O escândaloarbety loginracismo que abala a família real britânica:arbety login

Legenda da foto, Ativistaarbety loginviolência doméstica Ngozi Fulani foi persistentemente questionadaarbety loginonde ela era "realmente" no eventoarbety logincaridade do Palácioarbety loginBuckingham

Um porta-voz do príncipe William disse que "o racismo não tem lugararbety loginnossa sociedade".

"Os comentários foram inaceitáveis ​​e é certo que o indivíduo se afastou com efeito imediato", afirmou ele.

Susan Katharine Hussey,arbety login83 anos, era uma confidente próxima da falecida rainha e esteve a seu lado no funeral do marido da monarca, o príncipe Phillip, no ano passado.

Ela foi uma figura chave e gozouarbety loginconfiança da família real por décadas, e partearbety loginseu último papel envolveu ajudar a organizar eventos no Palácioarbety loginBuckingham.

Lady Hussey foi a mais longeva damaarbety logincompanhia da rainha Elizabeth 2ª e nasceuarbety loginuma família nobre, filhaarbety loginum conde earbety loginuma condessa. Ela é retratada brevemente na quinta temporada da série da Netflix 'The Crown'.

O cargoarbety login"damaarbety logincompanhia", extinto pela atual rainha consorte, Camilla, era normalmente dado a aristocratas ricas e não incluía remuneração.

Como cortesã, Lady Hussey era frequentemente encarregadaarbety loginajudar os recém-chegados a se ajustarem aos costumes da Casa Real — incluindo Meghan Markle e a princesa Diana. De acordo com o autor Christopher Wilson, Diana tinha uma "antipatia pessoal" por Lady Hussey.

Crédito, PA Media

Legenda da foto, Lady Susan Hussey foi uma figura chave e confiável na casa real britânica por décadas

'Em choque'

Fulani,arbety loginentrevista ao jornal britânico The Independent, disse que a questão era "maior que um indivíduo. É racismo institucional".

"Fiqueiarbety loginchoque depois que aconteceu e quem me conhece sabe que não aceito esse tipoarbety loginbesteira", disse ela.

"Mas tive que considerar tantas coisas. Como uma pessoa negra, me vi numa posiçãoarbety loginque queria dizer algo, mas o que aconteceu seria automaticamente visto como minha culpa, isso afetaria negativamente [minha ONG] Sistah Space.

"Iam dizer: 'oh, ela é uma ressentida'."

Fulani disse que não queria ver Lady Hussey "difamada".

Uma testemunha ocular da conversa, Mandu Reid, disse à BBC News que as perguntasarbety loginLady Hussey foram "ofensivas, racistas e hostis".

A líder do Women's Equality Party (Partidoarbety loginIgualdade das Mulheres do Reino Unido) disse que ficou "incrédula" ao presenciar a conversa, durante a qual Fulani foi interrogada sobrearbety loginonde ela era, embora já tivesse explicado que havia nascido e vivido no Reino Unido.

Por meioarbety loginum comunicado, o Palácioarbety loginBuckingham disse: "Levamos este incidente extremamente a sério e investigamos imediatamente para estabelecer todos os detalhes.

"Neste caso, comentários inaceitáveis ​​e profundamente lamentáveis​​foram feitos. Entramosarbety logincontato com Ngozi Fulani sobre este assunto e a convidamos a discutir pessoalmente todos os elementosarbety loginsua experiência, se ela desejar".

"Enquanto isso, o indivíduoarbety loginquestão gostariaarbety loginexpressar suas profundas desculpas pela dor causada e se afastouarbety loginseu cargo honorário com efeito imediato".

"Todos os membros da família estão sendo lembrados das políticasarbety logindiversidade e inclusão que devem manter o tempo todo".

O que foi dito

Fulani estavaarbety loginuma recepção no Palácioarbety loginBuckingham na terça-feira, representandoarbety loginONG, a Sistah Space, com sedearbety loginLondres, que apoia mulheresarbety loginascendência africana e caribenhaarbety logintodo o Reino Unido que enfrentam abuso doméstico e sexual.

