Eleições 2024:go+bet freebetque tamanho o bolsonarismo sai das urnas?:go+bet freebet
"Esse campo realmente conseguiu um sucesso importante nas eleições", diz Camila Rocha, estudiosa do bolsonarismo e diretora do Center for Critical Imagination do Centro Brasileirogo+bet freebetAnálise e Planejamento (CCI-Cebrap).
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Mas se,go+bet freebetum lado, o campo bolsonarista sai fortalecido,go+bet freebetoutro, ele deixa as disputas municipaisgo+bet freebet2024 com as divisões internas mais aparentes, observam os especialistas.
Com isso, outras lideranças do campo da direita, como o governadorgo+bet freebetSão Paulo, Tarcísiogo+bet freebetFreitas (Republicanos) e o governadorgo+bet freebetGoiás, Ronaldo Caiado (UB) ganharam espaço e margemgo+bet freebetinfluência.
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Desde que Bolsonaro assumiu a Presidênciago+bet freebet2019, uma parte da direita radical que aderiu àgo+bet freebetideologia desaguou na política mais tradicional.
Outra fatia, porgo+bet freebetvez, radicalizou ainda mais o discurso, um movimento simbolizado na emergênciago+bet freebetfiguras como Pablo Marçal (PRTB),go+bet freebetSão Paulo, com uma retórica antissistema que se estendeu inclusive para a religião.
Essa segmentaçãogo+bet freebetcerta forma reflete a própria diversidade do voto bolsonarista, avalia Monalisa Soares, coordenadora do Laboratóriogo+bet freebetEstudos sobre Política, Eleições e Mídia da Universidade Federal do Ceará (LEPEM-UFC).
Quando se elegeugo+bet freebet2018, Bolsonaro amalgamou perfis diferentesgo+bet freebeteleitores: antipetistas; liberais que simpatizavam com seu ministro da Economia, Paulo Guedes; conservadores que se identificavam com a pautago+bet freebetcostumes; e outros, com a própria figura do ex-militar.
"O que a gente vê agora é uma contradição maior dentro desse campo", acrescenta a cientista política, referindo-se a disputas como asgo+bet freebetSão Paulo ego+bet freebetCuritiba,go+bet freebetque maisgo+bet freebetum candidato reivindicou a unção do ex-presidente durante a campanha.
"Isso reflete a possibilidadego+bet freebetexistirem candidatos que estão no mesmo campo, mas que sinalizam para fatias diferentes desse eleitorado."
Em São Paulo, o PLgo+bet freebetBolsonaro indicou o vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB) - que venceu Guilherme Boulos (PSOL) e conquistou a reeleição neste domingo -, enquanto Pablo Marçal reivindicou uma posição como "bolsonarista raiz".
O PL também tinha um vice na disputago+bet freebetsegundo turno na capital paranaense, na chapago+bet freebetEduardo Pimentel (PSD), que saiu vitorioso neste domingo, apoiado pelo governador Ratinho Junior (PSD). Sua oponente, Cristina Graeml (PMB), usou, contudo, a imagem do ex-presidentego+bet freebetforma reiterada durante a campanha, se apresentando como verdadeira bolsonarista.
Guilherme Casarões, coordenador do Observatório da Extrema Direita, categoriza como "racha" essa redistribuição das forças do bolsonarismo no espectro político.
De um lado, um bolsonarismo institucional, que caminhou para a costurago+bet freebetalianças partidárias, da articulaçãogo+bet freebetapoios partidários no Congresso.
De outro, um movimento mais radicalizado, algo novo que aparece nessas eleições com a ascensãogo+bet freebetMarçalgo+bet freebetSão Paulo. "Eu não sei nem se dá pra continuar chamando issogo+bet freebetbolsonarismo", ele pondera.
Camila Rocha, do CCI-Cebrap, também acha que é cedo para definir onde Marçal se encaixa.
"O que dá pra falar, com base no que a gente observou, é que esses fenômenos ainda estão no campo da extrema direita e partemgo+bet freebetum repertório comum com o bolsonarismo quando reafirmam, por exemplo, valores cristãos conservadores, antiesquerdismo, anticomunismo."
