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Os mitos sobre diferenças entre homens e mulheres que não desaparecem:pokerstars paga
Já a filhapokerstars pagaRippon (que estava fazendo exatamente o mesmo som) foi preterida com um arpokerstars pagadesprezo.
"Ela é a mais barulhenta do grupo, não parece uma mocinha", afirmou a enfermeira.
"E assim, aos 10 minutospokerstars pagavida, minha filha recém-nascida sentiu pela primeira vez como nosso mundo é sexista", relembra Rippon.
Rippon passou décadas questionando a ideiapokerstars pagaque os cérebrospokerstars pagahomens e mulheres são fundamentalmente diferentes – as conclusões ela apresentapokerstars pagamaneira convincentepokerstars pagaseu novo livro, The Gendered Brain (“O Cérebro Sexista”,pokerstars pagatradução livre).
O título pode gerar uma certa confusão, já que o argumento da autora se baseia no fatopokerstars pagaque não é o cérebro humano que é inerentemente "sexista", mas o mundopokerstars pagaque somos criados.
Sugestões sutispokerstars pagacomo um "homem" e uma "mocinha" devem se comportar, desde o momento do nascimento, moldam nossas atitudes e habilidades, o que outros cientistas interpretam como diferenças intrínsecas e inatas.
No livro, Rippon revela a frustraçãopokerstars pagaque este argumento ainda precise ser defendidopokerstars pagapleno ano 2020. E classifica grande parte das teorias sobre diferençapokerstars pagagênero como mitos do tipo "bate-martelo" (jogo infantil) – eles continuam vindo à tona, sob outras formas, não importa com que frequência sejam desmentidos.
"Estamos analisando essa questão, se os cérebros masculinos são diferentes dos cérebros femininos, há cercapokerstars paga200 anos", diz ela.
“E,pokerstars pagavezpokerstars pagaquando, há um novo avanço na ciência ou na tecnologia, que nos permite revisitar essa questão e nos faz perceber que algumas das certezas do passado estão claramente equivocadas.”
“Como cientista, você pensa que após ter revisado e corrigido essas questões, as pessoas vão evoluir e deixarpokerstars pagausar determinados termos ou conclusões.”
“Mas,pokerstars pagarepente, você verá que os velhos mitos estãopokerstars pagavolta”, desabafa.
Um dos argumentos mais antigos se baseia no fatopokerstars pagaas mulheres terem cérebros menores, o que seria considerado evidênciapokerstars pagainferioridade intelectual. Embora seja verdade que o cérebro feminino seja,pokerstars pagamédia, cercapokerstars paga10% menor, há vários problemas com essa suposição.
"Primeiropokerstars pagatudo, se você acha que é uma questãopokerstars paga“tamanho", as baleias e os elefantes têm cérebros maiores que os homens, e não são conhecidos por serem mais inteligentes", diz Rippon.
Além disso, há o fatopokerstars pagaque, apesar da diferença médiapokerstars pagatamanho, há uma enorme sobreposição na distribuição dos cérebrospokerstars pagahomens e mulheres.
"Ou seja, você tem mulheres com cérebros grandes, e homens com cérebros pequenos."
Vale destacar que o cérebro do cientista Albert Einstein era menor do que a média masculina. E,pokerstars pagageral, vários estudos mostram que, na média, praticamente não há diferença entre a inteligência ou traços comportamentaispokerstars pagahomens e mulheres.
No entanto, as velhas teorias continuam ecoando na sociedade.
Rippon acrescenta que as aparentes diferenças estruturais dentro do cérebropokerstars pagasi também são exageradas.
O corpo caloso, por exemplo, é uma estruturapokerstars pagafibras nervosas que conecta os hemisférios esquerdo e direito do cérebro – e alguns estudos preliminares mostraram que essa viapokerstars pagainformações é maior no cérebro das mulheres do que no cérebro dos homens.
Isso foi usado para justificar todos os tipospokerstars pagaestereótipos – como a ideiapokerstars pagaque as mulheres são menos lógicas por natureza, uma vez que os sentimentos do hemisfério "emocional" (direito) estavam interferindo no processamento das informações no hemisfério “racional” (esquerdo).
"O mecanismopokerstars pagafiltragem mais eficiente do corpo caloso dos homens explica os gênios matemáticos e científicos... o direito delespokerstars pagaserem os líderes da indústria, [sua capacidade de] ganhar prêmios Nobel e assim por diante", ironiza Rippon no livro.
Mas, segundo ela, esses argumentos costumam ser baseadospokerstars pagapesquisas feitas com apenas um pequeno númeropokerstars pagaparticipantes. E as técnicas para medir o "tamanho"pokerstars pagaqualquer região do cérebro ainda são bastante rudimentares e abertas à interpretação, o que significa que até mesmo a existênciapokerstars pagatais diferenças cerebrais não tem uma base sólida. (E, claro, a ideiapokerstars pagaum cérebro "esquerdo" e "direito" por si só é um mito.)
