Inexperiência e tática equivocada: o coquetel do vexame:cruzeiro e crb palpite

A seleção brasileira sofreu uma humilhação que nenhuma outracruzeiro e crb palpiteseu quilate já sofreu um dia

Crédito, AFP

Legenda da foto, A seleção brasileira sofreu uma humilhação que nenhuma outracruzeiro e crb palpiteseu quilate já sofreu um dia
  • Author, Julio Gomes
  • Role, Editor da BBC Brasilcruzeiro e crb palpiteSão Paulo

cruzeiro e crb palpite Foicruzeiro e crb palpiteum dia 21cruzeiro e crb palpitejunhocruzeiro e crb palpite2002, na cidade japonesacruzeiro e crb palpiteFukuroi, que escrevi:

"Após a expulsãocruzeiro e crb palpiteRonaldinho, o Brasil começou a mostrar toda acruzeiro e crb palpiteexperiência e malandragem. O time passou a tocar a bolacruzeiro e crb palpitelado, cavar laterais, demorar nas cobrançascruzeiro e crb palpitefalta e até mesmo simular agressões. Como fez Rivaldo, caindo no chão com a mão no rosto após uma bola dividida pelo alto com o zagueiro Campbell."

Era a vitória do Brasil sobre a Inglaterra. Quartascruzeiro e crb palpitefinal da Copa que acabaria com o pentacampeonato. A seleção havia sofrido contra a Bélgica e havia virado o jogo contra a Inglaterra com genialidadescruzeiro e crb palpiteRonaldinho e Rivaldo. Mas o Gaúcho acabaria expulso aos 12 minutos do segundo tempo. Me lembro como se fosse hoje: a meia hora final daquela partida não existiu. Simplesmente não teve jogo.

Era Felipãocruzeiro e crb palpiteestado puro. O Grêmio dele era assim, o Palmeiras dele era assim. Futebol apaixonante? Não. Mas futebol competitivocruzeiro e crb palpiteque eram usados recursos que ficavam ali no limiar do ético/legal.

Contra a Colômbia, o mesmo deveria ter acontecido. Segundo tempo, 2 a 0, game over. Mas o game estava longecruzeiro e crb palpiteestar over. O Brasil sofreu, sofreu muito para sair com a vitória, mesmo tendo uma espéciecruzeiro e crb palpitecarta branca do juiz para continuar parando a Colômbia constantemente com faltas táticas. Tática. Não só faltas são táticas, mas também ações e decisões.

O Brasil sofreu naquele jogocruzeiro e crb palpiteFortaleza porque tinha um verdadeiro buraco no meiocruzeiro e crb palpitecampo. A faltacruzeiro e crb palpiteexperiência deste timecruzeiro e crb palpitemeninos impediu que eles conseguissem achar soluções ali mesmo, durante a partida. Soluções como um lateral cavado por Cafu naquele 21cruzeiro e crb palpitejunhocruzeiro e crb palpite2002. Uma falta que demorasse a ser batida. Uma conversacruzeiro e crb palpiteajustecruzeiro e crb palpiteposicionamento. Os colombianos fizeram um gol e, se achassem o segundo, teriam atropelado na prorrogação.

Ali, a seleção correu sério riscocruzeiro e crb palpiteser eliminada. Um time "Felipão vintage" nunca teria corrido o mesmo risco.

A juventude explica. A inexperiência explica. Mas a tática também explica. E se tem uma coisa que me incomoda no futebol é a maniacruzeiro e crb palpitesimplificar as coisas. Faltou esse jogador. Foi aquele erro. Aquele pênalti. Aquele convocado. Não, não, senhoras e senhores. O futebol é um jogo bastante mais complexo que isso e é nossa maniacruzeiro e crb palpitesimplificar tudo que turva análises.

E se tivéssemos falado menoscruzeiro e crb palpiteZuñiga e mais do tal buraco no meiocruzeiro e crb palpitecampo. E se tivéssemos falado menos do cartão a Thiago Silva e mais sobre como ele conseguia fazer dessa defesa um setor tão forte e coeso?

Falamos muitocruzeiro e crb palpitebesteira no futebol. E pouco do jogo. É por isso que não considero o Brasil o país do futebol, ainda que este seja um tema para um post futuro. Somos um paíscruzeiro e crb palpiteque as pessoas gostam muitocruzeiro e crb palpitejogar bola, mas não se preocupam nem um pouco com o jogo, as nuances do esporte, os fatores todos que vão além do drible e da qualidade técnicacruzeiro e crb palpiteum jogador. Somos um país que segue enxergando o futebol como um esportecruzeiro e crb palpiteindividualidades, quando ele é absurdamente coletivo.

Quem acompanha o esporte sabia que a Alemanha era muito, mas muito, mas muito, mas muito mais time que o Brasil. O que não impedia a chancecruzeiro e crb palpiteuma vitória brasileira, lógico. Esse é um esporte único por isso, o pior pode ganhar do melhor, pequenos acontecimentoscruzeiro e crb palpiteuma partida podem ter grandes consequências. Mas ela era improvável.

O que Luiz Felipe Scolari deveria ter feito, considerando que tinha um time jovem nas mãos e um oponente simplesmente melhor? Deveria ter sido o que sempre foi: pragmático e conservador.

E se Felipão tivesse "trancado a casinha" com vários volantes, tentado jogar por uma bola e tivesse perdido por 2 a 0? O que teria sido falado microfones afora? Eu digo para vocês. "Somos pentacampeões do mundo, não podemos jogar na retranca, tem que encarar qualquer um, a história do Brasil foi manchada"… etc etc etc etc etc.

