Aborto: as mulheres condenadas à prisão por término espontâneo da gravidez:explication handicap 1xbet

Crédito, Jennifer Lacayo/Divulgação

Legenda da foto, Karen foi condenada a 30 anosexplication handicap 1xbetprisãoexplication handicap 1xbetEl Salvador,explication handicap 1xbet2015 após ser acusadaexplication handicap 1xbetpraticar um aborto

Acusadaexplication handicap 1xbethomicídio qualificado, Karen foi condenada a 30 anosexplication handicap 1xbetprisão. Ela se tornou uma dentre "As 17", um grupoexplication handicap 1xbetmulheres presas após perderem seus bebêsexplication handicap 1xbetemergências obstétricas como aborto espontâneo e parto prematuro.

Karen passou seis anos atrás das grades, até ser libertada com outras três mulheresexplication handicap 1xbetdezembroexplication handicap 1xbet2021,explication handicap 1xbetmeio a uma campanha que atraiu o apoioexplication handicap 1xbetcelebridades estrangeiras, como as atrizes Milla Jovovich e America Ferrera.

Ao ser presa, Karen já era mãeexplication handicap 1xbetum garotoexplication handicap 1xbetdois anos. Ela só voltaria a vê-lo quando ele já tinha nove anos.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Após anosexplication handicap 1xbetcampanhaexplication handicap 1xbetativistas, Karen e outras três mulheres foram soltas da prisãoexplication handicap 1xbetdezembroexplication handicap 1xbet2021

"Quando me disseram que eu passaria 30 anos na prisão, senti meu mundo desmoronar. Eu pensavaexplication handicap 1xbetmeu filho e me perguntava se sobreviveria a tudo isso."

O Centroexplication handicap 1xbetIgualdade das Mulheres, grupoexplication handicap 1xbetadvogados baseado nos Estados Unidos que apoia campanhas pela descriminalização do aborto na América Latina, afirma que pelo menos 180 mulheres foram denunciadas ou presas nas últimas duas décadasexplication handicap 1xbetcircunstâncias parecidas com aexplication handicap 1xbetKaren.

'Eu quis segurar meu filho morto nos braços'

Uma delas era Cinthya, presaexplication handicap 1xbet2009 sob acusaçãoexplication handicap 1xbethomicídio depois que seu filho morreuexplication handicap 1xbetcasa após um parto prematuro inesperado. Ela seria soltaexplication handicap 1xbet2019.

Em entrevista à BBC, ela conta que não foi uma equipeexplication handicap 1xbetsaúdeexplication handicap 1xbetuma ambulância, mas uma viatura da polícia que respondeu ao chamadoexplication handicap 1xbetemergência.

Ela desmaiou e, quando acordou no hospital, se viu algemada como Karen.

Cinthya foi levada diretamente do hospital para uma celaexplication handicap 1xbetuma delegacia antesexplication handicap 1xbetir a julgamento, sem poder falar com familiares ou ver o filho morto.

"Eu queria segurar meu filhoexplication handicap 1xbetmeus braços, mas não me deixaram. Eles também não deram permissão para que eu fosse ao funeral."

Ela conta ainda que foi perseguida e atacada na prisão por outras presidiárias por causa da "natureza do crime".

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Cynthia, que passou quase 10 anos na prisão sob acusaçãoexplication handicap 1xbetter praticado aborto, disse ter sido atacada na prisão por causa da 'natureza do crime'

Karen relata ter enfrentado experiências semelhantes no tribunal, mas teve mais sorte na prisão, pois se viu na companhiaexplication handicap 1xbetoutras mulheres que também foram encarceradas sob acusaçõesexplication handicap 1xbetaborto.

"Éramos maisexplication handicap 1xbet10, e algumas das mulheres sofreram abusosexplication handicap 1xbetoutras prisioneiras. (...) Por isso, formamos um grupo unido para apoiarmos umas às outras."

Impacto desproporcional

Não é possível verificar que todos os casosexplication handicap 1xbetmulheres presas sob essa acusação foramexplication handicap 1xbetfato interrupção involuntária da gravidez, mas ativistas dizem que a rígida lei atual acaba resultando na acusaçãoexplication handicap 1xbetmulheres que não realizaram o aborto.

Organizaçõesexplication handicap 1xbetdireitos das mulheresexplication handicap 1xbetEl Salvador acrescentam que o problema afeta desproporcionalmente mulheres que não têm recursos econômicos para a saúde privada.

