Coronavírus: o lugar nos EUA onde uma pessoa morrefoguetinho de apostacovid-19 a cada 6 minutos:foguetinho de aposta

Trabalhadores como ele são os primeiros a fazer contato com os pacientes. Também são os responsáveis pela difícil tarefafoguetinho de apostaimpedir familiares dos doentesfoguetinho de apostaentrarem nas ambulâncias com seus parentes no caminho para o hospital.

"A única coisa que conseguimos manter no dia a dia é a nossa atitude, o nosso sorriso. Pacientes raramente nos verão desanimados. Manter o ânimo é a única coisa que nos sustenta para aguentar ocorrências que vãofoguetinho de apostaum bebê morto a um incêndio,foguetinho de apostaum parto a uma morte por covid-19. Quando você acabafoguetinho de apostalidar com uma emergência, o que mais importa é a próxima emergência", diz Agurcia.

Pior situação da história

Agurcia nasceufoguetinho de apostaLos Angeles há 51 anos, mas foi criadofoguetinho de apostaGuadalajara, no México, onde ficou até os 18 anos. Foi quando resolveu ir para Los Angeles para realizar o sonhofoguetinho de apostaser bombeiro.

Depoisfoguetinho de apostavários anosfoguetinho de apostaestudo e provas, ele se tornou paramédico dos bombeirosfoguetinho de aposta1995.

"Fiquei maisfoguetinho de aposta20 anos trabalhando no condadofoguetinho de apostaLos Angeles, o mais populoso dos EUA. E te digo uma coisa: nunca na minha vida eu tinha visto algo assim", diz ele. "Meus colegas que estão na carreira há 30 anos dizem a mesma coisa. Os hospitais estão transbordandofoguetinho de apostapacientes. Fomos inundados com chamadasfoguetinho de apostaemergência", conta Agurcia.

Alguns hospitais na área onde Aurgia trabalha não estão mais conseguindo admitir pacientes.

"Na área onde trabalho, temos cinco hospitais relativamente próximos e estão todos muito lotados. Em alguns, havia ambulâncias esperando do ladofoguetinho de apostafora no estacionamento por 8, 10, 12 horas", diz ele.

"Estivefoguetinho de apostafilasfoguetinho de apostaambulâncias que duram várias horas e desde o início digo aos pacientes que talvez tenhamosfoguetinho de apostaesperar muito tempo. Não é fácil, às vezes eles falam que a situação não é confortável e que querem ser atendidos imediatamente. Essa situação nos levou a trabalhar muitas horas a mais do que o normal", conta.

O plantão normal éfoguetinho de aposta24 horas, mas às vezes os bombeiros têm feito 48 e até 72 horas direto.

"E agora está nos afetando muito porque temos muitos bombeiros doentes. Fui um desses bombeiros doentes e entre julho e agosto não pude trabalhar", conta Agurcia.

Ele foi parar no hospital com pneumonia, mas teve alta rapidamente. "Minha esposa, que também trabalhafoguetinho de apostaambulâncias e atende a cidade, ficou doente ao mesmo tempo que eu, mas melhorou mais rápido", conta Agurcia.

Sozinhos na ambulância

Na primeira semanafoguetinho de apostajaneiro, a Agênciafoguetinho de apostaServiços Médicosfoguetinho de apostaEmergência do condadofoguetinho de apostaLos Angeles emitiu uma diretiva aos paramédicos pedindo-lhes que não transferissem para hospitais pacientes com poucas chancesfoguetinho de apostasobrevivência.

Embora os funcionários da agência tenha explicado que a diretriz representava uma "mudança relativamente pequena" nos procedimentos padrão, a mudança foi considerada um lembrete para fazer todo o possível no local antesfoguetinho de apostatransferir os pacientes para hospitais.

