As ilhas remotas no Pacífico que nenhum estrangeiro visitou nos últimos 72 anos:esports novibet

Mas depoisesports novibetcontornar a ponta da América do Sul, o explorador enfrentou a maior massaesports novibetágua do mundo: o infinito Oceano Pacífico.

Após um mêsesports novibethorizonte azul vazio, uma pequena ilha apareceu. Byron anotou a data (sexta-feira, 7esports novibetjunhoesports novibet1765) e descreveu com alegria a "bela aparência da ilha, cercada por uma praia da mais fina areia branca, e coberta por árvores altas, que formavam os mais belos bosques".

O oficial da Marinha observouesports novibettripulação chegar com dificuldade até o convés, "olhando para este pequeno paraíso" que era verde com abundantes cocos, cuja polpa e água ricosesports novibetvitaminas poderiam curar o sangramentoesports novibetsuas gengivas.

Infelizmente, Byron concluiu rapidamente que era impossível parar lá. "Não pude chegar perto da ilha com o navio", escreveu eleesports novibetseu diário. Com as ondas altas e uma costaesports novibetcoral rasa que descia totalmente para o azul sem fundo, não havia ancoradouro seguro.

Além disso, havia os nativos, observou Byron, que apareceram na praia brandindo lançasesports novibet5 mesports novibetcomprimento. Eles fizeram grandes fogueirasesports novibetsinalização para alertar uma ilha vizinha sobre os invasores. "Os nativos correram ao longo da costa lado a lado, na direção do navio, gritando e dançando", lembrou Byron, acenando com suas longas lanças como um aviso.

"Eles teriam nos matado se tivéssemos nos aventurado a ir para a costa", escreveu Byron, que fez mais uma tentativa antesesports novibetdesistir. "[Eles] soltaram um dos gritos mais horríveis que eu já ouvi, apontando ao mesmo tempo para suas lanças e carregando grandes pedras que pegaram na praia."

Os britânicos fizeram uma tentativa desvairadaesports novibetdiplomacia jogando pão velho nos ilhéus, que se recusaram a tocar na comida estragada, mas entraram na água e tentaram afundar o barco.

Byron recuou e partiuesports novibetdireção à ilha vizinha, mas não conseguiu ancorar ao longo do atolesports novibetcoral. Enquanto isso, nativos armados com lanças e porretes seguiam o barco na arrebentação, usando "gestos ameaçadores para impediresports novibetchegada".

Byron só convenceu os ilhéus a recuar quando disparou uma balaesports novibetcanhãoesports novibet9 libras. Menosesports novibet20 horas depoisesports novibetchegar, Byron partiu, marcandoesports novibetfrustraçãoesports novibetum novo mapa do mundo ao nomear esses atóisesports novibetIlhas da Decepção. O mapa foi publicado apósesports novibetjornada ao redor do mundo, e o apelido permaneceu desde então.

Redescoberta

Eu ri alto quando vi o nome no diárioesports novibetbordoesports novibetByron durante um surtoesports novibetinsônia, e fui instantaneamente fisgado, lendo linha por linha durante a noite até o amanhecer.

O nome, agora comumente listado como Ilhas da Decepção, soava mais como o títuloesports novibetalgum quadrinho antigoesports novibetTintim do que um lugar real na Terra.

Mas o nome foi verificado online, apontando para Napuka e Tepoto, um paresports novibetpontos distantes no Pacífico Sul, gravados na superfície azul do arquipélagoesports novibetTuamotu, o maior grupoesports novibetatóisesports novibetcoral do planeta.

Olhando no Google Earth, a menor das duas Ilhas da Decepção parecia um organismo unicelular flutuando sozinho no oceano. Medindo apenas 4km2, Tepoto é uma das menores das 118 ilhas e atóis que compõem a Polinésia Francesa. É também a pequena ilha onde Byron não conseguiu chegar. Eu poderia chegar lá e ficaria desapontado também?

E, no entanto, 254 anos após a tentativaesports novibetByron, as Ilhas da Decepção ainda sãoesports novibetdifícil acesso. Os voos para o atol maioresports novibetNapuka nem mesmo estão listados no site internacional da Air Tahiti.

Localizada a quase 1.000 km da capital do Taiti, Papeete, Napuka é uma das ilhas mais isoladas da Polinésia Francesa e uma parada rápidaesports novibetuma rota aérea circular maior.

