Investigação BBC: os appsdort rouletteempréstimos instantâneos que roubam dados pessoais e chantageiam clientes:dort roulette

Um dos gerentesdort rouletteum dos call centers flagrou uma câmera escondida
Legenda da foto, Gravações secretas revelaram práticasdort rouletteintimidaçãodort rouletteduas centraisdort roulettecobrançadort rouletteaplicativosdort rouletteempréstimos

Normalmente alegre e corajosa, a mãedort rouletteAstha é uma respeitada advogada do setor imobiliáriodort rouletteMumbai, na Índia. Viúva, ela criadort roulettefilha sozinha. Mas, agora, ela estava emocionalmente devastada.

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"Ela estava desmoronando", relembra Astha.

A mãedort roulettepânico começou a contar à filha onde estavam todos os contatos e documentos importantes e parecia desesperada para sair pela porta afora.

Astha sabia que tinha que detê-la. "Não a percadort roulettevista", dissedort roulettetia, "porque ela vai pôr fim àdort roulettevida."

Retratodort rouletteAstha Sinhaa

Crédito, Prarthna Singh/BBC

Legenda da foto, Astha Sinhaa ficou horrorizada ao encontrardort roulettemãe Bhoomi tão abalada

Astha Sinhaa sabia quedort roulettemãe vinha recebendo ligações estranhas e devia dinheiro a alguém. Mas ela não tinha ideiadort rouletteque Bhoomi estava enfrentando mesesdort rouletteperseguição e tortura psicológica.

Ela foi vítimadort rouletteum golpedort roulettealcance global, com braços espalhadosdort roulettepelo menos 14 países. Os criminosos usam vergonha e chantagem para ter lucro. E, no processo, eles destroem a vida das pessoas.

Como funciona

O esquema é simples e brutal.

Existem muitos aplicativos que prometem empréstimos sem complicaçõesdort roulettequestãodort rouletteminutos. Nem todos são predatórios. Mas muitos, depoisdort rouletteinstalados no celular, extraem seus contatos, fotos e documentos, e usam essas informações para extorquir as pessoas.

Quando os clientes não pagam seus empréstimos no prazo – e, às vezes, até mesmo quando pagam – eles compartilham essas informações com uma centraldort rouletteatendimento. Nela, existem jovens agentes contratadosdort rouletteregime temporário, armados com laptops e telefones celulares. Eles são treinados para assediar e humilhar as pessoas para receber o pagamento dos empréstimos.

Retratodort rouletteBhoomi Sinhaa
Legenda da foto, Bhoomi Sinhaa pediu empréstimo a 69 aplicativos diferentes
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No finaldort roulette2021, Bhoomi Sinhaa havia tomado emprestado cercadort roulette47 mil rúpias (cercadort rouletteUS$ 565 ou R$ 2,8 mil)dort roulettediversos aplicativosdort rouletteempréstimos, enquanto esperava receber por algumas despesas profissionais. O dinheiro chegou quase imediatamente, mas com uma grande parcela deduzida na formadort roulettetarifas.

Sete dias depois, ela precisava pagar o empréstimo, mas ainda não havia recebido pelas suas despesas. Por isso, ela tomou emprestadodort rouletteoutro aplicativo, depoisdort roulettemais um.

As dívidas e os juros se multiplicaram, até que ela chegou a dever cercadort roulette2 milhõesdort rouletterúpias (cercadort rouletteUS$ 24 mil, ou R$ 118 mil).

Os agentesdort roulettecobrança logo começaram a ligar. Eles passaram rapidamente a ser grosseiros, lançando insultos e abusos contra Bhoomi. Mesmo quando o empréstimo já estava pago, eles diziam que ela estava mentindo.

Eles ligavam até 200 vezes por dia, dizendo que sabiam onde ela morava e enviavam fotosdort roulettecadáveres como advertência.

Os abusos se multiplicavam. Eles ameaçaram enviar mensagens para todos os 486 contatos do seu celular, dizendo a eles que ela era uma ladra e prostituta. E, quando ameaçaram manchar também a reputação dadort roulettefilha, Bhoomi não conseguia mais dormir.

Ela pegou dinheiro emprestado com os amigos, a família e cada vez mais aplicativos – 69, ao todo.

À noite, ela rezava para que a manhã não chegasse. Mas, às sete horasdort rouletteponto, seu celular começava a tocar sem parar.

Com o tempo, Bhoomi conseguiu pagar todo o dinheiro que devia, mas um aplicativo específico, chamado Asan Loan, não paravadort rouletteligar. Exausta, ela não conseguia se concentrar no trabalho e começou a ter ataquesdort roulettepânico.

