Mudanças climáticas: a luta para salvar a Terra:h2bet bonus de cadastro

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Manifestantes participam da greve mundial pelo clima na capital alemã, Berlim,h2bet bonus de cadastro2019

h2bet bonus de cadastro O século 21 pode ser facilmente chamado do século das mudanças climáticas. Suas primeiras duas décadas foram suficientes para transformar o tema numa questão existencial para a humanidade e mostrar seus possíveis - e prováveis - impactos na vida na Terra.

Da campanha e do documentário do ex-vice-presidente americano Al Gore,h2bet bonus de cadastro2006, à assinatura do Acordoh2bet bonus de cadastroParis,h2bet bonus de cadastro2015, e ao movimento lançado pela adolescente sueca Greta Thunberg,h2bet bonus de cadastro2018, o aumento da temperatura do planeta causado pela ação humana tornou-se um assunto onipresente.

Nada disso, porém, foi capazh2bet bonus de cadastrocontornar o problema.

A cada vitória dos ambientalistas e ação conjuntah2bet bonus de cadastrogovernantes, a comunidade científica internacional alertava que a situação se agravara.

A crescente emissãoh2bet bonus de cadastrogases causadores do chamado efeito estuda, principalmente o dióxidoh2bet bonus de cadastrocarbono (CO2, ou gás carbônico), continuava provocando o aumento da temperatura terrestre.

Apesarh2bet bonus de cadastrocelebrados, os passos dados na tentativah2bet bonus de cadastroreduzir tais emissões eram considerados insuficientes e tardios. As mudanças climáticas tornaram-se uma emergência climática, e o mundo corria contra o calendário para tentar proteger a vida na Terra.

A eleiçãoh2bet bonus de cadastro2000

O início da batalhah2bet bonus de cadastrotorno das mudanças climáticas foi pautadoh2bet bonus de cadastrogrande medida pelas eleições presidenciais americanash2bet bonus de cadastronovembroh2bet bonus de cadastro2000.

Duas visõesh2bet bonus de cadastromundo distintas enfrentavam-se nas urnas. De um lado, o então vice-presidente, o democrata Al Gore, para quem o aquecimento global era um problema grave que merecia especial atenção. Do outro, o então governador do Texas, o republicano George W. Bush, um cético que comandava um Estado com fortes ligações com a poluente indústria do petróleo.

Após a mais apertada disputah2bet bonus de cadastroque se tinha memória, Bush sagrou-se vencedor. O envolvimento dos Estados Unidos no combate às mudanças climáticas estava sob risco.

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Legenda da foto, A vitóriah2bet bonus de cadastroBush na disputa presidencialh2bet bonus de cadastro2000 trouxe retrocessos no combate ao aquecimeto global

Em marçoh2bet bonus de cadastro2001, apenas dois meses depoish2bet bonus de cadastrotomar posse, Bush voltou atrás nas promessas que fizera como candidatoh2bet bonus de cadastrocombater o aquecimento global.

Numa carta a senadores republicanos, o presidente disse que, numa épocah2bet bonus de cadastroescassez energética, o governo não poderia prejudicar os consumidores.

"Isto é especialmente verdadeiro dado o incompleto estadoh2bet bonus de cadastroconhecimento científico das causas do, e das soluções para, o aquecimento global", disse Bush, segundo informou o jornal The New York Times.

Em 28h2bet bonus de cadastromarço, o governo anunciou que não mais ratificaria o Protocoloh2bet bonus de cadastroKyoto, acordo pela reduçãoh2bet bonus de cadastropoluentes obtido no Japão,h2bet bonus de cadastro1997.

A disputa pela Casa Brancah2bet bonus de cadastro2000 teve outra importante consequência. Se a campanha contra o aquecimento global perdera a chanceh2bet bonus de cadastroter um novo presidente americano comprometido com a causa, ela ganhou um ativista.

"Eu sou Al Gore, e eu era o 'próximo presidente dos Estados Unidos da América'." Com essa leve piada referindo-se ah2bet bonus de cadastrofrustrada tentativah2bet bonus de cadastrogovernar a maior potência do mundo, Gore se apresentava no palco ao iniciarh2bet bonus de cadastropalestra sobre aquecimento global.

A cena, parte do documentário Uma Verdade Inconveniente,h2bet bonus de cadastro2006, mostrava um influente ex-político tentando convencer suas plateiash2bet bonus de cadastroque as mudanças climáticas eram um fato, eram causadas pelas atividades dos seres humanos, e não havia tempo a perder na luta contra o problema.

Para entender melhor a situação no início do século 21, vale voltar à década anterior.

Em 1992, o Rioh2bet bonus de cadastroJaneiro recebeu líderes do mundo todo na Rio-92, também conhecida como Cúpula da Terra e chamada oficialmenteh2bet bonus de cadastroConferênciah2bet bonus de cadastroDesenvolvimento e Meio Ambiente das Nações Unidas.

No evento, três convenções foram assinadas, entre elas a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (na siglah2bet bonus de cadastroinglês, UNFCCC), assinada por 154 países.

Após entrarh2bet bonus de cadastrovigorh2bet bonus de cadastro1994, a convenção deu início à realizaçãoh2bet bonus de cadastroencontros anuais, as chamadas COP (Conferências das Partes), onde medidas concretash2bet bonus de cadastrocombate ao aquecimento global poderiam ser adotadas por meio dos chamados protocolos.

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Legenda da foto, O paih2bet bonus de cadastroGeorge W. Bush, então presidente George Bush, participou da Rio-92, que lançou ações para proteger o clima

O Protocoloh2bet bonus de cadastroKyoto, anunciado na COP3, realizada na cidade japonesah2bet bonus de cadastromesmo nome, estabelecia diferentes responsabilidades pelo controle da emissão dos seis principais gases causadores do efeito estufa - especialmente o dióxidoh2bet bonus de cadastrocarbono.

Reconhecendo que nações desenvolvidas haviam poluído mais o ambiente ao longo dos anos e tinham mais recursos para iniciar a redução da emissãoh2bet bonus de cadastrogases, por meio do corte no usoh2bet bonus de cadastrocombustíveis fósseis, o protocolo estabeleceu responsabilidades e metas apenas para os países mais ricos.

