5 conclusões após 4 semanasroleta no blazeguerra entre Israel e Hamas:roleta no blaze

Crédito, Reuters

Legenda da foto, As consequênciasroleta no blazeum ataque ao camporoleta no blazerefugiadosroleta no blazeJabalia,roleta no blazeGaza, no início desta semana

1.

Uma certeza é que os israelenses apoiam a campanha militar para acabar com o poder do grupo islâmico Hamas e do seu parceiro, a Jihad Islâmica.

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A retaliação é motivada pelos ataques do Hamas, que deixaram 1.400 pessoas mortasroleta no blaze7roleta no blazeoutubro, e pelo fatoroleta no blazecercaroleta no blaze240 reféns ainda estarem detidosroleta no blazeGaza.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, O ataque do Hamas a Israel matou 1.400 pessoas, muitas delas residentesroleta no blazekibutzes pertoroleta no blazeGaza

Conversei com Noam Tibon, um general reformado do Exércitoroleta no blazeIsrael, para saber como ele conseguiu chegar com aroleta no blazemulher até Nahal Oz, um kibutz na fronteira com Gaza, depois do ataque do Hamasroleta no blaze7roleta no blazeoutubro.

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Sua missão, bem-sucedida, era resgatar seu filho,roleta no blazenora e suas duas netas pequenas que estavam trancadosroleta no blazeum bunker, ouvindo homens armados do Hamas vagando do ladoroleta no blazefora.

Noam Tibon,roleta no blaze62 anos, está aposentado e tem ótima aparência. Para salvar a família, foi armado com uma espingarda e um capacete que tinha tiradoroleta no blazeum soldado israelense morto - o homem havia liderado um gruporoleta no blazesoldados que tinha se reunido no caos daquele dia, salvando a vida daroleta no blazefamília eroleta no blazemuitas outras pessoas no kibutz.

O general é um oficial israelense da velha escola eroleta no blazefala franca.

"Gaza vai sofrer... nenhuma nação vai concordar que o seu vizinho vai massacrar bebês, mulheres ou pessoas. Tal como vocês (britânicos) esmagaram o seu inimigo durante a Segunda Guerra Mundial. Isto é o que precisamos fazerroleta no blazeGaza. Sem piedade."

O que dizer dos civis palestinos inocentes que estão sendo mortos?, perguntei a ele.

"Infelizmente, está acontecendo. Vivemosroleta no blazeuma região difícil e precisamos sobreviver... temosroleta no blazeser duros. Não temos escolha”, respondeu.

Muitos israelenses partilham o seu sentimentoroleta no blazeque as mortesroleta no blazecivis palestinos são lamentáveis, mas que isso é uma consequência das ações do Hamas.

2.

É evidente que o ataqueroleta no blazeIsrael à Faixaroleta no blazeGaza está causando um terrível derramamentoroleta no blazesangue. O último númeroroleta no blazemortesroleta no blazepalestinos, divulgado pelo Ministério da Saúderoleta no blazeGaza, dirigido pelo Hamas, ultrapassou 9.000 pessoas – dos quais cercaroleta no blaze65% são crianças e mulheres.

Não está claro quantas das pessoas assassinadas eram civis ou lutavam pelo Hamas ou pela Jihad Islâmica.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e as autoridades israelenses não confiam nos números do ministério. Masroleta no blazeconflitos anteriores, as estatísticasroleta no blazevítimas palestinas foram consideradas precisas pelas organizações internacionais.

Um marco sombrio está se aproximando rapidamente. A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que cercaroleta no blaze9.700 civis foram mortos na Ucrânia desde a invasão russaroleta no blazegrande escala, há 21 meses.

Alguns dos palestinos mortos faziam parte do Hamas, segundo as autoridades israelenses. Mas mesmo que essa proporção chegue aos 10%, o que é improvável, significa que Israel está no caminho para ter matado,roleta no blazepouco maisroleta no blazeum mês, mais civis do que a Rússia na Ucrânia desde fevereiroroleta no blaze2022.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A ONU sugeriu que os ataques israelenses a Gaza poderiam constituir crimesroleta no blazeguerra

O gabinete dos direitos humanos da ONU afirmou que teme que os ataques aéreosroleta no blazeIsrael sejam desproporcionais e possam ser classificados como crimesroleta no blazeguerra.

