Coronavírus: Gráfico mostra tempo que humanidade levou para criar vacinas e recorde para covid-19:sportingbet poker

Legenda da foto, A tecnologia foi crucial para o desenvolvimento das vacinas no último século, e o covid-19 deve escrever um novo capítulo nessa história

O gráfico reúne as principais doenças para as quais a vacinação é recomendada e que têm alta mortalidade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) — além da covid-19, que já deixou maissportingbet poker1,5 milhãosportingbet pokermortossportingbet pokertodo o mundo desde o fim do ano passado.

E conta também com algumas enfermidades que ainda não têm vacinas licenciadas, mas já têm candidatassportingbet pokertestesportingbet pokeralguns países do mundo.

A comparação mostra como o processo pelo qual vacinas são criadas pode ser demorado, e como a pandemia atual foi uma exceção a esse paradigma.

Por que algumas vacinas são feitas mais rápido que outras?

Há motivos bem diferentes.

Em um extremo está a malária, por exemplo, cuja relação com o protozoário Plasmodium foi descobertasportingbet poker1880 por Alphonse Laveran, mas que ainda não tem uma vacina definitiva.

Em 2015, a vacina RTS,S foi aprovada pela agência reguladora europeia, a EMA, para combater a infecçãosportingbet pokercrianças no continente africano. Mas, seu uso ainda está limitado a projetos-pilotosportingbet pokeralguns países, organizados pela OMS.

"O caso da malária é complicado. O ciclo e vida do Plasmodium faz com que seja difícil encontrar um alvo específico para a vacina", disse à BBC News Brasil a pesquisadora Samantha Vanderslott, uma das autoras do artigo do Our World in Data.

Essa dificuldade ocorre porque o parasita infecta as hemácias, as células do sangue. Por isso, fica menos visível para o sistema imunológico.

Na outra ponta do gráfico, está a vacinasportingbet pokerRNA mensageiro (RNAm) contra a covid-19, feita pelas empresas Pfizer e BioNTech, que, levou 10 meses para começar a ser distribuída, desde o momentosportingbet pokersua criação.

Em dezembrosportingbet poker2019, o vírus Sars-cov-2 foi identificadosportingbet pokerWuhan, na China, como o causador da covid-19.

Na verdade, a Rússia foi o primeiro país no mundo a registrar uma vacina contra a covid-19. De produção própria, a Sputnik V foi aprovadasportingbet pokeragosto e começou a ser administradasportingbet pokerdezembro na capital, Moscou.

No entanto, os estudos para demonstrarsportingbet pokereficiência e segurança ainda são incompletos e não foram submetidos à revisão da comunidade científica internacional.

"Algumas pessoas podem estar se perguntando se essa rapidezsportingbet pokeraprovar uma vacina significa que (os cientistas) pularam etapas. Mas é preciso lembrar que as pesquisas que já estavam sendo feitas desde as epidemiassportingbet pokerSARS e MERS contribuíram para esses resultados. Agora, por causa da pandemia, as pesquisas conseguiram mais recursos, mais financiamento e mais apoiosportingbet pokergovernos e das empresas farmacêuticas", disse Vanderslott.

Mas chama a atenção que,sportingbet pokermeio às doenças cujas vacinas são licenciadas cada vez mais rápido, ainda existam algumas que continuam sem solução definitiva.

Além da malária, a dengue — cujo vírus responsável foi identificado há 113 anos,sportingbet poker1907 — , a Zika, o Ebola, a infecção por citomegalovírus (CMV) e a AIDS.

O que hásportingbet pokercomum entre essas doenças?

"Com a exceção da infecção por CMV e da AIDS, que são problemas globais, a maioria dessas doenças são transmitidas por insetos, dependem tambémsportingbet pokermedidas sanitárias parasportingbet pokererradicação e afetam mais países pobres", disse à BBC News Brasil Cristina Bonorino, professora da Universidade Federalsportingbet pokerCiências da Saúdesportingbet pokerPorto Alegre e membro da Sociedade Brasileirasportingbet pokerImunologia (SBI).

"No entanto, a vacina é um produto feito por empresas farmacêuticas, cujo desenvolvimento é caro. Elas estão deixandosportingbet pokerinvestirsportingbet pokervacinas por entender que este produto não é lucrativo."

Segundo Bonorino, se os países que mais precisam das vacinas não conseguem investir recursos, a decisão sobre produzi-las ou não fica com as empresas, que colocam seu lucro na balança. Por isso, muitas destas doenças não têm prioridade nas pesquisas, mesmo que a tecnologia para combatê-las já exista.

"O HIV, por exemplo, é um vírus complexo, mas já sabemos como criar imunidade contra ele. Não temos vacina até hoje porque as empresas têm produtos que controlam o problema e que vendem muito bem, que são os antivirais. Para que vão investirsportingbet pokeruma vacina que custa centenassportingbet pokermilhõessportingbet pokerdólares?", afirma.

Como a tecnologia tem um papel-chave

Segundo o artigo da Universidadesportingbet pokerOxford, a diminuição do tempo para desenvolver vacinas pode ser atribuída principalmente aos avanços tecnológicos do último século.

Por exemplo, as técnicassportingbet pokercultivosportingbet pokerbactériassportingbet pokerlaboratório permitiram as vacinas para difteria, tétano e coqueluche no início dos anos 1900.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Vacinassportingbet pokerde RNA mensageiro como a da Pfizer/BioNTech passaram do conceito à realidadesportingbet poker10 meses

Da mesma forma, os avanços no cultivosportingbet pokervírus possibilitaram as vacinas contra pólio, sarampo, rubéola e varíola nos anos 1950 e, recentemente, descobertassportingbet pokerbiologia molecular e química avançada levaram a vacinas contra hepatite B, gripe, pneumonia e meningite.

As vacinas contra a covid-19 devem escrever um novo capítulo nesta história,sportingbet pokeracordo com as duas especialistas.

"O que é mais promissor dessas vacinas são as tecnologias usadas, especialmente nassportingbet pokerRNA mensageiro esportingbet pokervetor viral. Elas poderiam ser usadas como plataformas para desenvolver imunização para outras doenças. Isso é muito encorajador", diz a pesquisadorasportingbet pokerOxford.

Cristina Bonorino, da SBI, concorda, mas acha que ainda é preciso aguardar mais resultados:

"A vacina atual foi uma grande conquista, mas ainda quero versportingbet pokereficácia na populaçãosportingbet pokergeral. Só que esse método pode ser revolucionário porque é bem mais simples do que os utilizados atualmente. Eu costumo dizer que se essa vacina der certo, poderia ser feita até no espaço."

*Colaborou Analía Llorente

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