Um dia, umdort rouletteseus colegasdort roulettetrabalho a chamou atédort roulettemesa e mostrou algo que havia no seu celular: uma foto pornográficadort rouletteBhoomi, nua.

A foto havia sido cruelmente montada, com a cabeçadort rouletteBhoomi espetada sobre o corpodort rouletteoutra pessoa. Mas a imagem a encheudort roulettenojo e vergonha. Ela desmaiou sobre a mesa do colega.

A Asan Loan havia enviado aquela foto para todos os contatos do seu celular. Foi quando Bhoomi pensoudort roulettetirar a própria vida.

A BBC obervou evidênciasdort rouletteesquemas como este, perpetrados por várias empresasdort roulettetodo o mundo. Mas, somente na Índia, encontramos pelo menos 60 pessoas que se mataram após terem sido assediadas pelos aplicativosdort rouletteempréstimos.

A maioria dessas pessoas estava na casa dos 20 e 30 anos. Elas incluem um bombeiro, um músico premiado, um jovem casal que deixou para trás suas filhas com três e cinco anosdort rouletteidade, um avô e um neto que se envolveram juntos nos aplicativosdort rouletteempréstimo. Quatro das vítimas eram adolescentes.

A maioria das vítimas tem muita vergonhadort roulettefalar sobre o golpe e os perpetradores permanecem, emdort roulettemaioria, anônimos e invisíveis.

Depoisdort roulettemeses procurando por alguém envolvido, a BBC conseguiu encontrar um jovem que trabalhou como agentedort roulettecobrançadort roulettecentraisdort rouletteatendimento para diversos aplicativosdort rouletteempréstimo.

Jornalista da BBC junto ao entrevistado, ambosdort roulettecostas para a câmera
Legenda da foto, Depoisdort rouletteter trabalhado como agentedort roulettecobrança, 'Rohan' (nome fictício) concordoudort rouletteexpor os abusos ao público

Rohan (nome fictício) contou que ficou perturbado com os abusos que presenciou. Muitos clientes choravam e alguns ameaçavam se suicidar, segundo ele. "Aquilo me assombrava todas as noites."

Ele concordoudort rouletteajudar a BBC a expor as práticasdort rouletteassédio.

A filmagem

Rohan se candidatou para trabalhardort rouletteduas centraisdort rouletteatendimento diferentes – a Majesty Legal Services e a Callflex Corporation. Ele passou semanas filmando disfarçadamente as centrais. Seus vídeos mostram jovens agentes assediando clientes

"Comporte-se ou vou destruir você", ameaça uma mulher. Ela acusa o clientedort rouletteincesto e, quando ele desliga, começa a rir. Outra pessoa sugere que o cliente deve fazerdort roulettemulher se prostituir para pagar o empréstimo.

Rohan registrou maisdort roulette100 incidentesdort rouletteabuso e assédio. Foi a primeira vezdort rouletteque essa extorsão sistemática foi capturada pelas câmeras.

O pior abuso que ele presenciou ocorreu na Callflex Corporation, localizada a pouca distância da capital indiana, Nova Déli. Ali, os agentes usavam linguagem obscena rotineiramente para humilhar e ameaçar os clientes.

Não se tratavadort rouletteagentesdort roulettecobrança desonestos desrespeitando práticas empresariais. Eles eram dirigidos e supervisionados por gerentes da centraldort rouletteatendimento. Um desses gerentes se chamava Vishal Chaurasia.

Rohan ganhou a confiançadort rouletteChaurasia. Ele e um jornalista que se apresentava como investidor marcaram uma reunião e pediram que ele explicasse exatamente como funciona o esquema.

Capturadort rouletteimagem do vídeodort rouletteque homem revela como funciona o esquema
Legenda da foto, Sem saber que estava sendo filmado, Vishal Chaurasia descreveu como ele 'torturava' os clientes para que pagassem seus empréstimos

Ele explicou que, quando um cliente faz um empréstimo, ele fornece ao aplicativo acesso aos contatos do seu telefone. A Callflex Corporation é contratada para recuperar o dinheiro – e, se o cliente perder o prazodort roulettepagamento, a empresa começa a assediá-lo e, depois, aos seus contatos.

Chaurasia disse aos seus funcionários que eles podem falar qualquer coisa, desde que consigam o pagamento.

"O cliente, então, pagadort roulettevergonha", ele conta. "Você irá encontrar pelo menos uma pessoa nadort roulettelistadort roulettecontatos que pode destruir a vida dele."

A BBC entroudort roulettecontato direto com Chaurasia, mas ele não quis fazer comentários. A Callflex Corporation não respondeu às nossas tentativasdort roulettecontato.