Estes deveriam reduzirh2bet bonus de cadastromédia, no períodoh2bet bonus de cadastrocinco anos entre 2008 e 2012, suas emissões a 5,2% abaixo do nível do anoh2bet bonus de cadastro1990. No caso dos Estados Unidos, a redução seriah2bet bonus de cadastro7%.

Foi essa exigência, aliada ao fatoh2bet bonus de cadastroque nações poluidorash2bet bonus de cadastrodesenvolvimento, como China e Índia, não eram obrigadas a reduzir suas emissões, que levou George W. Bush a abandonar o compromisso americano com a reduçãoh2bet bonus de cadastroemissões na atmosfera - firmado inicialmenteh2bet bonus de cadastro1992 por seu pai, o presidente George Bush, e confirmado pelo presidente Bill Clintonh2bet bonus de cadastro1997.

Mesmo sem a ratificação pelos Estados Unidos, entretanto,h2bet bonus de cadastrofevereiroh2bet bonus de cadastro2005 o Protocoloh2bet bonus de cadastroKyoto entrariah2bet bonus de cadastrovigor.

Prêmios Nobel e Kyoto

Apesar da decepção com o retrocessoh2bet bonus de cadastroWashington, o movimento ambientalista internacional cresceu nos primeiros anos do século - e foi reconhecido.

Em 2004, a comissão organizadora do Prêmio Nobel surpreendeu o mundo ao associar, pela primeira vez, a proteção do meio ambiente a esforços pela paz.

No dia 8h2bet bonus de cadastrooutubro, a queniana Wangari Maathai foi anunciada como a vencedora do Nobel da Paz daquele ano, a primeira mulher africana e a primeira ambientalista a receber a honraria.

Maathai, então vice-ministra do Meio Ambiente do Quênia, foi reconhecida por um trabalho iniciado na décadah2bet bonus de cadastro1970, quando lançou o Movimento Cinturão Verde, uma campanha pelo plantioh2bet bonus de cadastrodezenash2bet bonus de cadastromilhõesh2bet bonus de cadastroárvores na África para combater o desmatamento no continente.

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Legenda da foto, A queniana Wangari Maathai recebe o Nobel da Pazh2bet bonus de cadastro2004, o primeiro a associar o tema à luta pelo meio ambiente

Àqueles surpresos com a combinação entre preservação da natureza e o Nobel da Paz, historicamente ligado à prevençãoh2bet bonus de cadastroconflitos armados, Maathai explicou o que era uma realidade cada vez mais aceita.

"O meio ambiente é muito importanteh2bet bonus de cadastroaspectosh2bet bonus de cadastropaz, porque quando destruímos nossos recursos, e nossos recursos tornam-se escassos, nós lutamos por eles. Eu trabalho para garantir que nós não apenas protejamos o meio ambiente, mas também melhoremos a governança", disse ela.

Na cerimôniah2bet bonus de cadastroentrega do prêmio a Maathai,h2bet bonus de cadastrodezembroh2bet bonus de cadastro2004, o então presidente do comitê do Nobel, Ole Danbolt Mjos, reforçou a ideia. "A paz na Terra dependeh2bet bonus de cadastronossa habilidadeh2bet bonus de cadastroassegurar o ambienteh2bet bonus de cadastroque vivemos."

Esse ambiente ficara um pouco mais seguro três meses antes da entrega do Nobel. Quando o Protocoloh2bet bonus de cadastroKyoto foi definido,h2bet bonus de cadastro1997, foi anunciado que ele só seria implementado depois que 55 países, "representando 55% do total das emissõesh2bet bonus de cadastro1990 dos países desenvolvidos", o ratificassem.

Com a decisão do governo Bushh2bet bonus de cadastroretirar os Estados Unidos do acordo, tornou-se essencial a participaçãoh2bet bonus de cadastrooutra potência: a Rússia.

A confirmação veioh2bet bonus de cadastrosetembroh2bet bonus de cadastro2004, quando o Parlamento russo ratificou o Protocoloh2bet bonus de cadastroKyoto, salvando o acordoh2bet bonus de cadastroum riscoh2bet bonus de cadastrofracasso.

Pelas regras, assim como Nova Zelândia e Ucrânia, no período entre 2008 e 2012 a Rússia não teriah2bet bonus de cadastrodiminuir suas emissõesh2bet bonus de cadastrocomparação com o nívelh2bet bonus de cadastro1990, apenas mantê-las no mesmo patamar daquele ano.

A ratificação pela Rússia disparou uma contagem regressivah2bet bonus de cadastro90 dias para a implementação do protocolo, o que ocorreuh2bet bonus de cadastro16h2bet bonus de cadastrofevereiroh2bet bonus de cadastro2005, maish2bet bonus de cadastrosete anos depoish2bet bonus de cadastroseu anúncio.

A medida veioh2bet bonus de cadastroboa hora. Ao longoh2bet bonus de cadastro2005, vários desastres naturais expuseram a fragilidade humana diante da natureza, especialmenteh2bet bonus de cadastroeventos relacionados aos oceanos.

O ano começou com os efeitos do tsunami do Oceano Índico, que matou 226 mil pessoas e devastou cidades nos litoraish2bet bonus de cadastrovários países. Em agosto, o furacão Katrina destruiu boa parte da cidade americanah2bet bonus de cadastroNova Orleans e deixou 1.800 mortos no sul dos Estados Unidos.

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Legenda da foto, O furacão Katrina, que devastou Nova Orleans, foi para muitos um alerta sobre possíveis efeitos das mudanças climáticas

Se o tsunami fora causado por um terremoto, fenômeno sem ligação com as mudanças climáticas, o Katrina foi um exemplo da violência cada vez mais frequente com que os furacões vinham se formando no Oceano Atlântico, desde a décadah2bet bonus de cadastro1980.

A ciência não sabia ao certo se a intensidadeh2bet bonus de cadastrofuracões tinha relação com o aquecimento global. No entanto, as tragédias costeiras, fossem furacões ou tsunamis, alertavam para efeitos do aguardado futuro aumento no nível do mar.

