A trágica história dos alemães que tentaram derrubar Hitler e foram executados dias antes do fim da 2ª Guerra:up bet song

Neste contexto,up bet songabril, membrosup bet songunidades militares na Bavária,up bet songespecial nos arredoresup bet songMunique, se uniram para formar a FAB. Tratava-se um grupo bem heterogêneo - ou melhor, diversos grupos - que mantinha tendências católicas conservadoras. Muitos se conheciam desde os anos 1930 e tinham conflitos com nazistas.

"O major Alois Braun, por exemplo, teve uma briga com membros da SS (grupo paramilitar nazista) emup bet songpequena cidade. Ele entrou na Wehrmacht (as forças armadas unificadas nazistas) para se proteger", revela Diem.

Os integrantes da FAB estavam presentesup bet songdiversos setores do Estado e da Wehrmacht eup bet songligação ocorria por meioup bet songfiguras centraisup bet songcada sub-grupo. Havia um grupo que trabalhava no escritório do governador do Reich na Baviera, liderado pelo major Günther Caracciola-Delbrück. Outra parcela atuava como tradutores da Wehrmacht no 7º Distrito Militar, com a figura principalup bet songRuprecht Gerngross. Mais um grupoup bet songintérpretes, atuante no Süddeutsche Freiheitsbewegung (Movimentoup bet songLiberdade do Sul da Alemanha), ficavaup bet songum campoup bet songprisioneirosup bet songguerraup bet songMoosburg.

"Eles se conectaram a prisioneirosup bet songguerra americanos, britânicos e franceses e, atravésup bet songum círculoup bet songamigos que antecederam a guerra, foram capazesup bet songativar pessoasup bet songvilas e cidadesup bet songtodo o sul da Alemanha", explica Sven Keller, do Institutoup bet songHistória Contemporânea Munique-Berlim.

Naquele mesmo campoup bet songprisioneiros, afirma o historiador, atuava o Bayerische Heimatbewegung, um grupo liderado pelo ex-prefeitoup bet songRegensburg. Havia ainda integrantes militares da FABup bet songFreising, pertoup bet songMunique.

Chamava a atenção a quantidadeup bet songjovens intérpretes no grupo. Eles tinham visõesup bet songmundoup bet songcomum, perfil acadêmico e intelectual e eram viajados. Essas características, acredita Keller, os manteve longe da ideologia nazista e do ambiente militar.

"Esses intérpretes tiveram contato com outros países e com estrangeiros. Eles tinham outro pontoup bet songvista sobre a Alemanha e o Reich. Conheceram pessoas que sofrem com o regime e trabalhadores forçados do exterior", completa Diem.

A FAB chegou a abordar o serviço secreto dos EUA e os aliados para falar sobre seu plano, mas não foi percebidaup bet songmaneira séria.

Os objetivos

O plano do grupo contava com um programaup bet song10 pontos, que incluía a rendição do Estado bávaro aos aliados e um governo transitório sob o controle da FAB até a aprovação popularup bet songuma nova Constituição bávara.

Entre os objetivos estavam o "extermínio" do Nacional Socialismo, que violava "as leis da moral e da éticaup bet songtal maneira que todo alemão decente precisa se afastar dele com repugnância". A FAB se reservou o direitoup bet songexterminar "sem piedade" até a menor das células nazistas.

O grupo também pregava o fim do militarismo, o retorno da ordem por meio da reintroduçãoup bet songdireitos fundamentais, incluindo a liberdadeup bet songimprensa eup bet songreunião. Além disso, o cristianismo aparece como fator importante nessa reconstrução - sem prejuízo à liberdade religiosa - e a restauração da dignidade humana para cada indivíduo.

O planoup bet songação

O início da tentativaup bet songlevante foi calculado para que ocorresse quando as tropas aliadas estivessem próximas o bastanteup bet songMunique - àquela altura, elas já haviam cruzado o rio Lech, afluente do Danúbio. O plano deveria durar até 28up bet songabril.

A organização do ato aconteceu apenasup bet songabril, mas a possibilidadeup bet songinsurgência contra o regime foi discutida por anos. "Os membros eram claramente anti-nazistas e mantinham distância do regime. Quando agiram, o fizeram com o riscoup bet songsuas vidas e muitos pagaram um preço terrível. Isso exige o maior respeito. No entanto, eles entraramup bet songação quando já era tarde demais", argumenta Keller.

