Os naufrágios milenares que dão pistas sobre o mistério do dilúvio da Arcagrupo de palpites sportingbetNoé:grupo de palpites sportingbet

Crédito, Rodrigo Pacheco Ruiz

Legenda da foto, Usando veículos operados remotamente, os arqueólogos revelaram peças históricas antigas nunca observadasgrupo de palpites sportingbetforma tão vívida

Ao entrar na cidade velha, as ruas sinuosas abrigam casasgrupo de palpites sportingbetpescadores do século 19, a igreja medievalgrupo de palpites sportingbetSanto Estêvão e as ruínasgrupo de palpites sportingbetuma catedral do século 5, quando a cidade era um dos mais importantes centros comerciais bizantinos da costa do Mar Negro.

Arqueólogos e pescadores locais já encontraram ali relíquias ainda mais antigas. Uma acrópole e cerâmica gregas datamgrupo de palpites sportingbetantes da chegada dos romanos, e há muros construídos pelos fundadores da cidade, os trácios, que governavam a península dos Balcãs há maisgrupo de palpites sportingbet2 mil anos.

Mas, para encontrar os artefatos ainda mais surpreendentes, é preciso sair da ilha e entrar no mar àgrupo de palpites sportingbetvolta.

Naufrágios estranhamente preservados

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A cidade velhagrupo de palpites sportingbetNessebar, na costa búlgara, abriga ruínas com maisgrupo de palpites sportingbet3 mil anosgrupo de palpites sportingbethistória

Recentes expediçõesgrupo de palpites sportingbetpesquisa oceanográfica usaram veículos subaquáticos operados remotamente para se aventurar sob as águas do Mar Negro e revelaram peças da história antiga nunca antes vistasgrupo de palpites sportingbetforma tão vívida.

Essas missões descobriram navios milenaresgrupo de palpites sportingbetcomércio marítimo e guerra, incluindo o mais antigo naufrágio intacto do mundo: um navio comercial gregogrupo de palpites sportingbetcercagrupo de palpites sportingbet400 a.C., que está estranhamente bem preservado.

Entre os destroços, novas evidências oferecem pistasgrupo de palpites sportingbetcomo era a região há 7 mil anos, quando alguns especialistas acreditam que o Mar Negro era apenas um pequeno lagogrupo de palpites sportingbetágua doce.

Amostras geológicas obtidas do fundo do mar poderiam, finalmente, resolver o mistériogrupo de palpites sportingbetse foi por ali que as águas adentraram, acabando com civilizações e criando uma história que conhecemos hoje como a sagagrupo de palpites sportingbetNoé e do grande dilúvio bíblico.

Zdravka Georgieva, arqueólogo marítimo do Centrogrupo de palpites sportingbetArqueologia Subaquática da Bulgária, nasceugrupo de palpites sportingbetNessebar e aprendeu a mergulhar no Mar Negro.

"Queria realmente saber o que há sob a água", diz Georgieva, que ouviu falar pela primeira vez dos resquícios inexploradosgrupo de palpites sportingbetantigos assentamentos e naufrágios no pequeno Museu Arqueológicogrupo de palpites sportingbetNessebar, que abriga uma quantidade considerávelgrupo de palpites sportingbetartefatos históricos.

"Soube por meio do museu e das pessoas daqui que existem objetos históricos submersos e queria tocá-los e observá-losgrupo de palpites sportingbetperto."

Crédito, Rodrigo Pacheco-Ruiz

Legenda da foto, Recentes esforçosgrupo de palpites sportingbetpesquisa oceanográfica no Mar Negro revelaram naufrágios milenares

Depoisgrupo de palpites sportingbetestudar no centrogrupo de palpites sportingbetpós-graduaçãogrupo de palpites sportingbetArqueologia Marinha da Universidadegrupo de palpites sportingbetSouthampton, no Reino Unido, Georgieva trabalha hojegrupo de palpites sportingbetseu "emprego dos sonhos" como membro do Projetogrupo de palpites sportingbetArqueologia Marítima do Mar Negro, que busca descobrir como o mar e seus arredores mudaram desde a última era glacial ali, ao examinar o fundo do oceano.

A equipe anglo-búlgara, liderada pelo professor Jon Adams, da Universidadegrupo de palpites sportingbetSouthampton, na Inglaterra,grupo de palpites sportingbetparceria com o Centrogrupo de palpites sportingbetArqueologia Subaquática, descobriu o navio comercial gregogrupo de palpites sportingbet2,4 mil anos no ano passado e maisgrupo de palpites sportingbet60 naufrágios encontradosgrupo de palpites sportingbetáguas profundas.

O antigo navio estavagrupo de palpites sportingbetlado, com o mastro e o leme claramente visíveis, assim como os bancos usados por remadores e recipientesgrupo de palpites sportingbetcerâmica. Georgieva diz se tratar da "descoberta mais espetacular — até agora".

Ele concorda com outros arqueólogos marinhosgrupo de palpites sportingbetque estamos entrando na eragrupo de palpites sportingbetouro das descobertas na região do Mar Negro.

Os arqueólogos sabiam que civilizações antigas haviam sido erguidas na região e que navios comerciais haviam circulado pela costa do Mar Negro. Mas, até agora, a tecnologiagrupo de palpites sportingbetimagem ainda não era avançada o suficiente para fornecer uma boa visão do fundo do mar, fazendo com que qualquer coisa que estivesse ali permanecesse envoltagrupo de palpites sportingbetmistério.

