A corrida entre Brasil, China, EUA e países da Europa para explorar 'novo pré-sal':betfair apk

O interessebetfair apkpetroleiras na região é grande por conta da perspectivabetfair apkque essa região possa concentrar reservasbetfair apkgrandes proporções como as que foram encontradas nas costas da Guiana, Suriname e da África.

Além disso, as empresas procuram alternativas para o futuro esgotamento,betfair apkalgumas décadas, das reservas localizadasbetfair apkbacias mais exploradas como asbetfair apkSantos ebetfair apkCampos, no Sudeste e Sul do Brasil.

Até o momento, não há números confirmados sobre a estimativa das reservas localizadas nas bacias que compõem a Margem Equatorial no Brasil.

Cálculos feitos pelo Ministériobetfair apkMinas e Energia (MME), no entanto, trabalham com estimativas próximas a 10 bilhõesbetfair apkbarrisbetfair apkpetróleo, volume próximo aos 13,2 bilhõesbetfair apkbarrisbetfair apktodo o Brasilbetfair apkreservas provadas até 2022.

Nos últimos meses, a possibilidadebetfair apkexploraçãobetfair apkpetróleo na bacia sedimentar da Foz do Amazonas, uma das bacias que compõem a Margem Equatorial, atraiu a atençãobetfair apkempresários, políticos e ambientalistas.

Em maio deste ano, o Instituto Brasileirobetfair apkMeio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou o pedidobetfair apklicenciamento ambiental feito pela Petrobras para perfurar um poço cujo objetivo era verificar a existênciabetfair apkpetróleo na costa do Amapá.

O órgão alegou inconsistências técnicas no pedidobetfair apklicenciamento feito pela Petrobras. A empresa recorreu.

A Foz do Amazonas, no entanto, é apenas uma das cinco bacias sedimentares que compõem a Margem Equatorial. A negativa à Petrobras, no entanto, chamou a atenção para toda a região, especialmente por conta dos planosbetfair apkinvestimento da estatal para a exploraçãobetfair apkpetróleo e gás na Margem Equatorial como um todo. Os dados da ANP, no entanto, mostram que o Brasil não é o único país com investimentos na região.

Segundo a ANP, existem 41 blocos exploratórios (fase que antecede a exploração comercial propriamente dita) localizados na região, nas Bacias da Foz do Amazonas (9), Pará-Maranhão (5), Barreirinhas (18) e Potiguar Mar (9). Desses, 20 estão com os contratos suspensos por conta da demora na obtençãobetfair apklicenciamento ambiental.

Aindabetfair apkacordo com a agência, a produçãobetfair apkpetróleobetfair apkpoços da margem equatorial é baixa. Em março deste ano, a produção do Brasil foibetfair apk3,9 milhõesbetfair apkbarris diários.

Confira quais países e empresas.

Brasil

O Brasil tem cinco empresas operando ou com investimentosbetfair apkblocos localizados na Margem Equatorial: cinco. As petroleiras são: Petrobras, Enauta, Aquamarine, 3R Petroleum e Prio.

A Petrobras é a principal operadora brasileira na região. Ela opera 16 blocos no total. Além disso, a estatal aparece como parceirabetfair apkoutras empresasbetfair apkoutros quatro blocos na baciabetfair apkBarreirinhas, na costa do Maranhão.

A Enauta, fundadabetfair apk2010 e com sede no Riobetfair apkJaneiro, aparece como operadorabetfair apktrês blocos: dois na bacia Pará-Maranhão e um na bacia da Foz do Amazonas.

A Aquamarine aparece como parceira da Shellbetfair apkquatro blocos na baciabetfair apkBarreirinha. A empresa foi fundadabetfair apk2013 e também tem sede no Riobetfair apkJaneiro.

A 3R Petroleum é uma empresabetfair apkcapital aberto fundadabetfair apk2010 e com sede no Riobetfair apkJaneiro. De acordo com a ANP, ela aparece como operadorabetfair apkum bloco na baciabetfair apkBarreirinha.

A Prio também tem capital aberto e sede no Brasil. Na Margem Equatorial, a empresa aparece como operadorabetfair apkdois blocos na bacia da Foz do Amazonas.

Reino Unido

O Reino Unido tem três empresas atuando como operadoras ou parceiras na Margem Equatorial: Shell (empresa anglo-holandesa), BP e Chariot.