Marçal especificamente se desvia do universo do bolsonarismo, ela acrescenta, na ênfase que dá à questão do empreendedorismo, "muito mais acentuada", na capacidade maiorgo+bet freebetdiálogo com eleitores mais pobres e moradoresgo+bet freebetperiferias e com os jovens.
Mayra Goulart, professora do departamentogo+bet freebetciência política da Universidade Federal do Riogo+bet freebetJaneiro (UFRJ) e coordenadora do Laboratóriogo+bet freebetPartidos, Eleições e Política Comparada (Lappcom) acrescenta à lista uma redução do militarismo no discurso, com um paralelo aumento do componente neoliberal.
PL: quando o bolsonarismo encontra o fundo eleitoral
Os cientistas políticos são unânimesgo+bet freebetafirmar que o PL sai maior das urnasgo+bet freebet2024. Eleitogo+bet freebet516 municípios, 50% mais que no pleito anterior, o PL é o quinto partidogo+bet freebetnúmerogo+bet freebetprefeituras.
"Sai como como um partido interiorizado, capilarizado, capazgo+bet freebetfazer alianças locais", avalia Goulart.
Também se consolida como um dos grandes partidosgo+bet freebetdireita do país, o "centro do bolsonarismo institucional", avalia Casarões.
Como consequência, também sai fortalecido seu presidente, Valdemar Costa Neto.
O alinhamento mais à direita do partido é recente. O PL nasceugo+bet freebet2006, na época como Partido Republicano (PR), a partir da fusão do Partido Liberal, esse fundadogo+bet freebet1985 durante a redemocratização, com o Partido da Reedificação da Ordem Nacional (Prona), fundadogo+bet freebet1989 por Enéas Carneiro.
Desde a fundação, teve um perfil ideológico mais fluido, à semelhança das legendas fisiológicas que compõem parte do sistema político brasileiro.
Chegou a estar na vice-presidência do primeiro governo Lula, com José Alencar (quego+bet freebet2005 mudougo+bet freebetpartido), e a compor a base parlamentar da gestão petista — estando, inclusive, no centro do escândalo do mensalão.
A guinada aconteceugo+bet freebet2022, quando Bolsonaro, que estava sem partido havia dois anos, se filiou à legenda e uma parte do campo bolsonarista passou a se organizar dentro da sigla.
No Ceará, a chegada dessas forças provocou uma briga interna que culminou na renúncia do então presidente do PL no Estado, o veterano Acilon Gonçalves,go+bet freebetperfil mais tradicional,go+bet freebetnovembrogo+bet freebet2023.
"O grupo bolsonarista desbancou o dirigente, assumiu a posição e organizou o partido para essas eleições, focando toda a energiago+bet freebetFortaleza", diz Monalisa Soares.
Quem esteve à frente desse movimento foi André Fernandes, que neste domingo perdeu o segundo turno por uma margem apertada para o petista Evandro Leitão ego+bet freebet2022 foi o deputado federal mais votado do Estado.
Em Minas Gerais, porgo+bet freebetvez, o partido tem hoje o que Camila Rocha considera um dos principais nomes do bolsonarismo nas redes sociais, o deputado federal Nikolas Ferreira.
"Ele foi usado como grande cabo eleitoral nessas eleições, para conseguir não só prefeituras, mas também vereanças", ela acrescenta.
Em Belo Horizonte, o candidato apoiado por Nikolas, Bruno Engler (PL), não conseguiu vencer o segundo turno contra Fuad Noman (PSD), que conquistou a reeleição.
Mesmo com a derrota na capital mineira e na cearense, Rocha pondera que só o fatogo+bet freebeto partido ter chegado ao segundo turno com candidaturas competitivas nessas duas cidades com candidatos jovens, que postulavam cargos do Executivo pela primeira vez, reforça a tendênciago+bet freebetfortalecimento do bolsonarismo observada nessas eleições.
A carga ideológica — que, viago+bet freebetregra, tem peso menorgo+bet freebeteleições municipais do que nacionais — não foi, contudo, a única mola propulsora do PLgo+bet freebet2024.
Goulart destaca quatro novas regras políticas e eleitorais que acabaram colocando mais poder nas lideranças partidárias.
Uma delas foi o financiamento públicogo+bet freebetcampanhas, que distribuiu R$ 4,9 bilhões para legendas. O PL foi o partido que recebeu a maior fatia, R$ 886 milhões.