"Você deve arranjar um lugar para ficar com antecedência," minha amiga Celeste Brash recomendou. Ela nunca tinha estadoesports novibetNapuka, mas como autora do guia do Lonely Planet do Taiti e da Polinésia Francesa, ela falou por experiência própria: "Aqueles atóis realmente remotosesports novibetTuamotus não sabem realmente o que fazer quando os visitantes aparecem."

Sem hotéis, sem restaurantes, sem indústria turística: parecia o paraíso para mim. Este era o meu maior desejo como viajante: aparecer sem avisar como aqueles marinheiros britânicos enfermos, abertos ao destino da verdadeira exploração.

Optei por evitar o escorbuto e os longos meses no maresports novibetfavor do vooesports novibet18 horasesports novibetWashington DC para o Taiti. Depoisesports novibetuma noiteesports novibetPapeete, embarqueiesports novibetum avião a hélice para a viagemesports novibetduas horas até Napuka.

Viagem

Durante a primeira hora, observei o oceano vazio muito abaixoesports novibetmim. A intensidade do azul me surpreendeu tanto quanto a imensidão da água.

Acredita-se que a Polinésia seja uma das últimas áreas da Terra colonizadas. Apoiando minha testa contra a janela, estudei a superfície do Pacífico no meio da manhã, aquecendo-me naquele raro momentoesports novibetque verdades geográficas rígidas nos confrontam: a Polinésia é mais oceano do que qualquer outra coisa.

Tênues anéis brancosesports novibetatóisesports novibetcoral apareceram - as"ilhas baixas"esports novibetTuamotus. Então pousamos no atolesports novibetFakarava,esports novibetonde desceram pelo menos metade dos 20 passageiros. Dez minutos depois, estávamosesports novibetvolta ao ar, pairando sobre um trecho ainda maioresports novibetazul.

Outra hora se passou antes que eu reconhecesse o minúsculo Tepoto: sozinho no oceano e minúsculo, exatamente como na tela do meu computadoresports novibetcasa.

O avião virou para a direita e o atol maioresports novibetNapuka preencheu minha janela, como um bumerangue turquesa circundando um longo colaresports novibetilhotasesports novibetcoral branco. Pouco antesesports novibetpousarmos, vi um flashesports novibettelhadosesports novibetmetal e palmeiras verdes, algumas estradasesports novibetterra e uma torreesports novibetigreja pontiaguda.

Quando as portas se abriram, o ar quente e espesso saturou o avião e eu corri pela pista para a sombra do Aeroporto Napuka. Parecia que toda a ilha tinha vindo ao encontro do avião, o primeiro voo a pousaresports novibetsemanas.

Famílias correramesports novibetnossa direção e jogaram colaresesports novibetflores perfumadasesports novibetvolta do pescoçoesports novibetseus entes queridos. Como o estrangeiro solitário, fiquei distante, observando desajeitadamente o ritualesports novibetboas-vindas, já me sentindo invasivo e desconfortável. Embora eu tivesse viajado 12.000 km, uma grande divisão permaneceu. Eu não pertencia a esta cena, e todos sabiam disso.

"Você está aquiesports novibetférias?", um jovem me perguntouesports novibetfrancês.

Eu sorri e encolhi os ombros. "Oui." Era mais fácil do que explicar como pesquisar no Google e ler o diárioesports novibetum capitão do mar do século 18 me levaram a embarcar nessa busca.

'Vamos descobrir algo'

O nome dele era Jack, e ele e seu colega Evarii eram técnicos eletrônicos do Taiti, atendendo a todas as sirenesesports novibetalertaesports novibettsunami na Polinésia Francesa.

Vieram consertar a sireneesports novibetTepoto, que só é acessível por barcoesports novibetNapuka, e como eu, teriamesports novibetficar oito dias antes do próximo vooesports novibetvolta. Mas por que eu vim? Jack me perguntou. Onde eu ficaria? Eu entendia que não havia "serviços"esports novibetNapuka?

Evarii parecia incomodado com minha presença.

"Você faz isso com frequência?", ele perguntou. "Apareceresports novibetum lugar sem planos?" Antes que eu pudesse dizer a ele que sim (na verdade, essa era minha maneira favoritaesports novibetviajar), Jack interveio.

"Eu vou falar com a prefeita. Vamos descobrir algo."

