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Tim Vickery: Quando o assunto é crime no Rio, é melhor exagerar na cobertura do que jogar para debaixo do tapete:vaidebet patrocinio
Os Jogos Olímpicos são tão grandes, tão internacionais que correm o perigovaidebet patrociniofomentar o nacionalismo, descritovaidebet patrociniouma maneira genial por Albert Einstein como "uma doença infantil, o sarampovaidebet patrociniohumanidade".
Mas se o mundo está pegando sarampo, pelo menos não parece que esteja pegando zika. Um inverno rigoroso tem sido um repelentevaidebet patrociniomosquito eficiente, embora precisaremosvaidebet patrociniovários meses para avaliar a situação real.
Porque a zika nunca foi uma ameaca para a Olimpíada. Pelo contrário, os Jogos são uma ameaça às tentativasvaidebet patrociniocontrolar a disseminação do virus. Se a zika chegou aqui, como se pensa, atravésvaidebet patrociniouma pessoa infectada há três anos, então logicamente a presençavaidebet patrociniomuitas pessoas do mundo todo num lugarvaidebet patrocinioepidemia deve ser vista com certa preocupação.
Existe o risco óbviovaidebet patrocinioespalhar a doença para lugares despreparados. Felizmente, o clima ajudou. Vamos saber nos próximos meses.
A zika não é o único assunto que está dando frio na barriga da mídia internacional. Convidar a imprensa mundial para um megaevento desses é a lendária facavaidebet patrociniodois gumes. A beleza da cidade fica deslumbrante nas imagens da televisão, a vitalidadevaidebet patrocinioCopacabana cativa. Duvido que isso justifique todo o dinheiro gasto no evento, embora é claro que tudo isso sirva como uma propaganda maravilhosa para a cidade. Mas aí tem a questão do crime urbano.
Criticando a histeria com que esse assunto tem sido tratado, um jornalista do Chicago Tribune relata ironicamente que "milharesvaidebet patrocinioatletas conseguiram participar da cerimôniavaidebet patrocinioabertura sem que tivessem sido assaltados". E cita uma atleta americana que visitou o país varias vezes sem passar apuros. "Cidades grandes são perigosas quando você vai para os lugares errados", disse Casey Patterson, que é jogadoravaidebet patrociniovôleivaidebet patrociniopraia. "É a mesma coisa aqui".
Mas tem um problema claro com a linhavaidebet patrocinioque "pode acontecervaidebet patrocinioqualquer lugar". Crime é, sim, universal. Lembro, quando trabalhava no centrovaidebet patrocinioLondres, como era comum o furtovaidebet patrociniobolsas - mas na surdina.
Há dois fatores extremos na realidade carioca: primeiro, a ameaça ou a realidade da violência. Segundo, o modo como o medo dessa violência limita vidas e empobrece a riqueza da expêriencia urbana.
Tem um pouco disso numa reportagem do New York Times. "Rio é o lugar perigoso onde você terá a maior sensaçãovaidebet patrociniosegurança, até que você ande nas ruas com algum local", escreveu David Segal. Aí você ouve as "históriasvaidebet patrocinioguerra" que todo carioca carrega como uma espécievaidebet patrociniomochila mental. "Quanto menos tempo você conversa com cariocas, mais você aproveita este lugar." A inocência tem suas vantagens.
Mas é por esse motivo que uma cobertura exagerada sobre esse assunto é preferível a uma que procure minimizar os perigos. As maiores vítimas da violência são os próprios cariocas. E os ricos têm mais possibilidadevaidebet patrociniose proteger, nos seus condomínios fechados e espaços privados. Quem sofre mais são as pessoais normais.
O jornalismo tem que desmascarar histórias inventadas e mentiras vergonhosas. Mas também tem que chamar atenção para problemas reais. Não deixar a questão do crime urbano ser colocada debaixo do tapete também faz parte da grandeza dos Jogos.
*Tim Vickery é colunista da BBC Brasil e formadovaidebet patrocinioHistória e Política pela Universidadevaidebet patrocinioWarwick
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