O suicídio

Uma das muitas vidas destruídas pelo esquema foi adort rouletteKirni Mounika.

Servidora pública com 24 anosdort rouletteidade, ela era o cérebro da família – a única estudante dadort rouletteescola a conseguir um emprego no governo e uma irmã coruja para seus três irmãos.

Seu pai é um agricultor bem sucedido e estava pronto para ajudá-la a fazer um mestrado na Austrália.

Na segunda-feiradort rouletteque ela se suicidou, três anos atrás, ela havia tomadodort roulettelambreta para ir ao trabalho, comodort roulettecostume. "Ela era toda sorrisos", conta seu pai, Kirni Bhoopani.

Somente quando a polícia verificou o telefone celular e os extratos bancáriosdort rouletteMounika, foi possível descobrir que ela havia tomado dinheiro emprestadodort roulette55 aplicativosdort rouletteempréstimos diferentes.

Tudo começou com um empréstimodort roulette10 mil rúpias (cercadort rouletteUS$ 120, ou R$ 590) até atingir um valor maisdort roulette30 vezes maior. No momentodort rouletteque ela decidiu se suicidar, ela já havia devolvido maisdort roulette300 mil rúpias (cercadort rouletteUS$ 3,6 mil ou R$ 17,7 mil)dort rouletteempréstimos.

A polícia afirma que os aplicativos a assediavam com ligações e mensagens vulgares – e haviam começado a enviar mensagens aos seus contatos.

Paidort rouletteKirni Mounika diantedort rouletteum retrato dela
Legenda da foto, Kirni Mounika deveria viajar para o casamento dadort roulettemelhor amiga, no diadort rouletteque se suicidou

O quartodort rouletteMounika é agora um santuário improvisado. Seu cartãodort rouletteidentificação do governo está pendurado na porta e a mala quedort roulettemãe preparou para que ela fosse a um casamento ainda está ali.

O que mais incomoda seu pai é que ela não havia contado para ele o que estava acontecendo. "Nós poderíamos ter conseguido o dinheiro facilmente", afirma ele, enxugando as lágrimas.

Bhoopani está furioso com as pessoas que fizeram isso.

Enquanto levava o corpo da filha do hospital para casa, o celular dela tocou e ele atendeu. Era uma reclamaçãodort roulettelinguagem obscena. "Eles nos disseram que ela tinha que pagar", ele conta. "Nós dissemos a eles que ela estava morta."

Bhoopani fica imaginando quem poderiam ser aqueles monstros.

Escondidos e invisíveis

Hari (nome fictício) trabalhoudort rouletteuma centraldort rouletteatendimento fazendo cobranças para um dos aplicativos dos quais Mounika havia tomado dinheiro emprestado. O salário era bom, mas, na época da mortedort rouletteMounika, ele já se sentia incomodado por participar daquele esquema.

Hari afirma que não fez ligações abusivas, segundo ele, porque estava na equipe que fazia as ligações iniciais, que eram educadas. Mas ele conta que os gerentes instruíam os funcionários a assediar as pessoas e ameaçá-las.

Os agentesdort roulettecobrança enviavam mensagens para os contatos das vítimas, acusando-asdort rouletteroubo e fraude.

"Todos têm uma reputação a defender perantedort roulettefamília", afirma ele. "Ninguém irá manchar essa reputação por apenas 5 mil rúpias [cercadort rouletteR$ 300]."

Quando era feito um pagamento, o sistema avisava "Sucesso!" e eles partiam para o cliente seguinte.

Quando os clientes começavam a ameaçar tirar suas próprias vidas, ninguém os levava a sério. Foi quando os suicídios começaram a acontecer. Os funcionários ligaram para o seu chefe, Parshuram Takve, pedindo para parar com aquilo.

No dia seguinte, Takve compareceu ao escritório. Ele estava com raiva.

"Ele disse, 'façam o que mandamos e consigam os pagamentos'", conta Hari. E assim eles fizeram.

Alguns meses depois, Mounika estava morta

Takve era implacável. Mas ele não conduzia a operação sozinho. Hari conta que, às vezes, a interfacedort roulettesoftware mudava para o idioma chinês sem dar aviso.

Takve era casado com uma mulher chinesa chamada Liang Tian Tian. Juntos, eles formaram a empresadort roulettecobranças Jiyaliangdort roulettePune, no oeste da Índia. Era lá que Hari trabalhava.

