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A estratégica redeaposta over 1.5portos que a China controla no mundo e avança até no Brasil:aposta over 1.5
Com essa operação, Pequim agora administra um dos portos mais importantes do mundo, localizado na junçãoaposta over 1.5Europa, Ásia e África.
A mesma empresa estáaposta over 1.5negociações para adquirir uma participação no portoaposta over 1.5Hamburgo (Alemanha). Se for concretizada, será o oitavo grande investimento portuário da Cosco na Europa.
Outro gigante chinês do setor, o Shanghai International Port Group, acabaaposta over 1.5assumir o controle do porto israelenseaposta over 1.5Haifa.
Esses são alguns dos capítulos mais recentesaposta over 1.5uma longa históriaaposta over 1.5expansão portuária, que nos últimos anos tem ocorrido no contexto da chamada Rota Marítima da Seda, iniciativa que faz parteaposta over 1.5um plano mais amploaposta over 1.5investimentoaposta over 1.5capital chinêsaposta over 1.5obrasaposta over 1.5infraestrutura ao redor do mundo.
Para conseguir esse objetivo, controlar as concessões portuáriasaposta over 1.5pontos geoestratégicos é fundamental, apontam analistas consultados pela BBC Mundo.
Diferentes estimativas mostram que empresas do gigante asiático controlam atualmente cercaaposta over 1.5cem portosaposta over 1.5maisaposta over 1.560 países.
"Os portosaposta over 1.5contêineres com investimento chinês tiveram um aumento emaposta over 1.5conexãoaposta over 1.5transporte marítimo acima da média", diz Jan Hoffmann, chefe da Unidadeaposta over 1.5Logística Comercial da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na siglaaposta over 1.5inglês).
Isso representa uma vantagem sobre seus concorrentes que lhes permite avançar passo a passo na indústria portuária
Esse aumentoaposta over 1.5conexão, explicou Hoffmann à BBC Mundo, ocorreu porque tratam-se geralmenteaposta over 1.5investimentosaposta over 1.5grandes proporções ou porque as empresas chinesas levam seus próprios serviços a esse terminais.
Exibiçãoaposta over 1.5força
A partiraposta over 1.5um pontoaposta over 1.5vista histórico, Sam Beatson, professor do Departamentoaposta over 1.5Finanças, Risco e Bancos eaposta over 1.5programasaposta over 1.5mestradoaposta over 1.5Administraçãoaposta over 1.5Empresas da Escolaaposta over 1.5Negócios da Universidadeaposta over 1.5Nottingham (NUBS), no Reino Unido, diz que as elites políticas e empresariais chinesas compreenderam que no passado perderam uma oportunidadeaposta over 1.5explorar e se desenvolveraposta over 1.5outras partes do mundo.
Até que reagiram, alguns anos atrás.
"Por um lado, a China quer se expandir, influenciar e compensar esse tempo perdido. Por outro, claro, existe um desejoaposta over 1.5exibir força, mas na minha opinião não existe nenhum desejoaposta over 1.5fazer issoaposta over 1.5uma maneira ameaçadora", afirmou à BBC Mundo.
"O elemento chave que impulsiona a estratégia portuária das empresas chinesas é um maior controle e eficiênciaaposta over 1.5seus negócios marítimos globais e a buscaaposta over 1.5oportunidades para participaraposta over 1.5projetosaposta over 1.5desenvolvimento perto da China."
Outros estudiosos, como James R. Holmes, professoraposta over 1.5Estratégia Marítima na Escolaaposta over 1.5Guerra Naval dos Estados Unidos, têm uma perspectiva mais cuidadosa sobre o avanço chinês na rede portuária.
"O objetivo é criar um ciclo autossustentável entre o comércio, o poder militar e a influência diplomática", disse ele.
O acesso a portos no exterior permite que a China desenvolva mais suas redes comerciais e aumenteaposta over 1.5riqueza. Com isso, explica Holmes, o país reinveste parte desses fundosaposta over 1.5suas forças navais, terrestres, aéreas eaposta over 1.5mísseisaposta over 1.5apoio.
Ao ter um maior poder econômico, Pequim consegue "uma alavanca diplomática para influenciar nas nações anfitriãs", onde funcionam os portos com capitais chineses, diz o especialista.
Esse é, por exemplo, o casoaposta over 1.5Djibouti, país do leste africano localizado estrategicamente na entrada do Mar Vermelho, que leva ao Canal do Suez. Nessa pequena nação, que recebeu grandes investimentosaposta over 1.5Pequim, um porto marítimo foi transformado na primeira base militar da China no exterior.