Desde os primeiros dias após os ataques do Hamas, o presidente americano Joe Biden apoiou a decisãoroleta no blazeIsraelroleta no blazeusar a força militar para tentar retirar o Hamas do poderroleta no blazeGaza. Mas ele também acrescentou que isso precisava ser feito “da maneira certa”.

Biden quis dizer que Israel deveria observar as leis da guerra que protegem os civis.

O secretárioroleta no blazeEstado dos EUA, Antony Blinken, visitou Tel Aviv recentemente. “Quando vejo uma criança palestina retirada dos escombrosroleta no blazeum prédio destruído (por ataque aéreo), isso me atinge tanto no estômago quanto ver uma criançaroleta no blazeIsrael ouroleta no blazequalquer outro lugar”, disse Blinken.

Cobri como repórter todas as guerrasroleta no blazeIsrael nos últimos 30 anos. Não me lembroroleta no blazeuma administração dos Estados Unidos ter afirmado publicamente que Israel “precisa observar as leis da guerra”.

A visitaroleta no blazeBlinken nesta sexta-feira (3/11) sugere que ele acredita que Israel não está seguindo o conselhoroleta no blazeBiden.

3.

Outra coisa que sabemos com certeza é que o primeiro-ministroroleta no blazeIsrael, Benjamin Netanyahu, está sob grande pressão.

Ao contrário dos chefes militares eroleta no blazesegurançaroleta no blazeIsrael, ele não aceitou qualquer responsabilidade pessoal pela série catastróficaroleta no blazefalhas que deixaram as comunidades na fronteiraroleta no blazeIsrael com Gaza praticamente indefesasroleta no blaze7roleta no blazeoutubro.

No último domingo, 29roleta no blazeoutubro, ele causou alvoroço ao culpar as agênciasroleta no blazeinteligência pelas falhasroleta no blazeuma publicação no X (antigo Twitter). Netanyahu apagou a mensagem logo depois, e pediu desculpas.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, O primeiro-ministro Israel, Benjamin Netanyahu, culpou agênciasroleta no blazeinteligência pelo ataqueroleta no blaze7roleta no blazeoutubro, depois pediu desculpas

Três israelenses, um ex-negociadorroleta no blazepaz, o ex-chefe do Shin Bet (agênciaroleta no blazeinteligência internaroleta no blazeIsrael) e um empresárioroleta no blazetecnologia escreveram um artigo na revista Foreign Affairs dizendo que “Netanyahu não deveria participar da guerra.”

O primeiro-ministro tem apoiadores leais, mas perdeu a confiançaroleta no blazefiguras proeminentes do sistema militar eroleta no blazesegurançaroleta no blazeIsrael.

Noam Tibon, o general reformado que abriu caminho para o kibutz Nahal Oz para resgatar aroleta no blazefamília, compara Netanyahu a Neville Chamberlain, o primeiro-ministro britânico que foi forçado a se demitirroleta no blaze1940 e acabou substituído por Winston Churchill.

“Este é o maior fracasso na história do Estadoroleta no blazeIsrael. Foi um fracasso militar. Foi um fracassoroleta no blazeinteligência. E foi o fracasso do governo... Aquele que realmente está no comando - e toda a culpa está com ele - é o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu... Ele é responsável pelo maior fracasso da históriaroleta no blazeIsrael”, disse Tibon.

4.

Também está claro que o antigo status quo da região foi destruído. Era desagradável e perigoso, mas parecia existir uma certa estabilidade familiar.

Desde o fim da última revolta palestina,roleta no blaze2005, surgiu um padrão que Netanyahu acreditava poder ser sustentado indefinidamente. Era uma ilusão perigosa para todos os envolvidos.

O argumento era que os palestinos não eram mais uma ameaça para Israel. Em vez disso, eles eram um “problema a ser gerenciado”. As ferramentas disponíveis incluem a antiga táticaroleta no blaze“dividir para governar”.

