Como suposto espião russo 'esquentou' documentos no Brasil, segundo a PF:pix7 bet com

Elas apontam que Sergey teria tido a ajudapix7 bet comuma escreventepix7 bet comcartório brasileira para conseguir a anulaçãopix7 bet commultas eleitorais e a liberação documental para a comprapix7 bet comum apartamentopix7 bet comSão Paulo. Pela ajuda, ele teria presenteado a mulher com um colar da marca Swarovski avaliadopix7 bet comUS$ 400, pouco maispix7 bet comR$ 2 mil.

Sergey foi presopix7 bet comabrilpix7 bet com2022 após tentar, sem sucesso, entrar na Holanda. As autoridades do país europeu apontam que se fazia passar por Victor Muller Ferreira, um cidadão brasileiro que tinha conseguido um estágio no Tribunal Penal Internacional,pix7 bet comHaia.

O serviçopix7 bet cominteligência holandês afirma quepix7 bet comvezpix7 bet comser um estudante brasileiro, Victor era, na realidade, Sergey, um agente secreto do FSB, um dos serviçospix7 bet cominteligência da Rússia.

Ao chegar ao Brasil, ele foi preso, processado e condenado a 15 anospix7 bet comprisão por usopix7 bet comdocumentos falsos. Aqui, ele admitiu ser russo, mas negou qualquer ligação com os serviçospix7 bet cominteligência russos.

Alertada sobre a possibilidadepix7 bet comter um espião internacionalpix7 bet comsuas mãos, a Polícia Federal passou a investigar Cherkasov e conseguiu apreender documentos e dispositivos eletrônicos escondidospix7 bet comuma áreapix7 bet commatapix7 bet comCotia (SP).

Esses dispositivos, acreditam os investigadores, eram usados para o russo deixar mensagens e passar relatórios sobre suas atividades aos seus "controladores"pix7 bet comterritório nacional.

A ajuda

Foi num desses dispositivos parecidos com um pen drive que os investigadores da PF encontraram um arquivo com um relato que acredita-se ter sido feito por Sergey para umpix7 bet comseus controladores no qual ele narra como a agora ex-escreventepix7 bet comum tabelionatopix7 bet comnotaspix7 bet comSão Paulo o teria ajudadopix7 bet comtrocapix7 bet comum colar Swarovski.

A BBC optou por omitir a identidade da agora ex-funcionária enquanto a investigação ainda estápix7 bet comcurso.

"Os fatos, objeto da investigação, ocorrerampix7 bet comSão Paulo/SP, entre os anospix7 bet com2021 e 2022, quando o russo Sergey Vladimirovich Cherkasov, passando-se pelo fictício brasileiro Victor Muller Ferreira, cooptou [...] a quem deu vantagem indevida, consistente num colar swarosky (sic), no valorpix7 bet comU$D 400,00, para que ela o auxiliasse na autenticaçãopix7 bet comdocumentos, na anulaçãopix7 bet commultas eleitorais, na autorizaçãopix7 bet comcomprapix7 bet comum apartamento, dentre outros auxílios,pix7 bet comface dos quais há robustos indíciospix7 bet comirregularidades", diz o trechopix7 bet comum pedidopix7 bet comprisão contra Cherkasov relacionado ao caso.

Nos documentos encontrados pela PF e que teriam sido elaborados por Cherkasov, o russo diz que a funcionária teria feito uma espéciepix7 bet comautenticaçãopix7 bet comseu RG tendo como base uma foto do documento apresentada por elepix7 bet comseu telefone. Segundo o suspeitopix7 bet comespionagem, isso teria facilitadopix7 bet comvida no país.

"Com essa autorização consegui iniciar o processopix7 bet comcidadania (portuguesa), consegui nova carteirapix7 bet commotorista e obter novas certidõespix7 bet comnascimento e etc. (sic) sem sequer ter um documentopix7 bet comidentidade", diz um trecho do documento encontrado e traduzido do inglês pela PF.

A menção ao processopix7 bet comcidadania portuguesa chama atenção porque, segundo as investigações, Cherkasov tentava obtê-la para transitar com mais facilidadepix7 bet comsuas viagens internacionais.

"Ela autenticou todos os documentos dos meus 'pais', o que ajudou a economizar muito tempo e atenção desnecessária dos advogados. Loyola anulou as multas eleitorais por não votar no país por cinco anos, limpou meu CPF e está pronta para autorizar a compra do meu apartamento como feito com bens financeiros legitimamente obtidos", diz outro trecho do documento.

