Indiano cria microscópiobaixo custo impressopapelão:

Crédito, Foldscope team
- Author, Jane Wakefield
- Role, Repórtertecnologia da BBC News
Em teoria, um microscópio é um equipamento tão complicado que, a princípio, parece ser impossível fabricar um deles apenas imprimindo o numa folhapapelão e, ainda por cima, a um custo finalR$ 1,20.
Mas foi exatamente isso que fez o bioengenheiro indiano Manu Prakash, da UniversidadeStanford, nos Estados Unidos – einvenção pode salvar vidaspaísesdesenvolvimento, onde faltam equipamentos para diagnosticar (e tratar) doenças corretamente.
As peças do microscópioPrakash, o Foldscope, são impressaspapelão. Depois, são destacadas e montadas seguindo um sistemadobraduras e encaixes, como num origami.
O Foldscope – que tem o formatouma tira, diferente dos microscópios convencionais - ainda tem peças como lentes, uma pequena lâmpadaLED e uma bateria semelhante à que é usadarelógios.
O microscópio é montadosete minutos, e seu custo total éUS$ 0,50 (R$ 1,20).
A bateria do Foldscope funciona por até 50 horas, e o equipamento permite ampliar uma imagematé 2 mil vezes.
Prakash eequipe criaram 12 modelos diferentes, cada um feito para diagnosticar uma doença específica. Todos vêm com um projetor embutido para que suas imagens possam ser analisadas por várias pessoas ao mesmo tempo.
Resistente
Por ser impresso, ele pode ser fabricadolarga escala. Além disso, é muito resistente.
"Você pode molhá-lo, pisar e pular nele e jogá-lo da alturaum prédiotrês andares", diz Prakash.
A ideia surgiu a partir das viagens do cientista e seus alunos a paísesdesenvolvimento, onde eles ficaram impressionados com a faltainfraestrutura para identificar doenças como a malária.
"No Quênia, não há remédios suficientes contra malária, mas ainda assim eles são distribuídos mesmo que a doença não tenha sido diagnosticada", afirma Prakash.
Além do desperdício, o uso indiscriminado dos medicamentos faz com que os parasitas que causam a doença fiquem imunes aos tratamentos disponíveis. Daí a importância dos microscópios, que permitem identificar a presença do mal nos pacientes.
Em novembro, a Fundação Bill & Melinda Gates premiou Prakash com US$ 100 mil (cercaR$ 235 mil) para que ele teste o Foldscope na Índia, na Tailândia eUganda.
O cientista agora selecionará 10 mil voluntários, entre médicos, alunosmedicina, estudantesnível primário e secundário e pesquisadores, para testar seu invento.