A militarização desse porto havia sido vista por alguns analistas como uma advertência diante dos interesses portuárias que a China possa teraposta over 1.5outros países, como Tanzânia, Emirados Árabes Unidos, Paquistão ou Mianmar.
Pedras no caminho
Décadasaposta over 1.5crescimento económico e um forte impulso governamental permitiram à China posicionar-se no centro do comércio marítimo mundial, segundo uma análise do China Power Project, pertencente ao Centroaposta over 1.5Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na siglaaposta over 1.5inglês), com sedeaposta over 1.5Washington D.C. (EUA), intitulado Como a China influi na conectividade marítima global?.
Sob o governoaposta over 1.5Xi Jinping, as empresas estatais chinesas têm participadoaposta over 1.5projetosaposta over 1.5investimento e construçãoaposta over 1.5dezenasaposta over 1.5portosaposta over 1.5todo o mundo. Entretanto, muitos projetos apoiados pela China não têm decolado como se esperava, diz o estudo.
É o que acontece no portoaposta over 1.5Gwadar, um componente chave do Corredor Econômico China-Paquistão, que tem sido subutilizado.
"O governo paquistanês teveaposta over 1.5tomar medidas desesperadas no inícioaposta over 1.52021 para reativar o porto", afirma a análise do CSIS.
O documento também afirma que alguns projetos importantes ainda não se materializaram por completo, como o portoaposta over 1.5Bagamoyo, na Tanzânia.
Outro aspecto das operações chinesas na indústria portuária, acrescenta a análise, está relacionado com os termos das negociações feitas com países endividados com Pequim.
Nesse contexto está o portoaposta over 1.5Hambantota, no Sri Lanka. O país asiático estava tão endividado com a China queaposta over 1.52017 arrendou o porto aos chineses por 99 anos,aposta over 1.5trocaaposta over 1.5uma redução da dívida.
A medida gerou preocupações sobre a influência econômica chinesa, diz o CSIS, e os potenciais riscos para países menoresaposta over 1.5firmar acordos custososaposta over 1.5desenvolvimentoaposta over 1.5infraestrutura com o gigante asiático.
América Latina e Brasil
Eleanor Hadland, analista sênioraposta over 1.5terminais portuários da consultora internacional Drewry diz que, apesaraposta over 1.5as operações chinesas na América Latina terem aumentado, elas ainda estão muito abaixo do que tem sido um fenômenoaposta over 1.5outras partes do mundo.
"Os terminaisaposta over 1.5contêineres estiveram na primeira ondaaposta over 1.5privatizaçõesaposta over 1.5portos nos finais da décadaaposta over 1.51990 e no início daaposta over 1.52000", disse a especialista à BBC Mundo.
Nesses anos, entrou com força na região a Hutchilson Ports (subsidiária da CK Hutchison Ports), empresa chinesa que atualmente tem a maior presença na América Latina. É a gigante chinesa nos portos latino-americanos.
Anos depois entraram no mercado a Cosco e a China Merchants, mas o ritmoaposta over 1.5expansão das empresas chinesas foi muito menor que no passado se deuaposta over 1.5outros lugares.
A América Latina tornou-se um mercado secundário para os chineses, já que a Rota Marítima da Seda está mais concentradaaposta over 1.5conectar a Europa e a Ásia eaposta over 1.5projetosaposta over 1.5desenvolvimento portuários na África.
Além disso, diz a analista, "a oportunidadeaposta over 1.5os chineses ingressarem no mercado latino-americano vê-se limitada pelas taxasaposta over 1.5crescimento mais baixas" na região, algo que vem ocorrendo desde antes da pandemiaaposta over 1.5Covid-19.
O Brasil, entretanto, pode acabar sendo um caso diferente na região. "Há uma nova sérieaposta over 1.5privatizaçõesaposta over 1.5portos programadas no Brasil", das quais eventualmente os chineses podem participar.
Entretanto, outros interessados podem acabar assumindo esses projetos. "Nós imaginamos que as considerações geopolíticas serão fundamentais para o governo brasileiro", afirma Hadland.
"Com mais concorrência, ganhamos todos"
"O melhor que pode acontecer à indústria e aos usuários é que haja operadores portuáriosaposta over 1.5porte mundial competindo nos portos da região", diz José Antonio Pejovés, professoraposta over 1.5Direito Marítimo na Faculdadeaposta over 1.5Direito da Universidadeaposta over 1.5Lima e fundador do Estudio Pejovés Marítimo, empresaaposta over 1.5assessoria jurídica.
