O país que não tem mais onde abrigar milionários:globoesporte com palmeiras

Paraíso também fiscal

Ao dirigir pela costa mediterrânea francesa, você se depara com as praiasgloboesporte com palmeirascascalho pontilhadasgloboesporte com palmeirasguarda-sóis, apesar da sombra das árvores ciprestes.

E, quando você menos espera, edifíciosgloboesporte com palmeirasconcreto começam a emergirgloboesporte com palmeirasuma orla diferente.

Ao avistar arranha-céus espelhados, bugattis tinindo na estrada e um cassino mundialmente famoso, você sabe que chegou na cidade-estado soberanagloboesporte com palmeirasMônaco.

Com a maior densidade populacional do mundo e a famagloboesporte com palmeirasplayground dos super-ricos, o país apresenta uma demanda imobiliária crescente.

Mas não é apenas a vista para o mar que atrai os abastados compradores: o minúsculo principado também é um paraíso fiscal.

Oliver Williams, da consultoria WealthInsight, analisa as estatísticas que descrevem o movimento da riqueza globalmente. Segundo ele, não é segredo que as pessoas se mudam para Mônaco por razões financeiras.

"Não há imposto sobre rendimento, nem tributação sobre as empresas com negócios que tenham a maior parte do seu trabalhogloboesporte com palmeirasMônaco."

"Desta forma, o imposto é a principal razão que encontramos para as pessoas desejarem se mudar para cá. A outra é simplesmente o estilogloboesporte com palmeirasvida", avalia.

De acordo com um levantamento feito por ele, maisgloboesporte com palmeiras30% dos cercagloboesporte com palmeiras38 mil moradoresgloboesporte com palmeirasMônaco são milionários.

"As próximas da lista são algumas cidades suíças, como Genebra e Zurique, e assim por diante", diz Williams.

A previsão é que esse número aumente. Uma análise da consultoria imobiliária Knight Frank estima que cercagloboesporte com palmeiras16,1 mil milionários ou multimilionários vão tentar adquirir uma fatia deste pequeno território nos próximos dez anos.

Mas no momento eles não podem. Simplesmente não há mais espaço.

O levantamento da Knight Frank mostra que o valor das casasgloboesporte com palmeirasMônaco está acima do mercado mundial, com preços que variam entre 53 mil e 100 mil euros (R$ 211 mil a R$ 400 mil) por metro quadrado.

A expansão

Com apenas 2,02 quilômetros quadrados, o Principadogloboesporte com palmeirasMônaco está lotado. É o segundo menor país do mundo (atrás apenas do Cidade do Vaticano), e o espaço para construção existente já foi esticado ao limite, com casas esculpidas nas encostas,globoesporte com palmeirasdireção ao céu e até mesmo no subsolo.

Diante deste contexto,globoesporte com palmeirasuma tentativagloboesporte com palmeirasatender à crescente demanda por moradia, seu atual governante, o príncipe Albert 2º, concordou com um ambicioso planogloboesporte com palmeirasrecuperaçãogloboesporte com palmeirasterras.

O governogloboesporte com palmeirasMônaco está supervisionando o novo projeto, enquanto investidores privados vão pagar pelas construções e vender os empreendimentos imobiliários.

O projeto marítimogloboesporte com palmeirasextensão urbana tem um custo estimadogloboesporte com palmeiras1,5 bilhãogloboesporte com palmeiraseuros e prevê adicionar 6 hectaresgloboesporte com palmeirasterra ao principado até 2026.

Portier Cove, como é chamada a nova área, foi projetada para contemplar um porto grande o suficiente para 30 navios, um parque paisagístico e edifícios residenciaisgloboesporte com palmeirasluxo com uma planta para 120 novas moradias.

E não é a primeira vez que Mônaco ganha espaçogloboesporte com palmeirasdireção ao mar - o principado já ampliou seu territóriogloboesporte com palmeiras20% desde 1861.

Mas a construção envolve um esforço hercúleo: colocar grandes câmaras estanques cheiasgloboesporte com palmeirasconcreto, as chamadas ensecadeiras, dentro do mar, para depois drenar a água ao redor e preencher com areia importada da Sicília, a fimgloboesporte com palmeirascriar uma massa terrestre artificial à beira-mar.

Além disso, uma expansão desta dimensão também tem um custo para o meio ambiente.

Embora a empresagloboesporte com palmeirasconstrução francesa Bouygues Travaux Publiques esteja planejando realocar a flora e fauna marinhas existentes no local da obragloboesporte com palmeirasoutras áreas protegidas e criar um recife artificial impressogloboesporte com palmeiras3D, ainda há riscos.

Especialistas afirmam que não importa o quão cuidadoso você seja na recuperaçãogloboesporte com palmeirasterras, revirar o mar para construir ilhas artificiais terá um impacto direto no ambiente natural e na vida marinha.

Estima-se que centenasgloboesporte com palmeirastiposgloboesporte com palmeirasalgas e milharesgloboesporte com palmeirasorganismos marinhos habitem as águas que serão substituídos por terra seca.

Os ambientalistas alertam que não há como proteger completamente a biodiversidade frágil da área diantegloboesporte com palmeirasum projeto offshoregloboesporte com palmeirasgrande porte.

O príncipe - que dirige um carro elétrico e já doou milhões por meiogloboesporte com palmeirassua fundação para causas ambientais - defende que a expansão da terra seja cuidadosamente ponderada tendogloboesporte com palmeirasvista as preocupações ambientais.

Um dos grandes desafios para o Portier Cove é que as construtoras estão sendo solicitadas a cumprir diversas certificações internacionaisgloboesporte com palmeirasdesenvolvimento urbano sustentável.

A expectativa é que o projeto se torne um exemplo a ser seguido por outros paísesgloboesporte com palmeirascrescimento.