Liang Tian Tian e Parshuram Takve

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Liang Tian Tian e Parshuram Takvedort roulettefotografias tiradas pela polícia

Em dezembrodort roulette2020, Takve e Liang foram presos pela polícia que investigava um casodort rouletteassédio e liberados sob fiança alguns meses depois.

Em abrildort roulette2022, eles foram acusadosdort rouletteextorsão, intimidação e instigaçãodort roulettesuicídio. No final do ano, eles já estavamdort rouletteliberdade.

A BBC não conseguiu rastrear Takve. Mas, quando investigamos os aplicativos para os quais a Jiyaliang trabalhava, chegamos a um empresário chinês chamado Li Xiang.

Ele não tem presença online, mas encontramos um númerodort roulettetelefone relacionado a um dos seus funcionários. Nós nos apresentamos como investidores e marcamos uma reunião com Li.

Com seu rosto desconfortavelmente próximo da câmera, ele se vangloriou dos seus negócios na Índia. "Ainda estamos operando sem que os indianos saibam que somos uma empresa chinesa", afirmou ele.

Em 2021, a polícia da Índia realizou buscasdort rouletteduas das empresasdort rouletteLi para investigar assédio dos aplicativosdort rouletteempréstimos. Suas contas bancárias foram congeladas.

Retratodort rouletteLi Xiang
Legenda da foto, Li Xiang contou sobre os "procedimentos detalhados e específicos" dadort rouletteempresa

"Você precisa entender que, como nosso propósito é recuperar rapidamente nosso investimento, é claro que não pagamos impostos locais e as taxasdort roulettejuros que oferecemos violam a legislação local", ele conta.

Li afirmou quedort rouletteempresa possui seus próprios aplicativosdort rouletteempréstimos na Índia, no México e na Colômbia. Ele afirma que é líder no setordort roulettecontroledort rouletterisco e serviçosdort roulettecobrançadort roulettedívidas no sudeste asiático e, agora está expandindo seus negócios para a América Latina e a África.

Li tem maisdort roulette3 mil funcionários no Paquistão, Bangladesh e na Índia, prontos para oferecer "serviços pós-empréstimo".

Ele então explicou o que adort rouletteempresa faz para recuperar os valores emprestados.

"Se você não pagar, nós podemos adicionar você no WhatsApp e, no terceiro dia, iremos ligar e enviar mensagens para você ao mesmo tempo e ligar para os seus contatos", contou ele. "E, no quarto dia, se os seus contatos não pagarem, temos procedimentos detalhados e específicos."

"Nós acessamos os seus registrosdort roulettechamadas e capturamos muitas informações. Basicamente, é como se você estivesse nu na nossa frente."

A vergonha e a reviravolta

Bhoomi Sinhaa conseguiu lidar com o assédio, as ameaças, os abusos e a exaustão, mas não com a vergonhadort rouletteser relacionada àquela imagem pornográfica.

"Aquela mensagem realmente me deixou nua frente ao mundo inteiro", ela conta. "Perdi meu autorrespeito, minha moralidade, minha dignidade, tudodort rouletteum segundo.

A imagem foi enviada para advogados, arquitetos, funcionários do governo, parentes idosos e amigos dos seus pais – pessoas que nunca mais olhariam para ela da mesma forma.

"Aquilo me marcou profundamente", ela conta. "É como colar um copo quebrado, sempre haverá rachaduras."

Ela foi excluída pelos vizinhos da comunidade onde morou por 40 anos. "Até hoje, não tenho amigos. Sou só eu, eu acho", diz ela, com um sorriso amargo.

Alguns dos seus parentes não falam com ela até hoje. E ela imagina constantemente se os homens que trabalham com ela ficam imaginando-a sem roupas.

Na manhãdort roulettequedort roulettefilha Astha a encontrou, ela estava no fundo do poço. Mas aquele foi também o momentodort rouletteque ela decidiu enfrentar a situação.

"Não quero morrer assim", decidiu ela.

Bhoomi Sinhaa denunciou o caso à polícia, mas não teve notícias desde então.

Tudo o que ela pôde fazer foi mudar seu númerodort roulettetelefone e se livrar do chip. E, quandodort roulettefilha Astha começou a receber ligações, ela também destruiu o dela.

Bhoomi pediu aos amigos, à família e aos colegas que ignorassem as ligações e mensagens. Até que, um dia, todas elas pararam.

Bhoomi encontrou apoio entre suas irmãs, seu chefe edort rouletteuma comunidade onlinedort rouletteoutras pessoas assediadas pelos aplicativosdort rouletteempréstimos. Mas, principalmente, ela encontrou força nadort roulettefilha.