Mulheres como Karen e Cinthya.

"As mulheres pobresexplication handicap 1xbetEl Salvador são as que mais sofrem com a legislação que as estigmatiza e também leva muitas a abortos clandestinos", explica Morena Herrera, famosa ativista salvadorenha que defende a descriminalização do aborto. "Precisamos libertar essas mulheres presas, mas também precisamos acabar comexplication handicap 1xbetperseguição."

Também falta apoio jurídico para as mulheres mais pobres, segundo ativistas e as próprias mulheres afetadas.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Mulheres pobresexplication handicap 1xbetEl Salvador são as que mais sofrem com essa legislação que as estigmatiza, diz Morena Herrera

Cinthya afirma que no momentoexplication handicap 1xbetseu julgamento ela não tinha permissão para falar no tribunal. Diz ainda que nenhum advogado indicado pelo Estado a visitou ou a informou sobre seu caso enquanto esperava na prisão pelo julgamento no tribunal. Ela nem sabia quais eram exatamente as acusações.

"Foi só no tribunal que descobri que estava sendo acusadaexplication handicap 1xbethomicídio qualificado", lembrou ela.

A BBC pediu às autoridades salvadorenhas que comentassem essas alegações, mas não obteve resposta.

De acordo com um bancoexplication handicap 1xbetdados compilado pela ONG Centro pelos Direitos Reprodutivos, com sede nos EUA, El Salvador é um dos sete países latino-americanos que proíbem totalmente o aborto.

Os outros são: Honduras, Jamaica, Nicarágua, Haiti, República Dominicana e Suriname. Ao redor do mundo, há ao todo 24 países com esse tipoexplication handicap 1xbetproibição.

No Brasil, o aborto é permitidoexplication handicap 1xbetcasosexplication handicap 1xbetestupro, quando a vida da mãe estáexplication handicap 1xbetrisco ou quando o feto apresenta anencefalia (condição rara que impede o desenvolvimentoexplication handicap 1xbetparte do cérebro e do crânio).

Uma 'onda verde' mais fraca

Nos últimos anos, diversas nações latino-americanas (incluindo México, Argentina e Colômbia) adotaram legislação mais liberal sobre o aborto, após intensa pressãoexplication handicap 1xbetuma sérieexplication handicap 1xbetmovimentos ativistas apelidadosexplication handicap 1xbetOnda Verde.

"Houve uma maior mobilização nos últimos anos, mas a Onda Verde não chegou a El Salvador com a mesma força queexplication handicap 1xbetoutros países latino-americanos", observa Herrera.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Conhecido como Onda Verde, movimento pela descriminalização do aborto tem sido bem-sucedidoexplication handicap 1xbetmudanças legislativasexplication handicap 1xbetpaíses da América Latina

El Salvador cogitou legalizar abortos considerados necessários por questõesexplication handicap 1xbetsaúde, como parteexplication handicap 1xbetum pacoteexplication handicap 1xbetreforma constitucional, mas os planos foram arruinadosexplication handicap 1xbetsetembro passado por uma decisão tomada pelo presidente Nayib Bukele.

O líder do país havia defendido essas mudanças na lei do aborto duranteexplication handicap 1xbetcampanha presidencialexplication handicap 1xbet2018, mesmo dizendo que era completamente contra a criminalizaçãoexplication handicap 1xbetmulheres que sofreram abortos espontâneos.

E embora pesquisasexplication handicap 1xbetopinião indiquem que a maioria dos salvadorenhos apoiaria a legalização do abortoexplication handicap 1xbetcasosexplication handicap 1xbetgravidez inviável ou quando há risco para a saúde da mãe, há forte resistência liderada por políticos conservadores e líderes religiosos.

O Brasil, porexplication handicap 1xbetvez, figura como o quinto menos favorável à legalização total do abortoexplication handicap 1xbetum conjuntoexplication handicap 1xbet27 países analisados pela ediçãoexplication handicap 1xbet2021 do estudo Global Views on Abortion, da Ipsos.

Apenas 31% dos brasileiros responderam que sim à pergunta: o aborto deve ser permitido sempre que uma mulher assim o desejar?