Como dizia um estudo publicado pela revista Scienceh2bet bonus de cadastromarçoh2bet bonus de cadastro2005, já se esperava que o aquecimento do planeta causasse, ao final do século 21, uma elevação dos oceanos entre 13 e 30 centímetros,h2bet bonus de cadastrocomparação com os níveish2bet bonus de cadastro1999.

Longe do mar, vinha do Brasil uma boa notícia à comunidade internacional. Em 2005, o país registrava a primeira queda no desmatamento da Amazônia, após uma tendênciah2bet bonus de cadastroalta iniciadah2bet bonus de cadastro1997.

Apesar dos 19.014 quilômetros quadrados desmatados, o balanço daquele ano foi promissor diante dos 27.772 derrubadosh2bet bonus de cadastro2004.

Os números foram um alívio numa épocah2bet bonus de cadastroque os olhos do mundo voltavam-se cada vez mais para a importância das florestas tropicais,h2bet bonus de cadastroespecial a Amazônia.

Em 2006, o aquecimento global chegou a Hollywood. Em maio, foi lançado o documentário Uma Verdade Inconveniente,h2bet bonus de cadastroque Al Gore dava uma verdadeira aula, com linguagem acessível, sobre as mudanças climáticas provocadas pela atividade humana - como indústria e transporte usando combustíveis fósseis.

Entre seus alertas, o ex-vice-presidente americano lembrava que 2005 fora o ano mais quente do planeta desde que mediçõesh2bet bonus de cadastrotemperatura começaram a ser feitas - situação que se agravaria na década seguinte.

O aumentoh2bet bonus de cadastrotemperatura, como mostravam seus gráficos, acompanhava o aumento nas emissõesh2bet bonus de cadastrodióxidoh2bet bonus de cadastrocarbono na atmosfera. O filme ganhou o Oscarh2bet bonus de cadastroMelhor Documentárioh2bet bonus de cadastrofevereiroh2bet bonus de cadastro2007, e no final daquele ano o Nobel voltou a combinar proteção do meio ambiente com a luta pela paz.

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Legenda da foto, Al Gore, cujo filme sobre mudanças climáticas ganhou um Oscar, recebeu o Nobel juntamente com o IPCC

O prêmio Nobel da Pazh2bet bonus de cadastro2007 foi entregue para Al Gore e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da ONU (Organização das Nações Unidas) criadoh2bet bonus de cadastro1988 e cujos relatórios haviam se tornado peças fundamentais no entendimento das causas e efeitos do aquecimento global.

Na cerimôniah2bet bonus de cadastroentrega do prêmio, Ole Danbolt Mjos voltou a dizer que a destruição da natureza colocavah2bet bonus de cadastrorisco a pazh2bet bonus de cadastrovárias partes do mundo.

"Infelizmente, nós já podemos estabelecer que o aquecimento global não apenas tem consequências para a 'segurança humana', mas pode também alimentar violência e conflito dentro de, e Estados", disse ele.

China e a volta dos EUA

A China, que até o final do século 20 ainda era vista como um paísh2bet bonus de cadastrodesenvolvimento, rapidamente tornou-se uma superpotência.

Suas emissõesh2bet bonus de cadastrodióxidoh2bet bonus de cadastrocarbono acompanharam seu crescimento econômico, que entre 2003 e 2007 registrou a incrível taxa média anualh2bet bonus de cadastro11,7%.

Em abrilh2bet bonus de cadastro2007, a Agência Internacionalh2bet bonus de cadastroEnergia (IEA, na siglah2bet bonus de cadastroinglês) disse que a China estava prestes a ultrapassar os Estados Unidos como o país que mais lançava carbono na atmosfera.

Em junho, a Agênciah2bet bonus de cadastroAvaliação Ambiental da Holanda disse que isso já havia acontecidoh2bet bonus de cadastro2006. Naquele ano, segundo o órgão, a China emitira 6,2 bilhõesh2bet bonus de cadastrotoneladash2bet bonus de cadastrodióxidoh2bet bonus de cadastrocarbono, contra 5,8 bilhõesh2bet bonus de cadastrotoneladas dos Estados Unidos - ambos já lançavam mais que os 5 bilhões que o mundo todo emitirah2bet bonus de cadastro1950. Em emissões per capita, o Canadá era o líder mundial.

Dianteh2bet bonus de cadastroseus crescentes números, a China, que havia ratificado o Protocoloh2bet bonus de cadastroKyotoh2bet bonus de cadastro2002, decidiu responder à demanda internacional por açõesh2bet bonus de cadastrosua parte.

Em junhoh2bet bonus de cadastro2007, anunciou seu Progama Nacional para Mudanças Climáticas,h2bet bonus de cadastroque prometeu elevar significativamente seus investimentosh2bet bonus de cadastroenergia limpa e renovável, mas ainda não se comprometiah2bet bonus de cadastroreduzir suas emissõesh2bet bonus de cadastrocarbono.

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Legenda da foto, O crescimento econômico e a rápida urbanização fizeram da China o maior emissorh2bet bonus de cadastropoluentes do planeta

O outro grande poluidorh2bet bonus de cadastronúmeros absolutos, os Estados Unidos, demorou, mas acabou aliviandoh2bet bonus de cadastroresistência à associação entre emissãoh2bet bonus de cadastrodióxidoh2bet bonus de cadastrocarbono e as mudanças climáticas.

Em seu primeiro mandato, o presidente Bush manteve-se isolado dos coordenados esforços internacionais na área.

Depoish2bet bonus de cadastrodeixar o Protocoloh2bet bonus de cadastroKyoto,h2bet bonus de cadastro2002 o presidente anunciou uma política própria que prometia, no lugarh2bet bonus de cadastrocorte na produçãoh2bet bonus de cadastrocarbono, uma gradativa redução da relação entre suas emissões e a produção econômica.

Jáh2bet bonus de cadastroseu segundo mandato, iniciadoh2bet bonus de cadastro2005, Bush reaproximou-se da comunidade internacional nessa área.

Aos poucos, seu governo passou a admitirh2bet bonus de cadastrorelatórios internos a ligação entre emissõesh2bet bonus de cadastrocarbono e o aquecimento global.