Apesarpokerstars pagadécadaspokerstars pagapesquisa, tem sido muito difícil identificarpokerstars pagamaneira confiável diferenças significativas na estrutura do cérebro masculino e feminino.
pokerstars paga Hormôniospokerstars pagafúria
E os hormônios sexuais? Será que eles não têm um impactopokerstars paganossas mentes e comportamentos? De acordo com Rippon, neste caso, as evidências foram mal interpretadas para depreciar as habilidades das mulheres.
O conceitopokerstars pagatensão pré-menstrual (TPM), por exemplo, surgiu pela primeira vez na décadapokerstars paga1930.
"E se tornou uma razão para as mulheres não receberem posiçõespokerstars pagapoder".
Segundo ela, as mulheres foram inicialmente impedidaspokerstars pagaparticipar do programa espacial dos EUA devido ao receiopokerstars pagater esses "seres humanos psicofisiologicamente temperamentais" a bordo das espaçonaves.
Embora pouca gente hoje tenha essa visão, ainda consideramos que a TPM produz uma sériepokerstars pagamudanças cognitivas e emocionais que não são nada desejáveis.
No entanto, alguns sintomas observados neste período podem ser uma resposta psicossomática (resultadopokerstars pagauma expectativa),pokerstars pagavezpokerstars pagaalterações biológicas inevitáveis no cérebro.
Em um estudo conduzido pela pesquisadora Diane Ruble, da Universidadepokerstars pagaPrinceton, nos EUA, várias mulheres foram informadas que estavampokerstars pagaum período do ciclo menstrual diferente do que acreditavam. E foram solicitadas a preencher um questionário sobre vários elementos da TPM.
A pesquisa revelou que as mulheres que foram avisadas que estavam na fase pré-menstrual se mostraram muito mais propensas a relatar sintomaspokerstars pagaTPM – mesmo sem estarpokerstars pagafato nessa fase do ciclo, o que reforça a ideiapokerstars pagaque alguns sintomas surgirampokerstars pagasuas expectativas.
"Eu não gostariapokerstars pagasubestimar a realidade das alterações hormonais associadas ao ciclo menstrual, ou negar que as pessoas tenham alterações associadas a flutuações hormonais – já que a palavra hormônio significa agitação para ação", diz Rippon.
“Mas se você realmente observar medidas objetivaspokerstars pagamudançapokerstars pagahumor, o efeito não é tão profundo quanto a pessoa acredita. O fatopokerstars pagavocê acreditar que está passando por uma mudançapokerstars pagahumor, e que deve estar associada ao ciclo pré-menstrual, se torna um tipopokerstars pagaprofecia autorrealizável.”
As percepções sobre a TPM também revelam um certo viéspokerstars pagaconfirmação entre os pesquisadores que estudam as diferençaspokerstars pagasexo e gênero – muitos tendem a conduzir estudos que reforçam estereótipos,pokerstars pagavezpokerstars pagaprocurar evidências que possam questioná-los.
Rippon acredita que as mulheres podem, na verdade, apresentar um estimulo cognitivopokerstars pagadeterminadas fases do ciclo menstrual – mas isso é amplamente ignorado, graças à preocupação dos cientistas com a aparente fraqueza das mulheres.
"Fizemos alguns estudos mostrando que cognitivamente há flutuações no ciclo menstrual", diz ela.
A memória verbal e espacial, por exemplo, melhora quando o estrogênio está mais alto.
"E há mudanças muito positivas no período da ovulação – melhor capacidadepokerstars pagaresposta às informações sensoriais, por exemplo, e melhor tempopokerstars pagareação."
Mas Rippon ressalta que, embora a ferramenta padrão para medir a TPM seja o questionáriopokerstars pagatranstornospokerstars pagahumor (MDQ, na siglapokerstars pagainglês), ela "nunca viu um 'questionáriopokerstars pagaeuforia da ovulação'".
O foco, ao que parece, está sempre no aspecto negativo.
pokerstars paga Tsunamipokerstars pagarosa e azul
Um dos desafiospokerstars pagaestudar as diferenças entre os sexos tem sido incluir e levarpokerstars pagaconta o papel desempenhado pela cultura. Mesmo quando é possível observar diferenças aparentes na estrutura do cérebro, há sempre a possibilidadepokerstars pagaque essas diferenças tenham sido construídas – e não sejam natas.
Sabemos que o cérebro é maleável, o que significa que é moldado por experiências e aprendizados. E como Rippon testemunhou no nascimento da própria filha, um menino e uma menina podem ter experiências muito diferentes desde o momentopokerstars pagaque chegam ao mundo, uma vez que certos comportamentos são sutilmente incentivados.