Como se estivesse saindoesports novibetuma pinturaesports novibetGauguin, uma mulher logo se aproximouesports novibetmim com uma saia brilhante e esvoaçante e um largo chapéuesports novibetpalha com alfinetesesports novibetflores.

Seu nome era Marina e como tavana ("prefeita",esports novibettaitiano) do atolesports novibet300 pessoas, ela supervisiona tudo o que aconteceesports novibetNapuka, incluindo todos os voos que pousam no aeroporto.

"Por que você não nos contatou para nos avisar que estava vindo?", me perguntou. Eu me atrapalhei com uma resposta pouco convincente, dizendo que não queria ser um fardo.

"Você quer visitar Tepoto?" perguntou, porque já havia um barco organizado para os técnicos. Sim, queria visitar Tepoto. Aquela foi a primeira ilhaesports novibetByron e, além do barcoesports novibetabastecimento que ia uma vez por mês, não havia como alcançá-la. Eu agarrei a chance.

"Venha conosco", disse Jack, sorrindo. Evarii bufou.

"Você sabe que não tem água lá", Evarii mencionou enquanto olhava minha bagagem escassa.

Eu sabia. Tinha praticamente memorizado o verbete da Wikipedia: "Estas ilhas são áridas e não são especialmente favoráveis ​​à habitação humana". Eu tinha alguns litrosesports novibetágua na bolsa, mas mal dava para um dia, quanto mais uma semana.

"Podemos compartilhar", disse Jack. Dirigimos na traseira da caminhoneteesports novibetMarina até o pequeno caisesports novibetcimento, onde um pequeno esquifeesports novibetmetal estava pendurado por cabosesports novibetaçoesports novibetum tratoresports novibetcarregamento frontal.

Ajudei a carregar o pequeno barco com suprimentos, incluindo um enorme refrigeradoresports novibetágua potável que os técnicos verificaram como carga do Taiti. Em um piscaresports novibetolhos, o carregador frontal jogou o esquife na água e dois motoristas deram vida aos motoresesports novibetpopa.

Chegada

Além do vento, o único som era o zumbido dos motoresesports novibetpopa gêmeos que carregaram nosso pequeno grupo para o coração do oceano.

Em todas as minhas viagens e travessias do oceano, nunca me senti tão vulnerável na água. Eu estava sentadoesports novibetum barco do tamanhoesports novibetuma mesaesports novibetcozinha, flutuando sobre a parte mais azul e vazia do globo, sem uma partículaesports novibetterra à vista. A orlaesports novibetpalmeirasesports novibetNapuka tinha desaparecido atrásesports novibetnós, e por 10 minutos, o horizonte vazio encontrou meu olharesports novibettodas as direções.

E ainda assim eu sentia uma confiança inerenteesports novibetmeus companheirosesports novibettripulação polinésios. Eu deixei minha vidaesports novibetsuas mãos e observei enquanto eles liam as mudanças nas correntes como sinaisesports novibettrânsito.

Seus olhos voltaram-se para o horizonte e seus dedos torceram o ângulo do motoresports novibetmeia polegada, para um lado e para outro, nos direcionando para o alvo invisívelesports novibetuma ilha tão pequena que você poderia perdê-la e nem mesmo saber.

"Sem GPS", disse Evarii. "Eles simplesmente sabem para onde ir."

Vinte minutos e 10 km depois, uma fina faixa verdeesports novibetterra ergueu-se da água, seguida pela praiaesports novibetcoral branco contra as ondas azul-esverdeadas. Depoisesports novibetmais 20 minutos, a ilha ficou totalmente visível: coqueiros balançando, exatamente como Byron tinha visto há muito tempo.

Ao contrário do almirante, desembarquei com sucessoesports novibetTepoto. Em sincronia com o aumento e a queda das ondas, pulei no pequeno cais e observei outro carregador frontal arrancar o barco do mar.

Fazia todo o sentido que um veleiro britânico do século 18 não conseguisse encontrar um porto aqui. A ilha não era nada mais do que um recife pontiagudo e raso que descia totalmente para as profundezas azul-escuras, assim como Byron havia descrito.

"Bem-vindo a Tepoto", disse um homemesports novibetquase 30 anos enquanto apertava minha mão salgada e se apresentava como Severo, o único policial da ilha e filho da tavana Marina.

