A cidade francesa que envelhece vinho no fundo do mar:login pix bet

Cultura marítima

Como proprietário da lojalogin pix betvinho Cavelogin pix betl'Abbaye St-Jean e sócio na escolalogin pix betculinária L'École du Goût, Heude mantém um pé na gastronomia local e outro na baía. O mar dá à cultura da cidade o que Heude descreve como "um sabor salgado", que está presente tantologin pix betpratos locais quanto na identidade malouin.

"Temos la terre et la mer (a terra e o mar) que se misturam para ajudar nossos chefs a criar uma culinária extraordinária. É simples, precisa e revigorante", afirmou.

Uma ideia que traduz essa mescla surgiu há 15 anos durante uma viagemlogin pix betbarcologin pix betHeude com seus amigos. "Havia um pescador, um velejador, um restaurateur e eu - um sommelier", explicou. "Umlogin pix betnós esperava um bebê e disse, 'olha, eu deveria colocar um poucologin pix betvinho sob a água para comemorar o nascimento do meu filho'. E eu respondi, 'bem, eu posso organizar isso se quiser'".

Guardar uma garrafalogin pix betvinho para envelhecerlogin pix betcelebração ao nascimentologin pix betuma criança é uma prática comum entre os enófilos, mas Heude explicou que a ideialogin pix betenvelhecer o vinho no mar nunca tinha ocorrido. E o pequeno feito -login pix betque 12 garrafaslogin pix betFiefs Vendéens, do Vale do Loir, foram dispostas no fundo do portologin pix betSt-Malo - tornou-se a l'Immersion, uma tradição anual que virou um fenômeno nacional.

Há uma inegável poesia na emersão do vinho envelhecido do marlogin pix betuma cidade que se orgulhalogin pix betsua herança marítima.

O portologin pix betSt-Malo já se destacava como um dos principais portoslogin pix betescala para o comérciologin pix betespeciarias francesas. Os malouins viajaram à longínqua Québec (as viagenslogin pix betJacques Cartier - um malouin - levou a França a reivindicar soberania sobre o Canadá) e às Ilhas Falkland ou Malvinas (originalmente conhecida como Îles Malouineslogin pix bethomenagem aos primeiros habitantes malouins).

Em 1590, St-Malo declarou a independência da Françalogin pix betum esforçologin pix betprotegerlogin pix beteconomia marítima nas guerras religiosas, adotando o motelogin pix bet"Sem francês, sem bretão, com malouin". Embora a república autônomalogin pix betSt-Malo tenha durado apenas três anos, a identidade malouin continuou com forte espíritologin pix betautodeterminação, inextricavelmente ancorado no mar.

Tradição se forma

Heude continuou a colocar anualmente vinho no fundo do mar, reunindo seus amigos para provar a recompensa do ano anterior. Além do grande apelo poéticologin pix betse envelhecer vinho no mar, há ciência por trás do processo que Heude e seus amigos começaram por pura intuição.

Na costa da Bretanha, a temperatura do fundo do mar fica entre 9º e 10º C - o equivalente à temperaturalogin pix betuma adega profunda -, e a água protege o vinho dos raios UV. Além disso, o vai-e-vemlogin pix betuma das mais intensas marés da Europa, que flui duas vezes ao dia, se assemelha à técnica já usada no envelhecimentologin pix betvinho, especialmentelogin pix betChampagne, conhecida como remuage. O processologin pix betlentamente virar a garrafalogin pix betvinho à medida que ele envelhece evita que os sedimentos fiquemlogin pix betum lado ou no fundo e mantém a claridade da bebida.

A seleçãologin pix betHeude muda todo ano, mas ele sempre inclui garrafaslogin pix betvinhos tradicionais e espumantes. As diferenças no sabor também variam pela cuvée (o tipo, a mistura e o lote do rótulo) - o que é a diversãologin pix bettodo o processo.

