Como as mulheres tornaram os EUA uma máquinabet365 cmedalhas:bet365 c

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Legenda da foto, Americanas tornaram os Estados Unidos uma potência olímpica imbatível

Nenhum outro país teve esse desempenho. A China teve apenas 50 pódios obtidos por mulheres, seguida pela Grã-Bretanha, que obteve 22.

Em ouros, as americanas também estão disparadas à frente: 29, contra 20 das chinesas e 10 das britânicas.

Os Jogosbet365 c2012 também foram os primeirosbet365 cque a delegação dos EUA levou mais mulheres do que homens. De um totalbet365 c530 atletas, 269 eram mulheres.

Esses resultados não são coincidência, mas consequência,bet365 cboa parte,bet365 cuma lei americana. A Title IX, criadabet365 c1972, impôs que as instituiçõesbet365 censino proporcionassem as mesmas oportunidades educacionais para homens e mulheres - e, com a forte cultura esportiva do país, trouxe consigo a igualdadebet365 cinvestimento no esporte para ambos os gêneros.

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Legenda da foto, Universidades e escolas foram obrigadas a igualar o númerobet365 cvagasbet365 cbolsasbet365 cestudos oferecidas para programas esportivos femininos e masculinos

"Eu pratiquei esportes por toda a minha infância, jogava futebol, softbol, tênis...mas quando cheguei à universidade, ela me fechou as portas. Só havia bolsas para homens atletas, mulheres não tinham o direitobet365 cpraticar esportes ali", contou à BBC Brasil Deborah Larkin, hoje CEO da ONG americana Women's Sports Foundation (Fundação dos Esportes Femininos) que tem, entre outras funções, abet365 cgarantir o acessobet365 ctodas as meninas e mulheres ao esporte.

Na prática, universidades e escolas foram obrigadas a igualar o númerobet365 cvagasbet365 cbolsasbet365 cestudos oferecidas para programas esportivos femininos e masculinos e também a proporcionar a mesma estruturabet365 ctreinamento, instrução e desenvolvimento para homens e mulheres nos ambientes educacionais.

No esporte, o efeito da lei pode ser percebido nos números:bet365 c1972, umabet365 ccada 27 meninas praticava esportes nos Estados Unidos. Atualmente, a estatística estábet365 cumabet365 ccada três - entre os meninos, umbet365 ccada dois.

"Quando a lei foi criada, os homens diziam que não haveria problemas, porque logo eles veriam que meninas não queriam praticar esportes, que nós não gostamosbet365 csuar e que aquilo não era para nós. Eles achavam que, mesmo com a lei, as meninas iriam continuar preferindo não fazer esportes", afirmou Larkin.

"Mas adivinha o que aconteceu? Quando as oportunidades foram dadas, nós aparecemosbet365 cnúmeros recordes."

A lei completou 40 anos justamentebet365 c2012, anobet365 cque os Estados Unidos chegaram ao topo do quadrobet365 cmedalhas olímpicas com as mulheres tendo conquistado 63% dos ouros do país.

"Sem a Title IX, nada disso teria acontecido", diz Brian Fobi, professorbet365 cética, história e legislações no esporte da Universidadebet365 cHarvard e PhDbet365 chistória por Yale. "Se a lei não existisse, a delegação olímpica americana provavelmente seria como era antes, e por causa da Title IX, as mulheres ultrapassaram os homensbet365 cnúmerobet365 cmedalhas."

Fobi explica que há outros países com forte investimento específicobet365 cesportes femininos, como, por exemplo, a China, mas que iniciativas como a dos EUA, que "igualou" o incentivo ao esporte pela lei, são raras.

"A China investebet365 cesportes femininos, mas isso é relacionado diretamente àqueles que têm chancesbet365 cmedalha. Alguns países europeus investem também, mas a estrutura americana é diferente pela relação que tem com as universidades."

"Você pode ver pelo quadrobet365 cmedalhas que os países que se dão melhor são os que se importam com esportes femininos. A maioria dos países sul-americanos não investe", disse.

No Brasil, o investimentobet365 cesporte na escola é escasso para ambos os gêneros, mas no profissional, a desvantagem das mulheres é evidente.

Basta ver a situação do futebol feminino: o país só passou a ter um campeonato nacionalbet365 c2013, 17 anos depois da modalidade estrearbet365 cOlimpíadas.

A ex-jogadora Sissi, uma das principais craques da seleção na décadabet365 c1990 e que há 12 anos dirige equipesbet365 cmeninas nos Estados Unidos, deixa claro como é diferente a situação nos dois países.