A Shell é operadorabetfair apk11 blocos localizados nas bacias da Potiguar e Barreirinhas. Ela também aparece como parceirabetfair apkpelo menos um bloco, ao lado da Petrobras,betfair apkum bloco na bacia Potiguar.

A outra empresa britânica com interesses na Margem Equatorial é a BP, que aparece como operadorabetfair apkum bloco e como parceira da Petrobrasbetfair apkoutro, ambos na baciabetfair apkBarreirinhas.

A BP, aliás, chegou a ter participaçãobetfair apkblocos localizados na bacia da Foz do Amazonas, mas cedeubetfair apkparticipação para a Petrobrasbetfair apk2021.

A Chariot, porbetfair apkvez, aparece como operadorabetfair apktrês blocos, todos localizados na baciabetfair apkBarreirinhas.

Estados Unidos

Os Estados Unidos têm uma presença reduzida, até o momento, na exploração da Margem Equatorial. Apenas uma empresa é apontada pela ANP como operadora na região. A empresa é a Murphy do Brasil, vinculada à Murphy Oil Corporation, uma empresa norte-americana sediada no Arkansas.

Aindabetfair apkacordo com a ANP, a Murphy é operadorabetfair apktrês blocos na bacia Potiguar.

China

A China também aparece com apenas uma empresa atuando ou com investimentos na Margem Equatorial.

A empresa é a Sinopec, uma das principais estatais chinesasbetfair apksetorbetfair apkpetróleo e gás.

Ela é parceira da Petrobrasbetfair apkdois blocos, ambos localizados na bacia Pará-Maranhão.

Japão

O Japão tem apenas uma empresa com atuação na Margem Equatorial. A empresa é a Mitsui, uma gigante global no setorbetfair apkenergia.

Segundo a ANP, ela aparece como parceira da Shellbetfair apkquatro blocos localizados na baciabetfair apkBarreirinhas.

Portugal

A empresa portuguesa Galp também tem operações na Margem Equatorial. Segundo a ANP, a empresa europeia tem participaçãobetfair apkquatro blocos situados na baciabetfair apkBarreirinhas. Em todos, ela é sócia da Shell e da Petrobras.

França

A única empresa francesa atualmente vinculada à Margem Equatorial é a Total Energies. Hoje, ela aparece como parceira da BPbetfair apkum bloco na baciabetfair apkBarreirinhas.

No passado, porém, a empresa tentou, sem sucesso, obter a liberação para perfurar um poço exploratóriobetfair apkum bloco na bacia da Foz do Amazonas, a mesma região onde a Petrobras também tenta atuar.

O Ibama, no entanto, negou a licença e,betfair apk2020, a empresa abriu mãobetfair apksua participação nos blocos que tinha na regiãobetfair apknome da Petrobras. Ela tentou durante sete anos obter as licenças ambientais para fazer as pesquisas exploratórias na região.

Potencial e polêmicas

A negativa do Ibama ao licenciamento ambiental pedido pela Petrobras para perfurar um poço na bacia da Foz do Amazonas lançou luz sobre a divisão dentro do atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)betfair apkrelação ao destino das possíveis reservas localizadas na Margem Equatorial.

De um lado, o ministrobetfair apkMinas e Energia, Alexandre Silveira, demonstrou irritação com a decisão do Ibama e voltou a defender a exploraçãobetfair apkpetróleo na região.

"É inadmissível que não possamos conhecer das nossas potencialidades minerais no país", disse Silveira durante uma audiência pública no Senado Federal, logo após a publicação da decisão do Ibama.

Em março, quando ainda não havia a definição do Ibama, Silveira chamou a regiãobetfair apk"novo pré-sal".

"Temos uma janelabetfair apkoportunidade, não podemos perder o novo pré-sal que pode estar na margem equatorial e que será o passaporte para o futuro das regiões Norte e Nordeste do Brasil", disse o ministro.

Do outro lado desse embate, porém, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, respaldou a decisão do Ibama que barrou a perfuração na Foz do Amazonas.

"É uma decisão técnica. E uma decisão técnicabetfair apkgoverno republicano e democrático é respeitada", afirma.

O debate, no entanto, é mais amplo, segundo ambientalistas e defensores da atividade petroleira.

Ambientalistas argumentam que, diante da emergência climática e da necessidadebetfair apkreduzir as emissõesbetfair apkcarbono na atmosfera, explorar a Margem Equatorial seria um contrassenso.

