'É um momento alarmante': o professor que compara a crise nos EUA com a queda da República Romana:unibet nations league

unibet nations league BBC News Mundo - Os EUA vivem um momento político extraordinário após as eleições. Poderíamos olhar para a históriaunibet nations leagueRoma como uma referência sobre o que fazer ou o que evitar?

unibet nations league Edward Watts - Roma oferece um pontounibet nations leaguereferência muito interessante para os Estados Unidos,unibet nations leagueparte porque mostra o perigounibet nations leagueuma dinâmica política disfuncional. O que mais me preocupa é o surgimentounibet nations leagueuma culturaunibet nations leagueameaça e,unibet nations leaguecerta medida, inclusiveunibet nations leagueviolência política no período prévio e, até certo ponto, subsequente às eleições.

Em Roma, esse processo levou ao colapso da vida política na república. Depois que as estruturas legais eunibet nations leaguecostume foram substituídas por uma repúblicaunibet nations leagueviolência, nunca houve uma crença duradouraunibet nations leagueque o vencedor ou perdedorunibet nations leagueum conflito político pudesse compreender exatamente o resultado.

O que temos agora nos Estados Unidos é uma situaçãounibet nations leagueque muitas das normas sobre como conduzir a discussão e a disputa política estão começando a ser rompidas. Este é um momento alarmanteunibet nations leagueque podemos ver que o presidenteunibet nations leagueexercício e o presidente eleito discutem sobre as regras básicas que regem o processo eleitoral e a transiçãounibet nations leagueum regime para o próximo.

O que Roma mostra é que isso representa um desafio fundamental para o Estadounibet nations leagueDireito.

unibet nations league BBC News Mundo - Como começou a erosão das instituições políticasunibet nations leagueRoma?

unibet nations league Watts - A dinâmica política começou a mudarunibet nations leaguegrande parte porque houve uma enorme e crescente desigualdade na distribuiçãounibet nations leagueriquezas que emergiu ao longo do século 2 a.C., um sistema no qual poucas pessoas se beneficiavam muito mais do que a maioria dos outros romanos. A República Romana não conseguiu se mexer com rapidez suficiente para lidar com essa desigualdade.

Assim, depoisunibet nations leagueuma geração, teve um político reformador populista (Tibério Graco) que fez promessasunibet nations leaguereforma emocionalmente atraentes. E ele fez issounibet nations leagueforma alheia ao processo político tradicional. Dá para enxergar o cansaço dos cidadãos romanos com uma república que entendia que havia um problema que o povo queria resolver, mas não tinha capacidadeunibet nations leaguefazer algo substancial para resolvê-lo.

unibet nations league BBC News Mundo - unibet nations league O sr. unibet nations league vê semelhança entre isso e o que está acontecendo nos Estados Unidos agora?

unibet nations league Watts - Definitivamente podemos ver semelhanças no amplo alcance do problema. Podemos ver nos Estados Unidos, por toda Europa Ocidental e no mundo um rápido aumento semelhante na desigualdadeunibet nations leaguedistribuiçãounibet nations leagueriqueza, que está criando tensões significativas nas democracias representativas.

E, nos Estados Unidos,unibet nations leagueparticular, estamos vendo divisões entre grupos econômicos e entre pessoas com diferentes níveisunibet nations leagueescolaridade queunibet nations leaguealguma maneira refletem essa ideiaunibet nations leagueque o sistema não funciona, que o sistema econômico não luta pelos interessesunibet nations leaguetodos.

unibet nations league BBC News Mundo - Qual é a principal lição que os Estados Unidos podem tirar para evitar a degradação da República Romana?

unibet nations league Watts - Cícero assinalou algo nos últimos anos da República Romana: disse que uma república é regida pela lei, mas uma república dominada pela violência não éunibet nations leagueforma alguma uma república. Indicava que há mecanismos estabelecidos sobre como nossa república deveria funcionar, mecanismos legais, mas também consuetudinários. Eles estabelecem regras para que a disputa política nunca se torne violenta.

E acredito que, nos Estados Unidos, temos que dar um passo atrás e dizer: estas são as regras sobre como a dinâmica política se desenvolve neste país. Se alguém ganha uma eleição, então, ganhou a eleição, você deve aceitar e seguir adiante.

Creio que os Estados Unidos deveriam se afastar coletivamente dessa disputa política intensa e, às vezes, violenta, e olharunibet nations leaguetroca para os costumes e as estruturas legais que governam nossa república. Estas são as coisas que garantem que a violência não irrompa ou continue a emergir quando há discussões políticas.