Como regra geral, Heude diz que os vinhos levemente filtrados sofrerão transformações mais perceptíveis após o período debaixo d'água. Como as marés movem o sedimento natural da garrafa, as notaslogin pix betsabor do vinho se aprofundam. O efeito é especialmente atraente para o espumante, já que as mudançaslogin pix betmarés refinam as bolhaslogin pix betdióxidologin pix betcarbono para um resultado bem mais pronunciado.

Após descobrir os efeitos do envelhecimento marítimo, Heude decidiu fazer depósitos anuaislogin pix betvinho no solo do porto. Todo ano, no primeiro fimlogin pix betsemanalogin pix betjunho, cem gourmands e sommeliers de toda a França compram entradas para experienciar o fenômeno.

O eventologin pix betum dia começa com a própria l'Immersion. Turistas curiosos assistem a Heude elogin pix betequipe preencher um barcologin pix betpesca com cercalogin pix bet700 garrafaslogin pix betvinho à sombra do Tour Solidor, uma torre do século 14 construída para controlar a entrada do rio Rance.

Garrafaslogin pix betvinho são empilhadaslogin pix betcaixas feitaslogin pix bettábuas, construídas por produtoreslogin pix betmariscos - apropriado para um ritual tão intimamente ligado à cultura alimentar local. As frestas das caixas garantem que a água e as algas marinhas possam fluir pelas garrafas durante a estadialogin pix betum ano no fundo da baía. "Nós as selamos, e elas estão prontas para ir", disse Heude.

As caixas são então levadas por uma traineira e baixadas a 15 metroslogin pix betprofundidade, no fundo do mar. Um mergulhador delicadamente dispõe as caixas no solo, deixando margem suficiente para que elas se movamlogin pix betharmonia com a maré. Em seguida, ele recolhe a leva do ano anterior. Após 12 meseslogin pix betespera, Heude elogin pix betequipe posicionam cada caixa no centro da multidão. Tesouros extras - mariscos e um punhadologin pix betalgas - circulamlogin pix bettorno das garrafas, dando a todos um vislumbre do que elas testemunham no último ano no fundo do mar.

Uma comoção ocorre quando Heude convida a todos para se deliciar com a livre degustação das riquezas gastronômicas da região. O pão sourdough da padaria Philippe Renault,login pix betDinard, a premiada manteigalogin pix betJean-Yves Bordier, as ostraslogin pix betCancale e as tripas da Normandia completam a abundante apresentação. Em meio à agitação, sommeliers experientes abrem as garrafas para comparar os vinhos envelhecidos no mar com oslogin pix betadegas tradicionais. As degustações expõem análises meticulosaslogin pix betpaladares experientes - e isso é apenas o começo.

Depois da degustação do vinho, os participantes que compraram bilhete para l'Immersion antes do festival acompanham a Société Nationalelogin pix betSauvetage en Mer (SNSM), organização da guarda costeira,login pix betuma curta viagem a Cézembre, uma pequena e desabitada faixalogin pix betareia na costalogin pix betSaint-Malo, que serviu como base naval alemã na Segunda Guerra Mundial.

A maior partelogin pix betsua paisagem continua cercada por arame farpado, porque as áreas mais internas não foram limpaslogin pix betminas terrestres, mas a costa oferece um local seguro e pitoresco para uma festiva celebração malouin. Pratoslogin pix betfrutos do mar fritos e cordeiro salgado são dispostos ao ladologin pix betmais manteiga, pão fresco e garrafaslogin pix betvinho envelhecido na água, com água salgada ainda pingando. "Isso é um pouco mais rock'n'roll. É uma grande festa e todo mundo adora isso também", disse Heude.

No coração, L'Imersion é muito mais do que uma degustaçãologin pix betvinhos. É uma celebração da forte conexão dos malouins com o mar.

"Isso é o que nos embalou desde a nossa infância e, ao final, não podemos ficar sem isso", disse Heude. "Seja nas artes ou na comida, ele estálogin pix bettudo: está presente nas degustaçõeslogin pix betvinho, nos camarões, nas vieiras, nos peixes que pescamos, nos legumes da primavera, nas batatas novas. Nós temos tudo aqui. Nós realmente temos tudo".

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