Vulcãobrabet entrarerupção nas ilhas Canárias: lava chega ao mar e gases tóxicos preocupam:brabet entrar

"Quando a lava chega ao mar, o fechamento deve ser rigorosamente seguido", disse Miguel Angel Morcuende, diretor do Comitêbrabet entrarResposta do Pevolca. Além disso, o perímetrobrabet entrarexclusão na costa também foi ampliado para evitar que pessoas se aproximassem da área.

A partirbrabet entrar27/09, antes da chegada iminente da lava ao oceano, as autoridades determinaram o confinamentobrabet entrartrês cidades costeiras. Em várias áreas da cidade costeirabrabet entrarTazacorte, os residentes também foram orientados a não deixarem suas casas.

Riscos à saúde

Todas essas medidas preventivas foram adotadas porque, ao entrarbrabet entrarcontato com a água salgada, a lavabrabet entrarum vulcão como o La Palma pode gerar "explosões e emissãobrabet entrargases nocivos", segundo especialistas e autoridades.

"Quando o magma toca o mar, grandes colunasbrabet entrarvapor d'água se formam porque grande parte da água do mar vira vapor. Isso se deve ao grande contraste térmico entre os dois: a lava tem uma temperaturabrabet entrarmaisbrabet entrar900°C, enquanto a água tem cercabrabet entrar23°C ", explicou José Mangas, professorbrabet entrargeologia da Universidadebrabet entrarLas Palmasbrabet entrarGran Canaria, à BBC News Mundo (serviço da BBCbrabet entrarespanhol). "Mas como a água contém cloretos, sulfatos, carbonatos, flúor e iodo (entre outras coisas), os gases tóxicos também se volatilizam."

Esses gases podem causar irritação na pele, nos olhos e no trato respiratório.

Também teme-se que partes da costa possam entrarbrabet entrarcolapso com a passagem da lava vulcânica e causar explosões.

Desde a erupção do vulcão Cumbre Viejabrabet entrar19/09, a lava destruiu centenasbrabet entrarcasas e plantaçõesbrabet entrarbanana. Maisbrabet entrar6.000 pessoas precisaram ser evacuadas.

Diante da devastação, o governo da Espanha declarou La Palma como uma "zonabrabet entrardesastre", o que permitirá a transferência do equivalente a R$ 67 milhões para a ilha a fimbrabet entrarfornecer moradia para as pessoas que dela precisam.

Mas a demanda por recursos deve aumentar bastante, já que especialistas estimam que a erupção possa durar semanas ou meses, mas não anos.

"A maioria das erupções na superfície do planeta dura entre um e seis meses. No casobrabet entrarLa Palma, as últimas erupções tiveram durações entre três semanas e três meses. Nesta, ébrabet entrarse esperar comportamento semelhante", disse o pesquisador José Manuel Pacheco, diretor do Institutobrabet entrarInvestigaçãobrabet entrarVulcanologia e Avaliaçãobrabet entrarRiscos da Universidade dos Açores,brabet entrarPortugal, à BBC News Brasil.

O que acontece após uma erupção?

Até agora, a lava do vulcãobrabet entrarLa Palma invadiu casas, queimou a vegetação e destruiu tudo o que havia pela frente. Parte acaboubrabet entrarchegar ao oceano Atlântico. Mas o que acontecebrabet entrarseguida?

"Após a erupção, a região afetada pela lava fica como rocha, como o ambiente 'lunar'. Toda a vegetação é queimada, as estruturas, destruídas", diz o geólogo Hugo Cássio Rocha, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie, no Brasil. "A curto prazo, o local fica, sim, inutilizado. Com o passar do tempo, a rocha [de formação vulcânica], que é muito porosa, sofre intemperismo, 'apodrece' e vira solo. O tempo que isso ocorre depende da temperatura ambiente e da pluviosidade local."

Segundo o pesquisador José Manuel Pacheco, da Universidade dos Açores (Portugal), "no casobrabet entrarlavas espessas como as da erupção do vulcãobrabet entrarLa Palma, que têmbrabet entrar10 a 12 metros, será muito difícil voltar a reconstruir sobre elas", já que haveria problemasbrabet entrarestabilidade nas construções,brabet entrarfunções do solo e até mesmo para a ligação a infraestruturas como água, luz e esgoto.

Se os fluxosbrabet entrarmagma forem intensos, o resfriamento pode levar meses. E há também a presençabrabet entrargases tóxicos.

"São toneladasbrabet entrargases expelidos pelo vulcão, dentre eles dióxidobrabet entrarcarbono e dióxidobrabet entrarenxofre", explica a geóloga e vulcanóloga Carla Barreto, professora da Universidade Federalbrabet entrarPernambuco (UFPE). "Em quantidade acima do limite aceitável na atmosfera, eles se tornam nocivos às pessoas dessas regiões, causando efeitos físicos e mentais."

Há também riscobrabet entrarnovas erupções, tremoresbrabet entrarterra e problemas causados pelas cinzas expelidas pelo vulcão.

Por outro lado, um solobrabet entrarorigem vulcânica costuma ser muito fértil, já que o material expelido acaba trazendo uma farta riquezabrabet entrarsais minerais,brabet entrarum processobrabet entrar"reabastecimento naturalbrabet entrarnutrientes do solo", segundo explica Barreto.

Esse processo pode levar alguns anos, se o solo foi atingido "apenas" pelas cinzas, ou milharesbrabet entraranos, se foi coberto pela lava ressecada e transformadabrabet entrarrochas.

Essa fertilidade é o principal motivo que faz com que muitas populações humanas estejam vivendobrabet entrarregiões onde no passado houve atividade vulcânica. Mas, como se vê, os efeitos colaterais positivos da erupção podem levar muitos e muitos anos até serem sentidos.

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