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O mistério das centenasbetfair chmilhõesbetfair chdólares que desapareceram sem deixar rastro na Rússia:betfair ch
Dois amigos se dão bem no mercado
A trama começa na cidade russabetfair chNovosibirskbetfair chagostobetfair ch2017, onde Alexei Bilyuchenko, ex-gerentebetfair chTIbetfair chuma redebetfair chlojasbetfair chmóveis, se mantia fora do radar após escapar por poucobetfair chser preso na Grécia.
Seis anos antes, ele e o sócio Alexander Vinnik, especialistabetfair chtransações financeiras digitais, se encontraram na internet e tomaram uma decisão crucial que os levaria a se envolver com transaçõesbetfair chcriptomoeda.
Descritos por amigos como pessoas tímidas que preferem computadores a pessoas, Alexander Vinnik e Alexei Bilyuchenko montaram uma corretora chamada BTC-e e se tornaram famosos.
Como outras corretoras ao redor do mundo, a BTC-e oferece a investidores a chancebetfair chusar dinheirobetfair chverdade para comprar moedas virtuais.
E diferentementebetfair choutras empresas do setor na Europa e nos Estados Unidos, a BTC-e não pede aos clientes seus documentos, o que era atraente para investidores legítimos, mas também abria brecha para organizações criminosas lavarem dinheiro.
Clientes se amontoaram para investir na BTC-e e, segundo a organização não governamental Global Witness,betfair ch2016, a empresa se tornou a terceira maior corretorabetfair chcriptomoeda no mundo.
Os dois sócios se comunicavam online e só se encontraram pessoalmentebetfair ch2014 quando as transações diárias da empresa alcançaram US$ 2 milhões (cercabetfair chR$ 8,1 milhões). Em 2016, quando chegaram a US$ 10 milhões por dia (R$ 40,7 milhões), deram uma festa familiarbetfair chMoscou.
Em julhobetfair ch2017, eles viajaram a lazer para a Grécia, sem saber quebetfair chseu encalço estavam agentes federais dos Estados Unidos responsáveis por investigar lavagem internacionalbetfair chdinheiro.
O FBI suspeitava que a corretorabetfair chcriptomoedas BTC-e estava envolvida na ocultaçãobetfair chfundos furtadosbetfair choutra corretorabetfair chbitcoins, a Mt Gox. Especialistasbetfair chcibersegurança também afirmavam que a BTC-e estava sendo usada por um misterioso grupo russobetfair chhackers chamado Fancy Bears.
Um mandadobetfair chprisão foi emitidobetfair chnomebetfair chAlexander Vinnik, e a polícia grega o deteve na praia,betfair chfrente abetfair chfamília.
Sua mãe ligou para Alexei Bilyuchenko, que estavabetfair choutro resort. Em pânico, ele destruiu seu laptop, o jogou no mar e embarcou no próximo voo para Moscou.
Bilionário com laços com o Kremlin
De volta a Novosibirsk, Bilyuchenko decidiu tentar se recuperarbetfair chperdas montando outra corretora, chamada Wex (World Exchange Services).
O FBI havia fechado o site da BTC-e, mas ele ainda tinha backup dos servidores e, via Wex, poderia devolver investimentosbetfair chalguns clientes da BTC-e.
Nesse estágio, segundo o depoimento que ele daria depois à polícia e ao qual a BBC teve acesso, Alexei Bilyuchenko decidiu que precisariabetfair chproteção.
Foi então apresentado a Konstantin Malofeyev, um bilionário baseadobetfair chMoscou, com fortes laços com o Kremlin e a Igreja Ortodoxa Russa.
Malofeyev, que fez fortunabetfair chinvestimentos bancários, está sob sanções dos Estados Unidos e da União Europeia por causabetfair chacusaçõesbetfair chligação com líderes rebeldes no leste da Ucrânia.
Em depoimentos à polícia, Alexei Bilyuchenko afirmou ter sido convidado a Moscou diversas vezes para encontrar Malofeyevbetfair chseu escritório.
