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Como a moda acompanhou e traduziu as pressões culturais sobre o corpo feminino:bwin slot
O usobwin slotespartilhos era considerado essencial na época. Mas, como observa Emma McClendon, curadora da exposição, o objetivo não era simplesmente afinar a silhueta.
Segundo ela, o uso generalizado da peça era "muito mais complexo e relacionado a noções culturaisbwin slotpropriedade, classe e aspecto físico da mulher".
Usar o acessório apertado sobre o corpo ajudava a manter a postura reta. E caminhar com elegância, enquanto usava um traje tão desconfortável, era um sinalbwin slotstatus.
"Havia também uma crença dominante na épocabwin slotque os corpos das mulheres eram inerentemente fracos e precisavambwin slotapoio", explica McClendon.
Essas ideias foram questionadas por alguns dos principais escritores e pensadores da época, com Jean-Jacques Rousseau, um dos principais filósofos do Iluminismo. Para ele, o espartilho era uma metáfora particularmente adequada para as instituições sociais que reprimem o indivíduo – masbwin slottese teve pouca repercussão.
Foi na sequência da Revolução Francesa (1789), quando a aparência aristocrática se tornou incontestavelmente censurável, que o espartilho perdeu brevementebwin slotforça no imaginário feminino. As mulheres passaram a adotar roupasbwin slotcaimento mais fluido e cintura alta estilo império (logo abaixo do busto). Mas, mesmo assim, alguma peçabwin slotsuporte ainda era usada.
O retorno da cintura fina, evidenciada pelas volumosas crinolinas (armação feitabwin slotarcosbwin slotaço para moldar a forma das saias),bwin slotvogabwin slot1845 a 1870, chamava a atenção para a parte superior do corpo, considerada "a mais preciosa",bwin slotacordo com Denis Bruna, curador do departamentobwin slotmoda do Museubwin slotArtes Decorativas,bwin slotParis.
"Na cultura ocidental, as partes inferiores do corpo não são consideradas dignasbwin slotadmiração, e é por isso que as pernas das mulheres ficaram escondidas durante séculos sob saias e anáguas."
Tal estilo também permitia à burguesiabwin slotascensão ostentarbwin slotriqueza. O vestuário masculino era relativamente sóbrio na época. Mas se um homem fosse capazbwin slotproporcionar à esposa uma crinolina – que exigia grandes quantidadesbwin slottecido e a ajudabwin slotuma criada para vestir –, era sinalbwin slotque ele tinha uma renda considerável.
Pressão para se adequar
A partirbwin slot1870, a chegada do bustle (ou anquinha), armação que deixava a partebwin slottrás da saia mais acentuada, coincidiu com uma erabwin slotque a moda se tornava progressivamente mais democrática.
Com os avanços técnicos e a proliferação das lojasbwin slotdepartamento, mulheresbwin slotclasses sociais distintas passaram a comprar estilosbwin slotroupa semelhantes, criando assim uma certa padronização da silhueta ideal e uma pressão para se adequarbwin slottodas as camadas da sociedade.
Apesar dos alertas feitos há décadas por médicos e ativistas sobre os efeitos nocivos dos corseletes e espartilhos, as mulheres correram para comprar as peças quando se tornaram acessíveis para a massa.
Porém, o fatobwin slotmuitos anúncios oferecerem os acessórios com medidas que variavambwin slot45,72 a 76,2 cm, deixava claro que muitas mulheres não atendiam o idealbwin slotmagreza da época.
O início do século 20 presenciou, porbwin slotvez, a influência do movimento estético, representado por vestidos elegantes e mais folgados criados pela lojabwin slotdepartamentos Liberty,bwin slotLondres, na tentativabwin slotlibertar as mulheres do confinamento do espartilho.
O estilo fazia sucesso nas rodasbwin slotartistas, mas era considerado excêntrico pelo públicobwin slotgeral. E mesmo aqueles que optavam por seguir a moda raramente usavam as peças forabwin slotcasa.
Foi na décadabwin slot1920, quando o estilo flapper entrou na moda, que os suportes e armações convencionais começaram a perder força.
Mas, segundo McClendon, "a ideiabwin slotque as mulheres deixarambwin slotusar espartilhos ebwin slotrepente ficaram 'livres' é um equívoco comum".