Na pesquisa, havia outras três opçõesexplication handicap 1xbetresposta: "o aborto deve ser permitidoexplication handicap 1xbetdeterminadas circunstâncias, por exemplo, no casoexplication handicap 1xbetuma mulher ter sido estuprada"; "o aborto não deve ser permitidoexplication handicap 1xbethipótese alguma, exceto quando a vida da mãe estiverexplication handicap 1xbetrisco"; e "o aborto nunca deve ser permitido, não importando sob quais circunstâncias". No Brasil, o apoio a estas foiexplication handicap 1xbetrespectivamente 33%, 16% e 8%, alémexplication handicap 1xbet13% que não souberam ou não quiseram opinar.

Apesarexplication handicap 1xbetno quadro global o país aparecer entre os menos favoráveis à legalização total do aborto,explication handicap 1xbet2021 o Brasil chegou ao percentual mais altoexplication handicap 1xbetpessoas opinando que o procedimento deveria ser permitidoexplication handicap 1xbetalguns ou todos os casos. Naquele ano, esse percentual chegou a 64%, enquantoexplication handicap 1xbet2014, o valor foiexplication handicap 1xbet53%.

Para especialistas, a movimentação recenteexplication handicap 1xbetpaíses vizinhos pode ter levado à maior aceitação da descriminalização do aborto no país.

'É um ciclo que parece nunca ter fim'

Como resultado da decisão do presidente Bukele, as mulheres que sofrem abortos ainda podem ser presasexplication handicap 1xbetEl Salvador. No mês passado, uma mulher que sofreu um aborto espontâneo, identificada apenas como "Esme", foi condenada a 30 anosexplication handicap 1xbetprisão.

"Mulheres como eu continuam sendo presas. É um ciclo que parece nunca ter fim", diz Cinthya. Após ser libertada, ela teve muita dificuldade para encontrar um emprego por causaexplication handicap 1xbetseus antecedentes criminais. Mas com a ajudaexplication handicap 1xbetuma bolsaexplication handicap 1xbetuma ONG ela consegue ganhar a vida vendendo roupas.

Em 2020, ela deu à luz uma menina. "Entreiexplication handicap 1xbetpânico quando engravidei, com medoexplication handicap 1xbetpassar por tudo isso novamente se houvesse complicações. (...) Mas ela nasceu saudável e sem problemas. Ela é minha felicidade."

Karen diz que ainda se sente julgada pela sociedade, mas está concentrando seus esforçosexplication handicap 1xbetterminar os estudos do ensino médio que começou na prisão e se reconectar com o filho.

Ela temia que o garoto a rejeitasse depoisexplication handicap 1xbetuma separação tão longa, mas encontrou um menino amoroso esperando por ela quando finalmente pode voltar para casa.

No entanto, seus pensamentos ainda passam pelas mulheres que continuam na prisão ou outras que podem se encontrar presas por passarem por experiências semelhantes.

Para Karen, contarexplication handicap 1xbethistória é uma formaexplication handicap 1xbetajudar essas mulheres. "Tem coisas que ainda me machucam e que nunca vou esquecer. Mas falar sobre elas pode ajudar a evitar que outros casos aconteçam e também ajudar minhas companheiras que ainda estão atrás das grades."

explication handicap 1xbet Sabia que a BBC está também no Telegram? Inscreva-se no canal explication handicap 1xbet .

explication handicap 1xbet Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube explication handicap 1xbet ? Inscreva-se no nosso canal!

Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosexplication handicap 1xbetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticaexplication handicap 1xbetusoexplication handicap 1xbetcookies e os termosexplication handicap 1xbetprivacidade do Google YouTube antesexplication handicap 1xbetconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueexplication handicap 1xbet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdoexplication handicap 1xbetterceiros pode conter publicidade

Finalexplication handicap 1xbetYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosexplication handicap 1xbetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticaexplication handicap 1xbetusoexplication handicap 1xbetcookies e os termosexplication handicap 1xbetprivacidade do Google YouTube antesexplication handicap 1xbetconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueexplication handicap 1xbet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdoexplication handicap 1xbetterceiros pode conter publicidade

Finalexplication handicap 1xbetYouTube post, 2

Pule YouTube post, 3
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosexplication handicap 1xbetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticaexplication handicap 1xbetusoexplication handicap 1xbetcookies e os termosexplication handicap 1xbetprivacidade do Google YouTube antesexplication handicap 1xbetconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueexplication handicap 1xbet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdoexplication handicap 1xbetterceiros pode conter publicidade

Finalexplication handicap 1xbetYouTube post, 3