Na madrugaup bet song27up bet songabril, oito gruposup bet songsoldados tentaram executar o plano. Mas diversas partes falharam: entre outros problemas, não foi possível prender Paul Giesler, o Gauleiterup bet songMunique (uma espécieup bet songlíder do partido nazista na região). A FAB também não conseguiu persuadir o governador do Reich, Franz Ritter von Epp, a negociar um armistício com os aliados.

O grupo conseguiu, contudo, ocupar a prefeituraup bet songMunique e duas estaçõesup bet songrádio,up bet songonde transmitiu convocações "multilíngue" sobre a uma suposta tomada do governo local. Foi pedindo que o povo se juntasse para "se livrar dos funcionários" do partido nazista entre 6h e 11h.

O chamado foi recebido por diferentes grupos civis, que conduziram iniciativas semelhantes mesmo sob o riscoup bet songconfrontos graves com apoiadores nazistas. Segundo Diem, 58 destas ações não se escalaram e os respondentes conseguiram fugir. Em outras 20, houve fatalidades.

Os civis estavam mais preocupadosup bet songproteger suas respectivas comunidadesup bet songmaiores destruições que o prolongamento da guerra poderia causar. "Houve uma grande variedadeup bet songações - desde indivíduos sozinhos tentando convencer as tropas da Wehrmacht a depor suas armas até a tentativaup bet songinsurgênciaup bet songMunique. Não existia a FAB no sentidoup bet songuma organização rígida e eficaz que poderia ter oferecido assistência. Muitos agiram espontaneamente", diz Keller.

O colapso

Pouco após a transmissãoup bet songrádio, as autoridades nazistas já haviam desmentido a "tomada do poder", o que levou muitos membros da FAB a fugirem e se esconderem. Também ficou claro aos civis que participaram do ato que o levante havia fracassado.

Embora a liderança da FAB fosse composta por militares, o grupo não tinha poderio militar suficiente para enfrentar as forças nazistas. A esperança era que o chamado obteria suporte amplo, o que não ocorreu.

"O consenso é que o levante foi mal preparado e apressado nas últimas semanas da guerra. Mais importante ainda, Gerngross e Caracciola-Dellbrück não conseguiram o apoioup bet songvon Epp. Gerngross pensou que seria capazup bet songaguentar até a chegada das tropas americanas - um erroup bet songcálculo trágico", explica o historiador André Postert, do Instituto Hannah Arendt,up bet songDresden.

Caracciola-Dellbrück foi assassinado devido ao seu envolvimento, como muitos outros, e Gerngross conseguiu fugir e se esconder.

Perseguição até o final

A perseguição aos sobreviventes começouup bet song28up bet songabril, por ordem do Gauleitung. Dezenas foram presas e execuções sumárias ocorreram. Moradores leais ao regime denunciaram integrantes do levante, que acabaram cassados por soldados e membros da Volkssturm (milícia com jovens e homens velhos montada no fim da guerra).

"Em uma pequena cidade ao sulup bet songMunique, um grupo prendeu o prefeito. E depois, ao saber que o levante falhou, o soltou. Moradores descobriam quem eles eram e foram até pessoal militar que estava por perto só por acaso. Os integrantes do levante foram assassinados imediatamente, sem nenhum processo legal", afirma Diem.

As forças nazistas foram rigorosas e cruéis contra revoltas até o fim do regime. Isso ocorreu,up bet songparte, pelo fanatismo e cegueira ideológica, acredita Postert. Por outro lado, continua o historiador, muitos atores nazistas centrais sabiam que seriam condenados e enforcados após a guerra. "Isso explica aup bet songbrutalidade. Giesler mandou que se executasse os envolvidos. [Dias da rendição] Giesler se matou e atirou emup bet songesposa. Homens como ele não tinham nada a perder."

Após a guerra, a memória da FAB foi preservada na Bavária. No centroup bet songMunique, há a praça "Münchner Freiheit" (Liberdadeup bet songMunique) e um café com o mesmo nome. Existe ainda uma famosa banda pop homônima.

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