Os ucranianos que estão desaparecendomelhores casas de aposta futebolprisões russas:melhores casas de aposta futebol

Mykyta Buzynov

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Mykyta desapareceu após ser detido por soldados russos. Sua família afirma que ele não fez nadamelhores casas de aposta futebolerrado

Eles foram para a aldeiamelhores casas de aposta futebolMykhailo-Kotsiubynske, mas no iníciomelhores casas de aposta futebolmarço soldados russos também foram para lá. "Viemos para libertá-los do seu governo. Putin é bacana", exclamaram os soldados.

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Volodymyr diz que os soldados revistaram a aldeia, confiscaram telefones e acusaram amelhores casas de aposta futebolfamíliamelhores casas de aposta futebolcompartilhar a localização do exército russo – algo que todos negam. Então, diz Volodymr, os soldados armaram o que parecia ser uma execução falsa.

"Eles levaram meu irmão Mykyta e outros para trásmelhores casas de aposta futebolalgumas árvores e ordenaram que formassem fila contra uma parede, gritando: 'Preparar! Apontar!' Então eles pegaram a namoradamelhores casas de aposta futebolMykyta, Kateryna, e a fizeram ela se ajoelhar ao lado dele. Apontando um rifle paramelhores casas de aposta futebolcabeça, eles disseram ao meu irmão: 'Se você não confessar, nós atiraremos nela.'"

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Volodymyr diz que foi a última vez que viu Mykyta. "Ele pode ter confessado para salvar a namorada, porque eles a soltaram. Eles nos disseram: 'Ele admitiu tudo. Ele pode pegar até 15 anosmelhores casas de aposta futebolprisão.'"

De acordo com o governo ucraniano,melhores casas de aposta futebolnovembromelhores casas de aposta futebol2023 havia 4.337 ucranianosmelhores casas de aposta futebolprisões russas. A maioria eram militares, mas 763 eram civis. No entanto, não existe uma lista oficial dos seus nomes e as autoridades ucranianas se baseiammelhores casas de aposta futeboldados da Cruz Vermelha.

A Cruz Vermelha nem sempre consegue ter acesso aos locais onde os ucranianos estão detidos na Rússia, muito menos a territórios ocupados, onde as instalaçõesmelhores casas de aposta futeboldetenção não oficiais podem incluir porõesmelhores casas de aposta futebolhotéis e edifícios abandonados. O Comissário do Parlamento Ucraniano para os Direitos Humanos, Dmytro Lubinets, afirma que o númeromelhores casas de aposta futebolpresos pode ser muito maior, com um totalmelhores casas de aposta futebolcivis desaparecidos estimadomelhores casas de aposta futebol25 mil.

A BBC pediu ao Ministério da Defesa da Rússia que divulgasse quantos civis ucranianos estão detidos e onde estão detidos, mas não obtivemos resposta.

Segundo a lei russa, uma pessoa só pode ser detida durante 48 horas sem ordem judicial e os registros dessa prisão devem ser mantidos. No ano passado, o presidente russo, Putin, estendeu o período para 30 dias nas áreas ocupadas da Ucrânia por ofensas graves ou violaçãomelhores casas de aposta futebolproibições ou restriçõesmelhores casas de aposta futebolguerra.

Mas muitas vezes a hora, o local e os motivos da detenção não são registrados, não são abertos processos criminais ou administrativos e não são realizadas investigações,melhores casas de aposta futebolacordo com documentos judiciais analisados pela BBC.

Anastasia Panteleyeva, da Iniciativamelhores casas de aposta futebolMídia para os Direitos Humanos (MIHR, na siglamelhores casas de aposta futebolinglês), diz que a Rússia está justificando a detençãomelhores casas de aposta futebolcivis ucranianos sob o termo amplomelhores casas de aposta futebol"resistência à operação militar especial".

"Uma pessoa pode ser presa só porque as janelas damelhores casas de aposta futebolcasa dão para uma áreamelhores casas de aposta futebolpotencial importância para os militares russos. E se os soldados levarem um tiro, a pessoa que mora nas proximidades será culpada", explica ela.

