Como medidas2 2 betanoisolamento contra coronavírus aumentaram popularidade do presidente da Argentina:2 2 betano

Na sexta-feira (10/04),2 2 betanopé diante das câmeras2 2 betanotelevisão e apontando para gráficos2 2 betanoum quadro, Fernández disse que a quarentena continuará até, pelo menos, o dia 26 deste mês.

'Um martírio'

Fernández afirmou, sinalizando os números, que o país teria 45 mil casos da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, e não os cerca2 2 betano1.900 registrados naquela sexta-feira, com 82 mortes, se não tivesse implementado a quarentena2 2 betanomarço.

"Não quero nem pensar sobre2 2 betanoquantos mortos estaríamos falando (sem quarentena)", disse, com a voz calma que já o caracteriza.

Neste ponto sobre o número2 2 betanocasos positivos para a doença existe um debate entre alguns infectologistas que dizem que para um dado mais exato seriam necessários testes2 2 betanomassa na população, algo2 2 betanoque os principais especialistas ouvidos pelo presidente discordam.

Em suas falas, quase diárias, o presidente argentino se refere à pandemia como "um martírio", chama o coronavírus2 2 betano"inimigo invisível" e diz que "é cedo" para dizer que o país venceu esta batalha.

"Essa é uma briga difícil contra um inimigo invisível que entra nos nossos corpos. E não sabemos quem tem ou não esse vírus e quem contagia os demais. Temos2 2 betanonos proteger e a única maneira é ficar2 2 betanocasa", disse. No domingo2 2 betanoPáscoa, foi ainda mais explícito.

"Prefiro ter 10%2 2 betanopobres, mas não 100 mil mortes na Argentina (pelo coronavírus)", disse. Fernández também tem repetido que uma economia que cai pode ser recuperada, mas uma vida perdida, não. Por isso, entende, "é falso" achar que existe "dilema" entre saúde e economia.

Sua decisão2 2 betanomanter o país2 2 betanoquarentena e dar prioridade à saúde conta com apoio2 2 betanogovernadores e prefeitos, inclusive da oposição, que também aplicam a medida2 2 betanoseus territórios.

O uso2 2 betanomáscaras e o distanciamento social vem sendo respeitando2 2 betanogrande parte do país, com exceções para a realidade social2 2 betanoalgumas favelas, como mostrou a imprensa local.

No fim2 2 betanosemana, no bairro portenho2 2 betanoPalermo, era difícil achar quem não usasse algum tipo2 2 betanomáscara para se proteger contra. Nas filas dos supermercados, a distância entre um consumidor e outro era2 2 betanocerca2 2 betanodois metros.

Os ônibus circulavam com poucos passageiros e o número2 2 betanotáxis parecia muito menor do que2 2 betanooutras épocas, mesmo depois da era do Uber.

O pavor entre autoridades e na população, dizem no governo central, é que se repita o que ocorreu na Itália e na Espanha, países com os quais historicamente os argentinos mantêm vínculos e registram altos índices2 2 betanomortes pela covid-19.

Fernández, que costuma lembrar que é professor2 2 betanodireito, enfatiza a importância da maior presença do Estado2 2 betanoáreas como a saúde e a distribuição2 2 betanorecursos aos mais pobres, o que também tem sido bem visto, segundo analistas.

'Alberto, Alberto'

Em alguns bairros2 2 betanoclasse média, como2 2 betanoáreas2 2 betanoPalermo, é comum ouvir jovens gritando seu nome todos os dias, logo após o já tradicional aplauso das 21h para os profissionais da saúde. Enquanto isso, o nome da ex-presidente e atual vice Cristina Kirchner passou a ser pouco lembrado, neste momento2 2 betanopandemia.

Para analistas ouvidos pela BBC News Brasil, Alberto Fernández transmite aos argentinos que está "preocupado" e "voltado" para proteger suas vidas. A determinação e segurança que transmite, disseram, fortaleceram2 2 betanoimagem como líder do país e aumentaram2 2 betanopopularidade.

"Quando Cristina o escolheu como candidato, ele não era conhecido pela maioria no país. Quando foi eleito, ele já contava com cerca2 2 betano50%2 2 betanovotos e2 2 betanoapoio popular. Mas com a pandemia, ele virou uma espécie2 2 betano'comandante' da campanha contra a doença e colocou seu foco na comunicação desta luta", disse Ricardo Rouvier, da empresa2 2 betanopesquisas que leva seu nome.

Para ele, Fernández levou a população a responder2 2 betanoforma disciplinada ao pedido para que fiquem2 2 betanocasa e2 2 betanoimagem positiva, disse, subiu para cerca2 2 betano85%.

A especialista2 2 betanopesquisas Analía del Franco disse que a maioria dos argentinos apoiou2 2 betanodecisão2 2 betanoimplementar a quarentena nacional.

"A pandemia e a economia são as duas preocupações dos argentinos hoje. Os autônomos e as pequenas empresas estão preocupados com a crise econômica, mas isso hoje não afeta2 2 betanopopularidade. A conjuntura da pandemia superou tudo", disse Del Franco.

'Age melhor'

Para a analista política Mariel Fornoni, da consultoria política Management&Fit, os levantamentos mostram que os argentinos percebem que o governo está se ocupando "o tempo todo" contra o novo coronavírus e esta atitude conta com o respaldo popular.

Na pesquisa que a consultoria realizou na última semana2 2 betanomarço, quando perguntados sobre como atua o governo argentino2 2 betanorelação aos outros países afetados pelo vírus, quase 70% responderam que a Argentina "age melhor".

Na visão do professor2 2 betanociência política da Universidade2 2 betanoBuenos Aires (UBA), Marcos Novaro, o aumento da popularidade2 2 betanoFernández,2 2 betanocerca2 2 betano50% para acima2 2 betano70%, disse, reflete a percepção dos argentinos2 2 betanoque o governo está "cuidando" da população.

Porém, para Novaro e para Fornoni, o apoio popular do presidente pode ser "volátil" porque dependerá do tempo que esta situação durará e como ficará a economia do país, que já estava2 2 betanorecessão (queda2 2 betanocerca2 2 betano2%), com inflação alta (54%2 2 betano2019) e desemprego (10%).

A economia argentina caminha para uma recessão ainda mais profunda, segundo dados do Banco Mundial, que prevê queda2 2 betano5,2% do PIB do país neste ano.

'Em poucas mãos'

Ao destacar a delicada situação da economia argentina, um colunista do jornal La Nación, Joaquín Morales Solá, escreveu,2 2 betanotom crítico, que hoje na Argentina "todo o poder está2 2 betanopoucas mãos", já que o presidente tem governado com Medidas Provisórias (chamadas2 2 betanoDNU, Decreto2 2 betanoNecessidade e Urgência).

O Congresso Nacional não está funcionando e o Judiciário está com suas ações limitadas, já que seus integrantes também estão2 2 betanoquarentena.

Além disso, nos últimos dias, algumas das iniciativas duras2 2 betanoconfinamento, como o rastreamento2 2 betanocelulares para saber se motoristas desrespeitam a quarentena e2 2 betanoredes sociais para saber se saques estão sendo organizados, geraram fortes críticas entre parlamentares opositores.

O medo do coronavírus também tem provocado a ausência2 2 betanomanifestações na Argentina, país onde os protestos costumam ser frequentes. O temor tem falado mais alto e também resultou no adiamento das aglomerações sociais.

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