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Argentina decreta lockdown por nove diasdiversas regiões após agravamentopandemia:
Segundo dados oficiais, a Argentina tem mais72 mil mortos e quase 3,5 milhõesinfectados pela doença até agora.
Fernández admitiu que alguns hospitais públicos e privados estão operando no limite.
"O aumentoleitos erespiradores já não resolve o problema, sem isolamento", disse.
No primeiro semestre2020, a Argentina adotou um lockdown nacional, sob argumento do governoque era preciso preparar os hospitais para o possível agravamento da situação.
"Em meadosmarço, anunciei que a segunda onda chegaria. E, infelizmente, ela está acontecendo".
Além da cidadeBuenos Aires, vários governos provinciais, como osBuenos Aires eCórdoba, declararam que vão aderir ao lockdown decretado por Fernández.
Nos últimos dias, infectologistas e epidemiologistas têm alertado sobre a faltaleitos e profissionais, resultandofilasespera no interior do país.
"O númeroleitos foi ampliado, mas não temos pessoal para atender neste contexto e,alguns casos, faltam até respiradores. Em lugares como Neuquén (sul do país), há fila para internação. A situação é também complicada nas provínciasSanta Fe, Córdoba e Jujuy", disse o especialista Gonzalo Camargo à TV TN,Buenos Aires.
LimitaçõesBuenos Aires
Logo após as declaraçõesFernández, o prefeitoBuenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, opositor do presidente, repetiu a palavra "gravíssima" ao falar sobre a situação na capital.
Larreta afirmou que, há algumas semanas, Buenos Aires registrava cerca2 mil casos diários da doença, e agora o número já chega a 3 mil. De acordo com ele, todos os governadores do país concordaram que o isolamento é a saída neste momento da pandemia no país.
"Os encontros sociais ficam proibidoslugares abertos e fechados. O transporte público continua habilitado somente para trabalhadores essenciais. Os clubes estarão fechados e as atividades religiosas não estão permitidas", disse o prefeito.
Nos parques, característicos da cidade, Larreta disse que as áreasjogos coletivos ficarão fechadas, e as atividades físicas serão permitidas apenas para pessoas sozinhas ehorários limitados. Parte dos acessos no trânsito da cidade serão fechados e 3 mil policiais estarão na rua para implementar a fiscalização, incluindo a repressão a festas nos domicílios.
"O númerotelefone 911 está habilitado para as denúncias (de festaslugares fechados)", disse o prefeito.
Nas últimas três semanas, o governo local decretou uma nova faserestrições, com toquerecolher a partir das 20h. A medida gerou críticasdonoscafés, bares e restaurantesBuenos Aires, conhecida por ser notívaga. Mas a restrição acabou sendo acatada, como ficou visívelbairros como Recoleta e Palermo, onde os clientes também se adaptaram ao novo horário, lotando,muitos casos, as mesas ao ar livre.
Na nova etapa, disse Fernándezseu pronunciamento desta quinta-feira, as pessoas só poderão sair para compras essenciais6h a 18h pertocasa.
Entre os setores considerados essenciais estão mercados, supermercados e farmácias — como ocorreu na fase um da resposta à pandemia no país, quando o lockdown deixou lugares emblemáticos, como a avenida NoveJulio,Buenos Aires, completamente vazios.
O novo lockdown ocorremeio a protestos que se tornaram diários, principalmente no centroBuenos Aires. Nos últimos dias, donosônibusturismo bloquearam uma das principais avenidas da capital pedindo ajuda para o setor. Gruposesquerda, como o Polo Obrero (Pólo Operário), entre outros, realizaram manifestações por assistência social.
A Argentina já registrava dois anosrecessão quando a pandemia inicioumarço2020. Os índicespobreza edesemprego, que já eram altos, subiram com o agravamento da crise econômica na pandemia.
A pobreza entre crianças e adolescentes, visívelBuenos Aires e na periferia, tem sido motivoalerta por parteentidades sociais. Nesta fase da crise econômica argentina, a inflação continua sendo outro problema preocupante, segundo assessores do próprio governo, economistas e opositores. Nos primeiros quatro meses deste ano, a altapreços superou os 17%, segundo dados do Instituto NacionalEstatísticas e Censos (Indec).
Clamor por vacinas do exterior
O chefeGabinete da Presidência da Argentina, Santiago Cafiero, disse que 70% das pessoas com mais60 anos já receberam pelo menos uma dosevacina contra o coronavírus no país.
Fernández, porvez, afirmou que conversou, nas últimas horas, com o presidente chinês Xi Jinping, pedindo o enviomais doses da Sinopharm, já aplicada na Argentina; e com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que prometeu mais doses da Sputnik, também usada na Argentina há vários meses.
O presidente argentino disse ainda que, nas últimas horas, conversou com seu colega do México, Andrés Manuel López Obrador (AMLO), sobre o enviovacinas Astrazeneca produzidasparte no país.
Como no Brasil, opositores criticam o fatoa Argentina ter rejeitado a compravacinas Pfizer, já que o ex-ministro da Saúde alegou "exigências demais" da farmacêutica. Segundo a imprensa local, o governo teria retomado as negociações para adquirir o imunizante.
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