Ilustracaomelhores casas de aposta futebolarma apontada para cabecamelhores casas de aposta futebolpessoa
Legenda da foto, Presos ucranianos disseram à BBC que sofreram execuções simuladas

O Ministério da Defesa da Rússia argumenta que os ucranianos capturados estão "sendo detidosmelhores casas de aposta futebolacordo com os requisitos das Convençõesmelhores casas de aposta futebolGenebra sobre o tratamentomelhores casas de aposta futebolprisioneirosmelhores casas de aposta futebolguerra".

As Convençõesmelhores casas de aposta futebolGenebra proíbem a tomadamelhores casas de aposta futebolreféns, mas nada dizem sobre prisioneiros civis, apenas militares. As regras dizem que os não-combatentes só podem ser detidos "de acordo com as leis e regras do lado ocupante" e com a garantiamelhores casas de aposta futebolque serão submetidos ao processo penal padrão.

A advogada Polina Murygina, que ajuda presos com seu projeto Todo Ser Humano, diz: "Encontrar alguém no sistema, e ainda mais extraí-lo dele, é muito difícil. Nós nos deparamos com um paradoxo jurídico: é melhor que eles [as autoridades] pensem que você é um criminoso."

Quando uma pessoa é acusada ela aparece no sistema e tem direitos. Ou se ela for prisioneiromelhores casas de aposta futebolguerra pode ser trocada. Mas os civis capturados acabam detidos sem defesa, acusação ou julgamento.

Procurando Mykyta

Desesperados para encontrar Mykyta, seus amigos e parentes começaram a usar o serviçomelhores casas de aposta futebolcartas das prisões, que permite enviar mensagens para algumas colônias penais e unidadesmelhores casas de aposta futebolisolamento investigativo.

Por fim, receberam uma resposta confirmando que ele estava detidomelhores casas de aposta futebolum centromelhores casas de aposta futeboldetenção provisória chamado SIZO-3melhores casas de aposta futebolBelgorod, perto da fronteira com a Rússia. Mas quando um advogado foi visitá-lo, a prisão disse que não havia ninguém com esse nome.

Outro advogado, Leonid Solovyov, diz que isto é uma ocorrência normal: "Muitas vezes, chego e me dizem que a pessoa não está lá. Ou simplesmente não me deixam entrar. Ou dizem que a pessoa foi realocada. Você não pode ir lá e esperar poder verificar todas as celas. Você tem que confiar na resposta que recebe na porta ou, na melhor das hipóteses, no gabinete do chefe da prisão".

A BBC também tentou rastrear Mykyta. Escrevemos para SIZO-3, Colônia Penal 4, que também fica na regiãomelhores casas de aposta futebolBelgorod, e outras instituições onde ativistasmelhores casas de aposta futeboldireitos humanos acreditam que prisioneiros ucranianos estão detidos.

A maioria das instituições respondeu que não tinha nenhum prisioneiro com as característicasmelhores casas de aposta futebolMykyta. No entanto, SIZO-3 disse que a mensagem "passou pela censura e foi entregue ao destinatário" – isso pode significar que Mykyta estaria lá. Mas no dia seguinte, recebemos a mesma resposta da Colônia Penal 4.

A BBC conseguiu falar com ex-detentos. Muitas vezes, as suas histórias relatam um cenário sombrio. Um prisioneiro disse que os ucranianos nas prisões russas são tratados "como subumanos".

Anton Lomakin
Legenda da foto, Anton Lomakin diz que foi espancado e enfrentou uma simulaçãomelhores casas de aposta futebolexecução

Anton Lomakin, um policialmelhores casas de aposta futebolKherson, não conseguiu fugir da Ucrânia quando a invasão russa começou. Ele se escondeu, mas no verãomelhores casas de aposta futebol2022 ele também desapareceu emelhores casas de aposta futebolfamília não conseguiu encontrá-lo.

No casomelhores casas de aposta futebolAnton, ele disse ter reunido algumas informações que repassou aos militares ucranianos. Ele diz que, depoismelhores casas de aposta futebolter sido traído por um colega que lhe trazia suprimentos, foi capturado pelo exército russo e levado para um centromelhores casas de aposta futeboldetenção temporáriamelhores casas de aposta futebolKherson.

"Durante a viagem, eles usaram um taser nas minhas pernas emelhores casas de aposta futeboloutras partes do meu corpo. Eles encenaram uma execução simulada e me levaram para um buraco no chão. Eles me fizeram ajoelhar e me disseram para rezar."