Ela ligou para dizer a ele que eu estava chegando, e agora um grupoesports novibetilhéus estava vindo para nos cumprimentar. No leme, estava uma mulher envoltaesports novibetum muumuu roxo que deixou cair um cordãoesports novibetgardênias brancas do Taitiesports novibetvolta do meu pescoço.

"Bienvenue", disse ela, beijando-me nas duas bochechas e se apresentando como Louana.

"Maururu", respondiesports novibettaitiano. Obrigado.

Louana era a tavanaesports novibetTepoto, e ela nos conduziu da praia, passando pelas palmeiras inclinadas até a única fileiraesports novibetbangalôsesports novibettons pastéis que se alinhavam na única rua da ilha, pavimentada com pedraesports novibetcoral esmagada.

"Você já viu um coqueiroesports novibetquatro cabeças?" um menino me perguntouesports novibetfrancês, correndo ao meu lado.

"Não, não vi", respondi.

"Nós temos um", um menino mais velho interrompeu.

Lutei para seguir a excitaçãoesports novibetvozes que vieram até mim, cada uma delas um estranho quebra-cabeçaesports novibetinformações sobre este notável coqueiroesports novibetquatro cabeças e como originalmente o tronco foi divididoesports novibetsete cabeças, mas esses três extras explodiramesports novibetum tufão há muito tempo. Vários ilhéus se ofereceram para me mostrar a maravilha arbórea.

Duas horas depoisesports novibetchegar às Ilhas da Decepção sem água ou planos, eu tinha um lugar para ficar com os técnicos visitantesesports novibetum barraco rosa descascado com paredesesports novibetcompensado e quadrados recortados para as janelas.

Cortinas estampadas com floresesports novibethibisco branco balançavam com a brisa enquanto eu me sentava suando na cama, me ajustando ao caloresports novibet38ºC. Não só eu tinha pousadoesports novibetTepoto, mas fui bem recebido.

Tepoto

Minutos depois, Severo passou zunindo emesports novibetscooter com o almoço feito poresports novibetesposa Tutapu: pargo frito com arroz, ervilhas e pãoesports novibetcoco. O peixe tinha sido pescado naquela manhã e estava mais delicioso do que qualquer um que eu já tivesse comidoesports novibetum restaurante.

Como policial da ilha, a funçãoesports novibetSevero era manter a paz e cuidar do bem-estar das poucas dezenasesports novibethabitantes, explicou.

"É muito tranquilo aqui", disse ele. "Sem problemas reais." Mas agora eu havia aparecido e ele continuava olhando nos meus olhos, como se tentasse ler minhas intenções. "Não me lembro da última vez que recebemos uma visita. Não houve desde que cheguei aqui, maisesports novibet20 anos."

Na verdade, Severo disse que ninguém conseguia se lembrar da última vez que um não polinésio tinha ido a Tepoto. Então, disse que o que eu havia lido na Wikipedia estava errado: não havia 62 residentes na ilha, mas perto dos 40 agora, 13 dos quais eram crianças com menosesports novibet12 anos.

"Os jovens vão embora", explicou ele. Assim que completam 12 anos, o governo francês os envia para um internatoesports novibetHao, outro atol no arquipélagoesports novibetTuamotu, a 390 kmesports novibetdistância.

No ensino médio, os adolescentes vão para a ilha principal do Taiti. Severo cresceuesports novibetNapuka e voltou para lá depois do colégio, então se casou com uma garotaesports novibetTepoto e se mudou para cá.

"O que você vai fazer enquanto estiver aqui?", Severo perguntou.

"Explorar", respondi, embora não tivesse feito planos reais. Eu realmente não havia pensado além da possibilidadeesports novibetchegar aqui. Agora que eu realmente consegui, os próximos dias me confrontaram. "Espere até ficar mais fresco", aconselhou.

Cochilei durante a tarde quente e úmida e não ouvi nenhum outro som, exceto minha própria respiração lenta. Às 16h, segui o somesports novibetum sino tilintando do outro lado da estrada, onde a maioria dos ilhéus se sentouesports novibetbancos externosesports novibetfrente para um santuário cobertoesports novibetguirlandasesports novibetflores e correntesesports novibetconchas.

Um músico tocava violãoesports novibetum canto enquanto a enfermeira da ilha se levantava e liderava a congregaçãoesports novibetum hino forte e harmonioso.

Ainda cantando, uma mulher se moveu para o lado, oferecendo-se para compartilhar seu banco comigo. A missa católica durou uma hora inteira, girando entre cânticos, leituras e hinos, tudoesports novibettaitiano.

