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Caso George Floyd: as consequências vividas por quem filma cenasdifference between cbet and kbetviolência policial:difference between cbet and kbet
- Author, Joshua Nevett
- Role, Da BBC News
difference between cbet and kbet Quando vídeosdifference between cbet and kbetabordagens abusivas da polícia geram manchetes, há uma figura importante na história sobre a qual raramente ouvimos falar - a pessoa que filma.
Quando Darnella Frazier,difference between cbet and kbet17 anos, começou a gravar, George Floyd já estava com faltadifference between cbet and kbetar, implorando repetidamente: "por favor, por favor, por favor".
A câmera estava filmando havia segundos quando Floyd, 46, pronunciou mais três palavras que agora se tornaram um gritodifference between cbet and kbetguerra para os manifestantes. "Não consigo respirar", disse Floyd.
Ele se esforçou para falar enquanto estava deitado, preso ao chão por três policiais. Um desses policiais, Derek Chauvin, 44 anos, pressionou um joelho contra o pescoçodifference between cbet and kbetFloyd.
Frazier estava levando seu primodifference between cbet and kbetnove anos para a Cup Foods, uma loja pertodifference between cbet and kbetsua casadifference between cbet and kbetMinneapolis, Minnesota, quando viu Floyd sofrendo com a abordagem da polícia. Ela parou, pegou o telefone e apertou o botão.
Ela filmou por 10 minutos e nove segundos, até que os policiais e Floyd deixaram a cena — Chauvindifference between cbet and kbetpé, Floyddifference between cbet and kbetuma maca.
Nesse momento, Frazier nunca poderia imaginar a cadeiadifference between cbet and kbeteventos que seu vídeo colocariadifference between cbet and kbetmovimento. Com o cliquedifference between cbet and kbetum botão, a adolescente deu origem a uma ondadifference between cbet and kbetprotestos, não apenas nos EUA, masdifference between cbet and kbettodo o mundo.
"Ela sentiu que tinha que documentar aquilo", disse à BBC o advogadodifference between cbet and kbetFrazier, Seth Cobin. "É como se o movimento pelos direitos civis tivesse renascidodifference between cbet and kbetuma maneira totalmente nova, por causa desse vídeo."
Frazier, uma estudante do ensino médio, não quis dar entrevista. O advogado dela disse que ficou traumatizada. Foi, segundo ele, "a coisa mais terrível que ela já viu".
Desde então, ela tem ido ao terapeuta e "está indo muito bem", disse Cobin.
Lidar com a resposta ao vídeo dela também não foi fácil. No Facebook, onde ela postou o vídeo, a reação foi uma misturadifference between cbet and kbetchoque, indignação, elogios e críticas.
Em uma postagem no Facebook, compartilhadadifference between cbet and kbet27difference between cbet and kbetmaio, Frazier respondeu às acusaçõesdifference between cbet and kbetque filmou o vídeo para obter audiência na internet e não fez o suficiente para impedir a mortedifference between cbet and kbetFloyd.
"Se não fosse por mim, quatro policiais ainda teriam seus empregos, causando outros problemas. Meu vídeo foi divulgadodifference between cbet and kbettodo o mundo para que todos vissem e soubessem", escreveu Frazier.
A reação ao vídeodifference between cbet and kbetFrazier resume o dilema enfrentado pelos espectadores que registram imagensdifference between cbet and kbetincidentesdifference between cbet and kbetviolência policial. Outros casos semelhantes mostraram que é uma posição muito difícil.
Antes dos smartphones
Como um "observador da polícia" veteranodifference between cbet and kbetNova York, Dennis Flores conhece na pele sobre as consequênciasdifference between cbet and kbetfilmar a atividade policial.
Ele foi preso maisdifference between cbet and kbet70 vezes desde que começou a documentar a força policial da cidade, o Departamentodifference between cbet and kbetPolíciadifference between cbet and kbetNova York, no final dos anos 90.
Seu uso do vídeo para expor a brutalidade policial abriu caminho para o crescente movimentodifference between cbet and kbetresponsabilização policial visto hoje nos EUA.