"Eles carregaram suas armas e atiraram bem perto da minha orelha esquerda. Houve três ou quatro rajadas curtas. Então um celular tocou, eles colocaram no alto-falante e alguém do outro lado disse para não atirarmelhores casas de aposta futebolmim."

Quando Anton chegou ao centro, ele disse que foi interrogado, espancado, ameaçado e encharcado com água fria, quase o fazendo engasgar. Seu relato coincide com o depoimentomelhores casas de aposta futeboloutros presos detidos na instituição na épocamelhores casas de aposta futebolque a cidademelhores casas de aposta futebolKherson foi ocupada pelas forças russas.

"Uma vez, eles me disseram para levantar as pernas com os calcanhares para cima. Eu recusei. Eles apontaram uma arma para meus órgãos genitais e me deram uma escolha. É claro que escolhi levantar os pés", diz Anton.

"Eles pegaram dois cassetetesmelhores casas de aposta futebolborracha e espancaram meus calcanhares por um longo tempo. Sempre que eu abaixava os pés, era obrigado a levantá-los novamente. Caso contrário, eles batiam na minha cabeça e nas costas", lembra ele.

A BBC perguntou ao Ministério da Defesa da Rússia sobre o casomelhores casas de aposta futebolAnton e aguarda uma resposta. A Rússia não reconhece a detençãomelhores casas de aposta futebolcivis como prisioneiros e já negou anteriormente acusaçõesmelhores casas de aposta futebolagressão ou crimes contra eles.

Anton diz que dividia uma cela com outros sete homens: um era um ex-policial ucraniano e outro morava no centromelhores casas de aposta futebolKherson, perto do prédio onde os militares russos estavam estacionados. Ambos foram acusadosmelhores casas de aposta futebolserem agentes da inteligência ucraniana. Os outros companheirosmelhores casas de aposta futebolcela não souberam explicar por que foram presos.

Anton foi transferido duas vezes emelhores casas de aposta futebolfamília só conseguiu localizá-lo com a ajudamelhores casas de aposta futebolum amigo que tinha passaporte russo.

Ele foi finalmente libertado após 104 dias, sem nenhum dinheiro e documentos.

Celamelhores casas de aposta futebolprisão

Crédito, Suspilne/Taras Ibragimov/BBC

Legenda da foto, Anton Lomakin diz que esta imagem mostra as condições nas celas onde foi detido

A polícia ucraniana e o Gabinete do Procurador-Geral da Ucrânia consideram a detençãomelhores casas de aposta futebolcivis um crimemelhores casas de aposta futebolguerra e estão envolvidos na buscamelhores casas de aposta futebolpessoas desaparecidas ou raptadas.

Irina Didenko, do Ministério Público, afirma que "90% dos detidos são submetidos a tortura".

No direito internacional, não existe um mecanismo específico para libertar civis do cativeiro. As Convençõesmelhores casas de aposta futebolGenebra estabelecem que um combatente só pode ser trocado por um combatente – pode-se libertar um civil, mas nãomelhores casas de aposta futeboltrocamelhores casas de aposta futebolalguém que seja soldado.

"Potencialmente, a melhor formamelhores casas de aposta futebollibertar e repatriar reféns civis pode ser atravésmelhores casas de aposta futebolum Estado terceiro", diz Didenko. Os países do Oriente Médio já negociaram trocasmelhores casas de aposta futebolprisioneirosmelhores casas de aposta futebolguerra, o regressomelhores casas de aposta futebolcrianças e civis deportados e a libertaçãomelhores casas de aposta futebolestrangeiros do cativeiro russo.

Quando se trata da Organização das Nações Unidas (ONU), os ativistas dos direitos humanos argumentam que os seus mecanismos estão ultrapassados. Segundo eles, as regras da ONU não cobrem este tipomelhores casas de aposta futeboldetento.

E para pessoas como Volodymyr, que sonhamelhores casas de aposta futebolrever seu irmão Mykyta mais uma vez, ele está perdendo rapidamente as esperanças. "Não há nenhum lugar que não tenhamos contatado", diz ele.

"Para começar, tínhamos a ilusãomelhores casas de aposta futebolque receberíamos ajudamelhores casas de aposta futebolorganizações internacionais. Mas tudo o que obtivemos delas foi: 'Registrado. Recebido.' Nunca fomos além disso."