Argentina quer imposto sobre grandes fortunas para fortalecer área da saúde e mais pobres:aposta mais de 0.5 gols

Emaposta mais de 0.5 golsconta no Twitter, o presidente argentino disse que o imposto sobre grandes fortunas será "uma ferramenta útil para enfrentar a luta contra o coronavírus" e representará "a solidariedade" dos mais ricos.

Autores do projeto estimam que seriam arrecadados cercaaposta mais de 0.5 golsUS$ 3 bilhões com alíquotas diferenciadasaposta mais de 0.5 golsacordo com o valor do patrimônio declarado. O percentual seria entre 2% e 3,5% do totalaposta mais de 0.5 golsbens declarados,aposta mais de 0.5 golsacordo com autores da proposta. A iniciativa recebeu apoio dos governistas, mas foi criticada por setores da oposição e do empresariado.

A Argentina já completava quase dois anosaposta mais de 0.5 golsrecessão, com índices altosaposta mais de 0.5 golspobreza (cercaaposta mais de 0.5 gols35% da população),aposta mais de 0.5 golsdesemprego (em tornoaposta mais de 0.5 gols10%) eaposta mais de 0.5 golsinflação (53%aposta mais de 0.5 gols2019), quando surgiram os primeiros casos do novo coronavírus no país.

O governo Fernández decretou a quarentena preventiva, social e obrigatória, há quase 80 dias, no dia 20aposta mais de 0.5 golsmarço, colocando um freio na expansão dos casosaposta mais de 0.5 golscovid-19, como ressaltam infectologistas que assessoram o governo. Desde então, comoaposta mais de 0.5 golsoutros países, a administração central intensificou a distribuiçãoaposta mais de 0.5 golsbenefícios para tentar amenizar o impacto econômico e social dos efeitos do agravamento da crise econômica.

O Ministério do Desenvolvimento Produtivo estima queaposta mais de 0.5 golstornoaposta mais de 0.5 gols90% das casas dos argentinos recebam hoje, na era da pandemia, algum tipoaposta mais de 0.5 golsbenefício, seja atravésaposta mais de 0.5 golssubsídios emergenciais para autônomos e desempregados, créditos sem juros e socorro do Estado ao setor privado para o pagamento dos salários dos trabalhadores. O cenárioaposta mais de 0.5 golsaumento do gasto público, menor arrecadaçãoaposta mais de 0.5 golsimpostos, com o comércio e outros setores parados, pressionou o caixa do governo, concordam economistas.

Neste cenário, a base governista no Congresso Nacional espera aprovar a tributação para as grandes fortunas até agosto.

O texto foi apresentado pelo deputado Máximo Kirchner (filho da vice-presidente Cristina e líder do governo na Câmara dos Deputados),aposta mais de 0.5 golsabril, poucos depois do início da quarentena nacional, e redigido pelo presidente da Comissãoaposta mais de 0.5 golsOrçamento, deputado Carlos Heller, do Partido Solidário e presidente do Banco Credicoop Cooperativo.

"Trata-seaposta mais de 0.5 golsuma ajuda extraordinária,aposta mais de 0.5 golsuma única vez e com destino determinado: a aquisiçãoaposta mais de 0.5 golsprodutos vinculados à crise sanitária, o fortalecimento da distribuiçãoaposta mais de 0.5 golsalimentos para as pessoasaposta mais de 0.5 golsbaixa renda e socorro para as pequenas e médias empresas que mais estão sofrendo com a crise. Assim, elas poderão manter os empregos que geram", disse Heller num artigo no jornal Página 12.

Para ele, a Argentina precisa "urgente"aposta mais de 0.5 golsrecursos para continuar encarando os desafios gerados pela pandemia, como a atenção às populações mais vulneráveis, e o imposto, disse, "não mudará as condiçõesaposta mais de 0.5 golsvida e a acumulaçãoaposta mais de 0.5 golsriqueza" dos que serão alvo da tributação.