"Se existe mais concorrência, ganhamos todos." A partir dessa perspectiva, o especialista afirmou,aposta over 1.5conversa com a BBC Mundo, que a iniciativa da Rota da Seda "é um projeto fabuloso".
Pejovés explica que os capitais chineses operam sob um esquemaaposta over 1.5concessões por um períodoaposta over 1.5tempo determinado. São concessõesaposta over 1.5uso público, ou seja, eles estão obrigados a prestar serviços a todos os naviosaposta over 1.5carga que queiram utilizaraposta over 1.5infraestrutura.
"Não são terminais portuários dedicados somente aos interesses chineses."
Estratégia "comercial e política"
Evan Ellis, professor pesquisadoraposta over 1.5estudos latino-americanos do Institutoaposta over 1.5Estudos Estratégicos da Escolaaposta over 1.5Guerra do Exército dos Estados Unidos, diz que para a China é fundamental ter um papel importante na conectividade global.
Sua estratégia mais ampla, disse Ellis à BBC Mundo, é trataraposta over 1.5assegurar seu acesso a mercados estratégicos para conseguir matérias-primas e vender seus produtos.
"As empresas chinesas querem os portos com a ideiaaposta over 1.5dominar toda a cadeiaaposta over 1.5suprimentos" e assim não depender logisticamenteaposta over 1.5outras empresas.
Mas, mesmo com objetivos principalmente econômicos, eles não deixamaposta over 1.5ser estratégicos, diz o pesquisador.
"A influência econômica lhe dá poder para ter mais influência política e depois você usa essa influência política para conseguir mais vantagens econômicas. É um ciclo."
A partir dessa perspectiva, acrescenta Ellis, "o controle dos portos é parteaposta over 1.5uma guerra econômica e estratégicaaposta over 1.5que a China usa seu poder para conseguir mais mercados e impor pressão sobre a concorrência.
Grande projetos na região
Um dos grandes portos cuja construção avança a passo firme é e Chancay, no Peru.
Operado pela chinesa Cosco, espera-se que o investimento total chegue aos US$ 3 bilhões quando as obras forem concluídas,aposta over 1.52024.
Entre os grandes portos com investimentos chineses na América Latina e no Caribe estão ainda osaposta over 1.5Enseada, Manzanillo, Lázaro Cárdennas e Veracruz, no México.
Nas Bahamas, oaposta over 1.5Freeport; na Jamaica, oaposta over 1.5Kingston; no Panamá, Balboa e Colón; na Argentina, oaposta over 1.5Buenos Aires. E, no Brasil, o portoaposta over 1.5Paranaguá, no Paraná -aposta over 1.5que a China Merchants Port Holding Company (CMPort) adquiriu 90% dos Terminalaposta over 1.5Contêineresaposta over 1.5Paranaguá,aposta over 1.52018. Paranaguá é o principal portoaposta over 1.5exportação da soja brasileira, cuja maioria segue rumo à China.
Além deles, existe capital chinêsaposta over 1.5portos menores, alguns privados, ouaposta over 1.5diferentes tiposaposta over 1.5infraestrutura portuária.
Nem todas as iniciativas chinesas na região, porém, prosperaram. É o caso do megaprojeto impulsionado pela empresa Asia Pacific Xuanhao, que busca a criaçãoaposta over 1.5uma zonaaposta over 1.5livre comércio no sudesteaposta over 1.5El Salvador, com acesso a Honduras e Nicarágua.
O desenvolvimento inclui a reconstrução do portoaposta over 1.5La Unión, a criaçãoaposta over 1.5um parque industrial, um aeroporto e zonasaposta over 1.5desenvolvimento turístico, entre outros.
"É basicamente converter El Salvadoraposta over 1.5uma zona para a expansão comercial da China na América Central", afirma Ellis.
Embora a América Latina não esteja no centro da estratégia chinesaaposta over 1.5investiraposta over 1.5portos a nível global,aposta over 1.5toda maneira trata-seaposta over 1.5um mercado atraente, dizem os especialistas.
Mesmo estando a região mais na zonaaposta over 1.5influência dos Estados Unidos, poraposta over 1.5proximidade geográfica, não é um dadoaposta over 1.5pouca importância que o principal parceiro comercial da América do Sul seja a China.
Por enquanto, existem vários projetos portuários com capital chinês que estão sendo planejados pela região, mas as negociações costumam levar anos, considerando os gigantescos montantes envolvidos e as considerações políticas que cada governo faz quando deve firmar um acordo.
Ainda que se tratemaposta over 1.5acordos comerciais, a questão estratégica dificilmente fica fora da balança.
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