atacou o processosporting championsimpeachment, chamando-osporting champions"farsa". "Todos aqui sabem que não houve crimesporting championsresponsabilidade, que isso aqui é um pretexto, um tribunalsporting championsexceção montado para condenar uma inocente", disse ele, acrescentando que o Senado "não tem moral" para realizar este julgamento.

"A intenção é estancar a sangria da Lava Jato. A história será implacável com todos que votarem a favor desse impeachment, assim como fez com torturadores e ditadores. Vamos lutar, e chegará um diasporting championsque uma sessão do Senado anulará o que está acontecendo aqui."

Ana Amélia (PP-RS), uma das principais vozes a favor do impeachment no Senado, disse que a "história falarásporting championsum governo ignorou riscos e que se achou tão forte que menosprezou o Congresso" e mostrará que "ninguém está acima da lei".

A senadora destacou que a mídia "foi atacada por cumprir zelosamente seu papelsporting championsinformar" e que se tratasporting championsum "processo constitucional e democrático, a base da construçãosporting championsum novo futuro para o país".

Ainda disse que a defesasporting championsDilma foi "combativa" e "corajosa", mas fez críticas ao seu governo por uma "gastança irresponsável" e, citando também o governo Lula, afirmou que houve "um projetosporting championspoder,sporting championsvezsporting championsum projetosporting championspaís".

"Pedaladas fiscais e decretos ilegais são apenas um ponto fora da curva dos desmandossporting championsDilma e Lula. Nas próximas eleições, o PT pagará o preço pelos erros cometidos", disse Ana Amélia, manifestando voto a favor do impedimento.

'Governo deu argumentos'

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Legenda da foto, O senador Cristovam Buarque disse que votará 'tristemente' pelo impedimentosporting championsDilma

Cristovam Buarque (DF), líder do PPS no Senado, disse ter tentado evitar ao máximo que o país chegasse a este momento, mas que votará "tristemente" pelo impeachment, porque "o governo deu argumentos".

"Votar pela volta do governo Dilma seria perdoar os erros, reentregar a máquina pública ao aparelhamento partidário, tolerar o usosporting championsde mecanismos fiscais que ferem as leis e referendar forças políticas arcaicas", disse Buarque.

"Minha atitude rompe com velhas amizades, mas não estou mudandosporting championslado. Estou olhando para a frente, estou avançando. Por responsabilidade com o país, não posso me acomodar."

O senador ainda ressaltou que, se o impedimentosporting championsDilma for aprovado, não aderirá ao governosporting championsMichel Temer, mas o vigiará.

Em seguida, o senador José Agripino (DEM-RN) subiu à tribuna e defendeu a legalidade do processosporting championsimpeachment e criticou Dilma por "deixarsporting championsresponder a perguntas feitas ontem por senadores".

"Ficou patente na vinda da presidente, pela faltasporting championsrespostas convincentes, que houve crimesporting championsresponsabilidade", afirmou ele, dizendosporting championsseguida votará pelo impedimento.

Porsporting championsvez, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) defendeu que o governo Dilma cometeu crimes, mas ressaltou que cabe aos políticos assumirsporting champions"parcelasporting championsculpa" e realizar uma reforma política para mudar um "sistema falido" e evitar uma nova crise.

"Chegamos aos instantes finaissporting championsum processo doloroso e traumático, mas profícuosporting championsensinamentos. Depoissporting championsamanhã, a história começará a ser escrita sob uma nova luz. Cumprimos nosso dever e o fizemos pensando no melhor para o Brasil."

A sessão com um imprevisto. A princípio, Romário Faria (PSB-RJ) não discussaria, mas o ex-jogadorsporting championsfutebol se inscreveu jásporting championsmadrugada e foi o 63º e último senador a falar.

"Não é algo que faço com alegria, mas com serenidade. Não resta dúvidasporting championsque houve crime e o que determina a lei. Voto pelo impeachment da presidente."

Após 17 horas, Lewandowski encerrou o quinto diasporting championsjulgamento no Senado. A sessão será retomada nesta quarta-feira, às 11h, quando os senadores votarão para decidir o futurosporting championsDilma Rousseff.