Depois do feijão, quais podem ser os próximos vilões da inflação?:bet687

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Legenda da foto, Produzido principalmente no Brasil, feijão carioquinha encareceu 54% neste ano, segundo IPCA-15

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Legenda da foto, Fortes chuvas no RS afetaram produção do arroz e podem continuar elevando os preços

Arroz

No caso do arroz, as tempestades no Rio Grande do Sul - maior produtor -bet687abril atrasaram a colheita e causaram uma quebrabet68715% na safra. Com menor oferta, os preços cresceram 5,21% até junho, segundo dados do IPCA-15. E devem continuar aumentando até as colheitas recomeçarem,bet6872017.

"De acordo com o nosso levantamento, no municípiobet687São Paulo variou 6,28% neste ano. E vai subir significativamente nos dois meses seguintes", diz o pesquisador Vagner Martins, do Institutobet687Economia Agrícola.

Pode parecer que 6% é pouco, mas a alta é preocupante para um elemento essencial da cesta básica, pondera Martins.

"Às vezes há uma confusãobet687destacar quedas expressivasbet687produtosbet687pouca relevância. Qual a importância da pera no prato do brasileiro? Em contrapartida, o peso do feijão e do arroz têm grande impacto na inflação."

O encarecimento do arroz, no entanto, não deve ser tão dramático como o do feijão carioca. Isso porque há variedades da leguminosa, a exemplo do carioca, que são principalmente produzidos no Brasil, dificultando a importação.

A importação foi anunciada pelo presidente Michel Temer na semana passada para segurar os preços mas, segundo os entrevistados, não deve ser muito eficaz.

"Importar feijão? Da onde? Até tem um pouco no Paraguai, na Argentina, mas (a quantidade) é marginal. O feijão carioca que a gente gosta só nós produzimos. Além disso, o feijão não tem substituto, não dá para fazer lentilha no lugar", diz o professor do núcleobet687estudosbet687agronegócios da FGV Felippe Serigati.

O mesmo não acontece com o arroz, consumido e vendido por diversos países.

De acordo com Serigati, como o ciclobet687produção do feijão é mais curto e não há impeditivos para que ele volte ao normal, os valores devem diminuir até o fim do ano.

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Legenda da foto, Preço do milho no Brasil sobe impulsionado pelo valor no mercado internacional

Leite e milho

Se as altas da dupla arroz e feijão podem ser passageiras, há outras consideradas mais duradouras pelos especialistas.

As do milho e do leite, por exemplo, são vistas como estruturais e, portanto, mais preocupantes.

O milho é um dos principais componentes da ração das vacas leiteiras e registrou um crescimento expressivobet6872016. Ausente no IPCA-15, umbet687seus representantes no indicador, o fubá, encareceu 13% até junho. Já o leite subiu 18% no mesmo período e se aproximabet687um patamar inédito.

Os entrevistados explicam que a alta do milho se deve à procura no mercado internacional, no qual o Brasil se tornou um vendedor importante. Nos últimos anos, o país acelerou a produção do alimento, conseguiu exportá-lo mais barato e teve grande demanda dos compradores, o que acabou elevando os valores lá fora. O aumento chegou ao mercado interno.

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Legenda da foto, Preço do leite subiu 18% até junho e se aproximabet687patamar inédito, dizem especialistas

Com o milho caro, a ração aumenta e os produtoresbet687leite têm que desembolsar mais para alimentar suas vacas. A alta é repassada para o consumidor. Além disso, as chuvas fortes no começo do ano prejudicaram as pastagens e as estradasbet687transporte, afetando a produção e diminuindo a oferta.

A crise também prejudicou o setor já que, com menos dinheiro, o brasileiro está cortando derivados. Dados do IPCA-15, a prévia da inflação, mostram que a manteiga, por exemplo, subiu 41,89% neste ano. Com demanda menor, a indústria processadora, porbet687vez, compra menos dos produtores.

"Os custos altos e a receita baixa acabam desestimulando o trabalhador da área. Ouvimos relatosbet687pessoas que estão saindo da atividade, porque não estava mais compensando. Eles migram para a pecuáriabet687corte, cruzam suas vacas com bois reprodutores", diz o pesquisador do Cepea (Centrobet687Estudos Avançadosbet687Economia Aplicada), da USP, Wagner Yanaguizawa.

Um menor númerobet687produtores significa menos ofertabet687leite, o que também puxa os preços para cima.

"Esse choque não é temporário, é estrutural. Há riscobet687valores maiores nas próximas safras", afirma Serigati.