Para a analistabetfair apkpolíticas públicas da organização não-governamental WWF, Daniela Jerez, o apoiobetfair apkparte do governo à exploração da Margem Equatorial é uma contradição.

"Do pontobetfair apkvista climático, explorar regiões que têm toda essa complexidade, toda essa sensibilidade socioambiental para eventualmente começar a produzir petróleo para depoisbetfair apk2030, quando o mercado para esse tipobetfair apkproduto vai ser completamente diferente do que a gente tem hoje, é uma decisão que parece bastante equivocada do pontobetfair apkvista da indústriabetfair apkenergia" afirmou Daniela Jerez à BBC News Brasil.

Questionado sobre os impactos climáticos da exploraçãobetfair apknovas reservasbetfair apkpetróleo, o MME defendeu a necessidadebetfair apkatuar na região.

"A pasta entende ser necessário o desenvolvimentobetfair apknovas fronteiras exploratórias como a margem equatorial brasileira. A medida é importante para a manutenção das reservas e do patamarbetfair apkproduçãobetfair apkpetróleo e gás natural e para economia do país, uma vez que petróleo ainda será a principal força motriz das economias globais por um período considerável", diz a nota.

"Caso o Brasil não desenvolva o potencial petrolífero, outros o farão para atender à demanda estabelecida. Exemplos disso podem ser vistosbetfair apkpaíses como Guiana e Suriname que anunciaram as primeiras descobertasbetfair apkpetróleo na margem equatorial sul-americana", prossegue o MME.

Apesar das críticasbetfair apkambientalistas, a ANP disse à BBC News Brasil que, atualmente, além dos 41 blocos já arrematados na Margem Equatorial, há outros 83 blocos disponíveis para arremate dentro da oferta permanentebetfair apkconcessão feita pela agência.

Além disso, no editalbetfair apkoferta que deve ir a leilãobetfair apkjunho deste ano, há outros 14 blocos previstos.

Fora esses, a agência diz ainda que há outros 289 blocos na Margem Equatorial aguardando análise do governo para serem incluídosbetfair apkleilões no futuro.

Petrobras defende investimentos

Procurada, a Petrobras enviou uma nota à BBC News Brasilbetfair apkque afirma que "a Margem Equatorial brasileira é uma fronteira exploratóriabetfair apkáguas profundas muito importante para a Petrobras e para o Brasil" e que "seu potencial petrolífero tem sido corroborado por descobertas recentes feitas por outras empresasbetfair apkregiões vizinhas".

Aindabetfair apkacordo com a estatal, a previsão é investir US$ 3 bilhões na Margem Equatorial nos próximos anos. A empresa diz que mesmo diantebetfair apkcenáriosbetfair apkque haja uma transição energética acelerada, a demanda por petróleo tende a se manter alta até pelo menos 2050.

"Atualmente, temos a previsãobetfair apkinvestimentosbetfair apkquase US$ 3 bilhões na campanha exploratória nas bacias da Margem Equatorial brasileira, incluindo a perfuração previstabetfair apk16 poços com o objetivobetfair apkidentificar novas acumulaçõesbetfair apkpetróleo e/ou gás natural", disse a empresabetfair apknota.

Por e-mail, a BP disse à BBC News Brasil que seu contratobetfair apkconcessão referente a um bloco na baciabetfair apkBarreirinhas está suspenso desde 2019 por conta da faltabetfair apklicenciamento ambiental para o início das fasesbetfair apkpesquisa na área arrematada. Segundo a companhia, não há previsãobetfair apkprodução no bloco.

A portuguesa Galp, por sua, vez, disse que suas atividades nos blocos também dependem do licenciamento ambiental. "É, portanto, prematuro para a Galp fazer comentários sobre as perspectivas desses blocos", disse a empresabetfair apknota.

A empresa disse também que vem ampliando seu portfóliobetfair apkprojetosbetfair apkenergias renováveis.

A brasileira 3R Petroleum disse que apesarbetfair apkter a concessãobetfair apkum bloco na bacia Barreirinhas, "não faz parte do seu planejamento a exploração e desenvolvimento do mesmo".

A Prio, Mitsui, Aquamarine, Sinopec, Total, Murphy, Enauta, Chariot e Shell não enviaram respostas aos questionamentos feitos à BBC News Brasil.