As raízes do movimento podem ser encontradasdifference between cbet and kbet1991, quando um encanador filmou o que foi descrito como o primeiro vídeo viral do mundodifference between cbet and kbetbrutalidade policial.
Mostrou o espancamento brutaldifference between cbet and kbetRodney King, um homem negro desarmado, por vários policiais, depoisdifference between cbet and kbetuma perseguiçãodifference between cbet and kbetLos Angeles, Califórnia.
Sem que os policiais vissem, George Holliday filmou a cena da varandadifference between cbet and kbetseu apartamento emdifference between cbet and kbetSony Handycam, na época uma câmera sofisticada. Depoisdifference between cbet and kbetcompartilhar a fita com uma emissoradifference between cbet and kbetTV local, o espancamento se tornou um ultraje nacional e global.
Essa raiva se transformoudifference between cbet and kbettumultos, um ano depois, quando a justiça aplicou atenunates às penas dos policiais envolvidos no caso.
"A surradifference between cbet and kbetRodney King foi o catalisador da documentaçãodifference between cbet and kbetvídeo", diz Flores à BBC.
A Primeira Emenda da Constituição dos EUA protege o direito dos americanosdifference between cbet and kbetfilmar a polícia.
Nos primeiros dias da observação policial, não havia smartphones, plataformasdifference between cbet and kbetmídia social ou provedoresdifference between cbet and kbetinternet 5G. Era apenas Flores, uma câmera SLRdifference between cbet and kbet35 mm e um gravador. Mas à medida que a tecnologia melhorava, a capacidadedifference between cbet and kbetcontrolar a polícia era democratizada.
"As pessoas comuns podem expor repentinamente o comportamento da polícia. E isso só aumenta com casos como odifference between cbet and kbetEric Garner", disse Flores.
Garner, um afro-americanodifference between cbet and kbet43 anosdifference between cbet and kbetidade, morreudifference between cbet and kbet2014 depoisdifference between cbet and kbetser colocadodifference between cbet and kbetuma posiçãodifference between cbet and kbetestrangulamento por um policialdifference between cbet and kbetNova York. Ele foi detido por supostamente vender cigarros ilegalmente.
Como Floyd, Garner disse repetidamente aos policiais: "Eu não consigo respirar" - palavras que se tornaram um gritodifference between cbet and kbetguerra para os manifestantes do movimento Black Lives Matter seis anos atrás e depois da mortedifference between cbet and kbetFloyd.
A mortedifference between cbet and kbetGarner foi considerada um homicídio, mas,difference between cbet and kbetmaneira controversa, nenhuma acusação foi feita contra Daniel Pantaleo, o policial que o deteve.
O que aconteceu com Ramsey Orta, a pessoa que filmou a mortedifference between cbet and kbetGarner, foi igualmente controverso.
Ele alegou ter sofrido uma campanhadifference between cbet and kbetassédio policial depois que o vídeo se tornou viral.
Orta não tinha a ficha limpa, tendo já sido fichado por ilegalidades.
Ele reconheceu isso, mas,difference between cbet and kbet2019, ele disse "que os policiais estavam me seguindo todos os dias desde que Eric morreu".
Em 2016, Orta fez um acordo com a promotoria e se declarou culpadodifference between cbet and kbetcrimes envolvendo armas e drogas. Ele foi condenado a quatro anosdifference between cbet and kbetprisão.
As acusações não estavam relacionadas às filmagens da mortedifference between cbet and kbetGarner. Mas Flores, amigodifference between cbet and kbetOrta, acredita que seu vídeo o colocou na mira da políciadifference between cbet and kbetNova York.
"O casodifference between cbet and kbetRamsey Orta é um excelente exemplodifference between cbet and kbetcomo você se torna um alvo quando filma a polícia e decide ir a público. Ele foi forçado a sofrer por filmar policiais", disse Flores.
Orta depois disse que se arrependeu por "não ter ficado na dele".
Questãodifference between cbet and kbetJustiça
Por outro lado, as consequênciasdifference between cbet and kbetnão compartilhar provasdifference between cbet and kbetabusodifference between cbet and kbetforça policial podem pesar na consciência, como Feidin Santana descobriudifference between cbet and kbet2015.