Procurado pela BBC News Brasil, ele respondeu, atravésaposta mais de 0.5 golssua assessoria, que prefere falar quando o projeto estiver a caminho da votação.

aposta mais de 0.5 gols ' aposta mais de 0.5 gols Busca cultural da igualdade social aposta mais de 0.5 gols '

A economista Julia Strada, especialistaaposta mais de 0.5 golsdesenvolvimento econômico e diretora do Centroaposta mais de 0.5 golsEconomia Política (Cepa),aposta mais de 0.5 golsBuenos Aires, disse que o projeto é "uma espécieaposta mais de 0.5 golscontribuição solidária" na pandemia.

"Acho que esse é um assunto muito importante no contextoaposta mais de 0.5 golsdesigualdade social vivida na Argentina. A discussão tinha começado com setores da oposição defendendo a reduçãoaposta mais de 0.5 golssalários da classe política. Mas acho que esse é um debate que deve envolver o poder econômico (não os salários da classe política)", disse Strada à BBC News Brasil.

Para ela, o imposto extraordinário representaria uma política pública e um possível "precedente" para que volte a ser aplicado quando o Estado passar por outra situação econômica crítica.

"Um imposto à classe política pode ser um gesto, mas não resolve e não faz parte da busca cultural sobre a redução da brecha entre ricos e pobres. A discussão deve incluir o poder econômico. O problema hoje é a desigualdade social. A classe política e o Estado estão buscando soluções para a pandemia. A política é a saída para a pandemia", opinou Strada, que integra ainda o Grupo Província, ligado ao estatal Banco Província.

Strada observou que a discussãoaposta mais de 0.5 golsum imposto sobre as grandes fortunas também passou a ser realizada, nestes temposaposta mais de 0.5 golspandemiaaposta mais de 0.5 golscovid-19,aposta mais de 0.5 golsoutros países da América do Sul, como a Bolívia. No país andino, o candidato presidencial e ex-ministro da Economia do governoaposta mais de 0.5 golsEvo Morales, Luis Arce, do Movimento ao Socialismo (MAS), propõe a criaçãoaposta mais de 0.5 golsum "fundo solidário", a partiraposta mais de 0.5 golsum imposto sobre as grandes fortunas, que seria destinado ao setor da saúde.

No Uruguai, foi criado o Fundo Coronavírus, ideia do governo do presidente conservador Luis Lacalle que contou com apoio da opositora Frente Ampla, dos ex-presidentes José 'Pepe' Mujica e Tabaré Vázquez. O fundo reúne recursos surgidos a partir do corte no salário do setor público, incluindo políticos.

Afugentar investimentos

Na Argentina, a propostaaposta mais de 0.5 golsMáximo Kirchner, filho da ex-presidente e atual vice-presidente do país, Cristina Kirchner, que é presidente do Senado, gera controvérsia. O economista Marcelo Elizondo, especialistaaposta mais de 0.5 golsnegócios eaposta mais de 0.5 golscomércio exterior, entende que o projeto pode afugentar investidoresaposta mais de 0.5 golsum país que já tem dificuldadeaposta mais de 0.5 golsatraí-los.

"Acho que o projeto representa mais uma mensagem política do governo -aposta mais de 0.5 golsque quer distribuir renda - do que a arrecadaçãoaposta mais de 0.5 golssi. Acho que não é um bom sinal, cria um clima negativo para as pessoas com fortuna que queiram investir na Argentina. A Argentina precisaaposta mais de 0.5 golsinvestimentos e durante e depois da pandemia será necessária a participaçãoaposta mais de 0.5 golstodos os setores", disse Elizondo na entrevista.

Em seus discursos, o presidente Fernández tem ressaltado o abismo social na Argentina. "A pandemia evidenciou a desigualdade social que existe no país", disse na semana passada, agregando que Argentina é hoje um "país injusto" e defendendo abrir caminho para a igualdade.

Ao mesmo tempo, o vice-presidente da União Industrial Argentina (UIA), o empresário Daniel Funesaposta mais de 0.5 golsRioja, criticou o projetoaposta mais de 0.5 golstaxação das grandes fortunas. "A pressão tributária já é muito alta na Argentina. A criaçãoaposta mais de 0.5 golsmais impostos não é uma coisa boa. É preciso incentivar que sejam realizados mais investimentos e não o contrário", disse o empresário.

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