Porque somos arrogantes no futebol. Mais até do que os americanos são com o basquete. Não aceitamos a superioridade alheia. O Brasil precisa perder por 7 a 1 para que as pessoas se deem contacruzeiro e crb palpiteque o rival é superior (e ainda tem muita gente usando o argumento do "resultado atípico"). Se perdesse por 2 a 0 ou 3 a 1, teria sido por culpa do Neymar, do juiz, do Zuñiga, do vento, da trave, do sal grosso. Sempre encontra-se uma justificativa para a derrota. Ou melhor, 157 justificativas antescruzeiro e crb palpitese dizer que "bom, também tinha um adversário ali".

O outro nunca vence. É o Brasil que perde. É parte da nossa prepotência. Como me disse um amigo jornalista,cruzeiro e crb palpiteperfeita definição, se temos um "complexocruzeiro e crb palpitevira-lata" para quase tudo, no futebol vivemos o "complexocruzeiro e crb palpitepitbull".

É o complexocruzeiro e crb palpitepitbull que faz nossos torcedores acreditarem que o futebol daqui seja do mesmo nível (ou quase) das ligas europeias. Que alguém que arrebente aqui será automaticamente craque lá. O complexocruzeiro e crb palpitepitbull não aceitaria que jogássemos contra a Alemanha usando a mesma tática da Argélia.

Talvez por achar que poderia jogar com a Alemanhacruzeiro e crb palpiteigual para igual, ou talvez por não querer sofrer este tipocruzeiro e crb palpitecrítica, Scolari errou. Com Bernard no lugarcruzeiro e crb palpiteNeymar, o sistema foi mantido. Aquele mesmo sistema do meiocruzeiro e crb palpitecampo com um mega buraco, dominado pela Croácia, pelo Chile e pela Colômbia. Em que Luiz Gustavo precisa cobrir as costascruzeiro e crb palpiteMarcelo e deixa a posição.

Se há um time contra quem você não pode "entregar" o meiocruzeiro e crb palpitecampo, este é a Alemanha. Nesta situação, ela passa por cima como um rolo compressor, como passou. Ainda com 0 a 0, 10 minutoscruzeiro e crb palpitejogo, eu tuitei o seguinte: "se continuar assim, vira 3 a 0. O Brasil precisa ficar menos escancaradocruzeiro e crb palpitecampo, urgentemente". A Alemanha nem tinha feito nada ainda. Apenas estava fácilcruzeiro e crb palpitever, no campo, o vão aberto no meio. Era uma questãocruzeiro e crb palpitetempo para que Khedira, Schweinsteiger e Kroos começassem a se sentir cômodos e a encontrar os caminhos. E eles nem precisaram abrir o jogo, nem precisaram explorar as costas dos laterais! Foi tudo pelo meio. Tudo escandalosamente fácil.

A tática do Brasil era qual? Hulk para cimacruzeiro e crb palpiteLahm e Bernard para cimacruzeiro e crb palpiteHowedes? Mas e daí, se você não tem a bola?

Como sabemos, meu tweet estava equivocado. Não virou 3 a 0. Já estava 5 a 0 com meia horacruzeiro e crb palpitejogo.

A Alemanha joga com uma defesa adiantada. A Argélia mostrou o caminho, mostrou como machucá-los. Transição rápida, velocidade dos atacantes e a esperançacruzeiro e crb palpitechegar à bola antescruzeiro e crb palpiteNeuer, o super goleiro-líbero. O Brasil tem jogadores melhores que os argelinos e tão rápidos quanto. Hulk, Bernard, Willian, Ramires, Oscar…

Fred não está na lista. Taticamente, não havia o menor sentido ter Fredcruzeiro e crb palpitecampo. Nem falo da parte técnica, falocruzeiro e crb palpitetática mesmo. De sistema. Fred nunca seria o jogador a romper os impedimentos e ganhar dos alemães na velocidade.

Então o Brasil, time jovem e inexperiente, com um volante que se deslocava para marcar o lateral, deixava o outro só. Os "meias" Hulk e Bernard estavam abertos. Só Oscar poderia ajudar Fernandinho. E o líder do sistema defensivo não estavacruzeiro e crb palpitecampo. Contra a seleção que melhor sabe, no mundo, como controlar o jogo e encontrar espaços.

Pagou-se o preçocruzeiro e crb palpiteum erro tático banal e assim foi construída a goleada. O normal era o Brasil perder da Alemanha. O anormal foi perdercruzeiro e crb palpite7. O normal era o Brasil ter tentado se defender e apostadocruzeiro e crb palpiteuma bola, um cruzamento, um golcruzeiro e crb palpitefalta. O anormal foi ter achado que tinha qualidade suficiente para encarar a Alemanha.

O Felipãocruzeiro e crb palpite2002 talvez tivesse sido mais pragmático na convocação e, certamente, na leitura do jogo do Mineirão. Em 2014, as necessidades são outras. O futebol mudou. Ele é só mais um no mundo autossuficiente do nosso futebol,cruzeiro e crb palpiteque vivemoscruzeiro e crb palpitepassado e não buscamos atualizações e intercâmbio. Afinal, somos pentacampeões.

Sim, somos pentacampeões. Mas a seleção brasileira sofreu uma humilhação que nenhuma outracruzeiro e crb palpiteseu quilate, e são poucas, já sofreu um dia. É melhor olhar para frente. Porque olhar para trás já não está mais resolvendo as coisas.