Roma mostra a grande importância que devemos dar a esta cultura do direito eunibet nations leaguecostumes. Porque é isso que mantém uma república estável. E é o que torna efetiva uma democracia representativa.

unibet nations league BBC News Mundo - Na República Romana, houve graves atosunibet nations leagueviolência política: Tibério foi assassinado, um século depois houve uma sérieunibet nations leagueguerras civis e o assassinatounibet nations leagueJúlio Césarunibet nations leagueuma conspiração liderada por Brutus. Nos Estados Unidos, não vemos esse tipounibet nations leagueviolência, e as eleições foram pacíficas, apesarunibet nations leaguetoda a tensão e temores que existiam. Então, por que marcar esse ponto?

unibet nations league Watts - O início da violência política na República Romana consistiuunibet nations leagueameaças e intimidações, nãounibet nations leaguebrigasunibet nations leaguerua. Mas cresceu até esse ponto, porque as ameaças eram uma tática política eficaz para conseguir coisas. Os políticosunibet nations leagueRoma se tornam cada vez melhores no uso dessa nova técnica.

Portanto, a violência começa com pessoas assustadoras tentando intimidar o povo para que votemunibet nations leagueuma maneira, finalmente se converteunibet nations leagueassassinatos seletivos e, com o passar do tempo,unibet nations leagueviolência nas ruas e brigas entre apoiadoresunibet nations leaguediferentes atores políticos. No fim das contas, se degeneraunibet nations leagueexércitos organizados que lutam entre siunibet nations leagueguerras civis.

Acho que, nos Estados Unidos, o que se vê são as ameaças e intimidações. Os eventosunibet nations leagueKenosha e Portland (protestos contra o racismo e violência policial que terminaramunibet nations leaguemorte) no verão mostram que estamos começando a ver a violência política,unibet nations leagueque seguidoresunibet nations leaguediferentes ideias se enfrentam nas ruas e pessoas começam a morrer.

É por isso que estou particularmente alarmado com a progressão nos Estados Unidos. Não é assim que uma democracia representativa estável e segura deve funcionar.

unibet nations league BBC News Mundo - Roma finalmente se tornou uma tirania, e unibet nations league o sr. unibet nations league escreveu um livro sobre isso. Tem medounibet nations leagueque algo semelhante aconteça nos Estados Unidos?

unibet nations league Watts - Acho que há um perigo realunibet nations leagueque, se os Estados Unidos não abraçarem o Estadounibet nations leagueDireito e os costumes que tornaram a república forte, a república vai se degenerar. E é provável que primeiro se degenereunibet nations leagueconfrontos violentos entre partidáriosunibet nations leaguediferentes correntes políticas.

Mas,unibet nations leaguegeral, quando isso acontece, é muito difícil evitar que apareça uma pessoa que trateunibet nations leagueestabilizar as coisas. Cícero disse queunibet nations leagueuma repúblicaunibet nations leagueviolência, às vezes, alguém se torna poderoso o suficiente para estabilizar temporariamente o sistema. Mas essa estabilidade é ilusória e efêmera, porque dura apenas enquanto todos se sentem intimidados pela pessoa que estabeleceu a paz. Em Roma, essa dinâmica se desenrolou repetidas vezes.

Se caminharmos para uma situação nos Estados Unidosunibet nations leagueque a violência política seja algo comum, correremos o riscounibet nations leaguea população apelar para um indivíduo poderoso o suficiente para detê-la. Isso é algo que me preocupa. Não acho que seja iminente, mas o que Roma mostra é uma progressão que começa com essa violência política.

E então,unibet nations league50 ou 100 anos, resultaunibet nations leagueum sistema que está tão corrompido que as pessoas começam a apelar para indivíduos poderosos para estabilizá-lo, não porque querem uma ditadura, uma tirania ou uma autocracia, mas porque estão desesperadas para preservar suas vidas e suas propriedades, e não acham que um sistema legal baseadounibet nations leagueleis como a república seja capazunibet nations leaguecontinuar fazendo isso.

unibet nations league BBC News Mundo - Alguém pode dizer que estamos comparando duas repúblicasunibet nations leaguetempos muito diferentes, que a política e as sociedades evoluíram tanto que esse paralelo não tem sentido. Qual seriaunibet nations leagueresposta?

unibet nations league Watts - Absolutamente correto: Roma e os Estados Unidos são diferentesunibet nations leaguemuitos aspectos. Mas também é importante entender que a arquitetura dos Estados Unidos foi criada por seus fundadores com base emunibet nations leaguecompreensão da república romana, como uma estrutura política incrivelmente bem-sucedida para um Estadounibet nations leagueexpansão, que queria incorporar mais territórios e mais cidadãos.

Assim, vemos uma arquitetura política que descende com muita força da República Romana. Isso significa que há suscetibilidades semelhantes a condições desse tipo, especialmente à condiçãounibet nations leagueuma república que se degenera rumo à violência política. Isso é o que causou o colapso da República Romana. E devemos estar particularmente cientes disso.

As arquiteturas são similares. Portanto, algumas fraquezas estruturais também são parecidas, mesmo que as sociedades sejam muito diferentes.

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