Por que Rússia e Noruega frearam suas ambições no Ártico, foco do interesseanubis slotTrump:anubis slot

A partir daí, teve início o que alguns apelidaramanubis slot"corrida fria" ou "febre fria" do Ártico, termo que,anubis slotum jogoanubis slotpalavrasanubis slotinglês, remete a "corrida do ouro" ou "febre do ouro" ("gold rush" e "cold rush").

O fluxoanubis slotinvestimentos ganhou fôlego diante da redução da camadaanubis slotgelo no Polo Norte, reflexo das mudanças climáticas que ameaçam o futuro do planeta e que, nesse caso, acabaram tornando as reservas naturais do Ártico e seus recursos pesqueiros mais acessíveis.

Com a aberturaanubis slotnovas rotas marítimas, a distância percorrida anualmente por navios no Oceano Ártico mais do que dobrou entre 2013 e 2023, passandoanubis slot9,8 milhões para 20,7 milhõesanubis slotquilômetros.

O incremento gerou expectativaanubis slotque, no longo prazo, naviosanubis slotcarga possam passar por ali no trajeto da Ásia para a Europa e para a costa leste americana.

Mais recentemente, entretanto, a atividade econômica na região desacelerou significativamente, com a mudançaanubis slotposturaanubis slotdois países que vinham protagonizando os investimentos — Rússia e Noruega.

Após a invasão da Ucrânia pela Rússiaanubis slot2022, grande parte dos projetos planejados para a região do Ártico foi interrompida diante da deterioração das relações entre a Rússia e o Ocidente.

"A Rússia tinha grandes planos para o Ártico", diz Morten Mejlaender-Larsen, diretoranubis slotoperações e tecnologia no Ártico da empresa norueguesa DNV, que estabelece regras e normas para o setor marítimo.

"Eles começaram a construir centros regionaisanubis slotresgate completos com navios e helicópteros para facilitar tanto o transporte marítimo para projetosanubis slotgás, petróleo e carvão na Sibéria, quanto para o transporte marítimo ao longo da Passagem Nordeste [ao norte da Rússia]."

"Porém, desde a invasão da Ucrânia, a navegação internacional na Passagem Nordeste praticamente parou, com exceçãoanubis slotalguns navios chineses", observa Mejlaender-Larsen.

No caso da Noruega, ele acrescenta, o que aconteceu foi a suspensão da exploraçãoanubis slotpetróleo e gás na região: "[A atividade] está completamente parada".

"Não esperamos ver nenhum outro desenvolvimento no Maranubis slotBarents, ao norte da Ilha do Urso", ele acrescenta, referindo-se à pequena ilha norueguesa 400 km ao norte do território coninental do país.

O movimento agradou ambientalistas, que sempre alertaram sobre o impacto da exploraçãoanubis slotóleo e gás no frágil ecossistema da região polar.

Em dezembro, o Greenpeace comemorou a decisão do governo norueguêsanubis slotsuspender a primeira rodadaanubis slotlicitações para extraçãoanubis slotáguas profundas entre as ilhas norueguesasanubis slotSvalbard e Jan Mayen, que também estão no Ártico.

Analistas ponderam que, embora a relação com a Rússia seja um dos principais motivos pelos quais a Noruega está cautelosaanubis slotinvestiranubis slotprojetos no Ártico, seu interesse na região já havia diminuído.

Analistas como Arild Moe, do grupoanubis slotpesquisa norueguês Fridtjof Nansen Institute, acreditam que a "febre" do Ártico foi baseadaanubis slotsuposições exageradas.

"A euforia foi excessiva", diz o especialistaanubis slotexploraçãoanubis slotpetróleo e gás na região.

"Os relatóriosanubis slot2008 não se referiam a reservas reais — mas sim a recursos potenciais e altamente incertos, que seriam arriscados, caros e difíceisanubis slotlocalizar e explorar."

Para Helene Tofte, diretoraanubis slotcooperação internacional e clima da Associação Norueguesaanubis slotArmadores, a perspectiva para o transporte marítimo no Ártico também foi superdimensionada.

Ela ressalta que, apesar do impacto das mudanças climáticas que acabaram facilitando o tráfegoanubis slotnavios, o Ártico continua sendo um lugar difícil para se operar.

"As condições podem ser extremamente desafiadoras, mesmo quando a ausênciaanubis slotgelo marinho permite a passagem", argumenta.

"Grande parte da rota está longe das infraestruturas capacitadas para responder a emergências, como buscas e resgates, e recursosanubis slotlimpeza ambiental."

"O aumento do transporte marítimo nesta área exigiria investimentos substanciaisanubis slotnavios, preparação para situaçõesanubis slotemergência, infraestrutura e sistemasanubis slotprevisão do tempo, para uma rota que é imprevisível e tem uma temporada operacional curta. No momento, não temos nenhuma indicaçãoanubis slotque nossos membros vejam isso como comercialmente interessante", acrescenta.

As complexidades do Ártico são o dia-a-dia do pescador norueguês Sondre Alnes-Bonesmo,anubis slot30 anos.

Nesse momento, ele trabalha na escuridão. O sol nasceu pela última vez no fimanubis slotoutubro — e não deve aparecer no céu novamente até meadosanubis slotfevereiro.

Nessa época do ano, as temperaturas podem chegar a 40°C abaixoanubis slotzero e as tempestades podem gerar ondas enormes no mar.

Alnes-Bonesmo trabalhaanubis slotdois turnosanubis slotseis horas por dia, durante expediçõesanubis slotcinco semanasanubis slotum navio chamado Granit.

Um dos maiores navios pesqueirosanubis slotoperação nas águas do Ártico ao norte da Noruega e na costa da Groenlândia, ele não para no inverno.

Apesaranubis slothabituado às agruras do inverno, ele não esconde que prefere trabalhar no verão, quando o sol brilha 24 horas por dia.

"Eu gosto quando o tempo está bom, pois não colidimos com as paredes (de gelo) e coisas do gênero, como acontece durante as tempestades, quando as ondas podem ser bem grandes", relata.

Ameaçaanubis slotTrump

Donald Trump tem expressado interesseanubis slotsubmeter a Groenlândia ao controle dos Estados Unidos desde seu primeiro mandato como presidente.

Ele voltou a falar sobre isso nesta semana e causou polêmica ao declarar que não descartava usar força militar ou coerção econômica pra atingir seu objetivo.

Diante da manifestação, autoridades da Groenlândia e da Dinamarca afirmaram que o território não estava à venda e representantes da França e Alemanha declararam que a União Europeia não permitiria ataques às suas "fronteiras soberanas".

Na visãoanubis slotMoe, a "declaração rude e pouco diplomática"anubis slotTrump mostra que os Estados Unidos, sob seu comando, têm interessesanubis slotordem econômica e relacionadas à segurançaanubis slotrelação à ilha, incluindo seus "ricos recursos minerais".

Além da Groenlândia, no que se refere ao Ártico há também expectativaanubis slotque Trump permita o aumento da exploraçãoanubis slotpetróleo e gás no Alasca, especificamente no Refúgio Nacionalanubis slotVida Selvagem do Ártico, que é ricoanubis slotrecursos.

A áreaanubis slot7,6 milhõesanubis slothectares é o maior refúgioanubis slotvida selvagem dos Estados Unidos — e,anubis slot2020, Trump autorizou a extraçãoanubis slotuma parte dela.