Em agostoh2bet bonus de cadastro2007, o presidente convidou os líderes das maiores economias do mundo para um encontroh2bet bonus de cadastrodois diash2bet bonus de cadastroWashington,h2bet bonus de cadastroque discutiriam formash2bet bonus de cadastroreduzir a emissãoh2bet bonus de cadastrogases do efeito estufa.

"Nos últimos anos, a ciência aprofundou nosso entendimento das mudanças climáticas e abriu novas possibilidades para confrontá-las", disse Bush na cartah2bet bonus de cadastroque fazia o convite.

O evento, entretanto, decepcionou líderes europeus, já que Bush continuava contrário à imposiçãoh2bet bonus de cadastrometash2bet bonus de cadastroreduçãoh2bet bonus de cadastroemissões.

Em julhoh2bet bonus de cadastro2008, na reunião estendida do G-8 - oito maiores economias do mundo -, realizadah2bet bonus de cadastroToyako, no Japão, Bush apareceu plantando árvores com outros líderes e finalmente recolocou os Estados Unidos no esforço pela reduçãoh2bet bonus de cadastroemissões.

Entretanto, a meta aceita pelo governo americano,h2bet bonus de cadastro50%h2bet bonus de cadastroredução até 2050 para os países desenvolvidos, foi considerada tímida demais, especialmente pelas naçõesh2bet bonus de cadastrodesenvolvimento.

O trabalho mais significativo vindoh2bet bonus de cadastroWashington ficaria nas mãos do sucessorh2bet bonus de cadastroBush, o democrata Barack Obama.

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Legenda da foto, Bush, Merkel e outros líderes plantaram árvores durante o encontro do G-8h2bet bonus de cadastro2008, no Japão

Opinião pública e Paris

O reconhecimento do trabalhoh2bet bonus de cadastropessoas e entidades e a pressão sobre as nações desenvolvidas refletiam a crescente preocupação com as mudanças climáticas pelo mundo.

Uma pesquisa internacional realizada pelo Serviço Mundial da BBC,h2bet bonus de cadastro2007, mostrou que a grande maioria da população concordava com as causas do aquecimento global e a urgênciah2bet bonus de cadastrocombatê-lo.

Segundo a pesquisa, que ouviu 22 mil pessoash2bet bonus de cadastro21 países, entre eles o Brasil, 79% dos ouvidos concordavam que "a atividade humana, incluindo indústria e transporte, é uma significativa causa das mudanças climáticas".

Noventa por cento dos ouvidos concordavam que era necessário tomar medidas contra o problema, sendo que 65% defendiam medidas "muitoh2bet bonus de cadastrobreve" e 25% "nos próximos anos". Além disso, 70% disseram estar dispostos a fazer sacrifícios e mudar parteh2bet bonus de cadastroseu estiloh2bet bonus de cadastrovida para proteger o meio ambiente.

A pesquisa revelou um alto nívelh2bet bonus de cadastroconsensoh2bet bonus de cadastrotorno do tema, meses depois que um relatório do IPCC fez uma avaliação considerada definitiva sobre as mudanças climáticas.

Em fevereiroh2bet bonus de cadastro2007, o documento do painel intergovernamental disse que "muito provavelmente" o aquecimento do planeta era resultado da ação humana. O órgão colocouh2bet bonus de cadastropelo menos 90% a possibilidadeh2bet bonus de cadastroque as mudanças no clima eram causadas pelas emissõesh2bet bonus de cadastrodióxidoh2bet bonus de cadastrocarbono e outros gases causadores do efeito estufa.

O IPCC também previu que a temperatura da Terra aumentaria entre 1,8 e 4 graus Celsius até o final do século 21,h2bet bonus de cadastrocomparação com os níveis anteriores à era industrial. No mesmo prazo, a previsãoh2bet bonus de cadastroaumento do nível do mar foih2bet bonus de cadastroalgo entre 28 e 43 centímetros.

Crédito, Robert Alexander

Legenda da foto, O governoh2bet bonus de cadastroBarack Obama aumentou o incentivo à produçãoh2bet bonus de cadastroenergia renovável, como a eólica

A luta para conter as emissõesh2bet bonus de cadastrocarbono mundo afora avançou com a chegadah2bet bonus de cadastroBarack Obama à Casa Branca.

O novo presidente americano adotou uma sérieh2bet bonus de cadastromedidas para reinserir os EUA no esforçoh2bet bonus de cadastroproteção ambiental.

Jáh2bet bonus de cadastro2009, seu primeiro anoh2bet bonus de cadastrogoverno, Obama introduziu uma medida para obrigar os fabricantesh2bet bonus de cadastroveículos americanos a torná-los menos poluentes, reduzindo suas emissõesh2bet bonus de cadastro30% até 2016.

Ao longo dos anos seguintes, seu governo investiu US$ 34 bilhõesh2bet bonus de cadastroinúmeros projetos e iniciativash2bet bonus de cadastroenergia limpa e renovável, como produçãoh2bet bonus de cadastroenergia solar, eólica e fabricaçãoh2bet bonus de cadastrocarros elétricos.

O governo americano ainda estabeleceu limites para poluiçãoh2bet bonus de cadastroindústrias e criou 19 áreash2bet bonus de cadastroproteção ambiental - ou "monumentos nacionais".

Apesar disso, muitos consideram que era preciso ter feito muito mais. "Obama fez mais do que qualquer presidente antes dele, mas ainda não foi suficiente", disse Jamie Henn, diretor da entidade ambientalista 350.org, ao site Global Citizen.

A maior contribuiçãoh2bet bonus de cadastroObama, porém, talvez tenha sido colocar os Estados Unidos no centro da aprovação do principal compromisso ambiental feito até então pela comunidade internacional: o Acordoh2bet bonus de cadastroParis, estabelecido na COP21, realizadah2bet bonus de cadastrodezembroh2bet bonus de cadastro2015 na capital francesa.

Em um discurso na reunião, o presidente americano deixou claro que seu país estava comprometido com a iniciativa.

"Eu vim aqui pessoalmente, como o líder da maior economia do mundo e do segundo maior emissor, para dizer que os Estados Unidos da América não apenas reconhecem nosso papel na criação deste problema, nós abraçamos nossa responsabilidade para fazer algo a respeito", disse Obama.

