As rotasmigração mais perigosas do mundo:

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Legenda da foto, ONU estima que desde 2014 quase 50 mil migrantes morreram ou desapareceram tentando chegar a destinos como EUA ou União Europeia

Em questãodias, ocorreram duas tragédias mortais envolvendo pessoas que tentaram cruzar fronteiras internacionais.

Na sexta-feira (24/6), pelo menos 23 pessoas morreram quando uma enorme multidão tentou atravessar uma cerca na fronteira do Marrocos para o enclave espanholMelilla, no norte da África. Três dias depois, nos Estados Unidos, a polícia da cidadeSan Antonio encontrou os corpospelo menos 46 pessoas dentroum caminhão abandonado.

O númerotravessias nas maiores rotasmigração do mundo parece estar aumentando após os efeitos causados pela pandemiacovid-19, que levou vários países a introduzir restrições rígidasentrada.

Isso possivelmente resultaráum número crescentemortes, alertam especialistas. A Organização Internacional para as Migrações (OIM), uma agência da ONU, estima que desde 2014 quase 50 mil migrantes morreram ou desapareceram tentando chegar a destinos como os EUA ou a União Europeia. A agência acredita que o número realmortos e desaparecidos pode ser ainda maior.

Mas quais são as rotas mais perigosas do mundo para os migrantes? E por quais motivos?

Mediterrâneo Central

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Legenda da foto, Rota migratória do Mediterrâneo Central é conhecida como uma das mais perigosas do mundo

Segundo a OIM, esta é a rota mais mortal do mundo para os migrantes. Estima-se que mais19,5 mil pessoas morreram tentando atravessar o Mar Mediterrâneo do norte da África para a Europa desde 2014.

As tentativastravessia geralmente ocorremembarcações improvisadas e superlotadas, como botesborracha, que tornam a viagem perigosa e potencialmente mortal.

As embarcações são frequentemente pilotadas por gangues criminosas e traficantespessoas.

Na Tunísia, que ao lado da Líbia é o principal pontopartida para os migrantes que tentam chegar à Europa pela rota do Mediterrâneo central, há até um cemitério reservado para aqueles que se afogam no mar.

"Ver esses túmulos aqui me deixa muito triste", disse Vicky, uma imigrante nigeriana que espera fazer a viagem partindo da Tunísia, à agêncianotícias AFP, enquanto visitava o cemitério.

"Quando vejo isso [as sepulturas], não tenho mais certezaque quero fazer a travessia marítima", acrescentou.

Agências como a OIM temem que outros migrantes não sejam dissuadidos.

"As partidasmigrantes no Mediterrâneo central continuam. A maior preocupação é o número continuamente altomortes nesta travessia marítima mais perigosa do mundo. Continua a ceifar vidas na ausênciaações concretas dos Estados", disse Safa Msehli, porta-voz da OIM.

A Frontex, a Agência Europeia da Guarda Costeira eFronteiras, informa que quase 300 mil pessoas foram resgatadas tentando usar essa rota desde 2015.

Rotas internas africanas

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Legenda da foto, Travessia do Saara é grande perigo para migrantes que tentam chegar a norte da África

Para muitos migrantes africanos, o sonhochegar à Europa começa com uma viagem pelo próprio continente que muitas vezes envolve uma longa travessia do deserto do Saara, a caminho dos países do norte da África.

As duras condições ambientais são uma grande ameaça: a OIM estima que a travessia do Saara foi responsável pela mortequase 5,4 mil pessoas entre 2014 e 2022.

"No deserto, você vê pessoas morrendo. Alguns morrem porque ficam sem energia. Outros,sede", disse Abdullah Ibrahim, um migrante, à agêncianotícias AFP sobreexperiênciatravessia.

Outra grande ameaça para os migrantes são as muitas ganguestráficopessoas que atuam na região.

"A violência nas mãoscontrabandistas, traficantes e oficiaisfronteira na região também representam uma proporção significativa das mortes nas rotasmigração registradas no deserto do Saara", assinalou a OIMseu relatório mais recente sobre o assunto.

Cruzamento da fronteira EUA-México

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Legenda da foto, Migrantes tentam cruzar a fronteira EUA-México usando muitas rotas diferentes; alguns simplesmente tentam fazer a viagem a pé

Embora as rotasmigração nas Américas não sejam apenas para chegar aos EUA, esse é o objetivo final para a maioria das pessoas que procuram um novo lar na região.

A fronteira entre os EUA e o México apresenta um grande desafio: a região é famosa porgeografia inóspita, incluindo regiões desérticas, e os migrantes muitas vezes tentam atravessar para os EUA pelo perigoso rio Rio Grande, que corre ao longoparte da fronteira.

O afogamento é uma das principais causasmorte nessa rota, que a OIM estima ter tirado a vidamais3 mil pessoas desde 2014.

Aqueles que tentam evitar os perigos naturais, escondendo-seveículos, enfrentam perigos diversos, como os que levaram às mortesSan Antonio.

"Recentemente, houve outros incidentes com grande perdavidas nas rotasmigração para os EUA", disse Safa Msehli, porta-voz da OIM.

Em dezembro2021, 56 migrantes morreramChiapas, no México, depois que o caminhãoque viajavam caiu.

"A OIM continua preocupada com os perigosmigrar da América Latina para os Estados Unidos", acrescentou Msehli.

Rotas na Ásia

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Legenda da foto, OIM diz que mais4cada 10 migrantestodo o mundo2020 nasceram na Ásia

A OIM diz que maisquatrocada dez migrantestodo o mundo2020 nasceram na Ásia, e o continente tem várias rotas migratórias principais.

Segundo a agência da ONU, quase 5 mil morreram ou estão desaparecidos na Ásia nos últimos oito anos.

A maioria dessas mortes envolve migrantes rohingya eBangladesh usando rotas marítimas que cruzam a BaíaBengala e o MarAndamão para alcançar segurançapaíses vizinhos, ou mesmo para tentar chegar à Europa.

As dificuldades que enfrentam durante as travessias podem ser extremas.

"Estávamos com fome. Não tinha o que beber, não havia água potável. Não havia comida, nem arroz, não podíamos comer. Foi assim no mar por um mês", disse o refugiado rohingya Muhammad Ilyas,37 anos, à agêncianotícias AFP depoisser resgatado pela marinha indiana após um colapso no barcoque viajava.

Comooutras rotas, esses migrantes também são frequentemente vítimasexploração por ganguestraficantespessoas.

Outra rota problemática é a fronteira entre o Irã e a Turquia, que viu um fluxo sem precedentesmigrantes afegãos desde que o Talebã retomou o controle do Afeganistãoagosto do ano passado.

A agênciarefugiados da ONU (Acnur) diz que mais2 milhõesafegãos estão registrados como refugiados no Irã epaíses vizinhos.

- Este texto foi originalmente publicadohttp://vesser.net/internacional-61979671

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