Posteriormente, a senhora explicou que esta era a semana sagrada da peregrinação, quando os ilhéus se reuniam duas vezes por dia ante Virgem Maria, a estatueta angelical no centro da elaborada decoração floral.

"Temos sorte aquiesports novibetTepoto", disse ela. "Não há guerra. Sem crime."

Ela também me disse que não havia água encanada ou internet, e a eletricidade era muito limitada. Tepoto recebeu seus primeiros painéis solares e energia elétricaesports novibet1995, e uma torreesports novibettelefonia móvel nos últimos cinco anos.

"Você já viu um coqueiroesports novibetquatro cabeças?", ela me perguntou.

"Não."

"Temos um aqui, talvez o único no mundo", disse ela com ar misterioso antesesports novibetse despedir e voltar ao bangalô para desembaraçar um porco peludo amarrado por uma perna a uma palmeira.

O sino me acordou antes do amanhecer, chamando os fiéis para outra missa. Desta vez, optei por sair e caminhei até o final da estrada, passando pelas palmeirasesports novibetleque e saindo para a costaesports novibetcoral.

O sol nasceu atrásesports novibetmim e iluminou o mar como prata. Continueiesports novibetdireção ao sul, caminhando ao longo da ilhaesports novibet2,6 km e admirando as piscinas naturais que abrigavam minúsculos mundosesports novibetcaranguejos pintadosesports novibetmarrom e peixes verdes.

Moluscosesports novibetolhos azuis estavam cimentados no coral coresports novibetferrugem e aves marinhas voavam láesports novibetcima.

Enormes cruzesesports novibetpedra branca marcavam os pontos cardeais da ilha.

Em três décadasesports novibetviagem, nunca havia encontrado um lugar tão bruto e solitário. As praias vazias e os silenciosos palmeirais pareciam atemporais, como se uma miragem do navioesports novibetByron ainda pairasseesports novibetalgum lugar na brisa quente e salgada.

Eu tinha visto esta ilha retratadaesports novibetatlas antigos e no globo do meu avô e,esports novibetalguma forma, me transportei para cá.

Em poucos dias, entrei na forçada simplicidade da ilha: dormir sob um único lençolesports novibetalgodão; tomar café instantâneo feito com água da chuva drenada do telhado; comer amêijoas cruas; e depois explorar cada trilha curta na ilha.

Tomei banho com uma conchaesports novibetágua do barrilesports novibetchuva. À sombra das árvores e dos telhados das varandas, conversei com os ilhéus e ouvi suas histórias.

Às vezes, sentia uma sede dolorosa, mas ficavaesports novibetsilêncio, nunca pedindo uma bebida. No entanto,esports novibetalguma forma, os ilhéus sempre souberam, enviando seus filhos para colher cocos frescos e depois abrindo-os e pedindo-me para me hidratar.

Eu me ofereci para pagar e sempre recusaram. Na verdade, eu só usei dinheiro uma vez, para pagar Severo pelo meu quarto e comida.

A notíciaesports novibetque um estrangeiro havia pousado e estava hospedado no bangalô rosa perto do cais espalhou-se pela pequena ilha. Ocasionalmente, algumas pessoas paravam à noite para dizer olá, oferecer-me um passeio pela ilha ou fazer-me perguntas sérias. "Quantas casas você tem naesports novibetcidade?". "Você é cristão?".

Às vezes, quando saía para explorar, vislumbrava olhos vigilantes, me espiando por entre as folhas das palmeiras. Eles sabiam que eu estava sob os cuidados do policial, mas permaneceramesports novibetalerta. Reagi vivendo com total transparência, até minha cueca secando no varal.

Quando ficou muito quente, nadei no oceano, os ilhéus olhando da costa. Montesesports novibetcoral pontiagudo brilhavam como néon, saudáveis ​​e intactos, poupados da destruição descuidada dos homens.

Talvez a decepçãoesports novibetByron tenha protegido este lugar do resto do mundo, preservando-o até hoje. Eu tinha visto os recifesesports novibetcoral branqueados e quebradosesports novibetBora Bora e Taiti, onde amor demais arruinou o paraíso natural que primeiro colocou a Polinésia no mapa turístico.

