Os 'paisbet nhlpets' que tratam seus cães como filhos :bet nhl

“Nossas famílias e amigos entenderam a nossa vontade e pararambet nhlnos cobrar um filho. Mas já ouvi que estou sendo egoísta, e tudo bem, isso é uma opinião da pessoa, mas não minha”, acrescenta.

Apaixonados por animais desde pequenos, Patrícia e Mateus decidiram, então, que teriam um animalzinho para deixar a casa mais alegre. Foi quando Armandinho chegou na vida do casal, há 9 anos. Dois anos depois, foi a vezbet nhlNina entrar para a família.

“Não é uma substituição, são escolhas. E eu trato eles como meus filhos, eu cuido, zelo e tenho responsabilidade por eles até o fim da vida”, diz Patrícia.

Juntosbet nhltodos os momentos

Armandinho e Nina estão com o casalbet nhltodos os momentos. Viagens, idas a restaurantes e até mesmobet nhlcompras do dia a dia. Para isso, o casal sempre opta por frequentar lugares e estabelecimentos pet friendly - expressãobet nhlinglês adotada no Brasil para informar que um estabelecimento é “amigo dos animais domésticos”, ou seja, que cachorros e gatos são bem-vindos.

“Sempre gostamos muitobet nhlviajar e, quando os cachorrinhos chegaram nas nossas vidas, eles entraram na nossa rotina. A gente só viaja para lugares que aceitam eles, não me lembro quando foi a última vez que viajamos sozinhos. Não conseguimos deixá-los e eles sempre estão com a gente, viajamosbet nhlfamília completa”, relata.

Além das viagens com a família, os animais também são bastante mimadosbet nhlcasa. A duplabet nhlquatro patas fica solta pela residência e pode dormir na cama com o casal ou escolher ficar na própria caminha. Além disso, roupinhas não faltam no guarda-roupa deles, que possuem dezenasbet nhllooks para o frio e calor.

Todos os anos, Armandinho e Nina ganham festabet nhlaniversário, e, claro, presentesbet nhldatas comemorativas como Natal. Os bichinhos também têm presença garantida nos ensaios fotográficos da família.

“A gente trata com muito respeito, amor e carinho, afinal fomos nós que optamos por cuidar da vida deles, por isso buscamos fazer isso da melhor forma possível. A gente comemora o aniversário deles, para lembrar do privilégio que é estar mais um ano com eles. São membros da famíliabet nhlfato. Para a gente, é muito natural”, acrescenta Patrícia.

Situação semelhante é vivida pela empreendedora Carolinabet nhlArruda Botelho Mattar,bet nhl37 anos. Casada há 9 anos, ela e o marido, Eduardo, decidiram não ter filhos humanos. A decisão foi tomada no início do relacionamento.

“Desde o início do namoro, o Eduardo sempre disse que não queria ter filhos. Eu queria, mas com o tempo fui trabalhando a minha mente e entendi que não precisa ter filhos para ser feliz, que isso é muito mais uma imposição da sociedade”, diz Carol.

A empreendedora conta que desde criança sonhoubet nhlter cachorro, mas que seus pais nunca permitiram porque moravambet nhlapartamento. O cenário mudou há pouco maisbet nhlseis anos com a chegada da Cacau e Dindin, dois Fox Paulistinha.

“O fatobet nhlnão ter filhos biológicos surpreende algumas pessoas porque ainda é uma questão cultural do Brasil, uma expectativabet nhlfamília. Mas como sempre deixamos muito claro que nossa vontade erabet nhlter filhos pets, nossos familiares e amigos nunca nos julgaram, mas algumas pessoas ficaram surpresas”, conta Carolina.

Chamadosbet nhlfilhos pelo casal, os irmãos paulistinhas domem na cama da família, comemoram o aniversário com festinha e são bastante mimados. Eles possuem um adestrador que todos os dias os levam na praça para passear e brincar com outros cachorros.

“Também tomamos cuidadobet nhlmantê-losbet nhlcontato com o mundo biológico deles, por enriquecimento ambiental, como com comedouros interativos. Quando vamos para a fazenda, eles sempre vão junto, gostambet nhlbrincar na piscina e se divertem bastante correndo por tudo. Como são irmãos, costumamos fazer uma comemoraçãobet nhlfamília para que a gente possa celebrar a vida deles”, acrescenta a empreendedora.

Brasil é o 3º do mundobet nhlanimaisbet nhlestimação

A última pesquisa anual da Comissãobet nhlAnimaisbet nhlCompanhia (Comac) do Sindicato Nacional da Indústriabet nhlProdutos para a Saúde Animal (Sindan), divulgada no ano passado, mostra que o Brasil é o terceiro país do mundo com mais animaisbet nhlestimação (cães e gatos).

Essa população ébet nhl85,2 milhões e registrou crescimentobet nhl4,5%bet nhlrelação a 2020. O país fica atrás apenasbet nhlEstados Unidos, com cercabet nhl150 milhõesbet nhlanimaisbet nhlestimação e da China, com 141 milhões.

O levantamento aponta ainda que entre os lares com cachorros como únicos animaisbet nhlestimação, 21% sãobet nhlcasais sem filhos, 9%bet nhlpessoas morando sozinhas e 65%bet nhlcasas com filhos. Outros 5% apresentam outras configurações.

Das residências com gatos como únicos animaisbet nhlestimação, 25% sãobet nhlcasais sem filhos, 17%bet nhlcasas com pessoas morando sozinhas e 55%bet nhlcasas com filhos. Outros 3% apresentam outras configurações.

'Pet parenting'

Para o sociólogo e psicanalista Wlaumir Souza, o fenômeno conhecido como pet parenting (ou parentalidadebet nhlanimais) está se tornando cada vez mais comum devido à dedicação das mulheres à carreira profissional e à transformação no modelo familiar que a sociedade vem passando.

“A mudançabet nhlfilhos por pets estábet nhlconsonância com o momento atualbet nhlque vivemos. Um filho demanda muito tempo e esforço, o que pode acarretar certas dificuldades no avanço profissional da mulher, haja vista que muitas delas saem do mercadobet nhltrabalho para cuidar dos filhos e depois esse retorno ainda é repletobet nhldesafios. Muitas vezes elas não conseguem voltar a ele”, diz.

Outros fatores que, para o sociólogo, têm feito muitos casais optarem por filhos pets ao invésbet nhlhumanos está relacionado à questão econômica e insegurançabet nhlse criar um filho no mundo atual.

“O Brasil vive uma crise econômica nos últimos oito anosbet nhlforma continuada e apesarbet nhlcrises não serem novidade no país, a intensidade dela vem causando um certo receio nas famílias. A insegurança econômica acarreta um medobet nhltrazer um ser ao mundo”, acrescenta.

Já do pontobet nhlvista psicológico, Souza diz que os animais não questionam e são fiéis aos seus donos e, consequentemente, são mais fáceisbet nhlconviver. O que também explicaria a preferênciabet nhlmuitas pessoas, segundo ele.

“Um pet é submisso e atende às regras, mesmo no caso dos gatos, que são mais individualistas. Assim não há o que se preocupar com o destino e liberdade deles. A fidelidade canina, por exemplo, mostra porque o Brasil prefere o cão, totalmente submisso, uma regra clara do país desde a época da escravatura”, finaliza.