Netanyahu, que foi primeiro-ministro durante a maior parte do tempo desde 2009 – depoisroleta no blazeum período anterior entre 1996 e 1999 – tem defendido consistentemente que Israel não tem um parceiro para a paz.

Potencialmente, sim. A Autoridade Palestina(AP), que é o principal rival do Hamas, é uma organização profundamente falha, e muitos dos que a apoiam acreditam que o seu presidente, Mahmoud Abbas, precisa se afastar do cargo. Mas ele aceitou a ideiaroleta no blazeestabelecer um Estado palestino ao ladoroleta no blazeIsrael na décadaroleta no blaze1990.

"Dividir para governar" para Netanyahu significava permitir que o Hamas construísse o seu poderroleta no blazeGaza para enfraquecer a Autoridade Palestina.

Embora o primeiro-ministro mais antigoroleta no blazeIsrael seja sempre cuidadoso com o que dizroleta no blazepúblico, as suas ações ao longoroleta no blazemuitos anos mostram que ele não quer permitir que os palestinos tenham um Estado independente.

Isso implicaria ceder terras na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, que a direitaroleta no blazeIsrael acredita pertencer aos judeus.

De temposroleta no blazetempos, algumas posiçõesroleta no blazeNetanyahu vazaram à imprensa.

Em 2019, várias fontes israelenses afirmaram que ele disse a um gruporoleta no blazemembros do Parlamento do Likud, seu partido, que, se eles se opusessem a um Estado palestino, deveriam apoiar esquemas para injetar dinheiro - principalmente fornecido pelo Qatar -roleta no blazeGaza.

Ele teria dito que o aprofundamento da divisão entre o Hamasroleta no blazeGaza e a Autoridade Palestina na Cisjordânia tornaria impossível a criaçãoroleta no blazeum Estado independente.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Netanyahu tentou criar uma barreira entre o Hamas e a Autoridade Palestina, liderada por Mahmoud Abbas (foto à direita, com o secretárioroleta no blazeEstado dos EUA, Antony Blinken)

5.

É também claro que Israel, apoiado pelos Estados Unidos, não vai tolerar um acordo que permita ao Hamas permanecer no poder. Isso garante muito mais derramamentoroleta no blazesangue. Também há grandes dúvidas, que até agora não foram respondidas, sobre quem poderia substituir o grupo.

O conflito entre árabes e judeus pelo controle das terras entre o rio Jordão e o Mar Mediterrâneo já dura maisroleta no blaze100 anos. Uma lição dessa longa e sangrenta história é que nunca haverá uma solução militar.

Na décadaroleta no blaze1990, o processoroleta no blazepazroleta no blazeOslo foi estabelecido para tentar pôr fim ao conflito por meio do estabelecimentoroleta no blazeum Estado palestino com a capitalroleta no blazeJerusalém Oriental, ao ladoroleta no blazeIsrael.

A última tentativaroleta no blazereanimar o acordo, após anosroleta no blazenegociações intermitentes, aconteceu durante a administração Barack Obama. Mas o processo falhou há uma década e, desde então, o conflito só se agravou.

Como disseram o presidente Biden e muitos outros, a única hipótese possívelroleta no blazeevitar mais guerras é estabelecer um Estado palestino ao ladoroleta no blazeIsrael. Mas isso não será possível com os atuais líderesroleta no blazenenhum dos lados.

Os extremistas, tanto israelenses como palestinos, farão tudo o que puderem para destruir a ideia, como têm feito desde a décadaroleta no blaze1990. Alguns deles acreditam que estão seguindo a vontaderoleta no blazeDeus, o que torna impossível persuadi-los a aceitar um compromisso secular.

Mas se esta guerra não causar um choque suficiente para quebrar preconceitos profundamente arraigados e tornar viável a ideiaroleta no blazedois Estados, nada o fará.

E sem uma forma mutuamente aceitávelroleta no blazepôr fim ao conflito, mais geraçõesroleta no blazepalestinos e israelenses serão condenadas a mais guerras.