Coronavírus: 'Queremos sair do perigo antes que seja tarde', desabafa doutoranda brasileiramaquina de apostas esportivasWuhan:maquina de apostas esportivas

"Bateu um momentomaquina de apostas esportivaspânico e pensei imediatamente nos meus pais", relatamaquina de apostas esportivasentrevista telefônica à BBC News Brasil.

Logo que percebeu o agravamento da crise, Indira comprou uma passagemmaquina de apostas esportivasvolta para casa. Seus planos eram viajarmaquina de apostas esportivasWuhan a Xangai emaquina de apostas esportivaslá embarcar rumo ao Brasil para tranquilizar a família que mora no Maranhão. Mas não houve tempo: "Meus pais ficaram arrasados e eu, mais ainda".

No dia 23maquina de apostas esportivasjaneiro, o governo chinês ordenou o fechamento da cidademaquina de apostas esportivasWuhan, capital da provínciamaquina de apostas esportivasHubei, onde os primeiros casos da doença surgiram. A entrada e a saídamaquina de apostas esportivaspessoas foram proibidas e o transporte público e aéreo foi suspenso.

A emergência entroumaquina de apostas esportivasvigor às vésperas do Ano Novo chinês, feriado que é responsável pelo maior movimentomaquina de apostas esportivaspessoas dentro da China e no mundo. A demora do governomaquina de apostas esportivasfechar a cidade permitiu que quase a metade da população, 5 milhõesmaquina de apostas esportivaspessoas, deixasse a cidade antes do confinamento, facilitando a rápida expansão do vírus para outras províncias chinesas e para países vizinhos. O prefeitomaquina de apostas esportivasWuhan, Zhou Xianwang, admitiu ter falhadomaquina de apostas esportivasdar respostas e informações quando os primeiros casos da doença apareceram e colocou o cargo à disposição.

"Um dia estava tudo bem, no outro, estávamos na quarentena", afirma Indira.

Desde então, ela está confinadamaquina de apostas esportivasseu quarto no campus da universidade, que assim como a cidade, está deserta.

"A gente tenta ocupar a cabeça para não focar no fatomaquina de apostas esportivasque estamos trancados dentromaquina de apostas esportivascasa e que tem um vírus lá fora", afirma. "Tento fazer com que meu dia seja produtivomaquina de apostas esportivasalguma forma, lendo e estudando, mas é difícil".

A acadêmica estava na Europa na primeira semanamaquina de apostas esportivasjaneiro quando leu as primeiras notícias sobre casosmaquina de apostas esportivascontaminação por uma nova sepa do coronavírus — similar ao Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) que apareceumaquina de apostas esportivasGuangdong, na China,maquina de apostas esportivas2002. Indira conta que as autoridades locais negaram as informações e usaram a TV oficial para informar sobre a difusãomaquina de apostas esportivas"fake news". Ela também não deu muita importância. Porém, quando voltou à China, recebeu mensagensmaquina de apostas esportivasseus pais, assustados com as notícias que recebiam no Brasil sobre a expansão do vírus.

Em contato com outros estrangeiros que moram na cidade, Indira viu que também havia preocupação. Ela passou a usar máscaras para sair às ruas e o álcoolmaquina de apostas esportivasgel foi incorporado à rotinamaquina de apostas esportivashigiene das mãos.

"Eu via que os chineses não estavam usando máscaras e que ficavam chateados, como se nós estrangeiros estivéssemos ofendendo eles ao usar máscaras", afirma.

Pouco depois, o que antes era símbolomaquina de apostas esportivasofensa passou a ser obrigatório. O governo deu ordens para que todos usassem máscaras aos saíremmaquina de apostas esportivassuas casas. Em seguida, a cidade seria fechada. Nela, estão confinados cercamaquina de apostas esportivas30 brasileiros, entre eles seis crianças, dos quais Indira se tornou uma espéciemaquina de apostas esportivasrepresentante para dialogar com a embaixada brasileira.

"Meu Deus, queremos sair do perigo antes que seja tarde. Por enquanto está todo mundo bem, mas quanto mais tempo você fica, mais exposto fica ao perigo."

O governo chinês pede que a população saiamaquina de apostas esportivassuas casas somentemaquina de apostas esportivascasomaquina de apostas esportivasextrema necessidade. Indira tenta comprar o máximomaquina de apostas esportivasalimentos e água possíveis para evitar se expor. Quando sai, é barrada por um agente da universidade que mede a temperatura dos estudantes que circulam pelo campus. O hospital universitário, porém, está cheio e o acesso à área é restrito aos casosmaquina de apostas esportivasemergências.

"A orientação émaquina de apostas esportivasir ao hospital somentemaquina de apostas esportivascasomaquina de apostas esportivasurgência porque o riscomaquina de apostas esportivascontaminação é alto", conta.

Apesar da tensão, o clima na cidade émaquina de apostas esportivascooperação. A população segue à risca as orientações do governo, segundo Indira. Na terça-feira, os moradores organizaram uma manifestação da janelasmaquina de apostas esportivassuas casas.

"Cantaram o hino chinês e gritaram 'força Wuhan'", conta.

Para sairmaquina de apostas esportivascasa, Indira usa máscaras, luvas e tem redobrado o cuidado com a higiene das mãos.

"Existe uma tensão natural com a situação. Quando saio, me preocupo; será que coloquei a máscara direito? Será que tá tudo ok? Se tenho que tirar a luva, fico preocupadamaquina de apostas esportivaslavar as mãos, (a situação) cria uma paranoia", relata.

Ela diz que os supermercados dentro e fora do campus universitário são bem abastecidos — e acompanha a rotina dos supermercados por meio do chat que mantém com os outros brasileiros.

"A preocupação é 'até quando?'. Não sabemos quanto tempo vai durar, como o governo vai lidar com ao abastecimento dessa e das outras cidades?".

Com a paralisação do transporte público, o fechamento das pontes, e a proibição do usomaquina de apostas esportivasautomóveis, a 42ª maior cidade do mundo se vê desabitada.

"Está todo mundo trancadomaquina de apostas esportivascasa, o movimento nas ruas é mínimo".

A estudante conversava com a reportagem quando recebeu uma mensagem do grupomaquina de apostas esportivasbrasileiros que estão ilhados na cidade alertando sobre a reação do presidente Jair Bolsonaro. O grupo pede ajuda ao Itamaraty para poder deixar o país.

"Pelo que parece, tem uma família na região onde o vírus está atuando", afirmou o presidentemaquina de apostas esportivasBrasília. "Não seria oportuno a gente tirarmaquina de apostas esportivaslá, com todo o respeito. Pelo contrário, agora não vamos colocarmaquina de apostas esportivasrisco nós aqui por uma família apenas."

Indira, que mantém contato com a Embaixada brasileiramaquina de apostas esportivasPequim, disse que a reação do presidente é "desoladora".

"Mesmo que fosse somente uma família, estamos falandomaquina de apostas esportivasvidas,maquina de apostas esportivasseres humanos", afirma". "É um descaso muito grande e um sentimentomaquina de apostas esportivasque não podemos contar nem com o nosso governo, nem com o nosso país (…) então com quem a gente pode contar?".

Indira admite ter medo e espera ir ao Brasil o quanto antes.

"O medo existe porque não sabemos 100% do que está acontecendo. Então minha preocupação é que da noite para o dia aconteça alguma coisa", afirma.

Até esta quartamaquina de apostas esportivasmanhã, foram confirmados 5.974 casosmaquina de apostas esportivaspessoas infectadas e 132 mortes.

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