"Devo ter feito algodort roulettebom para ter uma filha como esta", conta Bhoomi. "Se ela não tivesse ficado do meu lado, eu teria sido uma das muitas pessoas que se mataram por causa dos aplicativosdort rouletteempréstimos."

A BBC apresentou as informações desta reportagem à Asan Loan e, atravésdort roulettecontatos, a Liang Tian Tian e Parshuram Takve, cujo paradeiro é desconhecido. Nem a empresa, nem o casal responderam aos contatos.

Li Xiang respondeu ao pedidodort roulettecomentários da BBC, afirmando que ele e suas empresas cumprem com todas as leis e regulamentações locais e nunca dirigiram aplicativosdort rouletteempréstimos predatórios. Ele declarou ainda que interrompeudort roulettecolaboração com a Jiyaliang – a empresadort roulettecobranças dirigida por Liang Tian Tian e Parshuram Takve – e não coletou nem usou informaçõesdort roulettecontatodort rouletteclientes.

Ele afirmou que suas centraisdort rouletteatendimento e cobrança respeitam padrões rigorosos e negou que tenha lucrado com o sofrimento dos cidadãos indianos comuns.

A Majesty Legal Services nega o usodort roulettecontatosdort rouletteclientes para recuperar empréstimos. Eles nos disseram que seus agentes são instruídos a evitar ligações abusivas ou ameaçadoras e que qualquer violação das políticas da empresa resultadort roulettedemissão.

Bhoomi Sinha com a filha
Legenda da foto, Bhoomi Sinha garante que o apoio àdort roulettefilha foi fundamental para denunciar seu caso e tentar refazerdort roulettevida

Presença na América Latina

Os aplicativosdort rouletteempréstimos extorsivos também são conhecidos na América Latina.

No México, a ONG Consejo Ciudadano já recebeu 19,2 mil denúnciasdort rouletteassédio desses aplicativos desde 2020. Seus responsáveis já registraram duas tentativasdort roulettesuicídiodort roulettepessoas que sofreram extorsão.

Além da conhecida manipulaçãodort roulettefotos subtraídas do celular das pessoas que instalaram os aplicativos e seu compartilhamento com os contatos do telefone para difamá-las, surgiu recentemente outra modalidade, que envolve o "sequestro" dos celulares das vítimas.

Seus perpetradores instalam no aparelho da vítima um programa maligno que a impededort rouletteter acesso a suas informações enquanto não pagar a dívida sendo cobrada.

Dados da ONG mexicana indicam que intervenções policiais recentes ajudaram a reduzir o númerodort roulettedenúncias – ainda na casadort roulette800 casos por mês.

Na Colômbia, a Superintendênciadort rouletteIndústria e Comércio (SIC) relatou ter recebido 338 denúnciasdort rouletteaplicativosdort roulettecréditos informais entre janeiro e julhodort roulette2022, mas os especialistas acreditam que o número realdort roulettedelitos seja muito maior.

A SIC afirma que os delitos cometidos sãodort rouletteinformações enganosas, faltadort roulettequalidadedort rouletteserviço, cláusulas abusivas, faltadort roulettemecanismosdort rouletteatendimento e abuso psicológico.

Até o momento, existem 61 processosdort rouletteintervençãodort rouletteaplicativos ativos e 61 processos judiciais, com 459 pessoas (físicas e jurídicas) investigadas na Colômbia.

O númerodort roulettepessoas afetadas pelas extorsões no país chega a 261.602, com valor total conhecidodort roulette4.317.590.287.132 pesos (pouco maisdort rouletteUS$ 1 bilhão, ou R$ 4,9 bilhões).

No Peru, as autoridades já detectaram o aumento deste tipodort roulettedelito.

O coronel Marco Conde, chefe da Divisãodort rouletteRoubos da Polícia Nacional peruana, declarou à BBC News Mundo (o serviçodort rouletteespanhol da BBC) que "práticas como empréstimos extorsivos têm sido frequentes no Peru e foi detectado um crescimento nos últimos anos". Mas não há números oficiais disponíveis

"Na maioria dos casos, trata-sedort roulettefotos roubadas que são manipuladas e compartilhadas com os contatos do telefone, mas também há casosdort rouletteque se exige que os contatos paguem a dívida pendente", segundo Conde.

* Com colaboraçãodort rouletteRonny Sen, Shwetika Prashar, Syed Hasan, Ankur Jain, da equipe do programa BBC Eye. Agradecemos também aos repórteres disfarçados que não podem ser identificados por questõesdort roulettesegurança.

Informações da América Latina fornecidas por Marcos González, Daniel Pardo e Guillermo d. Olmo, da BBC News Mundo (o serviçodort rouletteespanhol da BBC).