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Futuro das artes: o que mudará nos próximos 20 anos?:apostas liga nos
As políticasapostas liga nosidentidade vistas nas artes plásticasapostas liga nostorno dos movimentos #MeToo (mulheres) e Black Lives Matter (negros) crescerão, enquanto ambientalismo, políticasapostas liga nosfronteiras e migração estarão ainda maisapostas liga nosfoco.
A arte se tornará cada vez mais diversificada e pode nem mais "parecer arte" do jeito que nós hoje a imaginamos. No futuro, quando estivermos atentos ao fatoapostas liga nosque nossas vidas terão se tornado visíveis na internet para qualquer um e nossa privacidade tiver sido praticamente perdida, o anonimato poderá ser mais desejável que a fama.
Em vezapostas liga nosquerer milhares, ou milhões,apostas liga noslikes e seguidores, nós estaremos sedentos por autenticidade e conexão. A arte poderá, então, se tornar algo mais coletivo e experimental,apostas liga nosvezapostas liga nosindividual.
Um mundo das artes mais inclusivo?
"Eu imagino que a arte daqui a 20 anos será muito mais fluida do que hoje", diz a curadora Jeffreen Hayes à BBC Culture, "no sentidoapostas liga nosfronteiras entre mídias, entre os tiposapostas liga nosarte que são rotuladas como arte no sentido tradicional. Eu também vejo a arte sendo muito mais representativa da nossa demografiaapostas liga noscrescimento e transição, com mais artistasapostas liga nosminorias étnicas, mais trabalhos identificados com mulheres e tudo que aparece no meio disso".
A exposição AfriCOBRA: Nation Time,apostas liga nosHayes, foi recentemente selecionada como um evento paralelo oficial da Bienalapostas liga nosVenezaapostas liga nos2019, realizadaapostas liga nosmaio, levando a um público internacional o trabalhoapostas liga nosum grupoapostas liga nosartistas negros que trabalhavam na região sulapostas liga nosChicago, nos EUA, nos anos 1960.
"Tenho esperançasapostas liga nosqueapostas liga nos20 anos, com as mudanças na arte e os artistas ajudando a liderar esse processo, as instituições comecem a ser não apenas determinadas, mas também mais preocupadas com as diferentes formasapostas liga nosque a arte pode ser apresentada, o que vai exigir equipes mais inclusivas, não apenas curadores, mas também líderes", diz ela.
O curador e artista senegalês Modou Dieng disse à BBC Culture que "o futuro da arte é negro". Hoje, a arte africana, afro-americana, afro-europeia e afro-latina é uma tendência global, marcada por uma abertura a artistas da diáspora africana que trabalham com discursos além do corpo negro e do colonialismo.
A abstração, curadoria e apresentação negras estão todas no centro das atenções. Ao crescer num Senegal recém-independente procurando por uma identidade enquanto povo, "nós vimos a migração como uma solução, não como o problema", diz Dieng, cujos trabalhos estão incluídos na coleção permanente do Departamentoapostas liga nosEstado dos Estados Unidos.
A mudança antecipada por Hayes e Dieng não se traduz na nova emergência das artes plásticas negra, latina, LGBT, alternativa, feminista e outras, já que esses movimentos têm longas histórias próprias.
Apenas significa que elas serão abraçadas ainda mais pelos mercados e instituições, que se tornarão eles mesmos mais diversos e informados por históriasapostas liga nosfora do cânone dominante, eurocêntrico e ocidental.
Ativismo e choque
Campanhasapostas liga nosarte-ativismo são indicativasapostas liga nostendênciasapostas liga nosmudança.
O grupoapostas liga nosartistas e ativistas Decolonize This Place (Descolonize Este Lugar,apostas liga nostradução livre), que se descreve como um "movimento orientado na ação e centradoapostas liga nostorno da lutaapostas liga nospovos indígenas, libertação negra, a libertação da Palestina, assalariados globais e deselitização", organizou protestos dentro do Museuapostas liga nosArte Whitney,apostas liga nosNova York, contra o vice-presidente Warren B. Kanders, donoapostas liga nosuma empresa que fabrica gás lacrimogêneo usado contra pessoas oprimidasapostas liga nosvárias partes do mundo.
Os artistas-ativistas do Decolonize This Place não são os primeiros da história a trabalhar pela ruptura. Já durante a Primeira Guerra Mundial, um grupoapostas liga nosartistas que se chamavamapostas liga nosDada começaram a encenar intervenções experimentaisapostas liga nosruptura, como um protesto contra a violência sem sentido da guerra.
O Dada foi considerado um movimentoapostas liga nosvanguarda mais radical no início do século 20, seguido pelos artistas Fluxus nos anos 1960, queapostas liga nosforma parecida buscavam empregar choque e faltaapostas liga nossentido para mudar percepções artísticas e sociais.
O legado desses movimentos performáticos continuouapostas liga nostrabalhosapostas liga nosartistas como Paul McCarthy e Robert Mapplethorpe. "O choque funciona como parte da tentativa dos movimentosapostas liga nosmudar a sociedade", escreve Dorothée Brillapostas liga nosO Choque e o Sem Sentidoapostas liga nosDada e Fluxus."
Essa empreitada é mostrada como algo ligado à rejeição, pelos artistas, da ideiaapostas liga nosque produção artística precisa fazer sentido e ter um significado."