O termo "pais" entre aspas é uma provável referência ao fatopix7 bet comque, para dar cobertura àpix7 bet comhistória, Cherkasov teve que "fabricar" uma família falsa composta por um pai com cidadania portuguesa e uma mãe brasileira, ambos já falecidos.

Mais adiante, Cherkasov afirma que presenteou a funcionária porpix7 bet com"ajuda".

"Porpix7 bet comajuda, dei-lhe um presentepix7 bet comjaneiro - colar Swarowksy no valorpix7 bet comUS$ 400", diz o documento.

Segundo o relato atribuído a Cherkasov, a funcionária seriapix7 bet comum Tabelionatopix7 bet comNotaspix7 bet comSão Paulo. A reportagem da BBC News Brasil conseguiu confirmar que ela trabalhou até pelo menos 2021 no estabelecimento.

O relato contido nos documentos fazem partepix7 bet comum pedidopix7 bet comprisão feito pela Polícia Federalpix7 bet comdezembro deste ano. O caso tramitou na Justiça Federalpix7 bet comSão Paulo. O pedidopix7 bet comprisão, na realidade, tinha um caráter meramente formal, uma vez que Cherkasov já estava preso.

Apesarpix7 bet commencionar o nome da funcionária, a PF não pediu apix7 bet comprisão e nem informou detalhes sobre que medidas teriam sido tomadas para investigá-la.

Nos documentos obtidos pela reportagem, não fica claro se a PF aprofundou investigações sobre as ações atribuídas a ela, ou se ela sabia da real identidadepix7 bet comSergey.

Por e-mail, o tabelionato informou que a escrevente trabalhou no estabelecimento, mas não dissepix7 bet comqual período. O tabelionato também disse não ter tido nenhum conhecimento sobre os fatos irregulares supostamente praticados por ela.

Por telefone, a ex-funcionária confirmou que trabalhou no tabelionato, mas disse que não poderia responder a nenhuma questão sobre o caso.

Procurada, a PF não se manifestou sobre o assunto.

Preso, investigado e alvo da Rússia

Os elementos colhidos pelas autoridades holandesas apontam que Cherkasov faria partepix7 bet comum grupo específicopix7 bet comagentespix7 bet cominteligência russos.

Usandopix7 bet comidentidade brasileira, segundo as investigações, Cherkasov morou na Irlanda e nos Estados Unidos onde fez cursospix7 bet comuniversidades dos dois países. Foi com seus documentos falsos brasileiros que ele obteve vistos emitidos por autoridades americanas.

Em outubropix7 bet com2022, um outro caso semelhante aopix7 bet comCherkasov foi revelado pelas autoridades da Noruega.

A polícia local prendeu um homem supostamente brasileiro que atuava como pesquisadorpix7 bet comum centro que estuda questões relacionadas ao Ártico e ameaças híbridas.

Do pontopix7 bet comvista geopolítico, a Noruega é considerada importante para a Rússia por conta da proximidade com o país e pelo fatopix7 bet como país fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O casopix7 bet comCherkasov chamou ainda mais atenção a partirpix7 bet comagostopix7 bet com2022, quando o governo da Rússia pediu apix7 bet comextradição. No pedido, as autoridades russas afirmam que ele seria investigado no país por crimes relacionados ao tráficopix7 bet comdrogas.

O que despertou a curiosidadepix7 bet compessoas familiarizadas com o caso no Brasil foi o fatopix7 bet comque Cherkasov se manifestou favorável àpix7 bet comextradição para a Rússia uma vez que as penas às quais ele pode estar sujeitopix7 bet comseu país-natal são maiores que aquelas às quais ele estaria sujeito no Brasil.

O pedidopix7 bet comextradição, agora, depende do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda não há data prevista para o julgamento.

A reportagem da BBC News Brasil procurou a Defensoria Pública da União (DPU), que atua no caso da extradiçãopix7 bet comCherkasov. Por meiopix7 bet comnota, o órgão disse que não poderia se manifestar sobre eventuais denúncias contra elepix7 bet comoutras instâncias da Justiça.

A reportagem também fez contato com advogados que começaram a defendê-lo logo que ele foi preso, mas não obteve retorno.

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