O Acordoh2bet bonus de cadastroParis foi o primeiro a envolver todo o planeta. Diferentemente, do Protocoloh2bet bonus de cadastroKyoto, que só estabelecia compromissos para os países desenvolvidos, o passo dado na França valeu para todas as nações.

O objetivo principal estava centrado na temperatura do planeta: garantir que ela ficasse "bem abaixo dos 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais", nas palavras da ONU. Além disso, esforços deveriam ser feitos para que esse limite ficasse próximoh2bet bonus de cadastro1,5 grau Celsius.

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Legenda da foto, China e EUA ratificaram o Acordoh2bet bonus de cadastroParish2bet bonus de cadastro2016, durante a reunião do G-20, na cidade chinesah2bet bonus de cadastroHangzhou

O acordo reuniu 196 nações - tecnicamente chamadash2bet bonus de cadastro"partes" - e não impôs limites ou metas para cada país. Suas regras misturaram compromisso com voluntariado, criando o conceitoh2bet bonus de cadastro"contribuições nacionalmente determinadas" - ou NDCs, na siglah2bet bonus de cadastroinglês.

Cada país deveria estabelecer e divulgarh2bet bonus de cadastrocontribuição nacional para a reduçãoh2bet bonus de cadastrosuas emissõesh2bet bonus de cadastrogases do efeito estufa, que seria regularmente atualizada com metas mais ambiciosas.

Como diz o documento,h2bet bonus de cadastroseu Artigo 4, parágrafo 3º: "A sucessiva contribuição nacionalmente determinadah2bet bonus de cadastrocada parte representará uma progressão além da então contribuição nacionalmente determinada daquela parte e refletiráh2bet bonus de cadastromais alta ambição possível, refletindo suas responsabilidades e respectivas capacidades comuns, mas diferenciadas, sob a luzh2bet bonus de cadastrodiferentes circunstâncias nacionais".

O documento é claro ao cobrar transparênciah2bet bonus de cadastrotodos os países na definição e cumprimentoh2bet bonus de cadastrosuas contribuições.

Apesar do princípioh2bet bonus de cadastroresponsabilidade e engajamento coletivos, porém, o parágrafo 4 do mesmo artigo dizia que "partesh2bet bonus de cadastropaíses desenvolvidos devem continuar a liderar, ao implementar metash2bet bonus de cadastroreduçãoh2bet bonus de cadastroemissões absolutas para toda a economia".

Já o parágrafo seguinte determinava que "apoio deve ser fornecido às partesh2bet bonus de cadastropaísesh2bet bonus de cadastrodesenvolvimento", lembrando que, quando mais apoio eles receberem, mais ambiciosas poderão ser suas contribuições.

Outro ponto importante do acordo foi a adoção do conceitoh2bet bonus de cadastro"adaptação", ou o reconhecimentoh2bet bonus de cadastroque o clima já estava mudandoh2bet bonus de cadastroforma significativa, e medidas teriamh2bet bonus de cadastroser tomadas para que o mundo se adaptasse a elas.

Em 3h2bet bonus de cadastrosetembroh2bet bonus de cadastro2016, China e Estados Unidos, os dois maiores emissoresh2bet bonus de cadastrocarbono do planeta, depositaramh2bet bonus de cadastrodocumentação formalizandoh2bet bonus de cadastroentrada no Acordoh2bet bonus de cadastroParis.

Dois meses depois,h2bet bonus de cadastro4h2bet bonus de cadastronovembro, o documento entrouh2bet bonus de cadastrovigor, 30 dias após ao menos 55 partes, representando ao menos 55% das emissõesh2bet bonus de cadastrocarbono globais, o ratificarem.

Sobre o líder chinês, Xi Jinping, não havia dúvida sobreh2bet bonus de cadastroautoridade para assumir tal compromisso. Xi ainda estavah2bet bonus de cadastroseu primeiro mandato como presidente, e seu partido continuaria comandando a China indefinidamente, sem oposição legal.

Nos Estados Unidos, porém, o cenário era bem diferente. Obama estavah2bet bonus de cadastroseu último ano como presidente, e grande parteh2bet bonus de cadastroseus esforços poderia ser desfeita se a oposição chegasse ao poder.

Em 8h2bet bonus de cadastronovembro, foi o que aconteceu: o republicano Donald Trump foi eleito presidente, o que representou um novo rumo para os Estados Unidos.

Trump e Greta

Antesh2bet bonus de cadastrochegar à Presidência, Donald Trump tinha um históricoh2bet bonus de cadastrodeclarações céticash2bet bonus de cadastrorelação às mudanças climáticas.

Em uma delas, numa postagemh2bet bonus de cadastro2012 na rede Twitter, disse: "O conceitoh2bet bonus de cadastroaquecimento global foi criado pelos e para os chineses para tornar a indústria dos EUA não-competitiva".

Em setembroh2bet bonus de cadastro2016, durante a campanha presidencial, a chefeh2bet bonus de cadastroimprensa do então candidato, Kellyanne Conway, afirmou sobre Trump: "Ele acredita que o aquecimento global esteja ocorrendo naturalmente".

No dia 1ºh2bet bonus de cadastrojunhoh2bet bonus de cadastro2017, cinco meses após assumir a Presidência, seu ceticismo tornou-se política do governo americano.

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Legenda da foto, Donald Trump adotou um discurso cético sobre aquecimento global e a favorh2bet bonus de cadastrocombustíveis fósseis

"A partirh2bet bonus de cadastrohoje, os Estados Unidos cessarão toda a implementação do não-obrigatório Acordoh2bet bonus de cadastroParis e dos dacronianos pesos financeiros e econômicos que o acordo impõe ao nosso país", afirmou Trumph2bet bonus de cadastroum pronunciamento na Casa Branca.

"Isso inclui encerrar a implementação da contribuição nacionalmente determinada e, muito importante, o Fundo Verde para o Clima, que está custando para os Estados Unidos uma enorme fortuna", acrescentou o presidente.

O fundo a que Trump se referia fora estabelecidoh2bet bonus de cadastro2010, para financiar açõesh2bet bonus de cadastroadaptação e alívio dos efeitos das mudanças climáticas.

Sob Obama, Washington prometera US$ 3 bilhõesh2bet bonus de cadastrocontribuições, dos quais US$ 1 bilhão haviam sido transferidos antes da posseh2bet bonus de cadastroTrump.

