Dá para vencer eleição sem Jesus? Como evangélicos se tornaram cruciais para Trump:bonus de 300 betano

Mas para entender o verdadeiro peso político dos evangélicos nos Estados Unidos ebonus de 300 betanoimprovável aliança com Trump, é necessário voltar um pouco no tempo.

O fim e os meios

Os evangélicos entraram na cena política dos Estados Unidosbonus de 300 betano1973,bonus de 300 betanoreação à legalização do aborto no caso Roe contra Wade na Suprema Corte e durante o governo do democrata Jimmy Carter (1977-1981), quando houve um avanço na agenda progressista.

Líderes religiosos conservadores que eram contrários ao aborto e à diversidade sexual, liderados pelo pastor televangelista Jerry Falwell, fundaram a organização Moral Majoritybonus de 300 betano1979 para mobilizar fiéisbonus de 300 betanofavorbonus de 300 betanopolíticos que defendessem suas causas.

Nas eleiçõesbonus de 300 betano1980, doisbonus de 300 betanocada três eleitores evangélicos brancos apoiaram o candidato presidencial republicano Ronald Reagan, que derrotou Carter com seu discurso conservadorbonus de 300 betanooposição ao comunismo.

Assim surgiu a união política entre republicanos e evangélicos, que até hoje mantêm no topobonus de 300 betanosuas aspiraçõesbonus de 300 betanoanular o resultadobonus de 300 betanoRoe contra Wade e colocar juízes conservadores na Suprema Corte.

Os evangélicos brancos têm sido um eleitorado mais conservador e numeroso do que os evangélicos afro-americanos, que priorizam a "justiça racial" e, portanto, tendem a apoiar esmagadoramente os democratas, explica Fea.

E ele destaca que, ao contrário dos protestantes não-evangélicos ou dos católicos, os evangélicos brancos "são muito mais unidos, eles formam um blocobonus de 300 betanoeleitores".

"Em certo sentido, eles querem que suas aspirações políticas sejam realizadas, então o fim justifica os meios", diz ele. "Mas desde o final dos anos 70 e 80, os evangélicos brancos também têm sido tentados pelo poder político: eles gostambonus de 300 betanoestar no Salão Oval" da Casa Branca.

Greg Smith, diretor associado do Pew Research Center, aponta que a ligação do setor religioso com o Partido Republicano continua até hoje.

"Há muito tempo vemos que protestantes evangélicos brancos estão entre os eleitores republicanos mais consistentes nos Estados Unidos e entre os apoiadores mais fortes, leais e consistentesbonus de 300 betanoDonald Trump", disse Smith à BBC News Mundo.

'Salve os EUA'

O peso eleitoral dos evangélicos brancos nos Estados Unidos hoje é muito maior do quebonus de 300 betanopresença demográfica, que estábonus de 300 betanodeclínio.

Em 2016, eles eram 17% da população total, seis pontos percentuais a menos que uma década antes,bonus de 300 betanoacordo com o Research Institute of Public Religion,bonus de 300 betanoWashington.

Estima-se que nos últimos quatro anos a proporçãobonus de 300 betanoevangélicos brancos nos Estados Unidos caiu mais dois pontos percentuais, para 15% da população.

No entanto, nas últimas eleições eles representaram 26% do totalbonus de 300 betanoeleitores.

Sarah Posner, autora do recente livro Profano: Por que Evangélicos Brancos Rezam no Altarbonus de 300 betanoDonald Trump, aponta que o movimento não só dependebonus de 300 betanolíderes da igreja, como tambémbonus de 300 betanosua própria TV e meiosbonus de 300 betanocomunicação sociais.

"A direita religiosa tem uma operação muito sólida e bem organizada para incentivar o voto, por isso é muito importante para o Partido Republicano vencer as eleições", disse Posner à BBC News Mundo.

A uniãobonus de 300 betanoevangélicos ebonus de 300 betanoTrump costuma ser vista como algo estranho dentro da política americana: religiosos que pregam sobre moral aliados a um homem acusadobonus de 300 betanoinfidelidade conjugal, casado três vezes, que se expressoubonus de 300 betanoforma obscena sobre as mulheres e agressiva sobre os imigrantes.

Mas Trump recebeu um apoio ainda maiorbonus de 300 betanoevangélicos brancosbonus de 300 betano2016 do que seus antecessores republicanos.

E enquanto a aprovação dos evangélicos brancos a Trump caiu alguns pontos percentuaisbonus de 300 betanomeio à crise do coronavírus e protestos por injustiça racial, cercabonus de 300 betanooitobonus de 300 betanocada 10 eleitores neste grupo ainda estão inclinados a votar nele,bonus de 300 betanoacordo com as pesquisas.

O baixo nívelbonus de 300 betanoapoio dos brancos evangélicos ao candidato democrata Joe Biden contrasta com o amplo apoio que ele recebe entre os protestantes negros (cercabonus de 300 betano90%bonus de 300 betanouma pesquisa Pew recente) e o fatobonus de 300 betanoele ser o favorito nas pesquisas eleitoraisbonus de 300 betanogeral.

O apoio dos evangélicos brancos a Trump é atribuído à ansiedade que eles sentem sobre as mudanças raciais e culturais que os Estados Unidos tiveram nas últimas décadas.

"Trump representa o homem forte que eles acham que precisam para salvar os Estados Unidos do liberalismo", diz Posner. "Eles o veem não necessariamente como um cristão como eles, mas como um líder improvável que Deus ungiu para salvar a América."

Testebonus de 300 betanoforça

Trump tem um vice-presidente evangélico — Mike Pence — e vários integrantesbonus de 300 betanoseu gabinete pertencem a esse movimento religioso ou cultivam laços com ele.

Nesta campanha, Trump buscou garantir que os evangélicos votassem nele novamente. Por exemplo, ele repetiu que já nomeou dois ministros para a Suprema Corte e no mês passado nomeou outro que, se confirmado pelo Senado, pode dar aos conservadores uma maioria firme na mais alta corte.

Trump também acusou Bidenbonus de 300 betanoser "contra Deus" e "contra a Bíblia", embora o ex-vice-presidente seja católico praticante e tenha recebido apoio recentebonus de 300 betanoalguns líderes evangélicos brancos.

Além disso, Trump causou polêmicas que lhe renderam críticasbonus de 300 betanofiguras religiosas, por exemplo, ao posar para as câmeras com a Bíblia nas mãosbonus de 300 betanofrente a uma igreja, para a qual um protesto pacífico foi dispersado à força na área.

Sua campanha aposta tambémbonus de 300 betanoatrair eleitores evangélicos negros e latinos, que possuem posturas conservadorasbonus de 300 betanoquestões como o aborto, mas mais abertos à imigração e às políticas sociais. Essa parte do eleitorado poderia estar inclinada a votarbonus de 300 betanoBiden.

A eleição será um novo testebonus de 300 betanoforça para os evangélicos americanos ebonus de 300 betanoaliança peculiar com o presidente.

"A participação eleitoral dos evangélicos brancos será muito importante para Trump: ele precisa que eles saiambonus de 300 betanogrande número para votar. Caso contrário será muito mais difícil para ele vencer", acredita Posner.

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