"Eu falo para as meninas que treino (nos EUA) que elas são privilegiadas, elas têm programas esportivos, clubes, as universidades. No Brasil não tem nada disso. Quando eu conto para elas sobre minha história, tudo o que tive que enfrentar para jogar futebol, elas ficam horrorizadas", afirmou.

"Por isso que os Estados Unidos se tornaram essa potência. O Brasil teria condições, principalmente no futebol feminino, porque tem talentobet365 csobra, só falta investir."

Resistência e efeitos

Nos EUA, segundo Larkin, a lei Title IX trouxe uma mudança fundamental na cultura esportiva jovem: o incentivo ao esporte agora era para ambos, meninos e meninas.

"Nos Estados Unidos, a cultura esportiva é muito vinculada à universidade, e como as meninas sabiam que não poderiam conseguir bolsas nas faculdades pelo esporte, elas desistiam", explica.

"A lei mudou isso porque fez com que elas quisessem continuar no esporte para conseguir entrar na universidade. Os pais perceberam que isso era bom e incentivaram suas filhas no esporte porque sabiam que assim não precisariam pagar faculdade para elas."

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Legenda da foto, Equipe americanabet365 cvôlei feminino chegou à final na Olimpíadabet365 cLondres e ficou com a prata após perder para o Brasil

Alémbet365 cter incrementado o desempenho dos EUAbet365 ccompetições internacionais, a lei é creditada com o papelbet365 cter ajudado a diminuir a desigualdadebet365 cgênero no país.

"O esporte faz as meninas aprenderem a traçar metas, a vencer, a perder, a liderar", afirma Larkin, citando uma pesquisa da Ernst & Young que revelou que 94% das mulheresbet365 ccargos altos do mundo dos negócios disseram que o esporte foi muito importante para o sucesso delas.

"O mais importante é que ele (o esporte) dá a elas a confiança para acreditarem que podem alcançar o que quiserem. Que podem ser o que quiserem."

Mas a Title IX também recebeu fortes críticas. Para se adequar à lei sem mexer no orçamento, muitas universidades deslocaram recursos normalmente dirigidos a esportes majoritariamente masculinos como luta livre e beisebol.

"Os homens chegaram a ir à Justiça", relata Fobi. "Eles alegavam que os programas esportivos para eles estavam diminuindo e diziam que estavam sendo discriminados por serem homens."

Mas eles perdiam os processos - os tribunais, segundo Fobi, reconheceram que os homens se beneficiavam, no passado,bet365 cum sistema desigual e que haveria "perdedores" na transição até a igualdade.

Desafios

Apesar dos avanços, a CEO da Women's Sport Foundation aponta para alguns desafios que as mulheres ainda têm pela frente, como a diferençabet365 cpagamentos entre atletas homens e mulheres e a faltabet365 catenção da mídia com os esportes femininos.

Ela cita o exemplo da seleção femininabet365 cfutebol, que é tricampeã mundial, tetracampeã olímpica e recebe quatro vezes menos por jogos e amistosos que a seleção masculina, que não tem nenhuma dessas conquistas.

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Legenda da foto, Sucesso das atletas americanasbet365 cLondres inspirou mais meninas a praticar esportes

"Mais importantebet365 ctudo, nós precisamos ter mais coberturabet365 cmídiabet365 cesportes femininos. Meninas querem chegar onde outras mulheres chegaram, se elas veem mais mulheres competindo, elas vão querer competir também", afirma.

Para Brian Fobi,bet365 cHarvard, o problema também está na cobertura da mídia. "Cercabet365 c2% do tempo dos programas esportivos da ESPN aqui são dedicados a esportes femininos. Então é um ciclo vicioso. Muitos argumentam que as pessoas não gostambet365 cesportes femininos, mas eu acredito que isso é porque elas não os conhecem."

"Existe um grande mercado esportivo nos Estados Unidos e esse mercado poderia incluir esportes femininos. Mas a questão é que as empresasbet365 cmídia são conservadoras e têm medobet365 c'arriscar'. Só que esse é um mercado ainda muito pouco explorado, então poderia trazer um retorno enorme com um investimento pequeno."

O efeito do sucesso das atletas americanasbet365 cLondres inspirou mais meninas a praticar esportes, segundo Larkin, que reforça: quanto mais espaço a mídia der para modalidades femininas, maior será o sucesso das mulheres no esporte no país.