Outra foi a redução da quantidade máximago+bet freebetcandidaturas que cada partido pode inscrever para as disputas legislativas, além da cláusulago+bet freebetbarreira, que estimulou as legendas menores a se uniremgo+bet freebetfederações, e, finalmente, a impositividade do orçamento, que a cientista política define como "o aumento do controle dos deputados sobre o orçamento público e os repasses feitos atravésgo+bet freebetemendas parlamentares aos municípios".
É nessa última categoria que entram o que ficou popularmente conhecido como "emendas pix", os repasses com recursosgo+bet freebetemendas parlamentares feitos sem transparência e com pouca fiscalização.
E Bolsonaro?
Se o campo bolsonarista sai aparentemente fortalecido, ainda que rachado, o mesmo não pode ser dito sobre Jair Bolsonaro. Os especialistas se dividem nas análises sobre o saldo destas eleições para o ex-presidente.
Para Casarões, que também é professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), "a figura do Bolsonaro, que ainda é o centrogo+bet freebetgravidade desse movimento que a gente apelidougo+bet freebetbolsonarismo, sai relativamente fortalecida".
"A grande questão que fica é entender como o Bolsonaro administra esse racha na direita que ele mesmo ajudou a produzir", acrescenta, dando como exemplo a disputago+bet freebetSão Paulo.
"O apoio do Bolsonaro ao [Ricardo] Nunes, ao mesmo tempogo+bet freebetque sinalizava para Pablo Marçal, mostra a dificuldade que ele tevego+bet freebetcompatibilizar esses dois mundos."
Na capital paulista, Bolsonaro acabou se escondendo da disputa no primeiro turno, apesargo+bet freebetseu partido ser vice na chapago+bet freebetNunes.
Quem manifestougo+bet freebetforma contundente o apoio ao candidato do MDB foi outra liderança bolsonarista, o governador do Estado, Tarcísio Freitas (Republicanos), que foi incisivo nas críticas a Marçal. Ele é apontado como um dos fiadores da reeleiçãogo+bet freebetNunes e uma das figuras que também sai fortalecida dessas eleições.
"Acho que essa situaçãogo+bet freebetdisputa entre as lideranças do campo bolsonarista também acaba enfraquecendo a própria figura do Bolsonaro", avalia Rocha.
"Antes ele era o árbitro absoluto dos conflitos nesse campo, e agora ele perdeu força, perdeu poder."
A situaçãogo+bet freebetBolsonaro segue delicada, acrescenta a cientista política, por contago+bet freebetsua inelegibilidade, que deixa seu nome fora das urnas até 2030.
O PL e Valdemar Costa Neto têm deixado clara a intençãogo+bet freebetlutar no Congresso para que Bolsonaro seja anistiado e possa voltar a concorrer, mas esse não é um processo tão simples, ela completa.
Bolsonaro também viu alguns dos candidatosgo+bet freebetque mais investiu pessoalmente perderem no segundo turno. Ele escolheu Goiânia, capitalgo+bet freebetGoiás, para passar o dia da votação, apostando na vitória, mas viu seu candidato, Fred Rodrigues (PL) ser derrotado por Sandro Mabel (UB), que recebeu 55% dos votos.
Mabel era apoiado pelo governador Ronaldo Caiado (UB), que também é visto como liderança do campo da direita e se apresenta como potencial candidato à Presidênciago+bet freebet2026.
Durante a campanha, Caiado e Bolsonaro trocaram provocações. Veterano da política e ex-aliadogo+bet freebetBolsonaro, o governadorgo+bet freebetGoiás vem defendendo que a direita não deve centralizar o podergo+bet freebettornogo+bet freebetuma única liderança.
E chegou a dizer que Pablo Marçal provou que a "direita não tem dono".
“A próxima eleição (presidencial) vai ser a que terá mais candidatos à direita, eu não tenho dúvidas. É muito difícil aglutinar todas as ideiasgo+bet freebettornogo+bet freebetum único partido e cada um sairá candidato com as suas teses no primeiro turno. O Pablo Marçal deixou clarogo+bet freebetSão Paulo que a direita não tem dono. O próprio Valdemar (Costa Neto, presidente do PL) já citou a importânciago+bet freebetatrair outras correntes, construir um projeto, se antecipando a isso”, afirmou Caiado, durante a campanha.