Santana estava caminhando para o trabalhodifference between cbet and kbetCharleston, na Carolina do Sul, quando deparou com uma cena peculiar: uma briga entre Michael Slager, um policial branco, e Walter Scott, um negro desarmado.
Santana pegou o telefone e começou a filmar. Scott virou as costas para o oficial e fugiu. O policial fez uma pausa, sacou a arma e apontou para as costasdifference between cbet and kbetScott.
Oito tiros foram dados e Scott caiu no chão.
Durante três dias, Santana, um barbeiro que emigrou para os EUA da República Dominicana, guardou o vídeo e não o tornou público. Temendo represálias da polícia, Santana chegou a pensardifference between cbet and kbetapagar as imagens e deixar Charleston para sempre. No final, um relatório da polícia sobre o incidente o fez mudardifference between cbet and kbetideia.
No relatório, Slager disse que temeu pordifference between cbet and kbetvida depois que Scott pegou seu taser. Mas o vídeo mostrou que o relatodifference between cbet and kbetSlager era falso.
Como a única pessoa que podia provar isso, Santana se sentiu obrigado a compartilhar o vídeo com a famíliadifference between cbet and kbetScott.
Depois que o vídeo veio a público, a "vida normal"difference between cbet and kbetSantana acabou. "Nunca pensei que o vídeo fosse viralizar tão rapidamente. Ameaçasdifference between cbet and kbetmorte e mensagens racistas eram algo difícil para mim. Então você entende que, para mudar as coisas, precisa enfrentar o medo", diz Santana.
Por fim, foram as imagensdifference between cbet and kbetSantana que levaram Slager a ser denunciado por assassinato. Por isso, Santana não se arrepende.
"Silêncio é igual a cumplicidade. Escolhi meu lado e continuarei lutando por uma sociedade melhor, sem medodifference between cbet and kbetqualquer consequência", afirmou.
A tecnologia teve um papel importantedifference between cbet and kbetmudar a sociedade para melhor. Nas mãos das pessoas comuns, as câmeras foram usadas para responsabilizar a polícia, garantindo justiça onde,difference between cbet and kbetoutra forma, poderia não haver. Em alguns processos judiciais, a provadifference between cbet and kbetvídeo pode ser a diferença entre condenação e absolvição.
Os promotores saberão disso quando Chauvin, o oficial acusadodifference between cbet and kbetassassinar Floyd, for julgado.
Os investigadores extraíram o vídeo do telefone da jovem Frazier para usar como prova, disse seu advogado, Cobin.
No julgamento, Frazier pode ser chamada a testemunhar.
Ela já deu um depoimento à Divisãodifference between cbet and kbetDireitos Civis do FBI e ao Escritóriodifference between cbet and kbetApreensão Criminaldifference between cbet and kbetMinnesota (MBCA). Cobin disse que seu depoimento foi difícildifference between cbet and kbetassistir.
"Foi muito emocionante. Ela estava chorando, passou por muitos traumas. Falou sobre como toda vez que fecha os olhos, é isso que ela vê: o rostodifference between cbet and kbetGeorge Floyd enquanto ele está morrendo. Ela os abre e ele se foi, ela os fecha e o vê novamente", conta o advogado.
Frazier não queria ser envolvidadifference between cbet and kbetum julgamento por assassinato. Ela também não estava querendo atenção postando o vídeo da mortedifference between cbet and kbetFloyd nas redes sociais.
Cobin comparou Frazier a Rosa Parks, a afro-americana que,difference between cbet and kbet1955, recusou-se a ceder seu assentodifference between cbet and kbetônibus a um homem branco no Alabama.
"Como Rosa Parks, ela não tinha como objetivo se tornar heroína ou ícone dos direitos civis. Ela estava no lugar certo, na hora certa. Ela não é um Martin Luther King, não é um Malcolm X, que escolheram liderar as pessoas. É uma pessoa comum que fez a coisa certa", disse Cobin.
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