O novo estilo exigia um corpo levemente andrógino, alcançado por meiobwin slotuma cinta para afinar o quadril que, embora fosse certamente mais confortável, ainda criava um tipo físico artificial.
Mulheres que não conseguiam se adequar ao look encontraram outras maneirasbwin slotser fashion. A exposição apresenta um parbwin slotpijamasbwin slotcrepe roxo e laranja com 101,6 cmbwin slotcintura, provando que, embora a indústria da moda tentasse ignorá-las, sempre houve mulheres maiores e elegantes.
E, embora os anos 30 anunciassem o retorno da cintura, com vestidos que acompanhavam o contorno do corpo, alguns estilistas se dedicavam a atender mulheres com medidas maiores do que as modelos das capasbwin slotrevista.
Um vestido lindobwin slotseda metálico da House of Paquin, por exemplo, foi confeccionado com 78,74 cmbwin slotcintura.
Abraçando a diversidade
Durante a décadabwin slot1940, os ombros largos e os quadris estreitos foram popularizados pelo figurinista Gilbert Adrian. Até que o estilista Christian Dior rompeu drasticamente com esse padrão ao lançar o "New Look", que valorizava as formas do busto e a cintura fina, exigindo até 20 metrosbwin slottecido.
"Ele queria criar vestidos que fossem uma resposta à pobreza do período da guerra", diz Bruna.
Esta estética ultrafeminina passou a simbolizar a décadabwin slot1950.
Já a décadabwin slot1960 viu o retorno do estilo andrógeno e boyish (que faz usobwin slotelementos do guarda-roupa masculino), personificados pela modelo Twiggy. Mas, ao contrário da décadabwin slot1920, as roupas mais reveladoras do período, como o tubinhobwin slotRudi Gernreich com painel lateralbwin slotplástico, tornaram praticamente impossível o usobwin slotpeçasbwin slotsuporte.
Os espartilhos e as cintas podem ter saídobwin slotmoda, mas as mulheres passaram a enfrentar novas formasbwin slotopressão. Nos anos 1970 e 1980, houve uma ampla exaltação das dietas e do exercício físico, a fimbwin slotmanter o corpobwin slotforma e tonificado, algo "necessário" para usar as criações sensuais fluidasbwin slotHalston ou os vestidosbwin slotThierry Mugler que moldavam a silhueta.
As revistasbwin slotmoda legitimavam corpos esbeltos com seios paradoxalmente grandes na décadabwin slot1980, visual que, para a maioria, só seria possível alcançar por meiobwin slotcirurgia plástica. Enquanto, nos anos 1990, estampavam a extrema fragilidadebwin slotKate Moss.
Embora o tipo físico esbelto ainda dominasse grande parte da indústria fashion no início do século 21, a ascensão das mídias sociais começou a mudar gradualmente a forma como as pessoas consomem e interagem com a moda. Blogsbwin slotestilo e plataformas digitais, como Instagram e Twitter, abriram as portas do mundo da moda para uma parcela cada vez maiorbwin slotpessoas.
Determinadas marcas adotaram com entusiasmo uma visão mais inclusiva do corpo. A estilista americana Becca McCharen-Tran, da Chromat, tem dado um showbwin slotdiversidade nas passarelas, apresentando modelosbwin slotdiferentes raças, medidas e identidadebwin slotgêneros.
Christian Siriano, por exemplo, inclui modelos plus-sizebwin slotseus desfiles e faz roupas até o tamanho 26. Quando a atriz Leslie Jones reclamou no Twitter que nenhum designer queria vesti-la para a estreiabwin slotum filme devido ao seu tamanho, o estilista disse que se orgulhariabwin slotfazer isso e criou um vestido vermelho incrível para ela.
O episódio provocou um debate sobre a marginalizaçãobwin slotcertos tiposbwin slotcorpo por marcas contemporâneas. E, segundo McClendon, esse tipobwin slotdiscussão precisa sem dúvida continuar.
"Não são nossos corpos que estão errados, é o sistemabwin slotdimensionamento que está errado", diz ela.
"Até que reconheçamos os problemas do sistema atual, não podemos começar a consertá-lo."
- bwin slot Leia a versão original desta reportagem (em inglês bwin slot ) no site BBC Culture bwin slot .
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