Mas aqui, a meio caminho entre as Marquesas e os principais gruposesports novibetilhasesports novibetTuamotu, Tepoto permaneceu relativamente imaculada. Tive a sorteesports novibetvislumbrar a vida subaquática vibrante e abundante, sabendo que milhõesesports novibetturistas visitariam o resto da Polinésia e nunca veriam esse tipoesports novibetrecife virgem.

Nem veriam o coqueiroesports novibetquatro cabeças. Após diasesports novibetexpectativa, recebi um convite pessoalesports novibettrês estudantes (Tuata, Tearoha e Sylvain) que me acompanharam até a prefeitura, onde os técnicos estavam terminando seu trabalho no sinalesports novibetalertaesports novibettsunami.

O coqueiroesports novibetquatro cabeças

Um trator atarracado com uma pá larga (o único veículo da ilha) foi despachado para nossa aventura. O paiesports novibetSylvain, André, dirigia, enquanto eu ia dentro da pá com os técnicos. Ao todo, éramos oito agarrados ao trator enquanto manobrávamos e abríamos caminho até o denso coqueiral no centro da ilha.

Os cocos são a única cultura comercialesports novibetTepoto e, à medida que avançávamos pela floresta, percebi pequenas pilhasesports novibetcocos cortados pela metade, grossos com cascas peludas, secando ao sol.

A polpa branca e oleosa, chamada copra, ganha uma taxa fixaesports novibet140 francos locais (cercaesports novibetR$ 7) por quilo e é transportada uma vez por mês a bordoesports novibetum navioesports novibetabastecimento.

Todo ilhéu tem o direitoesports novibetrecolher e vender a copraesports novibetdinheiro, mas André explicou que os coqueiros começaram a morrer. Um pequeno besouro invasor os estava matando, disse ele, fazendo com que as folhas caíssem e deixando troncos espetados no ar.

Após 20 minutosesports novibetcondução pelo arvoredo, o trator parou e o motor desligou. Eu olhei para cima e lá estava ele, magro e circunspecto, quase imperceptível exceto pelos quatro ramos que giravam emesports novibetbase. As longas folhas ondulavam ao vento.

"É o coqueiroesports novibetquatro cabeças!", Tearoha gritou. Fiquei pasmo com a estranheza dianteesports novibetnós e me perguntei como isso aconteceu. Até agora eu já tinha ouvido a históriaesports novibetquase todos os humanos na ilha, como havia sete ramos, mas três haviam se quebrado no último grande tufão.

Os homens começaram a se lembraresports novibetdiferentes tempestades que haviam destruído a florestaesports novibetárvoresesports novibethoras e como os idosos podiam prever um tufão apenasesports novibetobservar os pássaros.

No passado, os ilhéus se prendiam aos coqueiros para não serem levados pelos ventos fortes. Agora eles tinham uma sirene disparada automaticamente a centenasesports novibetquilômetrosesports novibetdistância e a igrejaesports novibetpedra para protegê-los.

Pegamos o longo caminhoesports novibetvolta à aldeia.

André parou o tratoresports novibetfrente ao seu bangalô turquesa e encostou-seesports novibetum troncoesports novibetpalmeira. Com alguns golpes rápidosesports novibetseu facão, ele cortou cocos frescos para todos nós e me entregou um litro inteiroesports novibetáguaesports novibetcoco.

"Podemos não ter água", disse André, "mas sempre podemos beber águaesports novibetcoco."

Naquela noite, André, Severo e alguns dos outros homensesports novibetTepoto se reuniramesports novibetfrente à nossa casa rosa para beber cerveja e conversar sobre pesca. Eles falavam uma misturaesports novibetfrancês, taitiano e o idioma localesports novibetPaumotu. Esforcei-me para entender totalmente suas histórias épicas.

"Aqui, um presente", disse Joseph, um pescador que me deu uma isca artesanal que ele usou para pegar peixe. O ganchoesports novibetmetal afiado foi decorado com um fiadoresports novibetmadrepérola entalhado e um raboesports novibetporco selvagem. Em troca, dei a ele meus óculosesports novibetproteção.

Estávamosesports novibetuma pequena ilha com energia solar, sem internet, sem carros ou Starbucks.

Os técnicos e eu éramos a única presença externa e tentei fazer valer a pena. A escola primária tinha um tabuleiroesports novibetxadrez, mas nenhuma das crianças sabia jogar. Depoisesports novibethorasesports novibetinstrução, sugeri que brincassem um com o outro.