Segundo o novo presidente americano, o Acordoh2bet bonus de cadastroParis, que ele chamouh2bet bonus de cadastro"muito injusto para os Estados Unidos", provocaria a perdah2bet bonus de cadastro2,5 milhõesh2bet bonus de cadastroempregos no país até 2025.

O governo oficializaria a decisãoh2bet bonus de cadastro2019, e a saída do país do acordo ocorreriah2bet bonus de cadastro2020.

A reação internacional ao anúncio foi extremamente negativa. A União Europeia rejeitou a sugestão do presidente americanoh2bet bonus de cadastroque um novo acordo, mais palatável a seu governo, poderia ser negociado.

O bloco europeu disse que passaria por cimah2bet bonus de cadastroWashington para negociar com Estados e empresas americanos.

Outras críticas, algumas duras, vieramh2bet bonus de cadastrolíderes das nações europeias, do Canadá, México, Austrália, Japão e até do Vaticano.

Segundo um alto representante da Santa Sé, o comando da Igreja Católica veria a saída americana do acordo, se formalizada, como "um enorme tapa na cara" e um "desastre para todos".

Um ano depois do anúncioh2bet bonus de cadastroTrump, o mundo ainda avaliava o impacto da decisão americana, sabendo que a luta contra as mudanças climáticas não poderia contar com Washington.

Enquanto isso,h2bet bonus de cadastroEstocolmo, capital da Suécia, uma estudante decidiu não ir à aula para protestar contra a faltah2bet bonus de cadastroações efetivash2bet bonus de cadastrodefesa do clima.

Greta Thunberg, então com 15 anosh2bet bonus de cadastroidade, sentou-se na entrada do Parlamento sueco com um cartaz que dizia,h2bet bonus de cadastroletras maiúsculas: "GREVE ESTUDANTIL PELO CLIMA". Sua intenção era permanecer indo ao local, faltando às aulas, até o dia das eleições gerais no país,h2bet bonus de cadastro9h2bet bonus de cadastrosetembro.

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Legenda da foto, Aos 15 anos, a sueca Greta Thunberg decidiu entrarh2bet bonus de cadastrogreve para chamar atenção para as mudanças climáticas

"Nós crianças com frequência não fazemos o que vocês nos mandam fazer. Nós fazemos o que vocês fazem. E como vocês, adultos, não dão a mínima para o meu futuro, eu também não vou dar", dizia Greta no panfleto que entregava a quem passava pelo local.

Dias depois do inícioh2bet bonus de cadastroseu protesto, ela afirmou à Radio Sweden que era seu "dever moral" fazer o que ela pudesse pela causa climática.

Questionada sobre o que queria obter com seu protesto, ela respondeu: "Que as pessoas passem a priorizar a crise climática. Que elas percebam que nós estamos numa crise e precisamos agir considerando que estamos numa crise".

Greta passou a ser acompanhadah2bet bonus de cadastroseu protesto por pais com suas crianças, foi visitada por alguns políticos, e até mesmo seus professores foram ao local falar com ela.

A partirh2bet bonus de cadastrosetembro, ela concentrou seu protesto às sextas-feiras, lançando o que chamouh2bet bonus de cadastro"Sextas-feiras para o Futuro", agora acompanhadah2bet bonus de cadastrooutros estudantes.

Greves estudantis pelo clima não eram uma novidade, sendo que uma delas, no fimh2bet bonus de cadastronovembroh2bet bonus de cadastroParis, colocou pressão sobre os participantes da COP21 -h2bet bonus de cadastroque foi anunciado o Acordoh2bet bonus de cadastroParis.

O protestoh2bet bonus de cadastroGreta, entretanto, ocorreu num momentoh2bet bonus de cadastroque jovens mundo afora pareciam prontos para uma ação coletivah2bet bonus de cadastrodefesa do clima na Terra,h2bet bonus de cadastroforma independenteh2bet bonus de cadastroentidades tradicionais como Greenpeace e WWF.

O movimento da adolescente sueca cresceu, chegou a outros países, e a vozh2bet bonus de cadastroGreta Thunberg chegou à imprensa internacional.

Quatro meses depois, ela ocupava o microfone na COP24, a conferência climática anual da ONU, desta vez realizada na cidadeh2bet bonus de cadastroKatowice, na Polônia.

"Se soluções dentro do sistema são tão impossíveish2bet bonus de cadastroencontrar, talvez tenhamos que mudar o sistema", disse Greta. "Nós viemos aqui para lhes dizer que a mudança está vindo, vocês gostem ou não."

Crédito, PA Media

Legenda da foto, O grupo britânico Extinction Rebellion surgiuh2bet bonus de cadastro2018 pregando a desobediência civil não-violenta

Outros movimentos apareceramh2bet bonus de cadastro2018, exigindo ações mais drásticas na defesa da natureza, entre eles o britânico Extinction Rebellion.

Criado pelos ativistas ambientalistas Gail Bradbrook e Roger Hallam, ele foi lançado oficialmenteh2bet bonus de cadastrooutubro daquele ano, num protesto ao lado do Parlamento britânico,h2bet bonus de cadastroLondres.

A organização apresentou-se ao mundo como um "movimento internacional que usa desobediência civil não-violenta numa tentativah2bet bonus de cadastrointerromper a extinçãoh2bet bonus de cadastromassa e minimizar o riscoh2bet bonus de cadastrocolapso social".

Suas ideias e ações questionam o sistema financeiro e o próprio capitalismo que, segundo o movimento, são responsáveis pela destruição do meio ambiente.

Para a nova geraçãoh2bet bonus de cadastroativistas, não se devia pensarh2bet bonus de cadastromudanças climáticas apenas. Era preciso agir diante do que chamavamh2bet bonus de cadastro"emergência climática".

Essa explosãoh2bet bonus de cadastromovimentos sociais marcou o anoh2bet bonus de cadastro2019, quando greves pelo clima foram realizadash2bet bonus de cadastroinúmeras cidadesh2bet bonus de cadastrovários países.

