Homem paraplégico volta a andar após receber implantes no cérebrotécnica pioneira:
"Eu me sinto como uma criança aprendendo a andarnovo", disse Oskam à BBC.
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Ele também pode agora ficarpé e subir escadas.
"Foi uma longa jornada, mas agora posso me levantar e tomar uma cerveja com meu amigo. É um prazerque muitas pessoas não têm ideia."
A tecnologia, publicada na revista científica Nature, foi desenvolvida por pesquisadores suíços.
A neurocirurgiã Jocelyn Bloch, professora da UniversidadeLausanne (Suíça) que realizou a delicada cirurgiainserção dos implantes, destaca que o sistema continuaestágiopesquisa básica e faltam muitos anos para estar disponível para pacientes com paralisia.
Ela diz à BBC News, no entanto, que o objetivo da equipe era tirá-lo do laboratório e colocá-looperação o mais rápido possível.
"O importante para nós não é apenas realizar um experimento científico, mas eventualmente dar mais acesso a mais pessoas com lesões na medula espinhal que estão acostumadas a ouvir dos médicos que precisam se acostumar com o fatoque nunca mais terão movimentos."
Harvey Sihota é executivo-chefe da ONG britânica Spinal Research, que não participou da pesquisa. Segundo ele, embora haja um longo caminho a percorrer antes que a tecnologia esteja disponível, ela é "muito promissora".
"Embora ainda haja muito a melhorar com essas tecnologias, este é outro passo promissor no campo da neurotecnologia e seu papel na restauração da função e independêncianossa comunidadelesões na medula espinhal".
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A cirurgia para restaurar o movimentoGert-Jan foi realizadajulho2021.
Bloch fez dois orifícios circularescada lado do crânio dele, com 5 cmdiâmetro, acima das regiões do cérebro envolvidas no controle do movimento. Em seguida, inseriu dois implantesformadisco que transmitem sinais cerebrais sem fio — os desejosGert-Jan — para dois sensores presos a um capacete emcabeça.
A equipe suíça desenvolveu um algoritmo que traduz esses sinaisinstruções para mover os músculos das pernas e pés por meioum segundo implante inserido ao redor da medula espinhalGert-Jan — que Bloch ligou às terminações nervosas relacionadas ao atoandar.
Os pesquisadores descobriram que, após algumas semanastreinamento, o paciente conseguia ficarpé e andar com o auxílioum andador. Seu movimento é lento, mas suave, segundo o professor Grégoire Courtine, da École Polytechnique FédéraleLausanne (EPFL), que comandou o projeto.
"Vê-lo andar tão naturalmente é muito comovente", disse. "É uma mudançaparadigmarelação ao que existia antes".
Os implantes cerebrais se baseiam no trabalho anteriorCourtine, quando apenas o implante espinhal era usado para restaurar o movimento. O implante espinhal amplificou sinais fracos do cérebro para a parte danificada da coluna vertebral e foi impulsionado ainda mais por sinais pré-programadosum computador.
Em 2018, a BBC News noticiou como David M'zee foi o primeiro paciente a se beneficiar do implante espinhal, tanto que conseguiu ter um bebê comesposa, algo que não era possível anteriormente.
E no ano passado Michel Roccati se tornou a primeira pessoa com uma medula espinhal completamente lesionada a andar como resultado da tecnologia.
Ambos se beneficiaram muito, mas o movimentocaminhada é pré-programado e parece robótico. Eles também têm que manter seus movimentos pretendidossintonia com o computador, alémparar e redefini-los se ficarem forasincronia.
Gert-Jan tinha apenas o implante espinhal antester os implantes cerebrais. Ele diz que agora tem um controle muito maior. "Antes eu sentia que o sistema estava me controlando, mas agora eu o estou controlando".
Nem os sistemas anteriores, nem os novos podem ser usados constantemente. São volumosos e aindafase experimental.
Em vez disso, os pacientes os usam por cercauma hora, algumas vezes por semana, como partesua recuperação.
O atocaminhar treina seus músculos e restaura um certo graumovimento quando o sistema é desligado, indicando que os nervos danificados podem estar crescendo novamente.
O objetivo final é miniaturizar a tecnologia. A Onward Medical, empresa do professor Courtine, está fazendo melhorias para comercializar a tecnologia para que ela possa ser usada no dia-a-dia das pessoas.
"Está chegando", diz Courtine. "Gert-Jan recebeu o implante 10 anos após o acidente. Imagine quando aplicarmos nossa interface cérebro-espinha algumas semanas após a lesão. O potencialrecuperação é tremendo", conclui ele.