Houve dias, principalmentefoguetinho de apostadezembro e no iníciofoguetinho de apostajaneiro,foguetinho de apostaque as mortes por coronavírusfoguetinho de apostaLos Angeles ultrapassaramfoguetinho de apostanúmeros absolutos as mortes por outras causas. No fimfoguetinho de apostanovembro, o condadofoguetinho de apostaLos Angeles havia registrado 400 mil casos. Em apenas dois meses desde então, o município já ultrapassou um milhãofoguetinho de apostainfecções.

Até segunda-feira (18/01), o condado tinha quase 14 mil mortes, o dobrofoguetinho de apostapaíses como a Arábia Saudita e quase o mesmo número do Equador.

"Uma das coisas que mudou no nosso trabalho e que nos afetou muito é ter que avisar aos familiares dos pacientes que eles não podem mais vir junto na ambulância", diz Agurcia.

"Minha mãe também ficou na UTI por quatro meses, muito doente com covid-19. Chegamos a pensar que ela ia morrer sem que pudéssemos vê-la", conta.

"Eu lembro disso todos os dias aqui no trabalho. Então entendo como é difícil não poder acompanhar seu avô,foguetinho de apostamãe, seu pai. As pessoas às vezes ficam com raiva, porque obviamente estão muito afetadas pela situação", diz Agurcia.

"Acho que, entre todas as situações, essas eu nunca vou esquecer."

O paramédico conta que a pandemia atingiu muito a comunidade latina. "A única diferença que noto quando atendo essas emergências é que às vezes há mais pessoas na casa porque várias gerações vivem juntas."

Epicentro da pandemia

A Califórnia foi o primeiro Estado dos EUA a implementar lockdown (fechamento totalfoguetinho de apostacomércios e serviços não essenciais) quando a pandemia começou a se alastrar no ano passado, mas milhõesfoguetinho de apostatrabalhadores são considerados essenciais e tiveram que continuar trabalhandofoguetinho de apostasetores como agricultura e serviços essenciais.

Especialistas apontam que a densidade na cidadefoguetinho de apostaLos Angeles, onde muitas vezes várias famílias ocupam a mesma casa, tem sido um dos motivos para o aumento desproporcional das infecções nos últimos dois meses.

A população hispânica foi a mais afetada — a taxafoguetinho de apostamortalidade latina éfoguetinho de aposta193 por cada 100 mil pessoas,foguetinho de apostacomparação com 115 para negros e 68 para brancos. E para cada duas pessoas que morrem no bairro ricofoguetinho de apostaBel Air, maisfoguetinho de aposta230 pessoas morrem no lestefoguetinho de apostaLos Angeles, uma área predominantemente hispânica.

"Sim, é estranho pensar que isso possa estar acontecendo nos Estados Unidos. Mas, mesmo sendo um país tão avançado, há muita gente morando e muita gente viajando por aqui também. Não foi nenhuma surpresa que uma pandemia internacional tenha nos atingido com tanta força", comenta Agurcia.

No quartel dos bombeiros onde ele trabalha, ficafoguetinho de apostamáscara o tempo todo e não pode mais sentar comer com os colegas.

"Neste momento, há um movimento muito grande para tentarmos ajudar uns aos outros e assim lidar com possíveis problemasfoguetinho de apostasaúde mental. O suicídio é um grande problema entre socorristas nos Estados Unidos", diz ele. "Depois que há uma alta nas chamadas, ou um caso muito pesado, nos reunimos para conversar e ver quem pode precisarfoguetinho de apostamais atenção."

Agurcia diz que há muitas tragédias, mas também histórias bonitas.

"Já recebemos cartasfoguetinho de apostaagradecimentosfoguetinho de apostapessoas por termos cuidadofoguetinho de apostasua avó, que voltou para casa e coisas do tipo", conta ele. Agurcia diz que o apoio do público tem sido importante, e todos os paramédicos estão lutando para continuar nessa batalha pelo tempo que for necessário.

"Ainda estamos no meiofoguetinho de apostauma pandemia, a situação ainda não se acalmou", diz ele.

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