"Sabíamosgrupo de palpites sportingbetfontes históricas que havia ocorrido uma colonização da costa do Mar Negro, da Grécia e do Mediterrâneo, mas não havíamos descoberto nada que se assemelhasse a navios. Por quê? Onde estavam? Por que não os encontrávamos?", questiona Georgieva.

"Os últimos quatro anos representaram um grande avanço na maneira como investigamos o mundo submerso e naufrágios."

A camada anóxica do Mar Negro

O fatogrupo de palpites sportingbetque navios preservados podem ser encontrados aqui é devido a um fenômeno aquático único, explica o oceanógrafo americano Bob Ballard, que liderou a descoberta dos destroços do Titanicgrupo de palpites sportingbet1985.

Ele sempre foi fascinado com a chamada "camada anóxica" do Mar Negro: uma faixagrupo de palpites sportingbetáguas frias e sem oxigênio que existe sob as águas mais quentes e familiares aos visitantes da região. "O mar profundo é um museu gigante", diz Ballard.

Como apenas alguns tiposgrupo de palpites sportingbetbactérias sobrevivem nesta camada anóxica, tudo fica preservando por milênios como estava momentos após um naufrágio.

Crédito, Projetogrupo de palpites sportingbetArqueologia Marítima do Mar Negro

Legenda da foto, Arqueólogos marítimos descobriram o naufrágio intacto mais antigo do mundo, um navio comercial gregogrupo de palpites sportingbet400 a.C.

Entre 1999 e 2014, Ballard liderou uma expedição ao Mar Negro e ao Mediterrâneo que foi a primeira a explorargrupo de palpites sportingbetmaneira abrangente esse reino das sombras. Comgrupo de palpites sportingbettripulação, descobriu dezenasgrupo de palpites sportingbetembarcações perfeitamente preservadas, incluindo um barco comercial otomano que continha restos humanos.

"Foi um esforçogrupo de palpites sportingbet15 anos para realizar várias expedições, tentando mostrar que [os marinheiros antigos] eram muito mais ousados do que os historiadores lhes davam crédito, que percorriam rotas comerciaisgrupo de palpites sportingbetáguas profundas e não ficavam apenas próximos da costa, mas cruzavam o oceano."

Georgieva e Ballard dizem que a exploraçãogrupo de palpites sportingbetalto mar fornece novas pistas para um mistério talvez ainda maior.

No livro Noah's Flood (O Dilúviogrupo de palpites sportingbetNoé,grupo de palpites sportingbettradução livre),grupo de palpites sportingbetWilliam Ryan e Walter Pitman, geólogos marinhos relatam acreditar ter encontrado a origem histórica das lendasgrupo de palpites sportingbetuma grande enchente que destruiu civilizações antigas que margeavam o Mediterrâneo e o Mar Negro há 7,6 mil anos.

Contada no mito da criação babilônica, o Enuma Elish, e na Epopéia Mesopotâmicagrupo de palpites sportingbetGilgamesh, um antigo poema épico da que é considerada uma das primeiras obras conhecidas da literatura, a história se tornou mais conhecidagrupo de palpites sportingbettodo o mundo como a história bíblica da Arcagrupo de palpites sportingbetNoé.

Crédito, Rodrigo Pacheco Ruiz

Legenda da foto, Como apenas alguns tiposgrupo de palpites sportingbetbactérias sobrevivem nas águas anóxicas do Mar Negro, os naufrágios ficaram preservados por milênios

Segundo Ryan e Pitman, há cercagrupo de palpites sportingbet20 mil atrás, o que é agora o Mar Negro era separado do Mediterrâneo por uma paisagem montanhosa.

A teoria do dilúviogrupo de palpites sportingbetNoé aponta que, quando a última era glacial da Terra terminou, o derretimento das calotas polares fez com que as águas do Mediterrâneo se elevassem, formando um canal pelas montanhas para formar o que agora é o Bósforo, resultandogrupo de palpites sportingbetum dilúvio catastrófico. Em meses, o Mar Negro teria inundado uma área do tamanho da Irlanda.

Em 2000, Ballard esperava lançar luz sobre a teoriagrupo de palpites sportingbetRyan e Pitman quando descobriu uma costa e edifíciosgrupo de palpites sportingbetcivilizações humanas submersos a 20 quilômetros do litoral turco no Mar Negro. Ele acreditava que essas descobertas corroboravam a hipótese da inundação.

Mas o Projetogrupo de palpites sportingbetArqueologia Marítima do Mar Negro apontagrupo de palpites sportingbetuma direção diferente, explica Georgieva. "Os geofísicos e outros especialistas do centro oceanográficogrupo de palpites sportingbetSouthampton dizem que não há evidências que apoiam essa teoria. O que coletamos não prova essa inundação catastrófica. Os dados apontam ter sido mais provável um aumento gradual do nível do mar."

Ainda há mais dados a serem analisados, mas até o momento tudo indica que as águas subiram imperceptivelmente, metro a metro, ao longogrupo de palpites sportingbetséculos ou mesmo milênios.

Ainda assim, Ballard chama o Mar Negrogrupo de palpites sportingbetum "lugar mágico", uma área com "uma quantidadegrupo de palpites sportingbetevidências históricas incrível", que tem mais a oferecer aos arqueólogos e fãsgrupo de palpites sportingbetlendas do que a conexão com o dilúviogrupo de palpites sportingbetNoé.

"Há muito mais a ser descoberto no Mar Negro. Acho que o Mar Negro produzirá ainda muitas revelações sobre a história da humanidade se soubermos onde e como procurar."

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site da BBC Travel.

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