O assuntobetfair chquanto dinheiro a Wex estava gerando dominou as conversas, assim como perguntas sobre o que aconteceu aos fundos da BTC-e até a operação do FBI.
"Por diversos meses, Malofeyev demandou que eu mostrasse a ele os balanços das criptomoedas na Wex", disse à polícia.
Malofeyev nega fortemente qualquer conexão com Bilyuchenko ou a Wex.
Quem eram os 'homens da agênciabetfair chsegurança'?
No verãobetfair ch2018, as transações na Wex começaram a desacelerar, e no fim daquele ano, pararambetfair chvez.
Quase US$ 450 milhõesbetfair chcriptomoedas sumiram sem deixar vestígios.
Clientes furiosos cobraram a devolução do dinheiro e um deles registrou uma queixa na polícia na região russabetfair chChuvashiya.
Chamado para depor, Alexei Bilyuchenko contou à polícia uma história extraordinária.
Afirmou ter perdido o controle da Wex na primaverabetfair ch2018, meses antes do colapso oficial.
E disse que,betfair chuma reunião no escritóriobetfair chKonstantin Malofeyevbetfair chMoscou, foi apresentado a alguns homens que entendeu serem agentes da FSB, agênciabetfair chsegurança russa.
Eles o levaram a um prédio usado pela FSB, perto do Teatro Bolshoi, lhe fizeram perguntas sobre a Wex e depois o levaram ao hotel luxuoso Lotte onde disse ter ficado detido ao longo da noite.
Na manhã seguinte, segundo Bilyuchenko, ele foi levadobetfair chvolta ao escritóriobetfair chMalofeyev, onde foi orientado a mover os fundos administrados pela Wex para um "fundo da FSB", o que concordoubetfair chfazer e, segundo ele, nabetfair chvisita seguinte a Moscou, transferiu tudo como solicitado.
De volta a Novosibirsk, ele disse ter começado a se dar contabetfair chter sido vítimabetfair chgolpistas, ebetfair chter transferido o dinheiro não para os cofres do Estado, mas, sim, para parceirosbetfair chMalofeyev.
Desde que contoubetfair chversão para a polícia, Bilyuchenko tem se mantido escondido, sob escolta privada. Ele se recusou a conversar com a BBC sobre as criptomoedas.
Bombas falsas e os milhões desaparecidos
Mas Alexei Bilyuchenko estava falando a verdade?
Alexander Terentiev, que lidera um grupobetfair chinvestidores lesados, afirmou à BBC não estar convencido. Mas outros dizem ser menos céticos.
Desde o fimbetfair chnovembro, cortes judiciais, prédios públicos, estaçõesbetfair chmetrô e shoppingsbetfair chMoscou e São Petersburgo têm ficado paralisados quase que diariamente por causabetfair chameaças falsasbetfair chbomba.
Segundo reportagens da mídia russa, diversos emails desses alertas falsos incluem referências aos milhões que desapareceram da Wex e a Malofeyev.
Um comunicado veiculado pelo canalbetfair chTVbetfair chMalofeyev, o Tsargrad, classificou essas ameaças falsas como uma campanhabetfair chdifamação contra ele.
"Nem Konstantin Malofeyev, nem suas companhias têm qualquer coisa a ver com o sumiço dos bitcoins, a corretora Wex oubetfair chgestão."
Malofeyev se recusou a falar com a BBC sobre o caso, e a FSB não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Enquanto isso, na Grécia, dois anos apósbetfair chdramática prisão na praia, Alexander Vinnik continua preso.
Os Estados Unidos, a Rússia e a França buscambetfair chextradição. Ele não vêbetfair chesposa, que agora sofre com um tumor no cérebro, há dois anos.
Seu advogado, Timofei Musatov, afirmou à BBC que o ex-multimilionário está há bastante tempobetfair chgrevebetfair chfome e agora é apenas uma sombra do que era.
Ilustraçõesbetfair chTatiana Ospennikova
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