Ela e outros cercaarbety login300 pessoas haviam sido convidadas para o evento, onde a rainha consorte, Camilla, alertou sobre uma "pandemia globalarbety loginviolência contra a mulher".

Crédito, PA Media

Legenda da foto, Ngozi Fulani — primeira à esquerda — foi uma das ativistas presentesarbety loginuma recepção oferecida pela Rainha Consorte

Mas depois, Fulani descreveu emarbety loginconta pessoal no Twitter como Lady Hussey moveu seu cabelo para o lado para ver seu crachá e a interpelou sobre onde ela era.

No post, Fulani referiu-se inicialmente a Lady Hussey apenas como "Lady SH".

Mas Reid confirmou à BBC News que a pessoa que fez os comentários foi,arbety loginfato, Lady Susan Hussey, após ver seu crachá. Nem o Palácioarbety loginBuckingham nem a ONG a identificaram nos comunicados que divulgaram sobre o caso.

A BBC News pediu comentários a Lady Hussey por meio da assessoriaarbety loginimprensa do Palácioarbety loginBuckingham.

Eis abaixo a conversa completa, conforme relatada por Fulani:

Lady SH: De onde você é?

Fulani: Sistah Space.

SH: Não,arbety loginonde você vem?

Fulani: Estamos baseadosarbety loginHackney (bairro do lestearbety loginLondres).

SH: Não,arbety loginque parte da África você é?

Fulani: Não sei, não deixaram nenhum registro.

SH: Bem, você deve saberarbety loginonde você é, eu passei um tempo na França. De onde você é?

Fulani: Aqui, Reino Unido.

SH: Não, mas qual é aarbety loginnacionalidade?

Fulani: Nasci aqui e sou britânica.

SH: Não, masarbety loginonde você realmente vem,arbety loginonde vem o seu povo?

Fulani: 'Meu povo' senhora, do que você está falando?

SH: Oh, eu posso ver que vai ser difícil fazer você dizerarbety loginonde você é. Quando você veio aqui pela primeira vez?

Fulani: Lady! Sou cidadã britânica, meus pais vieram para cá nos anos 50, quando...

SH: Ah, eu sabia que chegaríamos lá no final, você é caribenha!

Fulani: Não senhora, sou descendentearbety loginafricanos, caribenhos e britânicos.

SH: Ah, então você é de...

'Interrogatório'

Em entrevista à BBC, Fulani descreveu a conversa com Lady Hussey,arbety login83 anos, como "um interrogatório".

"Foi como um interrogatório. Acho que a única maneiraarbety loginexplicar; ela estava determinada: 'De onde você é? De onde é o seu povo?'", disse Fulani ao programa Today da BBC Radio 4.

Fulani também rebateu alegaçõesarbety loginque os comentáriosarbety loginLady Hussey tivessem algo a ver comarbety loginidade.

"Vamos esclarecer o que é isso. Já ouvi tantas alegações sobre a idade dela e coisas assim, e acho que isso é meio desrespeitoso — um tipoarbety loginetarismo (discriminação contra idosos)".

"Realmente tenho que questionar como isso pode acontecerarbety loginum espaço que deveria proteger as mulheres contra todos os tiposarbety loginviolência. Embora não seja violência física, é um abuso."

"Se você convidar pessoas para um evento, contra o abuso doméstico, e houver pessoasarbety logindiferentes grupos demográficos, não vejo a relevânciaarbety logineu ser britânica ou não britânica".

"Tenho muito orgulho da minha herança africana. Isso é como o Windrush (imigrantesarbety loginpaíses caribenhos convidados pelo governo britânico para imigrar para o Reino Unido entre 1948 e 1971 e depois ameaçados com deportações e perdaarbety logindireitos) para mim. Você está tentando me tornar indesejávelarbety loginmeu próprio espaço."