A onda culminou com uma semanah2bet bonus de cadastrogreves no mêsh2bet bonus de cadastrosetembro. Os protestos coincidiam com a reunião da ONU sobre o meio ambiente, a Cúpula da ONU por Ação pelo Clima 2019, convocada pelo secretário-geral Antonio Guterres para que os países melhorassem suas contribuições nacionalmente determinadas a partirh2bet bonus de cadastro2020.

Greta Thunberg compareceu à cúpula após cruzar o Atlântico num barco, saindo da Inglaterra, num gestoh2bet bonus de cadastrooposição às viagensh2bet bonus de cadastroavião, meioh2bet bonus de cadastrotransporteh2bet bonus de cadastroalta taxah2bet bonus de cadastroemissãoh2bet bonus de cadastrocarbono.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Em setembroh2bet bonus de cadastro2019, milhõesh2bet bonus de cadastropessoas foram às ruash2bet bonus de cadastrodefesa do ambiente, como no Quênia

Na ONU, novas palavras duras da sueca, endereçadas aos líderes mundiais e ditas numa voz marcada pela raiva típicah2bet bonus de cadastromuitosh2bet bonus de cadastrosua geração.

"Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias. E eu ainda sou uma das que têm sorte. As pessoas estão sofrendo. As pessoas estão morrendo. Ecossistemas inteiros estão entrandoh2bet bonus de cadastrocolapso. Nós estamos no começoh2bet bonus de cadastrouma extinçãoh2bet bonus de cadastromassa, e vocês só sabem falarh2bet bonus de cadastrodinheiro e contosh2bet bonus de cadastrofadah2bet bonus de cadastroeterno crescimento econômico. Como vocês se atrevem?", ela perguntava.

Seu pronunciamento foi reproduzido num tuíte por ninguém menos que o presidente Donald Trump, que escreveu: "Ela parece uma jovem garota muito feliz, animada com um futuro brilhante e maravilhoso. Que bom ver isso!". Greta então adotou a descriçãoh2bet bonus de cadastroseu perfil no Twitter.

A sueca lidou com ataquesh2bet bonus de cadastrojornalistas e políticos conservadores. Uma dessas provocações saiuh2bet bonus de cadastroBrasília. Em 10h2bet bonus de cadastrodezembroh2bet bonus de cadastro2019, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, criticou a cobertura que as ações da ativista recebiam mundo afora.

"Impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí, uma pirralha", afirmou Bolsonaro, após mencionar que Greta havia se manifestadoh2bet bonus de cadastrofavor dos índigenas da Amazônia.

No dia seguinte, a revista americana Time anunciava que Greta Thunberg fora escolhida como "Pessoa do Ano" da publicação.

"Uma mudança significativa raramente acontece sem a força galvanizanteh2bet bonus de cadastroindivíduos influentes, eh2bet bonus de cadastro2019, a crise existencial da Terra encontrou umh2bet bonus de cadastroGreta Thunberg", escreveu a Time.

Na capa da revista, o nome da sueca apareceu ao lado das palavras "O Poder da Juventude".

Crédito, Twitter

Legenda da foto, Greta Thunberg cruzou o Atlântico num barco como formah2bet bonus de cadastroalertar contra as emissõesh2bet bonus de cadastrocarbono

Preocupação e otimismo

O anoh2bet bonus de cadastro2020 foi marcado pela pandemiah2bet bonus de cadastroum novo coronavírus, chamado Sars-Cov-2, causadorh2bet bonus de cadastrouma nova doença, a Cvid-19.

Os seguidos confinamentos ao redor do mundo deixaram áreas e cidades inteiras sem circulaçãoh2bet bonus de cadastropessoas, o que ofereceu uma breve ideia do impacto da ação humana sobre o meio ambiente. A drástica redução da atividade econômica no mundo logo mostrou seu impacto no meio ambiente.

As águas dos canaish2bet bonus de cadastroVeneza, na Itália, tornaram-se cristalinas pouco depois que os moradores foram obrigados a ficarh2bet bonus de cadastrocasa, e os imensos naviosh2bet bonus de cadastrocruzeiro pararamh2bet bonus de cadastroaportar deixandoh2bet bonus de cadastrodesembarcar milharesh2bet bonus de cadastroturistas como faziam regularmente antes da pandemia.

Na Baíah2bet bonus de cadastroGuanabara, no Rioh2bet bonus de cadastroJaneiro, tartarugas se aproximavam da costa. Imagensh2bet bonus de cadastrosatélite mostravam grandes áreas urbanas na China livres da poluição.

Muitos viram a crise da Covid-19 como uma oportunidadeh2bet bonus de cadastrorepensar grande parte das atividades econômicas que causavam as mudanças climáticas.

Mundo afora, havia motivos para preocupação e otimismo. O Brasil, governado por Bolsonaro, para quem a Amazônia era uma região a ser explorada economicamente, passou a ser criticado pela comunidade internacional.

A taxah2bet bonus de cadastrodesmatamento da floresta avançou a partirh2bet bonus de cadastro2017, registrando saltos significativosh2bet bonus de cadastro2019, com 10,13 mil quilômetro quadrados, e 2020, com 11,09 mil.

Nações europeias, preocupadas com a tendência, ameaçavam punir o Brasil comercialmente para pressionar o governo a proteger a Amazônia.

Crédito, JOAO LAET/Getty Images

Legenda da foto, O aumento do desmatamento na Amazônia, incluindo as queimadas, preocupou a comunidade internacional

Governosh2bet bonus de cadastropaíses desenvolvidos tentavam acompanhar o agravamento do problema, mas a sensação erah2bet bonus de cadastroatraso.

A União Europeia comprometeu-se a se tornar neutra na relação entre emissão e absorçãoh2bet bonus de cadastrocarbonoh2bet bonus de cadastro2050 - a chamada "neutralidadeh2bet bonus de cadastrocarbono".

Em setembroh2bet bonus de cadastro2020, o governo chinês anunciou que o país tinha como objetivo passar a reduzir suas emissõesh2bet bonus de cadastro2030 e atingir a neutralidadeh2bet bonus de cadastrocarbonoh2bet bonus de cadastro2060. No final do ano, os Estados Unidos também tinham boas notícias para a causa ambiental.

Em novo movimento da gangorra da política americana, o democrata Joe Biden derrotou Donald Trump nas eleições presidênciash2bet bonus de cadastro2020.

