Coroação2 betanoCharles 3º: os 5 desafios do novo rei:2 betano

Uma monarquia 'pé no chão'?

Milhões2 betanofamílias na Grã-Bretanha enfrentam a disparada dos preços desencadeada pela guerra na Ucrânia. As previsões mais pessimistas dizem que até 45 milhões2 betanopessoas terão dificuldades para pagar suas contas — ou seja, dois terços da população do país.

Esse cenário provavelmente colocará as finanças da família real sob mais escrutínio do que o habitual. De fato, mesmo antes da guerra, havia rumores na imprensa britânica2 betanoque o então príncipe2 betanoGales estava disposto a diminuir a pompa e circunstância das ocasiões reais — o que inclui2 betanocoroação.

O evento é diferente da opulenta coroação da falecida rainha2 betano1953 — que foi a primeira cerimônia do tipo a ser televisionada. A coroação2 betanoCharles 3º é mais curta, "menos cara" e, crucialmente, mais multicultural, para refletir a diversidade da sociedade britânica.

Charles já havia falado2 betanoseu desejo2 betanoter uma monarquia enxuta — o que provavelmente se traduzirá2 betanoum grupo menor2 betano"membros ativos" da realeza, centrado no rei e na rainha Camilla, no príncipe William e em2 betanoesposa Kate.

"É bem provável que vejamos as coisas serem reduzidas", disse a historiadora Kelly Swab, especialista2 betanorealeza britânica, à BBC. "A família real precisa prestar atenção no que está acontecendo no país nestes tempos difíceis."

As finanças da família real são um assunto complexo que muitas vezes está no centro dos argumentos2 betanoquem é contra a monarquia: o dinheiro vem principalmente2 betanoum pagamento anual financiado pelo contribuinte, conhecido como "subsídio soberano".

Para 2021-2022, este subsídio foi fixado2 betanoUS$ 99,8 milhões — equivalente a US$ 1,49 por pessoa no Reino Unido, mas isso não inclui os altos custos2 betanosegurança para os membros da família real.

Reputação2 betanodeclínio

O apoio à monarquia está2 betanoseu ponto mais baixo2 betanomais2 betano30 anos,2 betanoacordo com o British Social Attitudes Survey, uma pesquisa que mede regularmente os sentimentos2 betanouma amostra da população britânica2 betanorelação à realeza.

A última edição da pesquisa, publicada2 betano2021, mostrou que 55% dos britânicos achavam "muito importante" ou "bastante importante" ter uma monarquia. Nas décadas anteriores, esse apoio oscilava entre 60% e 70%.

Os resultados da pesquisa instituto YouGov divulgados2 betanoabril sugerem, no entanto, ainda um amplo apoio à manutenção da monarquia — 58% preferem ter um rei como chefe2 betanoEstado contra 26% que preferem ter uma pessoa eleita.

Mas a pesquisa revela que as opiniões estão mudando — e que o rei enfrentará desafios.

Em particular, a monarquia parece ter problemas para atrair os jovens.

Enquanto 78% dos maiores2 betano65 anos apoiam a monarquia, apenas 32% dos entrevistados2 betano18 a 24 anos sentem o mesmo. Entre os mais jovens, 38% preferem ter um chefe2 betanoEstado eleito do que um monarca. Mas 30% dizem não saber.

Em maio do ano passado, Charles apareceu2 betanoterceiro lugar na lista dos membros da realeza favoritos da população, atrás da rainha e2 betanoseu filho mais velho, o príncipe William.

Embora as pesquisas realizadas após a morte2 betanoElizabeth 2ª tenham mostrado crescente apoio ao novo rei, há sinais2 betanoque Charles tem trabalho a fazer para melhorar a reputação da família real.

"Um dos desafios para o rei é tornar a monarquia atraente para as gerações mais jovens", diz o historiador Richard Fitzwilliams.

E2 betanoacordo com outra pesquisa do YouGov, realizada para o grupo antimonarquia Republic (república,2 betanoinglês), 27% da população apoia a abolição da monarquia por completo.

É um aumento relevante se considerarmos que a norma durante as últimas décadas era2 betano15%2 betanoapoio à abolição total da monarquia.

Kelly Swab também aponta que "as coisas mudaram muito desde 1952" (o ano2 betanoque Elizabeth 2ᵃ se tornou rainha). Ela se refere especificamente aos protestos esporádicos contra a monarquia que ocorreram nos últimos dias.

"Há menos deferência à monarquia hoje2 betanodia e muito mais escrutínio da família real", diz ela. "Isso é algo que o rei Charles precisa ter2 betanomente."

'Nunca reclame, nunca explique'

O rei Charles 3º é o chefe2 betanoEstado no Reino Unido. Mas sob o modelo2 betanomonarquia constitucional britânica, os poderes do soberano são principalmente simbólicos e cerimoniais. Assim, espera-se que os membros da família real permaneçam politicamente neutros.