Napuka

Na manhã seguinte, os homens lançaram o barco na arrebentação. Os sogrosesports novibetSevero vieram conosco. De vezesports novibetquando, gostavamesports novibetvisitar a famíliaesports novibetNapuka.

"Você é bem-vindo a qualquer hora", disse tavana Louana, colocando um colaresports novibetconchasesports novibetcauri polidoesports novibetvolta do meu pescoço.

"Sim, venha ficar conoscoesports novibetnovo", disse Severo, acrescentando outro colar. André e os outros ilhéus vieram e acrescentaram seus próprios colares amarrados à mão.

No momentoesports novibetque subi no barco oscilante, minha cabeça estava inclinada para frente com o peso das conchasesports novibetvolta do meu pescoço. Cinco minutos depois, Tepoto não era nada mais do que um sussurro verde no oceano azul.

Passei mais três diasesports novibetNapuka, adaptando-me ao barulho repentino e às multidões desta metrópoleesports novibet200 pessoas. A sograesports novibetSevero me avisou: "Em Tepoto, não trancamos as portas, masesports novibetNapuka, nós trancamos." Duzentas pessoas eram demais para confiar e, ao contrárioesports novibetTepoto, havia carros e pelo menos três ruas incluindo a estrada para o aeroporto.

Quer ele tenha sido designado ou se voluntariado, o bombeiro da ilha se tornou minha escoltaesports novibetNapuka. Seu nome estava tatuadoesports novibetseu peito, Marama, e dentroesports novibetuma hora após a chegada, ele me colocou até os joelhos na lagoa enquanto abria um molusco vivo.

"Coma", disse ele. "Você precisa provar como nossos mariscos são bons."

Então eu coloquei na minha boca, esmagando e mordendo a carne salgada e viscosa.

"Mais. Você deixou a melhor parte ", disse Marama. Limpei a casca e bebi o suco como uma ostra. Marama sorriu. Isso era algum tipoesports novibetteste?

"A maioria dos estrangeiros nunca concordariaesports novibetcomer um marisco cru como você", disse Marama. "Mas essa é a nossa cultura. É assim que sobrevivemos aqui. Você mostrou que nos respeita. "

Eu os respeitava, masesports novibetTepoto também comia mariscosesports novibettodas as refeições (crus,esports novibetconserva, cozidos e com curry). Nunca peguei algo sozinho, porque tirar qualquer coisa da ilha seria roubar, pensei. Os ilhéus impuseram suas próprias cotas, mas compartilharam comigo tudo que retirassem do mar.

Marama me disse que fazia parte do conselho da ilha Napuka, que regulamentava a coletaesports novibetamêijoas e cocos. Quando não havia outro alimento disponível, sempre haveria amêijoas, e era seu trabalho manter uma população sustentávelesports novibetamêijoas e cocos.

"Como você ficou sabendo sobre Napuka?", Marama me perguntou.

Eu disse a ele que havia lido sobre as ilhasesports novibetum livro muito antigo.

"Byron?", perguntou Marama com um sorriso malicioso.

"Sim", respondi. "Byron veio aquiesports novibet1765."

"Você sabe", disse Marama, "as pessoas aqui não gostam muitoesports novibetByron. Ele nos chamouesports novibet'As Ilhas da Decepção', certo? " Ele riu: "Gostaria que as pessoas soubessem a verdade sobre este lugar. Você realmente precisa conhecer as pessoas para entender. "

"Eu sei," eu disse. "E agora que estive aqui, sei que Byron estava errado."

Na verdade, parecia impossível ficar decepcionado com a cena que me envolvia naquele momento. O céu parecia feitoesports novibetPhotoshop, com nuvens uniformemente espaçadas, e a lagoa brilhava com a cor das piscinas da Califórnia.

Coqueirosesports novibet20 metrosesports novibetaltura dançavam lentamente e eu tinha acabadoesports novibetfazer um novo amigo que me levaria para pescar no dia seguinte e depois nadar emesports novibetpraia favorita.

Ele me apresentaria a dezenasesports novibetnovos amigos, incluindo Maoake Tuhoe, um dos homens mais velhos da ilha, que afirmava que eu era o primeiro estrangeiroesports novibetque ele se lembraesports novibetter vindo a Napuka desde "aqueles peruanos passaram naquele barco".