"Eu espero que a arte continue a ser um espaço para inovação formal, experimentação radical e ausênciaapostas liga nosleis", diz à BBC Culture o curador Chris Sharp, "para que continue a evitar a instrumentalização do capitalismo, da política e da ideologia, criando um espaço para um pensamento que não seja nem certo nem errado, mas um pensamento que não possa ser nem qualificado nem quantificado".
Quando conversamos, Sharp estavaapostas liga nosMilã, na Itália, para uma feiraapostas liga nosarte comapostas liga nosgaleria da Cidade do México antesapostas liga nosviajar para Veneza, onde seria o curador do Pavilhão da Nova Zelândia para a Bienalapostas liga nosmaio com a Dra. Zara Stanhope e o artista Dane Mitchell.
Aqueles que acreditam na ideiaapostas liga nos"arte por si só" podem dizer que a arte como uma força não-quantificável precisa manter-se foraapostas liga nosnormas sociais ou ideológicas ou correrá o riscoapostas liga nosse tornar uma outra coisa.
Alguns especialistas, como Sharp, argumentam que é um terreno escorregadio quando a arte começa a se inclinar na direção do ativismo, porque o objetivo simplesmente não é esse - embora o curador também diga que é impossível que a arte seja apolítica.
Esse é um pontoapostas liga nosvista comprometido com a ideia da arte como uma força por si só, um processoapostas liga nosexperimentação radical que resulta num trabalho artístico, um entre muitos numa linhaapostas liga nosinvestigação, não um meio para ilustrar um fim ou impregnar um objeto com significado.
Nenhuma conclusão deveria ser tirada sobre arte, no presente ou no futuro, porque é uma força contra o universalismo, que deve ser interrompido pelos artistas, como se dissessem ao mundo "acordem!".
A pintura (não) está morta
Daqui a duas décadas, fará 200 anos desde que Paul Delaroche exclamou "a pintura está morta", e há argumentos razoáveis a favor da ideiaapostas liga nosque esse meio perdeu relevância como uma ferramentaapostas liga nosvanguarda.
A ideia originalapostas liga nosDelaroche foi repetida e reciclada infinitamente, enquanto novos meios ganharam espaçoapostas liga nosdestaque, mas a pintura não deverá desaparecer.
As vendasapostas liga nospinturas ainda são a maior força das casasapostas liga nosleilão, feirasapostas liga nosarte e galerias, dominando todas as vendas com maior valor. Pinturas modernas produzidas na primeira metade do século 20 continuam a se manter firmes como os trabalhos artísticos mais desejáveis e caros do mercado.
Nove entre dez das pinturas mais caras vendidas até hoje foram produzidas entre 1892 e 1955, a única exceção sendo um Leonardo da Vinci descoberto recentemente, datado entre 1490 e 1519, que foi comprado num leilão por extraordinários US$ 450,30 milhões, o que fez dele o trabalho artístico mais caro já vendido.
Todas as pinturas na lista foram produzidas por homens brancos, entretanto - algo que não oferece um quadroapostas liga nosmuita esperançaapostas liga nostermosapostas liga nosigualdade.
Em 20 anos, o mercado poderá não ser muito diferente do que é hoje – dominado pela pintura moderna – , mas talvez trabalhos da segunda metade do século 20, incluindo feitos por mulheres e artistasapostas liga nosminorias, comecem a adquirir mais valor.
Em 2017, uma pinturaapostas liga nosJean-Michel Basquiat, Untitled (1984), estabeleceu um novo recorde como o trabalho artístico contemporâneo mais caro, vendido num leilão por US$ 110,40 milhões. No ano passado, o mercado para África e diáspora africana também estabeleceu novos recordes, com Kerry James Marshall alcançando impressionantes US$ 21,10 milhões porapostas liga nospintura Past Times (1997), uma marca inédita para um artista afro-americano vivo.
Multifuturismo
Maite Borjabad, curadoraapostas liga nosarquitetura e design Institutoapostas liga nosArteapostas liga nosChicago, diz que nós deveríamos estar "prontos para coisas que você não pode antecipar acontecerem". Em outras palavras, nós não podemos esperar que vamos prever um futuro, mas sim nos preparar para muitos futuros.
Um museu não é apenas um lugar para coisas existirem, mas uma plataforma para outras vozes serem ouvidas. De acordo, então, com Borjabad, o curador é um mediador.
Por meioapostas liga nosencomendas, por exemplo, o museu não é apenas um lugar para exibir arte, mas também um "incubadorapostas liga nosideias" por produzir novos trabalhos. "Eu acho que o futuro é múltiplo e plural, não é um futuro único", diz ela à BBC Culture.
"Instituições culturais e coleções são altamente políticas e perpetuaram e consolidaram um entendimento bastante dogmático da história", afirma. "É por isso que coleções como a do Institutoapostas liga nosArte são o material perfeito para nos ajudar a reescrever histórias, no plural,apostas liga nosvezapostas liga nosapenas uma história."
No anoapostas liga nos2040, a arte poderá não parecer arte (ao menos que seja um quadro), mas será parecida com todo o resto, refletindo espíritosapostas liga nosépoca tão multitudinários e diversos quanto os próprios artistas.
Haverá artistas-ativistas liderando alguma convulsão política; haverá experimentadores formais explorando novos meios e espaços (até mesmo no espaço sideral), e haverá mercados fortes na América Latina, na Ásia e na África.
Então, no mundo da cultura pelo menos, o Ocidente poderá se ver tendo que correr atrás dos outros.
apostas liga nos Leia a versão original apostas liga nos desta reportagem (em inglês) no site BBC Culture apostas liga nos .
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