Seu discursoh2bet bonus de cadastrocampanha incluiu o incentivo à energia limpa e renovável e o combate às emissõesh2bet bonus de cadastrocarbono que causavam o aquecimento global. Biden prometeu recolocar os EUA no Acordoh2bet bonus de cadastroParis, o que representava um enorme reforço aos esforços da comunidade internacional.

A temperatura terrestre continuou a subir. A Organização Meteorológica Mundial, agência da ONU, já esperava que 2020 fosse um novo exemplo, e a confirmação veio no inícioh2bet bonus de cadastro2021.

Segundo a agência,h2bet bonus de cadastroseu relatório O Estado do Clima Global 2020, o ano registrou uma temperatura média da superfície globalh2bet bonus de cadastro1,21 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais, além do 1.19 grauh2bet bonus de cadastro2019. Apenas 2016, com 1,23 grau, foi mais quente. De acordo com a agência, havia 20%h2bet bonus de cadastrochancesh2bet bonus de cadastroo aumento atingir 1,5 grauh2bet bonus de cadastro2024.

Os alertas da comunidade científica internacional ficaram ainda mais durosh2bet bonus de cadastroagostoh2bet bonus de cadastro2021, quando o IPCC lançou seu primeiro grande relatório sobre mudanças climáticas desde 2013.

Em seu comunicado, a entidade disse: "Muitas das mudanças observadas no clima são sem precedentesh2bet bonus de cadastromilhares, se não centenash2bet bonus de cadastromilharesh2bet bonus de cadastroanos, e muitas das mudanças que já estão ocorrendo - como a contínua elevação do nível do mar - são irreversíveis por centenash2bet bonus de cadastromilharesh2bet bonus de cadastroanos".

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o documento era "um alerta vermelho para a humanidade".

"Este relatório precisa soar como uma sentençah2bet bonus de cadastromorte para o carvão e os combustíveis fósseis, antes que eles destruam o planeta".

A ONU, líderes e ativistas ao redor do mundo aumentavam a pressão antes da realização da COP26,h2bet bonus de cadastroGlasgow (Escócia, Reino Unido),h2bet bonus de cadastronovembro.

No evento na Escócia, houve avanços, mas a declarada sentençah2bet bonus de cadastromorte dos combustíveis fósseis não veio.

De início, foi anunciado um inédito e bem recebido acordo pela proteção das florestas, com a participaçãoh2bet bonus de cadastromaish2bet bonus de cadastrocem países, incluindo Brasil e China.

O documento final estabeleceu o investimentoh2bet bonus de cadastroUS$ 19,2 bilhões na proteçãoh2bet bonus de cadastroflorestas, sendo que US$ 12 bilhões deveriam virh2bet bonus de cadastro12 nações desenvolvidas, para que o desmatamento mundo afora seja zerado e comece a ser revertidoh2bet bonus de cadastro2030.

A preocupação, porém, era se países com resultados negativos na área, como o Brasil, cumpririam o estabelecido.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Alok Sharma desculpou-se pela faltah2bet bonus de cadastrotransparência nas negociações, mas celebrou o Pactoh2bet bonus de cadastroGlasgow

No relatório final da COP26, no entanto, ficou um gostoh2bet bonus de cadastrodecepçãoh2bet bonus de cadastroquem sonhava com um passo mais significativo no combate às mudanças climáticas.

Nas últimas horash2bet bonus de cadastronegociação, os governos da China e da Índia intervieram para que o texto não falasseh2bet bonus de cadastro"eliminação" do usoh2bet bonus de cadastrocarvão como combustível.

O termo foi substituído por "diminuição", o que levou muitas entidades e representantesh2bet bonus de cadastropaísesh2bet bonus de cadastrodesenvolvimento a condenar o resultado.

O presidente da COP26, o deputado britânico Alok Sharma, chegou a pedir desculpas aos participantes, no momento do anúncio do acordo final, pela forma como as negociações foram concluídas - com pouca transparência, na visãoh2bet bonus de cadastromuitos.

Encerrada a conferência, Sharma afirmou que "China e Índia terãoh2bet bonus de cadastrose explicar e [explicar] o que fizeram aos países mais vulneráveis às mudanças do clima".

Ele disse que o chamado "Pactoh2bet bonus de cadastroGlasgow" foi uma "vitória frágil", mas afirmou que o acordo mantém o mundo no rumo para limitar a elevação da temperatura do planetah2bet bonus de cadastro1,5 grau acima dos níveis pré-industrias - objetivo definito no Acordoh2bet bonus de cadastroParis.

A ativista Greta Thunberg disse que os compromissos do documento foram "muito, muito vagos" e que "não há nenhuma garantiah2bet bonus de cadastroque nós atingiremos o [que foi previsto no] Acordoh2bet bonus de cadastroParis".

A pressão, porém, continuou crescendo contra os combustíveis fósseis, cada vez mais considerados uma opção do passado. Em dezembroh2bet bonus de cadastro2021, a gigante anglo-holandesah2bet bonus de cadastroenergia Shell decidiu abandonar o projetoh2bet bonus de cadastroexploraçãoh2bet bonus de cadastroum campoh2bet bonus de cadastropetróleo perto da ilhah2bet bonus de cadastroShetland, no extremo norte da Escócia.

A empresa alegou que a justificativa econômica parah2bet bonus de cadastroparticipação "não era forte o suficiente". Como escreveu o correspondente da BBC Kevin Keane, havia fortes indicaçõesh2bet bonus de cadastroque o projeto se tornara um elevado "riscoh2bet bonus de cadastroreputação" para a Shell.

Apesar do acordoh2bet bonus de cadastroGlasgow, governantes mundo afora ainda terãoh2bet bonus de cadastrolidar por muito tempo com o movimentoh2bet bonus de cadastrojovens indignados e a pressão das nações mais vulneráveis às mudanças climáticas, especialmente as mais pobres.

Os combustíveis fósseis enfrentam pressões cada vez maiores, e as novas gerações prometem continuar lutando ao longo do século 21 para salvar o clima e o planeta Terra.

Este artigo é parte da série "21 Histórias que Marcaram o Século 21", da BBC News Brasil.

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