Após mais questionamentos, descobri que "aqueles peruanos" eram, na verdade, um grupoesports novibetexploradores a bordoesports novibetuma jangada liderada pelo norueguês Thor Heyerdahl,esports novibet1947, que foi pararesports novibetTuamotus há 72 anos.

Marama estaria lá no diaesports novibetque eu partisse, presenteando-me com um colar com flores grandes e perfumadas e me beijando nas duas faces como um irmão. E eu deixaria para ele meu chapéuesports novibetcowboy favorito, aquele que evitou que eu me queimasse no sol escaldante do Pacífico Sul. Ele o vestiu enquanto acenava para mim no avião.

Retorno

Demorei um dia pulando pelas ilhas para voltar ao Taiti, onde me senti afetado por tudo: o trânsito, as luzes da rua, os turistas e até a água quente corrente da banheira do meu hotel. Enchi cadernos e HDs com palavras e imagensesports novibetNapuka a Tepoto e vice-versa, mas queria uma opinião mais profissional.

"A históriaesports novibetByron é o único registro que temosesports novibetque os europeus chegaram, mas não conseguiram fazer contato com os nativos", disse Jean Kapé, que cresceuesports novibetNapuka e agora atua como diretor da L'Académie Paumotu do Taiti, que é dedicada a preservar a língua, cultura e meio ambiente das Ilhas Tuamotu. Eu conheci o irmãoesports novibetKapéesports novibetNapuka, e ele nos conectou.

Respondendo ao sentimentoesports novibetdecepçãoesports novibetByron, Kapé disse: "Se alguémesports novibetoutro lugar dáesports novibetopinião sobre um lugar, isso já é falso, porque essa opinião é baseada apenas no que eles sabem".

A fracassada chegadaesports novibetByron representa a última conexão perdida. E, no entanto, seu fracasso pode ter poupado Napuka do mesmo destinoesports novibetmuitas ilhas do Pacífico sul.

"Napuka e Tepoto são os últimos lugares onde você pode testemunhar a vegetação original das ilhas Tuamotu", disse Kapé. A língua Paumotu, que ainda é falada por cercaesports novibet6 mil pessoas, também está viva lá, junto com seus costumes, um dos quais é a hospitalidade desenfreadaesports novibetrelação aos raros visitantes que recebem das ilhas próximas.

"Receber as pessoas é sagrado para os polinésios. É a almaesports novibettoda a humanidade ", disse Kapé. "Mas, com muita frequência, com a história, os estrangeiros são aqueles que seguram a caneta, daí um nome como 'As Ilhas da Decepção'. Mas mesmo Napuka e Tepoto são apenas apelidos. Os nomes reais das ilhas contam uma história muito mais completa do lugar que você acabouesports novibetvisitar. "

Conversamos por horas, Kapé e eu. Repetidamente, ele tentou explicar os muitos nomes polinésios das ilhas, como Te Puka Runga, "A árvore onde o sol nasce" (Napuka); e Te Puka Raro, "A árvore onde o sol se põe" (Tepoto), decifrando o dialeto complexo e os múltiplos significados ocultos por trásesports novibetcada nome. Abrange séculosesports novibethistórias que remontam aos habitantes originais eesports novibetvisãoesports novibetmundo quando seu universo era nada mais do que as duas ilhas, o oceano circundante e o grande sol que se movia no alto.

Escutei atentamente e fiz anotações, mas não posso fingir que entendi totalmente, ou pior, tentar transmitir uma história tão bela e complexa com minhas próprias palavras. Em vezesports novibetrepetir o erroesports novibetByronesports novibettentar nomeá-los com base no meu entendimento limitado, vou ficaresports novibetsilêncio: não por decepção, negligência ou preguiça, mas por respeito a este pequeno pedaço do mundo, desconhecido por tantos, mesmo na Polinésia Francesa.

Agradeci a Kapé por seu tempo generoso e aperteiesports novibetmão. Em seguida, ele me deu uma caronaesports novibetvolta ao centroesports novibetPapeete, onde multidõesesports novibetturistas franceses e americanos vasculhavam prateleirasesports novibetcamisas com estampas florais e tatuagens tribais como souvenirs.

"Esqueciesports novibetperguntar", disse Kapé quando abri a portaesports novibetseu carro. "Em Tepoto, eles mostraram a você o coqueiroesports novibetquatro cabeças?"

*Este texto foi escrito antes da crise do coronavírus e da imposiçãoesports novibetrestrições a viagens e regrasesports novibetisolamento social.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel.

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