Ela acrescentou que sentiu que estava sendo solicitada a "condenar minha cidadania britânica".

Questionada se ela queria que Lady Hussey renunciasse ou se teria se contentado com um pedidoarbety logindesculpas, Fulani disse: "Eu preferiria que não tivesse acontecido...

"Tenho que manter o foco onde ele deveria estar… o foco é contra a violência contra mulheres e meninas."

'Momento dificilmente poderia ser pior'

Para o correspondente real da BBC, Sean Coughlan, "o que começou como uma conversa privada estranha, logo se tornou um grande constrangimento público para a família real".

Segundo ele, "o Palácioarbety loginBuckingham reagiu rapidamente, uma provaarbety loginque trata o assunto com extrema seriedade".

"Era para ser uma ocasião positiva para a família real, com Camilla, a Rainha Consorte, convidando cercaarbety login300 pessoas ao Palácioarbety loginBuckingham para apoiararbety logincampanha contra a violência doméstica".

Coughlan diz que o episódio "levanta questões difíceis sobre a Família Real earbety logincapacidadearbety loginrefletir uma Grã-Bretanha moderna diversificada".

"Toca nos nervos sobre um sentimentoarbety loginpertencimento e identidade. Faz parecer que o Palácioarbety loginBuckingham é um lugar empertigado e pouco acolhedor".

O correspondente da BBC lembra que temas como racismo, inclusão e diversidade se tornaram "um território muito difícil para a realeza — particularmente após alegaçõesarbety loginMeghan, mulher do príncipe Harry e Duquesaarbety loginSussex,arbety loginque sofreu preconceito dentro da Família Real".

"O momento dificilmente poderia ser pior", diz Coughlan.

"Lady Susan Hussey é a madrinha do príncipe William, que chegou a Boston, nos Estados Unidos, com o desejoarbety loginse destacar internacionalmente como uma figura moderna e empática, ao entregar um prêmio ambiental".

"Esta éarbety loginprimeira viagem ao exterior como Príncipearbety loginGales e ele não quer que ela seja ofuscada por uma polêmica sobre raça. Um porta-voz distanciou o príncipe William dos comentários".

"Enquanto isso, a família tem tentado publicamente enviar uma mensagem sobre o apoio à diversidade e à inclusão".

"O rei Charles 3º falou sobre querer que seu reinado reflita a Grã-Bretanha como uma "comunidadearbety logincomunidades", extraindo força da diversidade".

"As últimas nomeações para a prestigiosa Ordem do Mérito foram emarbety loginmaioria pessoasarbety loginminorias étnicas".

"O papelarbety loginLady Hussey como damaarbety logincompanhia foi eliminadoarbety loginum movimento modernizadorarbety loginCamilla, mas ela manteve um papel menos importante após a morte da rainha".

O episódio acontece também a menosarbety loginuma semana antes do lançamento da sériearbety logindocumentários do príncipe Harry earbety loginsua mulher, Meghan, na Netflix na próxima semana.

Acredita-se que haverá um grande escrutínio para saber se ela reacende as alegaçõesarbety loginracismo dentro da família real.

"Uma questão não resolvida, levantada durante a entrevista com Oprah Winfrey, diz respeito à identidade da pessoa que supostamente questionou a corarbety loginseu filho ainda não nascido", diz Coughlan.

Harry e Meghan também devem receber um prêmioarbety loginNova York na próxima semana, que elogia seus esforços para enfrentar o racismo.

Em uma entrevista recente, Meghan sugeriu que pode haver mais a dizer sobre suas experiências como membro da realeza.

"Acho que o perdão é muito importante. É preciso muito mais energia para não perdoar", disse elaarbety loginentrevista à revista The Cut.

"Mas é preciso muito esforço para perdoar. Eu realmente fiz um esforço ativo, especialmente sabendo que posso dizer qualquer coisa."

O incidente desta semana acrescenta mais urgência aos esforços do rei para modernizar a instituição que assumiu, conclui Coughlan.

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