Covid-19: Ambulâncias recebem ordem para restringir transportepacientes a hospitaisLos Angeles:

Trabalhadoresambulâncias no condadoLos Angeles, no Estado americano da Califórnia, foram instruídos a não transportar a hospitais pacientes que sofreram parada cardíaca e tenham chances extremamente baixassobrevivência.

De acordo com o memorando, obtido pela redetelevisão CNN, pacientes adultos, com mais18 anos, que tenham sofrido parada cardíada (ou, na siglainglês, OHCA,"out-of-hospital cardiac arrest" — "parada cardíaca foraambiente hospitalar",tradução livre) não devem ser encaminhados ao hospital caso não consigam ser reanimados durante o procedimento no local.

Isto é, caso não haja retorno à circulação espontânea, ou ROSC, na siglainglês ("return of spontaneous circulation").

A diretriz, emitida pela Los Angeles County Emergency Medical Services (EMS) Agency, agência que regula os serviçosemergência nos setores público e privado, é dadaum momentoque muitos hospitais da região já atingiram capacidade máximaatendimento e diante da expectativanova disparada nos casoscovid-19 após as festasfimano.

A cidadeNova York emitiu recomendação semelhante aos profissionaisambulânciasabril2020, no auge da pandemia na cidade. Eles foram instruídos a não levar ao hospital pacientes que não pudessem ser ressuscitados no local do primeiro atendimento.

O DepartamentoSaúde Pública do CondadoLos Angeles registrou 9.142 novos casoscovid na segunda-feira (4/1) e mais 77 mortes. Os números, entretanto, ainda refletem o represamentodados devido aos feriados do fimano. As autoridadessaúde afirmaram que, por conta das aglomerações observadas no Natal e Ano Novo, o volumemortes pela doença pode explodir e chegar a 1.000 por dia.

O condado, que é o mais atingido nos Estados Unidos, registrou 818 mil casoscoronavírus e mais10,7 mil mortes desde o início da pandemia.

Os hospitais do Estado da Califórnia, onde se localiza o condado, também estão com capacidade máximalotação. A pontopacientes teremser atendidoslojas, estacionamentos e barracascamping. Ambulâncias estão sendo forçadas a fazer fila fora dos hospitais por horas enquanto esperam funcionários do pronto-socorro para buscar os pacientes.

Marianne Gausche-Hill, diretora médica da EMS Agency, que emitiu o memorando, disse à CBS News que os funcionáriosambulância continuarão trabalhando para salvar a vida dos pacientes no local.

"Não estamos abandonando a ressuscitação", declarou. "Continuamos fazendo as melhores práticasreanimação, e isso significa fazê-lacampo, fazê-la imediatamente."

"O que estamos pedindo — e que é um pouco diferente da antes — e enfatizando é o fatoque o transporte desses pacientes leva a resultados pouco satisfatórios", acrescentou ela, referindo-se ao fatoque um percentual pequenocasospacientesparada cardíaca que não conseguem ser reanimados no local do primeiro atendimento sobrevivem após receber atendimento nos hospitais.

"Já sabíamos disso e não queremos sobrecarregar nossos hospitais."

Os profissionaisemergênciais também foram instruídos a racionar o oxigênio, que estáfalta devido à pandemia. A recomendação é que a oxigenação suplementar seja dada apenas àqueles com saturação inferior a 90% — são considerados níveis normaissaturação aqueles acima95%.

O númeropacientes hospitalizados com covid-19 na Califórnia dobrou no mês passado. O prefeitoLos Angeles disse no domingo (3/01) que uma nova infecção ocorre a cada seis segundos.

A situação crítica não se restringe, contudo, ao Estado. Nos últimos dias, os Estados Unidos têm quebrado recordes no númeropacientes com covid-19hospitais.

Na segunda-feira (4/01), 2.800 americanos foram internados com a doença, a maior taxa diária até agora. Isso eleva o número total pessoas contaminadas pelo novo coronavírus internadashospitais para 128.210,acordo com o Covid Tracking Project. Mais23 mil pacientes estavamunidadesterapia intensiva (UTI).

O país já deu início à campanhavacinação contra a covid-19. O ritmo mais lento que o esperadoimunizações, entretanto, tem gerado críticas. Na segunda-feira, o CentroControle e PrevençãoDoenças (CDC) informou que, das 15,4 milhõesdoses da vacina distribuídas até agora aos Estados, apenas cerca4,5 milhões foramfato aplicadas.

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