A postura comedida da falecida rainha foi vista por muitos como resultado2 betanosua crença no ditado "nunca reclame, nunca explique".

No passado, Charles costumava se expressar sobre diferentes assuntos que considerava importantes. Em 2015, foi revelado que ele havia escrito dezenas2 betanocartas a ministros do governo expressando preocupações sobre questões que iam2 betanofitoterapia ao orçamento público e as Forças Armadas.

A postura dele vai mudar? O constitucionalista Vernon Bogdanor acredita que sim.

"Ele sabe desde que era jovem que seu estilo terá que mudar. O público não vai querer um monarca militante", diz Bogdanor.

Em 122 betanosetembro, ao dirigir-se aos membros do Parlamento, o recém-proclamado rei já dava sinais2 betanouma mudança para se tornar mais neutro politicamente. Além2 betanoreconhecer que havia interesses pessoais dos quais ele teria que abrir mão, Charles disse que o Parlamento era "o instrumento vivo e respiratório" da democracia britânica.

Commonwealth: o legado colonial

Após a morte2 betanosua mãe, Charles tornou-se o chefe da Commonwealth, uma associação política2 betano56 países, principalmente ex-colônias britânicas. Ele também é o chefe2 betanoEstado2 betano14 países além do Reino Unido — uma lista que inclui Austrália, Canadá, Jamaica e Nova Zelândia.

Nos últimos anos, no entanto, algumas nações da Commonwealth começaram a debater2 betanorelação com a coroa britânica. Como parte desse processo, Barbados tomou a decisão2 betanose tornar uma república no final2 betano2021, o que removeu a falecida rainha como chefe2 betanoEstado do país. Localizada no Caribe, a ilha sofreu séculos2 betanoinfluência britânica e foi um centro para o comércio transatlântico2 betanoescravos por mais2 betano200 anos.

A viagem do príncipe William ao Caribe no início2 betano2022 estimulou protestos anticoloniais e pedidos2 betanoreparação pela escravidão na região. O primeiro-ministro jamaicano Andrew Holness disse publicamente à realeza que o país está "seguindo2 betanofrente".

Sean Coughlan, correspondente real da BBC, acredita que redefinir um relacionamento mais moderno com a Commonwealth será "um grande desafio" para o rei Charles.

"Nas suas visitas aos países da Commonwealth, Charles terá o desafio2 betanonavegar pelo difícil legado do colonialismo e2 betanoquestões como a escravidão."

Um rei 'veterano'

Aos 74 anos, Charles 3º é a pessoa mais velha a ser proclamada rei na Grã-Bretanha. Uma das questões sobre o dia-a-dia2 betanoseu reinado é quanto da extensa lista2 betanodeveres reais ele próprio conseguirá cumprir.

Há muita especulação2 betanoque seu filho e herdeiro da coroa, o príncipe William, irá compartilhar o fardo dos compromissos reais, especialmente as viagens ao exterior. A própria rainha Elizabeth 2ª parou2 betanoviajar para o exterior aos 80 anos.

"Charles é um rei velho. Ele não pode fazer tudo", afirma a historiadora Kelly Swab. "Acredito que a consequência disso será vermos muito mais o príncipe William."

Estar à altura da rainha

Como ficou claro pelas manifestações2 betanopesar2 betanotodo o país após2 betanomorte, Elizabeth 2ª era uma monarca extremamente popular.

Isso por si só é um desafio para o novo rei — mas não insuperável e nem inédito,2 betanoacordo com a historiadora real Evaline Brueton.

Ela afirma que o rei Edward 7º passou pela mesma situação quando herdou a coroa2 betano1901, após a morte da rainha Vitória, outra monarca muito popular e longeva.

"Há semelhanças interessantes entre o momento que estamos vivendo agora e o fim da era vitoriana", diz Brueton. "Tanto Edward 7º quanto Charles 3º assumiram o poder2 betanoperíodos2 betanomudança social na Grã-Bretanha. E ambos não eram tão populares quanto suas mães."

Edward 7º ficou no poder por apenas nove anos (1901-1910), mas é lembrado com carinho como um rei que se envolveu2 betanoesforços diplomáticos que lançaram as bases para a famosa Entente Cordiale, uma série2 betanoacordos entre o Reino Unido e a França assinados2 betano1904.

"Edward 7º se saiu extremamente bem e não há nada que sugira que Charles não será igualmente lembrado como um rei importante", diz Brueton.

"Ele teve a rainha Elizabeth 2ª como um ótimo modelo e teve tempo para se preparar para a tarefa."

- Este texto foi publicado originalmente2 betanohttp://vesser.net/internacional-62932565.

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