Ela cita pesquisas que mostram que criançaspokerstars paga2 anospokerstars pagaidade já são altamente sensíveis a comportamentos típicospokerstars pagagênero. Elas são “pequenas esponjas absorvendo informações sociais” – e a adoção desses comportamentos pode acabar reestruturando seus circuitos neurais.
"Um mundo sexista produz um cérebro sexista", diz.
É por isso que o estereótipopokerstars pagagêneropokerstars pagabrinquedos infantis é uma questão tão importante a ser abordada.
"Muita gente pensa que a ideiapokerstars pagaque devemos evitar diferenciar brinquedospokerstars pagameninas epokerstars pagameninos é, na verdade, uma bobagem do politicamente correto.”
"Mas acho que se adotarmos uma abordagem neurocientífica, podemos ver que há implicações profundas nos brinquedos com os quais brincamos quando pequenos", explica Rippon.
A horapokerstars pagabrincar pode ser vista como "oportunidadepokerstars pagaaprendizado", capazpokerstars pagamoldar o cérebropokerstars pagauma criança à medida que se torna adulta.
Pensepokerstars pagaum brinquedopokerstars pagaconstrução como Lego ou jogos como Tetris. À medida que a criança brinca, girando blocos e encontrando maneiras cada vez mais criativaspokerstars pagatransformá-lospokerstars paganovas estruturas, ela está construindo as redes neurais envolvidas no processamento visual e espacial.
Assim, quando chegar à escola, poderá ter um desempenho um pouco melhor nessas tarefas – e ser elogiada por suas habilidades, o que significa que continuará a praticá-las. Por fim, poderá até encontrar uma profissão que as fortaleça.
“Agora, se todos esses brinquedos e oportunidadespokerstars pagatreinamento forem direcionados para um gênero específico, você poderá começar a ter uma divisão clarapokerstars pagagênero com base no sexo biológicopokerstars pagaum indivíduo,pokerstars pagaoposição às diferentes oportunidadespokerstars pagaaprendizado que esse indivíduo teve”, explica Rippon.
As psicólogas Melissa Terlecki e Nora Newcombe mostraram que as aparentes diferenças entre os sexospokerstars pagarelação à cognição espacial diminuem quando você levapokerstars pagaconsideração a quantidadepokerstars pagatempo que alguém passou jogando Tetris, por exemplo.
Algumas campanhas – como a “Let Toys Be Toys” (deixe que os Brinquedos Sejam Brinquedos,pokerstars pagatradução livre), no Reino Unido – foram bem sucedidaspokerstars pagaconvencer os comerciantes a mudarpokerstars pagaestratégiapokerstars pagamarketingpokerstars pagasegmentação por gênero.
Mas,pokerstars pagauma maneira geral, Rippon argumenta que as crianças ainda estão sendo afetadaspokerstars pagamuitas outras maneiras.
"Um dos problemas que temos no século 21 é que o que chamopokerstars paga‘bombardeiopokerstars pagagênero’ é muito mais intenso", diz a especialista.
"Há muito mais nas redes sociais epokerstars pagauma sériepokerstars pagainiciativaspokerstars pagamarketing, que fazem uma distinção muito clara do que é ‘ser homem’ ou ‘ser mulher’. "
E é por isso que Rippon está tão frustrada com o "neurossexismo" à solta por aí. Quanto mais conclusões pouco fundamentadas, baseadaspokerstars pagadados frágeis, chegarem ao público, maior a probabilidadepokerstars pagatransmitirmos essas mensagens às crianças, fortalecendo essas profecias autorrealizáveis.
“Se acreditarmos que existem diferenças profundas e fundamentais entre os cérebrospokerstars pagahomens e mulheres, e mais do que isso – que os donos desses cérebros têm acesso a diferentes habilidades, temperamentos ou personalidades – isso certamente afetará a maneira como nos vemos como homem ou mulher ”, afirma.
E também poderá influenciar a forma como enxergamos outras pessoas – e o potencial delas.
"Então, os cientistas precisam ter muito cuidado", pondera.
“É claro que precisamos entender onde há diferenças entre os sexos, e o que elas podem significar. Mas devemos ter cautela para não falar sobre diferenças fundamentais ou profundas, porque estamos passando a impressão errada às pessoas que estão realmente interessadaspokerstars pagasaber as respostas para as perguntas que estamos fazendo.”
Por fim, precisamos aceitar que cada umpokerstars paganós tem um cérebro único – e nossas habilidades não podem ser definidas simplesmente por um rótulo, como o gênero.
"A compreensãopokerstars pagaque cada cérebro é diferente do outro, e não necessariamente apenaspokerstars pagafunção do sexo do seu dono, é um passo realmente importante no século 21", finaliza Rippon.
pokerstars paga Leia a versão original pokerstars paga desta reportagem (em inglês) no site BBC Future pokerstars paga .
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